A Profecia De Nyx escrita por Cassandra_Liars, Gaby Black


Capítulo 6
Capítulo 5 - Hermes?!




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P.O.V. Juliet

Como, exatamente, eu fui parar no Acampamento Meio-Sangue? Só Deus poderia dizer. Ou melhor, deuses.

Sim, os deuses da mitologia grega existem. Isso não é… Maravilhoso?

O sarcasmo chegou aí? Ou se perdeu no meio das minhas maravilhosas palavras?

Bom, isso pouco importa. Tudo o que eu sei é que eu acordei sã e salva depois de quase morrer nas mãos de um monstro com asas de couro e dentes de navalha. Cara, nem para mim essa frase faz sentido.

Talvez eu só tivesse batido a cabeça com muita força.

Outra coisa que foi bem estranha é que assim que eu coloquei o pé no chão, saindo de uma cama muitíssimo confortável, um símbolo estranho começou a brilhar na minha cabeça.

Logo percebi que era uma espécie de bengala envolta por duas cobras. Um caduceu.

Antes que eu tivesse tempo de dizer qualquer coisa como “Que merda está acontecendo?” a garota que estava me explicando tudo sobre minha nova vida como meio-sangue, Piper McLean, filha de Afrodite e bonita como só ela, me saldou como filha de Hermes.

Hermes! Há! Eles querem dizer o deus da velocidade, dos viajante e o mensageiro dos deuses? Tudo bem que eu podia saber pouco sobre mitologia grega, mas sabia o básico.

Não fiquei muito feliz quando soube sobre meu pai e fiquei menos feliz ainda quando me levaram até o meu novo chalé, uma cabana caindo aos pedaços, cheia de crianças pequenas. Eu quem não ia dar uma de babá nem morta.

Logo Piper me apresentou aos irmãos Stoll, Connor e Travis, que eram os conselheiros do meu chalé. Foram eles que encontraram a parte de cima de um dos beliches para eu poder ficar. Não demorara muito e a minha nova cama já fora transformada em um ninho confortável, uma vez que Piper tinha me entregado uma mochila com todas as minhas coisas do internato, dizendo que Nico, o filho de Hades que tinha me salvado da serva do pai dele, uma Fúria, tinha pegado para mim.

Muito apropriado. Pensei. A serva do pai dele quase me mata e ele me salva.

Não sai do meu “ninho” desde o momento em que tinha subido para a parte de cima do beliche até o momento em que Connor subiu a escada e ficou me observando.

_Que foi? – Perguntei, irritada. Estava nervosa. Ainda não tinha aceitado muito bem a ideia de que meu pai era um deus grego e nem que minha mãe morta podia ter escondido isso de mim por tanto tempo. Pelo menos agora eu sabia por que meu padrasto me odiava. Talvez eu pudesse passar a morar no Acampamento e não ter que voltar para a casa, para meu padrasto e meus meios-irmãos odiáveis.

Ele sorriu travesso.

_Está na hora do jantar.

_Não estou com fome.

_Ah, mas depois tem um Caça Bandeiras. Vai ser divertido.

_O que é isso? – Perguntei.

_Bom, é um jogo na floresta. O acampamento se divide em dois grupos e um grupo tem que roubar a bandeira do outro. Mas eu te explico melhor depois.

Sorri. Eu era do tipo que não conseguia ficar brava ou causar ressentimento por muito tempo. Logo eu já estava toda saltitante e minha cabeça a mil, planejando qual seria a minha próxima pegadinha. Mas tinha a impressão de que eu não conseguira fazer uma pegadinha tão facilmente com Hermes.

_Por mim parece legal…

_Certo. – Ele também sorriu e eu logo percebi que tínhamos o mesmo sorriso. O sorriso que faz uma pessoa pensar duas vezes antes de sentar perto de você em um ônibus, temendo um assalto.

Logo percebi que íamos nos dar bem.

Ele desceu da escada e eu desci logo depois, dando uma olhada pela primeira vez nos meus companheiros de chalé, todos deviam ser filhos de Hermes também.

A maioria, os mais velhos principalmente, tinha feições e cabelos loiros parecidos com os meus, mas alguns dos mais novos eram completamente diferentes do padrão que o chalé de Hermes parecia seguir.

_Todos nós somos filhos de Hermes? – Perguntei.

_Não todos. – Disse Connor. – Alguns dos mais novos são filhos de deuses não identificados ainda. Não sabemos quem é o pai ou a mãe divino. Os indefinidos vêm para cá.

_E por quê? Porque não podem ir para outros chalés? Assim não fica muito lotado? – Eu perguntei. Tinha visto vários outros chalés bem maiores do que o de Hermes no caminho até ali.

Connor riu.

_Lotado? Você devia ter visto isso aqui ano passado. Era um verdadeiro caos. Hoje nós conseguimos ter camas para todo mundo. Antigamente eu dormia em um saco de dormir.

_E por que isso? – Perguntei, horrorizada.

_Ah, você sabe. Hermes é o deus dos viajantes. Os que não têm onde ficar podem ficar aqui. Nós acolhemos todo mundo. Antes, quando o Percy ainda não tinha feito aquele acordo com os deuses, tinha bem mais indefinidos. Agora até que são poucos. Os deuses não são obrigados a identificar seus filhos antes dos treze anos. – Ele olhou para mim.

_E por quê? Porque tem que esperar até os treze anos para saber quem é seu real pai?

Connor deu de ombros.

_Mas os deuses não estão cumprindo exatamente suas funções com muito empenho, não? Você tem quantos? Quinze?

_Dezesseis. – Eu disse.

_Dezesseis e só foi identificada agora. – Ele riu. – Dezesseis? É um milagre que ainda esteja viva! Não tinham muitos monstros atrás de você?

Refleti sobre o assunto. Era verdade que as coisas mais estranhas e impensáveis aconteciam comigo. Como aquelas pessoas que surgiam do nada na rua e ficavam me seguindo. Mamãe sempre me pedia para ter cuidado redobrado. E, bom, as pessoas na rua não eram as mais normais. Uma vez eu juro que vi um homem com um olho só.

_O tempo todo! Eu pensava que estava enlouquecendo! – Connor riu de mim. – Mas eles nunca me alcançavam. Caiam nas minhas pegadinhas primeiro.

Ele riu mais ainda.

_Pegadinhas? Você também gosta? Ah, me desculpe, que pergunta mais besta, como uma filha verdadeira de Hermes, você tem que gostar de pegadinhas.

_Quer dizer que tem um chalé inteiro só para fazer pegadinhas? Então eu vou ter que me esforçar para me sobressair entre os pegadores de pegadinhas daqui. Eu sou a melhor nisso.

Ele riu.

_Isso é uma aposta?

_Hum… Não foi isso que eu disse. – Ele ficou sério. – Mas, se a carapuça serviu… - Eu sorri com malicia.

Connor sorriu também.

_Gostei de você, garota. Vamos nós dar muito bem.

_Juliet. Meu nome é Juliet.

_Juliet? Como em Romeu e Julieta? “Julieta, Julieta, não és tu Julieta que surge na janela?” – Ele recitou, rindo e tirando sarro com meu nome.

Normal. Todo mundo sempre faz a comparação.

Ri também. Afinal tinha aprendido que se eu achar ruim, as pessoas iam continuar repetindo a mesma coisa, só para me incomodar.

_Certo. – Disse Connor. – Mas agora vamos para o refeitório.

O refeitório era um lugar legal. Era ao ar livre e tinha várias mesas, cerca de umas trinta, que variam no número de ocupantes. Algumas eram ocupadas por várias pessoas ou outras por apenas uma ou duas. Me senti muito bem no meio de tanta gente. Era ótimo poder olhar para cada uma das pessoas e imaginar qual seria a pegadinha ideal para cada uma delas.

Durante aquele jantar, aprendi coisas importantes. Aprendi que eu tenho que jogar parte da minha comida para os deuses, que o tal do Percy é um gatinho, que o Connor tem um bundão por isso caiu do banco e que os filhos de Ares são pessoas com quem eu com certeza vou querer aprontar alguma, mesmo sob risco de pena de morte.

E então veio a tão esperada Caça Bandeiras. As equipes que lideravam os dois grupos eram o chalé de Apolo e o chalé de Afrodite. O de Hermes estava no grupo do chalé da deusa da beleza.

Eu estava louca para pegar em uma espada e lutar com algumas pessoas. Apesar de eu achar que ia acabar me machucando seriamente, uma vez que os filhos do deus da guerra estavam no outro grupo.


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