A Profecia De Nyx escrita por Cassandra_Liars, Gaby Black


Capítulo 4
Capítulo 3 – Mirely Wouston


Notas iniciais do capítulo

Ooi galerinha que ta leendo a fic.
Entaao eu nao escrevo, só beto, ajudo a tomar as desiçoes sobre a fic e dou muiitas ideias.
Viim postar um cap.( obviu )sobre a personagem que eu "criei".
Esperoo que goostem.
Bjinhuss, Gaby Black



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E lá estava eu de novo. O meu adversário, Rupert Williams, com certeza era bem mais alto e parecia ser bem mais forte do que eu. Eu sabia que parecia uma flor frágil no meio de todos aqueles trogloditas do clube de luta masculina, mas eu continuava lá.

            Antes que você pergunte o que eu, Mirely Wouston, de quinze anos, estou fazendo aqui no clube de luta masculina sendo que eu sou uma garota, eu respondo.

            Como não existe o clube de luta feminina, eu tinha que entrar no masculino. Lutar sempre foi a minha paixão. Tudo bem que eu parecia ridícula usando o uniforme, um colã apertado e vermelho que me incomodava bastante e pinicava um pouco, mas quando eu começava a lutar, nada podia me atrapalhar.

            Vi quando nosso treinador disse que podíamos começar a lutar e eu avancei para Rupert como um leão avança para a sua presa. Lutar contra Rupert era um pouco mais complicado do que lutar com o resto dos garotos, já que ele era bem mais pesado do que o resto deles, mas eu me virava com o que eu podia. Com ele, o troque era usar a sua força contra ele mesmo.

            O objetivo do jogo era encostar as costas do adversário no chão por três segundos. E isso eu podia fazer.

            Eu tinha minha boca sangrando quando finalmente consegui derrubar Rupert no chão, mas a dor do machucado não me incomodava nenhum pouco. O suor em minha testa era bem pior e mesmo assim isso não era motivo algum para me impedir de derrubar meu adversário no chão.

            Para uma garota, mais baixa e mais fraca do que Rupert, eu tinha me saído muito bem.

            O nosso juiz e treinador levantou a minha mão do chão, e eu sorri vitoriosa para o resto do time que tinha ficado apenas nos observando.

            Eles não me aplaudiram como teriam feito se fosse um dos garotos. Eles apenas me observaram e eu quase podia ver os lasers saindo dos olhos deles e me fulminando, mas eu não deixei que isso me atingisse. Estava em um nível superior a eles e não me abalaria com isso.

            Em questões físicas, eu não era muito mais alta do que o resto das garotas, apesar de ser mais baixa que a maioria dos garotos da minha classe. Eu até que era bastante forte e já tinha ganhado algumas quedas de braço com alguns garotos do clube de luta, mas nem de longe tinha aquelas veias saltando ou músculos definidos nos braços ou pernas. Na verdade, não há nada de ameaçador nos meus olhos claros e cabelos castanho-avermelhados.

            Mas, as aparências enganam. Eu quase sempre estou irritada.

Preciso dizer que eu sou impopular no colégio?

            Eu não me importo. Não pedi para elas gostarem de mim e nem vou ficar implorando por atenção de ninguém.

            Mas naquele dia eu estava especialmente irritada.

            Talvez porque o nerd ridículo que eu paguei para fazer meu trabalho de ciências (eu tenho dislexia e déficit de atenção! Não consigo escrever essas coisas!) tinha ido para no hospital por causa de uma pneumonia, talvez porque o meu almoço estava com gosto de lixo, ou talvez porque as pessoas estavam me olhando de modo particularmente estranho.

            Qualquer um dos motivos (ou a junção de todos eles) estava me levando a um nível de irritação que nem mesmo eu conseguia entender.

            E, quando eu achava que a coisa não podia ficar pior, a coisa fica.

            Esse era o meu azar em ação.

            Naquele dia as coisas definitivamente viraram de cabeça para baixo e você sabe o quanto é irritante estar no meio de uma guerra sem entender ou poder fazer nada?

            Acredite, é muito irritante.

            Eu estava na aula de latim (latim! Para que raios uma pessoa precisa disso? Não é uma língua morta?) quando o professor virou-se para mim e me fez qualquer pergunta besta.

            Era alguma coisa sobre a matéria que estava na lousa, então eu espreitei os olhos para poder ver melhor e logo percebi que depois de um tempo, meu cérebro foi automaticamente montando as frases e vi o que faltava. Nem eu mesma acreditava quando me ouvi dizendo:
            _Plurimum et omnibus et supra omnes deos. Significa: “Os deuses eram muito poderosos e estavam acima de tudo e todos”.

            O professor assentiu, parecendo um pouco contrariado. Talvez esperasse que eu errasse.

            Sorri animada.

            Mas, logo meu sorriso se desfez quando olhei para o lado e percebi que o garoto novo que tinha sido transferido para a nossa escola na última semana me olhando com interesse.

            Fiz um gesto, como se perguntasse o que ele estava olhando. Ele balançou a cabeça e voltou a olhar para a frente da sala.

            Aquele garoto era estranho…

            Qual era mesmo o nome dele?

            Ah, sim. Steve.

            Naquele dia eu fiquei de detenção depois da aula. Isso porque dois dias antes eu tinha batido em um garoto do primeiro ano quando ele tinha me chamado de esquisita. De modo que quando finalmente sai da detenção, a escola estava vazia, como um set de filmagem abandonado.

            Eu joguei a mochila nas costas, bufando e andei pelos corredores desertos. Pode parecer estranho, mas não demorou muito para eu ter a sensação de que tinha alguém me seguinte.

            Calma, Mirely. Pensei. Não devia ser nada. Era normal se ter essa sensação uma vez que se estava em uma escola vazia fora do horário de aulas. Nada com o que se preocupar. Eu devo estar assistindo muitos filmes de terror.

            Porque sim. Eu amo filmes de terror. O sangue e o medo me fascinam.

            Continuei andando e ouvindo meus passos ecoando pela escola vazia e livre das conversas altas que normalmente estavam presentes o tempo todo.

            Naquele momento tudo era silencio.

            Nada de pânico. Pensei. Você é durona. Nada pode te machucar.

            Foi então que eu a vi. No final de um corredor estava uma mulher de cabeça baixa, fazendo seu cabelo negro cair na face ao estilo Samara Morgan.

            Talvez tenha sido idiotice, mas eu andei até ela.

            _Olá? Quem é você? – Perguntei, uma vez que eu nunca tinha visto nenhuma professora ou aluno com o perfil da mulher.

            Ela levantou a cabeça e sorriu por entre os cabelos escuros que caiam em sua cara. Um sorriso maldoso e cruel.

            Foi então que eu percebi que ela não era uma aluna ou professora, era pior.

            As coisas aconteceram rápido demais para o meu cérebro registrar tudo com precisão. Todo o que eu me lembro foi que em um momento a mulher tinha pernas, no outro tinha uma cauda escamosa e imensa que parecia a ponta do rabo de uma cobra e avançava para mim, serpenteando.

            _Olá, ssssemideussssa. – Ela sibilou. – Ssssurpresssa em me ver?

            Eu não respondi nada. Apenas arregalei os olhos e comecei a andar para trás.

            Tudo bem, com humanos eu posso lidar. Mas com seres humanoides com rabo de cobra é um pouco mais difícil, vamos combinar, ok?

            _Quem é você? – Eu disse em um sussurrou.

            _Eu? – Ela perguntou. – No auge dosss meussss diasss eu era uma filha de Possseidon, princesssa da Líbia e amante de Zeussss. Hera caussssou a minha ruína. E me condenou a vagar pelo mundo em forma de mosssstro. Devorando criançass, sssemideusssa. Criançassss como você. Meu nome é Lâmia.

            _Eu não sou uma criança! – Protestei. – E Poseidon, Zeus e Hera não existem!

            Mas ela apenas continuou me olhando com seus olhos abertos e sorriso arreganhado para o mundo. Certo, agora ela estava começando a me irritar.

            Nesse momento outra coisa estranha aconteceu. Quase tão estranha quanto já estava sendo até então.

            Lâmia simplesmente se desfez em poeira, deixando nada que não um feio horrível e um grito terrível que cortou o ar.

            No lugar dela, eu vi um garoto parado com uma espada (realmente uma espada dentro da escola!) na mão.

            Esse menino (acredite se quiser) era Steve, o garoto meio nerd da minha turma de latim.

            _Você está bem? – Ele perguntou.         

            Assenti ainda meio chocada. Eu queria perguntar o que estava acontecendo, mas estava atordoada demais para falar qualquer coisa.

            _Sinto muito que um sátiro não tenha podido vir buscá-la, mas é que existem muitos meio-sangues atualmente e nenhum deles podia vir. Espero que não se importe.

            Eu continuei calado. Certo, que merda estava acontecendo? Primeiro uma mulher-serpente falando sobre deuses da mitologia grega e agora um garoto com uma espada falando sobre sátiros!

            Balancei a cabeça.

            Ele estendeu a mão para mim.

            _Ótimo, então venha.

            Mas, eu não peguei a mão de Steve, apenas fiquei a olhando e logo ele entendeu o que eu queria dizer.

            _Certo, fique aí então. Posso perfeitamente te deixar morrer, não gosto de você mesmo. – Ele disse.

            Encarei-o com uma carranca.

            _Vá à frente. – Disse mal-humorada.

            _Certo. – Ele olhou para mim. – Mas é melhor que fique com isso. – Steve estendeu alguma coisa para mim e eu a apanhei – Podem ter mais de onde veio esse. – Ele indicou os últimos vestígios da mulher-serpente no chão.

            Olhei para o que ele tinha me dado. Era uma adaga de ouro reluzente muito bonita. Eu nunca tinha visto uma como àquela antes.

            _O que está acontecendo? – Perguntei, mas Steve ignorou a minha pergunta.

            _Me siga. – Ele pediu.

            O olhei com raiva, mas não hesitei ao segui-lo até a dobra do corredor e repeti minha pergunta. Novamente ele me ignorou, olhando para o outro corredor, vendo se tinha mais alguém lá.

            Olhei para a minha adaga e soube o que fazer.

            Fiquei de frente para o garoto, colocando a adaga no pescoço dele e disse, em uma voz que beirava o grito:

            _É o seguinte, otário, você vai me dizer que merda está acontecendo ou eu arranco a sua cabeça fora, estamos entendidos?


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