Vou começar com uma simples pergunta, você sabe o que é meio-sangue? Se não sabe então feche a pagina agora. Ser meio-sangue pode ser uma coisa perigosa algumas vezes, e outras vezes um pouco interessante.

            Um meio-sangue é a cria de um deus e um mortal, resumindo é um semideus. Tudo isso que os professores falavam em sala sobre deuses, guerras, titãs e seus filhos, sempre achou que era mentira não é?

            Somos dois, nunca fui de acreditar que essas coisas realmente existiam, até que descobrir que eu mesmo era um deles.

            Meio-sangues, na maioria das vezes morrem em batalhas contra criaturas inacreditáveis, da maneira mais inusitada que pode imaginar. Coisas estranhas, aventuras... Isso é uma coisa comum no diário de um meio-sangue.

***

            Meu nome é Austin Gryffindor. Tenho 16 anos, acho que não preciso descrever minha aparência, ou preciso? Ah, vamos lá.

            Tenho cabelos negros, a pele um pouco clara, meus olhos são negros, o que pode dizer que sou uma espécie de depressivo a primeira vista.

            Estava preparando minha mochila para voltar para o internato Anderfield, um internato de ricos e esnobes. Não é algo que eu me orgulhe de ir ou pelo menos morar lá. Isso não importa, pelo menos não agora.

            Meu pai gritava do andar de baixo para eu descer, coloquei minha mochila nas costas, estava levando um celular com um fone. Entrei no carro jogando minha bolsa em qualquer lugar que encontrei e me encostei há porta.

            Observava o caminho que percorríamos, era um pouco entediante, mesmo ouvindo musica, a viagem inteira se tornava muito chata. Sempre experimentava algo novo para minimizar o tédio (coisa que era quase impossível), hoje fui contando as árvores, você pode está rindo, mas situações extremas pedem medidas desesperadas.

            Estava há alguns metros de distancia do internato Anderfield, meu pai acelerou um pouco a velocidade, e em poucos segundos já me via tirando minhas malas do carro.

            Observo o campos do internato que ainda não tinha mudado, estava preparado para dormi na aula da Srta. Halvey. Ela tem um tique nervoso muito estranho, não consigo ficar nem 3 minutos olhando para o rosto dela, fora que tem várias verrugas espalhadas pelo rosto dela, que dá a impressão que ela saiu de um desses livros de bruxos ou coisa do gênero.

            Peguei a chave do meu quarto e com meu melhor amigo Ethan, abri a porta encarei uma mala sobre a cama de beliche. Provavelmente Ethan teria chegado primeiro do que eu, uma coisa que é realmente incomum, já que normalmente ele chegava dois (2) dias após o inicio das aulas, algo muito estranho. Ele sempre diz que tem assuntos familiares, quando pergunto o que são esses assuntos, ele sempre desvia para algum outro assunto.

            Comecei a desfazer minhas malas sobre a cama, estava dividindo por cores, esse ano já podemos organizar nossas roupas já que agora são dois guarda-roupas. Ouço a porta se abrindo, era Ethan.

            Ethan tem cabelos ruivos e olhos negros, sua pele é morena um pouco mais escura que a minha, olho para trás observando ele me olhando.

            - O que foi? – Pergunto me virando

            - Feliz aniversário de 14 anos – Diz ele.

            - É 16 anos, o que você tem? – Pergunto vendo que eles estava muito nervoso.

            Ele ficou em silencio. Dirigi-me para a sala de aula, no primeiro tempo teria uma aula de Matemática, uma aula típica e entediante, entrei na classe e sentei ao lado de Ethan, éramos parceiros nessa aula assim como nas outras.

            A professora explicava uma equação no quadro, não entendia nada. As letras e números praticamente saltavam para fora do quarto, era algo perturbador que me deixava rapidamente com dor de cabeça.

            - Sr. Gryffindor, pode me dizer o resultado? – Perguntou a Srta. Halvey.

            Apertei meus olhos olhando para o quadro, estava com dor de cabeça. Mordi um de meus lábios.

            - Desculpa professora, eu não sei – Respondi esfregando os olhos.

            Ela me olhou de canto com um olhar mortal em quanto se dirigia para o outro lado da sala, ela perguntou para outro aluno que normalmente acertou, quer dizer, não é tão fácil resolver cálculos de matemática com uma dislexia super desenvolvida.

            A aula acabou rapidamente. Estava saindo daquela sala, só falta minutos para o toque de recolher, estava indo pelo corredor em direção ao quarto com Ethan.

            - Tenho que fala com o professor Bill, te vejo em 10 minutos – Diz Ethan indo para a direita do corredor.

            Ethan estava muito estranho. Tinha alguma coisa acontecendo. Segui-o pelo o corredor. Ele realmente foi para a sala do professor e o viu entrando e fechando a porta com cuidado, encostei-me à parede para ouvir o que ele iria falar com o professor.

            Acha que ele está correndo perigo?

            Foi uma das poucas coisas que conseguir ouvir.

            Ele sobreviveu até aqui, não é? Outros nem chegam nessa idade!

            Ouço o barulho da alguém encostando a mão na maçaneta. Rapidamente corro dali indo em direção ao quarto, bato a porta rapidamente, fazendo um barulho estrondoso.

            Comecei a tirar as coisas de minha bolsa aleatoriamente, não sabia se Ethan tinha me visto. Mas tentaria disfarça.

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            Estava no ônibus, estamos indo a uma excursão. Era algo relacionado ao museu de mitologia grega, mas claro que todo tempo passaria ouvindo musica ou tentando comprar algum doce na cantina.

            Todos os alunos estão reunidos na frente do museu, era algo bem bonito. Entramos avaliando as estatuas e pinturas. Vi que a Srta. Halvey estava com a atenção focada em mim. Tentei desviar o olhar fingindo que não era comigo. Tinha um garoto que nunca tinha visto no internato, já que eram três turmas indo para essa excursão, imaginei que ele fosse uma turma a cima.

            Ele esta acompanhado de uma garota loira de olhos cinzentos. Ele tem o cabelo meio castanho escuro com os olhos extremamente verdes, ignoro o fato de os dois estarem me encarando junto com a Srta. Halvey.

            O professor olha para mim em meio a explicação.

            - Sr. Gryffindor, como se chama a cria de um humano com um Deus? – Pergunta o professor.

            - Semideus, são semideuses – Respondi esfregando meus olhos.

            A Srta. Halvey tocou-me no ombro, virei-me para ela.

            - Me acompanhe! – Disse ela.

            Revirei os olhos e segui-a até uma sala afastada dos outros alunos. Ela abriu a porta para que eu pudesse entrar, entrando logo depois. Estava de costas para ela. Vire-me para a professora.

            - Então o que foi agora? – Pergunte me virando. Logo depois comecei a procurá-la, ela já não estava mais ali.

            A sala tinha um segundo andar. Olhei rapidamente para cima e vejo a Srta. Halvey no parapeito do segundo andar, ela estava pronta para pular.

            - Ei, como chegou ai tão rápido? – Perguntei dando dois passos para trás.

            - Achou que ia se esconder por muito tempo, semideus?

            Ela saltou. Sua pele explode revelando uma criatura horrível. Ela voa em minha direção, eu me abaixo e ela passa direto.

            - Deus, o que é isso? – Pergunto vendo-a voltar em minha direção outra vez.

            Ouço a porta se abrir, o garoto de cabelos negros estava segurando uma caneta, ele mandava constantemente eu ficar atrás dele.

            - O que vai fazer com essa caneta? Enfiar no olho dela? – Gritei com ele, desesperado.

            A criatura vem na direção dele, ele aperta o botão da caneta.

            Click...

            A caneta, perante meus olhos, se transforma em uma espada, ele corre para frente atravessando a espada no peito daquela criatura que cai no chão, se desfazendo em fumaça.