POV Murilo

Quando estava dormindo, provavelmente sonhando com a Milla, ouvi um grito da rua, e percebi que era o grito da Milla, desci as escadas apavorado, quando vi um cara empurrando ela para dentro do carro. Tentei ir atrás com meu skate, só que o ladrão apontou uma arma pra mim e me mandou entrar em casa. Fui para dentro com os olhos cheios de lágrima, não queria que minha pequena ficasse assim. Esperei umas três horas, até receber uma ligação.

- Alô, Murilo? – Ela falou chorando

- Milla, onde você tá? – Falei emocionado.

- Eu estou em um cativeiro, consegui pegar o celular do ladrão. E por sorte, tinha seu número anotado no bolso da calça.

- Em que canto você está?

- Eu não sei, acordei aqui! Agora eu vou ter que desligar, talvez o ladrão chegue.

- ESPERA! Eu vou te encontrar Milla, nem que eu tenha que atravessar o Atlântico. Tá me ouvindo?

- Por favor... Faça isso.

POV Milla

Quando desliguei o celular, o ladrão apareceu, eu escondi na hora o celular atrás de mim. Só que ele mandou eu me levantar. Na primeira vez eu neguei.

- Levanta daí vai patricinha! LEVANTA LOGO!

- Não! Onde eu estou? Me tira daqui! – falei chorando.

- Não adianta lerdinha. Estamos em um lugar que não mora ninguém. As únicas pessoas aqui somos eu e você. E LEVANTA LOGO MERDA! EU TO MANDANDO! – Foi quando ele me puxou com tudo e viu que o celular dele estava comigo. – COMO É MENINA? O CELULAR TÁ COM VOCÊ?

- N-ãã-o, eu não se... – Nessa hora, ele me puxou e me deu um puxão de cabelo, me fazendo chorar mais. – ISSO DÓI SABIA?

- CALA A BOCA SE NÃO O CASTIGO VAI SER PIOR. – Não sei o que me deu na cabeça, mas decidi enfrentar aquele cara.

- CALA A BOCA VOCÊ! SOCORROOOOOOOOOOOOOOOOOOO!

- Foi você quem pediu. – Nessa hora, ele pegou pelo meu braço, e me levou para um porão, ou sei lá o que era. Eu fiquei muito assustada, não sabia o que fazer. Mas tinha certeza, que o Murilo viria me buscar e me tirar desse inferno.

- Pra onde você tá me levando, por que você tá fazendo isso comigo?

- CALADA! – Nessa mesma hora, ele pegou uma corda e me obrigou a sentar em uma cadeira. Me amarrou, saiu e trancou a porta.

POV Murilo

Já estava no carro, procurando a minha Camila em algum lugar. Nem que fosse na China, mas eu iria salvá-la. (...)

POV Milla

Estava praticamente sem respirar. O porão era fedorento e muito abafado, não havia quase nenhum ar lá. Depois de alguns minutos, o ladrão abriu a porta com algo na mão.

- O que é isso? – Perguntei assustada

- Nada que te interessa, cala a boca e come logo patricinha. – Ele falou grosso e colocou na minha boca um pão com manteiga.

- Blér, eu não quero comer isso! Que nojo.

- Ou come ou morre de fome e o castigo fica pior.

Tive que comer aquela coisa nojenta, quase vomitei, e o ladrão tinha saído e me deixado trancada de novo.

POV Murilo

Droga, já tinha andado quase a cidade toda, e nada dela. Já eram 2h34min da madrugada, e as ruas estavam muito desertas. Com certeza ela estava fora da cidade.

Estava passando por uma avenida, quando me veio a ideia de entrar na floresta. Geralmente os sequestradores têm uma cabana abandonada ou algo assim no meio da floresta.

A floresta era densa e úmida, parecia um manguezal, só que com menos água. O farol do carro iluminava muito, o que me surpreendeu e me ajudou, claro.

Andei por um bom tempo, vagando pela floresta... Até achei um lago. Mas não importa, eu quero encontrar minha Camila! Se esse seqüestrador tiver feito algum mal a ela... Não respondo por mim.

Depois de andar muito, muito, muito mesmo, eu encontrei uma cabana, que tinha uma janela, uma escada descendo pra um canto, e uma porta, decidi arrombar a porta, quando entrei, tinha outra escada, e decidi descer. Tinha outra porta, e arrombei de novo e quando de repente...