A Tributo Do Distrito 6 - Jogos Vorazes escrita por Escritora sonhadora


Capítulo 17
A garota com a zarabatana


Notas iniciais do capítulo

me ame Isa Caetano -nnn kkk
adoro muito vocês queridos leitores! :3



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Vago horas na floresta em busca de água, a noite está densa e quente hoje. A parte desértica da arena está se espalhando e Peter se engata muitas vezes nela.

Não consigo nem olhar para Connor, mas observo atentamente os passos de Vegan. Connor se vira de costas para mim e lhe olho disfarçada, ele tem um novo corte nas costas e acho que sei muito bem que é que o fez. Queria poder me vingar dela por machucá-lo, que culpa ele tinha de não gostar dela? Mas penso em como Harry se sentiria ao me ver lutando com Vegan por causa de Connor.

Escondo meu quite de primeiros socorros deles, logo teremos que nos separar, mas fugir agora poderia deixar Connor em grandes apuros. Ele não é alguém que eu queira por perto, mas também não o quero muito longe. Re-coloco os óculos e acho que isso não faz bem para minha sanidade mental, vejo um vulto de um tributo com uma zarabatana passar entre as árvores. Olho para Harry e vejo que ele não está com a nossa zarabatana, nem eu, posso tê-la deixado na copa da árvore, mas tenho quase certeza absoluta de que cheguei com ela. Vegan para pra descansar e aproveito a desculpa  para “ir caçar”, Harry me segue e conto para ele que vi um vulto nos seguindo. Ele não dá muita bola, acho que o tributo que está nos seguindo não tem a mínima chance sozinho, e que só se aproximou para nos roubar aquela arma. Ele pega umas cinco frutinhas e começa a atirá-las no ar, isso me desconcentra muito, mas não quero dizer isso a ele. Ele para um momento e fita as frutinhas.

- É Alaska! – ele solta um grito empolgado.

- Harry, não brinque com isso – estou brava, ele sabe que éramos amigas.

- Não estou brincando! Que outro tributo conseguiria roubar sua arma ou uma de minhas amoras?

De repente tudo se encaixava, a zarabatana que não se afogou na areia, a sensação de estar sendo perseguida, o vulto... Mas eu a vi morrer engolida por aquela areia, como isso pode ser possível? Não ouvi o canhão daquela garota com os ursos, mas seria isso tudo uma grande coincidência? Não sei, mas fiquei muito empolgada com a idéia.

- Alaska! – grito mas não muito alto – Estamos do seu lado! Apareça!

Ela desce de uma árvore a mais ou menos três metros de nós e vem caminhando vagarosamente.

- Como sabiam que era eu?

Damos de ombros e a obrigamos a contar o que aconteceu, ela tenta fugir da idéia o máximo que pode, mas acaba nos revelando um de seus segredos, ela amarrou um fio de náilon em si mesma antes de entrar na areia. Isso não explica muita coisa, mas ela não quer contar e não temos muito tempo para discutir. Achamos melhor ela não ir conosco encontrar os outros carreiristas, Peter se revelou um grande traidor.

Caçamos um cervo, dois coelhos e algumas raízes, levamos a carne para que eles limpem e deixamos algumas raízes com Alaska, ela vai se virar sozinha por enquanto, mas prometeu vagar sempre ao nosso lado.

Comemos a carne do cervo e escondo os coelhos para mais tarde, como esses carreiristas comem! Acho que o que eles comem por mês dava para alimentar um distrito inteiro por um ano. Penso em Alaska e me lembro que ela também é uma deles, digo que a carne está podre e jogo um pedaço do cervo na mata, sei que ela o pegou pois a carne sumiu muito rapidamente. Estou aliviada com a volta de Alaska, chego até a me descontrair e brincar com eles um pouco, só queria que ela pudesse participar disso,  ela é bem quieta, mas sabe dar boas tiradas nas piadas bobas de Connor

Seguimos andando na floresta em busca de água, minha boca estava tão seca como a areia desértica que batia forte nos meus olhos. Meus cílios longos me protegiam, mas os outros não tinham tanta sorte. Connor nós faz parar para ir ao “banheirro”, acho nojento e repulsivo ele ter dito isso, mas além de tributos, ainda somos seres humanos, eu acho.

Penso se ele poderia encontrar Alaska, mas ela é esperta demais para ele.

Ele demora a chegar e começo a ficar preocupada. A vegetação a frente se move e um dos bestantes surge, ele faz um barulho meio-humano, como um rugido, Vegan e Peter se assustaram muito, Vegan chegou a gritar e se rastejar no chão por um tempo. Lanço uma flecha no bicho e percebo o que há de errado.

- Pera, pera! – diz Connor rindo e saindo de trás do monstro – Esse aqui está morto. – ele ri mais um pouco – Vocês tinham que ver, suas caras,  foi hilário! Vegan saiu se rastejando...

Ele não consegue continuar falando e começa a rir cada vez mais, Vegan o chama de idiota e quando ele cai no chão de tanto rir ela lhe dá um chute, nada demais, apenas um hematoma bem merecido. Que tipo de  idiota faria isso na arena? Com certeza apenas uma pessoa totalmente sem cérebro como Connor, mas até que não ligo tanto, pelo menos bem menos que os outros. A carcaça do bicho estar aqui é um bom sinal, eles estavam seguindo os aliados do 4, e com certeza eles estavam se mantendo em volta de um lago ou algo do tipo. Já posso até sentir gotas de água pingando no meu rosto, a sensação parece ser muito boa.

Arrastamos o corpo do animal – ele deve ter alguma função no final das contas – e seguimos ligeiramente na direção que Connor o achou. Minha panturrilha dói de exaustão, mas temos que continuar andando, essa noite vai ser longa. Acabo de achar um pequeno fio d'água quando o hino da capital começa a tocar e o rosto dos tributos mortos começa a aparecer nos céus. Tenho que pensar em algo para distraí-los, se eles não acharem a foto de Alaska nos céus, talvez comecem a desconfiar de mim.

- Alí! – grito – Ali tem um riacho!

Não estou realmente vendo um riacho, mas sei que ele está bem próximo e que a ideia de ter um pouquinho de água tocando nossas bocas e corpos imundos vai distraí-los facilmente.

-  Quem chegar por último vai ter que me ver tirar as roupas – diz Connor.

- Acho que ninguém, além de Vegan é claro, está disposto a isso donzela – o puxo para trás e corro na sua frente, Peter e Harry estão logo atrás de mim e vejo que Vegan está ficando para trás com Connor, hm...

A imagem do riacho é incontrolável, tenho vontade de pular ali agora mesmo, mas tenho a lucidez de tirar as roupas antes disso, o que me deixa com uma lingerie negra e uma blusa azul por cima. Harry e Peter se juntam a mim da mesma maneira, Connor chega e vendo meus próprios olhos com medo de que ele faça algo... inapropriado. Vegan que está logo atrás dele fica apenas com a lingerie e me olha como se fosse ridículo eu estar com aquela blusinha. Hora, eu nem mesmo queria tirar as calças.

Nadamos um bom tempo tirando a sujeira do corpo e lavando nossos uniformes, duvido que a qualidade da água esteja boa, talvez tenha até alguma substância nela, mas a sede é tanta, que acabo me enchendo de tanta água.

Não temos condições de continuar caçando hoje, decidimos montar acampamento ali em volta do lago, é perigoso, mas nossa intenção é caçá-los, o que nos deixa com uma grande vantagem territorial. Pego o primeiro turno junto com Harry e ficamos mais um tempo no lago com Alaska, sento-me em uma pedra e faço com que ele durma um pouco, está bem cansado. Troco de turno com Vegan e Peter e só acordo no dia seguinte com a voz irritante do idealizador dos jogos deste ano.

“Esse ano faremos nosso banquete mais cedo, daqui a mais ou menos duas horas uma grande mesa com muita comida e tudo o que vocês mais querem vai estar no centro da arena, não na cornucópia, mas em um lugar bem mais empolgante. Espero que tenham uma boa refeição. – ele faz uma pausa - E que a sorte esteja sempre á seu favor”.


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Notas finais do capítulo

capitulo sem emoção nenhuma /o/
estou boazinha hoje, até ressuscitei a Isa haha