A Profecia De Nyx escrita por Cassandra_Liars, Gaby Black


Capítulo 3
Capítulo 2 - Juliet Carson


Notas iniciais do capítulo

Bom, esse capítulo é meu (Cassie) kkk
Nele aparece outra semideusa nova, a Juliet. Espero que gostem!



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Por que minha vida é um inferno? Você ainda pergunta? É só olhar para os meus amigos você vai entender. Ou melhor, a falta deles.

Aqui estou eu. Sozinha em um internato cruel e sombrio só porque minha mãe morreu e meu padrasto me odeia. Mas, não se preocupem. O sentimento é recíproco.

Bom, provavelmente você deve estar se perguntando: “Ei, mas onde está seu pai?”.

E é exatamente esse o problema! Eu não faço ideia.

Eu sei que ele está vivo e perambulando por algum lugar, mas não sei onde e nem como ele é. E nem o nome. Na verdade, eu não sei nada sobre o meu pai.

E, o outro problema, é que eu tão pouco quero saber.

Provavelmente ele é um filho da puta retardado. Afinal, que tipo de pessoa descente larga uma mulher grávida e some?

Mas, dane-se.

Não tenho que ficar contando meus problemas de família (que não são poucos) para vocês, tenho? Afinal, eu não conheço vocês. E nem vocês me conhecem então provavelmente eu estou falando com o nada.

Porém, para o caso de ter algum retardado lendo isso e se deprimindo com a história da minha vida curta e trágica, eu me sinto na obrigação de dizer algumas coisas.

Oi.

Meu nome é Juliet Carson e tenho dezesseis anos.

Não acho que isso seja necessário, mas ai vai a minha descrição física. Sou o que alguns poderiam considerar baixinha, tenho olhos azuis, pele clara e cabelo loiro. Minha aparência é um tanto angelical e isso é ótimo. Porque assim ninguém nunca desconfia que foi a garota calada, tímida e boazinha que roubou os trezentos dólares do professor de educação física, explodiu a comida nojenta da cantina ou então trocou o spray fixador da garota mais popular do internato por cola.

Jamie Ridícula, se você estiver lendo isso, esqueça a última parte!

Mas ainda assim fui eu.

Ah, já mencionei que eu tenho déficit de atenção e dislexia? Não que isso faça muita diferença. As minhas notas provavelmente são as piores da turma, mas nem me esforço mais para tentar melhorar, é inútil.

Sinceramente, quando na minha vida eu vou usar alguma dessas coisas ridículas que são ensinadas nas escolas? Uma vez eu perguntei isso para um professor. Ele me mandou calar a boca e me passou mais tarefa do que para o resto da turma. Não que eu tenha feito.

Outra coisa que vocês precisam saber sobre mim é que eu provavelmente já fui expulsa de todas as escolas de Atlanta, que era onde eu morava. Então não sobrou mais escolas lá e meu padrasto me colocou nesse internato no norte de Nova York.

E, cara, eu preciso mesmo dizer o tanto que eu odeio isso aqui?

Pelo menos em Atlanta eu tinha um amigo. O nome dele era Tom e ele sempre me acompanhava para todas as escolas que eu mudava, o que era um pouco estranho. Mas, aqui em Nova York eu não tenho ninguém. Ninguém mesmo. Nenhum amigo com quem conversar.

Nenhum amigo. Pelo menos até eu conhecer os dois idiotas que seriam meus futuros melhores amigos e colegas de missões suicidas.

Acho melhor contar tudo do começo. Para o dia em que todo o meu mundo virou de cabeça para baixo.

Era apenas um dia comum no internato estúpido. Estava na hora do almoço e eu resolvi aproveitar o tempo em que as outras pessoas estavam comendo para aprontar alguma coisa e sair impune.

Então eu peguei um balde cheio de uma mistura gosmenta e fedida que eu tinha feito havia algum tempo e que tinha deixado guardada no meu quarto para apodrecer.

Agora estava no ponto perfeito.

Minha intensão era espalhar isso pela sala do diretor.

Sabia que se me pegassem eu seria expulsa, mas já tinha sido tantas vezes que já perdera a conta e acrescentar mais uma escola para a minha longa lista não me deixava nenhum pouco preocupada.

Eu já tinha espalhado a coisa e acho que tinha perdido a sensibilidade no nariz, tamanho era o fedor, e estava voltando para a cantina para fingir que nunca tinha saído dali quando vi que a professora de inglês caminhava em minha direção com um sorriso cínico no rosto, como se dissesse que eu estava em uma baita encrenca.

Só pude concluir que ela já tinha visto a sala do diretor e como só tinha encontrado a mim no corredor e não almoçando, tinha concluído que eu era a culpada.

Mas, eu estava vindo da sala do diretor e ela estava na direção oposta, o que, pensando bem, não fazia muito sentido.

Isso pouco importava. Talvez ela tivesse descoberto sobre minhas outras travessuras e pegadinhas.

A professora de inglês era uma mulherzinha estranha. E sempre implicava especialmente comigo por eu não conseguir ler os textos e não compreender bem as coisas.

_Srta. Carson… - Ela disse desdenhosa. E eu soube que estava encrencada. – Me siga.

Eu não pensei duas vezes antes de segui-la pelos corredores frios, mesmo que nós estivéssemos tão próximos do verão, e então entrar em uma sala de aula aparentemente vazia que tirando nós duas, tinha algumas carteiras e a lousa.

Agora a professora sorria com malicia.

_O que quer que tenha acontecido. – Eu disse. – Não fui eu.

Acontece que quando uma pessoa diz isso, é a mesma coisa que confessar que é culpada e a professora deve ter percebido isso porque arreganhou mais ainda o sorriso.

_Claro que não, Srta. Carson.

A professora virou-se e fiquei encarando suas costas em silencio por algum tempo.

_Por quanto tempo você achou que podia me enganar? – Ela perguntou e eu realmente não sabia sobre o que ela estava falando.

Tinha tanta coisa que eu tinha feito por baixo dos panos…

E eu não podia sugerir nada, já que se eu sugerisse, podia entregar algo que ela não sabia.

_Sobre o que a senhora está falando? – Perguntei, tentando parecer o mais educada possível.

Ela riu maldosa.

_Não se faça de desentendida. Eu sei exatamente o que você é. Eu já descobri tudo, semideusa.

Pisquei os olhos. Já tinha me chamado de muita coisa. De encrenqueira, irresponsável, idiota, marrenta e perdedora. Mas nunca de semideusa. Para ser sincera eu nem sabia o que isso significava.

Mas continuei mantendo uma postura calma, como se não soubesse o que estava acontecendo. E em parte isso era verdade.

_Professora, eu realmente não faço ideia do que…

_Pare de mentir! – Disse ela. – Eu já sei a verdade!

Mas, desta vez, não era mais a voz anasalada da professora que falava. Era uma voz rouca, como o ruído de um trovão assustador. Era uma voz monstruosa.

_Senhora, eu…- Eu comecei a falar, mas o rugido seco e baixo que a professora tinha começado a fazer, faz-me me calar.

_Morra, semideusa… - Murmurou a professora antes de se virar e pular para cima de mim com um grito de guerra.

Mas, ela já não era mais a professora carrancuda de cabelos grisalhos que era antes. Agora tinha assas e garras de morcegos e com presas terríveis e assustadoras além do brilho vermelho assassino nos olhos cruéis. Ela estava a ponto de fazer alguma coisa (ou alguém) em pedaços, e eu era a única coisa na frente dela.

Então eu corri. Corri desesperadamente para longe dali. Aquela coisa queria me matar e pouco me importava que ela fosse uma professora. Iria me matar do mesmo jeito, ou talvez isso apenas tornasse minha morte pior.

Já podia ver as notícias no jornal do dia seguinte.

“Aluna é morta por professora-bruxa”.

Corri para a sala do lado daquela e fechei a porta com força, passando a chave logo em seguida. O mostro ainda tentou forçar a porta por algum tempo antes de tudo ficar em silencio e eu respirei fundo, achando que o quer que fosse a coisa assustadora, tivesse ido embora.

Mas eu nunca estive tão enganada.

Logo depois disso vi uma de suas garras cortando a porta e um grito surdo saiu por entre meus lábios. Puxei o mais rápido que pude uma prateleira e algumas cadeiras da classe, bloqueando a porta. Esperava que com isso ela fosse embora e então tudo ficaria bem.

Mas não foi bem assim que aconteceu.

Eu estava preocupada demais com a porta para me lembrar de fechar a janela e, como eu já disse, aquela coisa tinha asas. O monstro havia desistido de entrar pela porta, mas agora voava para dentro da sala pela única janela aberta.

Voltei-me para a porta, mas logo percebi que eu mesma a tinha bloqueado, eu tinha fechado a minha única chance de salvação naquele momento e o monstro se aproximava cada vez mais de mim, faminto e com sede de sangue.

Burra!

Comecei a me afastar vagarosamente para uma das paredes e observei quando o mostro dava dois passos para a frente a cada um meu para trás.

Minhas costas bateram na parede e então eu já não tinha mais para onde correr. Estava presa em uma sala de aula com um monstro que tinha garras e dentes maiores e mais afiados do que navalhas.

Eu ia morrer.

Então eu fiz a única coisa que eu poderia ter feito no momento.

Eu comecei a chorar.

_Não quero morrer, não quero morrer! Eu sou muito nova para morrer! Não quero morrer!

Nesse momento comecei a ouvir alguém forçando a porta que eu tinha bloqueado antes e vi a prateleira de madeira se mover. Alguém gritava fora da classe. Mas agora era tarde. Não havia mais nada que pudesse ser feito. Eu ia morrer. O mostro estava perto o suficiente para eu sentir sua respiração em minha pele.

E então eu fechei os olhos. Minha visão estava embaçada por causa das lágrimas, eu já não podia mais ver nada de qualquer forma.

_Não quero morrer, não quero morrer! – Eu continuei falando.

_Cale-se! – Ouvi o mostro falando e então senti suas garras envolta do meu pescoço nu e frágil.

Eu abri os olhos uma última vez e vi seus olhos vermelhos e brilhantes como fogo, antes de tudo apagar de repente.

E, por mais que eu odeie admitir, eu tinha desmaiado.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
BlueBerryKisses,
Cassie