O Herdeiro do Primeiro Peverell escrita por Britz Boll


Capítulo 4
Capítulo III - De Volta a Hogwarts


Notas iniciais do capítulo

Hey gente, saiu antes do que eu esperava. Corri e consegui terminar o cap. hoje, faltei a escola por invalidez ( tornozelo malz ) então tive um tempinho extra.
Espero que não tenha ficado muito corrido, mas já chega de falatório. Lá vai o capítulo, bem vindos de novo a Hogwarts! ;)



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Capítulo III

De volta a Hogwarts

O dia estava claro e fresco. As horas passavam rapidamente. Num piscar de olhos Harry, Rony, Hermione e Gina já tinham arrumado as malas e passavam com os carrinhos pela parede de tijolos da estação de King’s Cross, entre as plataformas nove e dez.

A plataforma 9 ¾ estava abarrotada de gente. Por todo o lugar pais ansiosos se despediam dos filhos, enquanto estes corriam apressados para embarcar no trem. O Expresso de Hogwarts soltava tufos de fumaça que embaçavam a visão de Harry.

Hermione parou no caminho apenas para se despedir dos pais na estação. Eles a haviam encontrado lá a pedido da garota que sentia muitas saudades o tempo todo. Pelo visto ela ainda não se desculpara totalmente por ter apagado a memória deles. Depois ela, Rony, Harry e Gina se precipitaram para dentro ocupando a primeira cabine vazia que avistaram.

– É tão bom estar de volta. – Hermione suspirou enquanto guardava sua mala no compartimento suspenso.

– Ah, é maravilhoso. – falou Rony sarcástico se jogando no assento perto da janela.

Harry já estava pra fechar a porta de vidro da cabine, quando dois vultos entraram tropeçando. Uma menina com longos cabelos loiros apagados ajeitava a toca que exibia o leão da Grifinória, e ao seu lado um menino rechonchudo segurava sua mão.

– Uau! Então é verdade. Vocês voltaram mesmo! – Luna olhava para Harry sorridente. Tinha numa das mãos um exemplar do Pasquim.

– Quer dizer, pensamos que eram só boatos. Parece que o trem inteiro já sabe que Harry Potter e companhia estão a bordo. – Neville se precipitou para um abraço rápido a cada um. – É bom vê-los de novo.

– Também é bom te ver Neville. – Harry deu um tapa amistoso nas costas do amigo. – E como estão as coisas?

– Ah, estão ótimas. Minha avó está eufórica desde que matei a Nagini. Ela me deu uma casa de presente, e o Sr. Lovegood e a Luna estão lá por enquanto.

– Uma casa? – perguntou Rony surpreso. – Que legal cara!

– Eah... – o menino sorriu. – Vocês podem ir lá qualquer dia desses. A Luna está decorando o lugar. E olha só o que ela me deu.– ele apontou para o pescoço onde um objeto circular, com uma pequena pedra incrustada no meio, balançava.

– É um brinde da edição do Pasquim desse mês. Protege contra os Zonzóbulos. – a garota explicou. – Eu tenho um monte e a casa está cheia também.

Já acostumado aos estranhos objetos que Luna portava, Harry apenas sorriu. E deixou passar o fato de os dois estarem de mãos dadas. Luna e Neville se despediram, alegando ir procurar um compartimento vazio.

O resto da viagem procedeu tranqüilamente. Mais que o normal. Uma estranha calmaria pairava no ar, intensificada pelo tom alaranjado do céu ao poente e pela brisa fresca que entrava na cabine pela janela aberta.

Quando já era noite, eles sentiram o trem desacelerar. Pegaram a bagagem e foram caminhando em direção a saída do trem, espremidos entre a multidão no estreito corredor do vagão. Do lado de fora contemplaram a vista já familiar: Uma pequena estradinha de terra se estendia sinuosa por entre a floresta, se perdendo na escuridão. No acostamento, uma ala de carruagens pretas aguardava os alunos e seus pertences, prontas para o íngreme percurso até os portões do castelo. Atrelados a elas estavam cavalos alados, esqueléticos e moribundos, invisíveis aos olhos de bruxos normais que passavam por eles despercebidos.

Os Testrálios eram completamente inofensivos apesar de sua aparência macabra, como Harry bem sabia. Ele ficara assustado quando começou a vê-los, logo depois da morte de Cedrico. Agora, já tinha se acostumado aos grandes animais, com os olhos pretos miúdos e a boca carnuda que adorava mordiscar carne fresca.

Um pouco mais a esquerda, Hagrid, com seu grande casaco de pele de texugo, dava seus gritos habituais para conduzir os novatos em direção a trilha que levava ao lago. Lá, os pequenos barcos faziam fila no porto, que não passava de uma simples estrutura de madeira nivelada com a água. Em cada barco, havia uma singela lamparina á gás no centro, e espaço suficiente para quatro a cinco pessoas. Não havia remos, e graças ao feitiço que lhes foi implantado, eles se movimentavam sozinhos diretamente para o ancoradouro da escola.

E lá no alto, Harry pode divisar o contorno do castelo com suas grandes torres e janelinhas iluminadas, cortando a escuridão da noite.

– Vamos fazer logo o trabalho e pegar uma carruagem, eu não quero ficar pra segunda viagem. – Rony se apressou para a multidão de alunos novatos que olhavam assustados para Hagrid, seguidos por Harry e Hermione.

Eles passaram quase uns quinze minutos conduzindo os novatos até os barquinhos. Harry teve problemas, um menino pequeno não parava de chorar dizendo que tinha medo de água, e o garoto aos berros tentava explicar que ele iria de barco e, portanto não iria chegar perto do lago.

– Vai com calma Harry. – Hagrid disse com um sorriso. – Logo, logo você pega o jeito.

Quando Harry finalmente conseguiu enfiar o garoto no barco, só restavam eles no píer. Os três se despediram de Hagrid e foram em direção a uma carruagem. O trajeto não durou mais de quinze minutos, e depois de muitos solavancos e curvas apertadas, os meninos desembarcaram. Passaram pelos portões de ferro, e após uma breve caminhada adentraram o castelo.

Harry reconheceu as estátuas que foram enfeitiçadas por McGonagall para ajudá-los na Batalha Final. Nenhuma delas mostrava indícios de um dia ter sido danificada por um feitiço, ou esmagada por um gigante. Estavam completamente incólumes. Pensando bem, Hogwarts em si estava inteiramente intacta.

As paredes continham o mesmo brilho que refletiam a luz dos archotes medievais. O piso estava lustroso, como se nunca alguém houvesse pisado ali. Os quadros saíam de suas molduras para conversar com os vizinhos, e no ar se espalhava um cheiro gostoso proveniente de alguns andares abaixo, na cozinha, onde dezenas de elfos preparavam o banquete da noite.


Hogwarts se reconstruíra.


Com um empurrão, Harry abriu as grandes portas de carvalho e entrou no Salão Principal. As quatro mesas estavam lotadas de alunos que riam e conversavam esperando, ansiosos, a hora do jantar. Ele, Rony e Hermione se dirigiram a mesa da Grifinória, onde foram cumprimentados por todos os seus colegas que fizeram grande alvoroço com a chegada deles.

Em tempo perfeito, assim que os meninos se sentaram a comida foi servida. Pratos e mais pratos de guloseimas, doces e salgadas, se materializaram na mesa. Cascatas de chocolate, bacias de ponche, jarras de suco e copos de cerveja amanteigada eram devorados com vigor. Logo ninguém mais conversava, ocupados demais em comer de tudo um pouco.

As portas do Salão se abriram novamente, dessa vez para permitir a entrada da Diretora McGonagall seguida por um grupo de crianças em capas e chapéus de bruxo, que olhavam admiradas o lugar, especialmente o teto encantado. Assim que chegaram ao extremo da sala, na frente da mesa dos professores, eles pararam para olhar um Chapéu velho e empoeirado em cima de um banquinho de madeira. Um rasgo se abriu, e o Chapéu Seletor falou alto para todos os alunos do Grande Salão:


“Uma vez nossa querida Hogwarts

A guerra conheceu.

Os inimigos avançaram velozes,

E de modo terrível a esperança se perdeu.

Foram tempos difíceis, foram sim

Grandes guerreiros pereceram

Ao mal sucumbiram

E tiveram seu fim

Bravos heróis, porém,

Que não desistiram de lutar

Com força e união

Defenderam a todo custo esse lugar.

Mas no desespero reinou a confusão.

Ataques por todos os lados,

O que fazer? Pra onde ir?

O leão poderia rugir

E suas garras mostrar,

Mas se tiver de fugir?

Com quem contará?

A cobra sorrateira,

Até poderia ajudar.

Não fosse o seu orgulho,

Poderiam, os dois, escapar.

O texugo, o amigo

Viria em qualquer hora

Leal e prestativo

Daria um jeito, e sem demora!

A águia iria pensar

Mas na hora da ação,

Planejar cada passo seu

Não seria a saída não.

Cada um tinha sua fraqueza,

Mas juntos ficaram invencíveis!

Ai de quem viesse,

Ai de quem enfrentasse!

E se hoje trazemos paz,

E felizes vivemos

É pra que não esqueçamos jamais,

O poder que, juntos, temos.”

Aplausos encheram o Salão, acompanhados de gritos de assobios. Na mesa da Grifinória, alguns alunos imitavam o Chapéu Seletor com bonequinhos de mão, fazendo piada com as rimas. Harry, Rony, Hermione e Gina riram, e logo depois se iniciou o processo de Seleção das Casas.

A cada aluno anunciado, as mesas das casas explodiam em vivas e aplausos, saudando o novo colega. Quando todos os novatos já estavam devidamente acomodados em suas novas casas, a Diretora McGonagall se levantou rumo ao tablado. Assim que chegou, as asas da coruja incrustada na frente do objeto se abriram, e todos no Salão fizeram silêncio.

– Bem vindos a mais um ano letivo na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts! – a nova Diretora saudou. - É com muita alegria que dou as boas vindas ao nosso novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, o Sr. Dumbledore.

Harry agiu num sobressalto. Levantou-se juntamente com metade dos alunos para tentar ver melhor a mesa dos professores. Murmúrios encheram o Salão Principal. Depois de deixar seu olhar vagar por toda a extensão da mesa, Harry finalmente encontrou quem procurava: um senhor de idade, barba branca, olhos azuis elétricos.

Só por um momento ele imaginou que Alvo Dumbledore, sabe-se lá como, havia voltado. Momentos depois uma decepção o invadiu ao perceber o seu equívoco, e o fio de sua inocente esperança se perdeu. Aqueles olhos que lhe encaravam não pertenciam a Alvo, pertenciam a...

– Aberfoth! – Harry exclamou um pouco desapontado.

– Cara, por um momento eu pensei... – Rony começou com a fala um pouco estrangulada. Ele tinha engasgado a simples menção do nome de Dumbledore.

– Eu sei. – Harry respondeu ao amigo enquanto voltava a se sentar. Ele deu um tapinha nas costas de Rony para ajudá-lo a se desengasgar. – Eu também.

McGonagall ainda estava prostrada no tablado, ela esperava que os estudantes assimilassem a informação. Assim que o barulho cessou, ela continuou a passar os avisos, completamente indiferente àquela interrupção.

- Este ano nós teremos algumas mudanças no período escolar. Primeiramente, os alunos do último ano não terão mais dois semestres de aula. - os estudantes comemoraram. Rony até se engasgou. De novo.

– Isso porque, - a Diretora continuou para descontentamento geral. – o ano letivo será integral.

- O quê? – Rony tossiu metade do sanduíche de volta para o prato. Hermione olhou com cara de nojo. – Ela só pode estar de brincadeira!

- Não se preocupem. – McGonagall disse em resposta aos muxoxos de desgosto dos alunos. – Quase nada será alterado. A única diferença é que depois que vocês voltarem das férias de verão, já farão os N.I.E.M.’s. E, para isso, os conteúdos das disciplinas serão adiantados.

- Isso significa menos tempo na escola? – Hermione perguntou baixinho.

- Isso significa mais aulas. – respondeu Harry a contragosto.

- E mais chatas. – Rony completou bebendo um grande gole de suco. Era a terceira vez que ele engasgava essa noite.

- E o segundo ponto é sobre o Campeonato de Quadribol. – a Diretora continuou. – A final do Campeonato acontecerá na volta das férias de verão. Os times podem continuar com seus treinamentos, e os jogos serão só no final desse semestre.

- O que? – Rony se engasgou pela quarta vez. – Ela... Só... Pode... – disse em meio à tosse.

– Estar de brincadeira. – completou Harry dando mais um tapa nas costas de Rony. O garoto deu um gemido de dor e olhou para Harry com a cara feia.

- Os professores concordaram com essa medida. – continuou McGonagall olhando desaprovadoramente para Rony que tinha a cara vermelha. - Como estamos mudando a programação do ano letivo, e de certa forma as matérias ficarão mais puxadas, devemos fazer o máximo para que o foco de vocês esteja nas aulas.

Harry não achava essa atitude de um todo ruim. Ele sempre tivera dificuldade em dividir o tempo do Quadribol e das aulas e esse ano ele não poderia vacilar. Tinha de obter os melhores N.I.E.M.’s que pudesse para fazer o teste para Auror no final do ano. Agora não era só a escola que estava em jogo, era a sua vida futura também.

– O Sr. Filch pede para avisar que mesmo com sua ausência o horário de ir para a cama deve ser respeitado. – a Diretora sorriu.

– O Filch não está aqui? – Harry se dirigiu a Hermione.

–Vocês não souberam. – Neville disse mais na ponta. – Ele e Madame Pince estão viajando. – o garoto completou sorrindo.

Rony colocou uma das mãos na garganta tentando jogar pra fora por meio da tosse o pedaço de chocolate que havia acabado de por na boca, a outra dava murros na mesa acompanhando o engasgo. O garoto ficou vermelho e Harry dessa vez deu um soco nas costas do amigo. Rony desengasgou e o pedaço de doce voou longe, indo parar num prato de uma garota na mesa da Corvinal. A menina olhou feio para os lados procurando o lugar de onde o objeto em seu prato havia saído. Rony se encolheu no banco.

– Mas que droga! – Rony exclamou estupefato enquanto tomava mais um grande gole de suco e se escondia da menina. – Eu sempre disse que eles estavam juntos! – sussurrou.

– Alunos novatos, e veteranos... – prosseguiu McGonagall dando ênfase na palavra dirigindo um olhar demorado a Harry, Rony, Hermione, Gina, Neville e Luna. – A Floresta Proibida ainda é para todos os casos, um local... Proibido.

–Ah cara... – Rony comentou do lado de Harry. – No dia que a Floresta Proibida não for mais proibida, ela não vai se chamar Floresta Proibida e sim... Sei lá... Floresta Liberada?

Harry riu. A Floresta Proibida sempre fora... Proibida é claro. Mas esse era um aviso constante no começo do ano. Os alunos novatos, em maioria, sempre sentem curiosidade pela Floresta sombria em torno dos terrenos do Castelo. Para Harry, porém, aquele lugar era fruto de muitas lembranças, boas e ruins.

– Agora podem continuar com o banquete e depois, cama! – A diretora voltou a se sentar. – E Sr. Weasley, - disse alto olhando para Rony. – tente comer mais devagar ou vai acabar morrendo engasgado!

Rony assentiu sem graça ficando incrivelmente vermelho. A menina da mesa da Corvinal tirou o pedaço de chocolate em seu prato com cara de nojo, percebendo finalmente de onde ele tinha saído.

Os quatro esperaram até Rony acabar com o prato de guloseimas e foram ficar na porta do Salão Principal a espera dos alunos novatos. Depois que fizeram um aglomerado eles guiaram os pequenos estudantes até o Salão Comunal, explicaram como passar pela Mulher Gorda, e onde ficavam os dormitórios. Quando terminaram só conseguiram deitar e dormir.

Harry só conseguia pensar no quanto era bom estar de volta.



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A noite estava escura e Harry estava exausto.

Fazia aproximadamente três horas que ele e seus colegas tinham trocado de roupa no vestiário e montado em suas vassouras para o treino de Quadribol. Ainda era a primeira semana no Castelo, mas Gina não perdera tempo. Escolheu os membros da equipe a dedo, e marcou o dia.

O time não estava exatamente o que se pode chamar de bom. Os jogadores voavam de um lado a outro do campo tentando desempenhar suas funções, mas na verdade só queriam ir pra cama. O cansaço não melhorava em nada o ânimo dos jogadores, e Gina cada vez gritava mais e mais ordens pra eles.

- Vamos Rony! – ela berrou quando o garoto deixou passar três Goles seguidas. – Até nossa tia avó cega defende melhor que você!

Rony fechou o cenho e Harry sabia bem por que. Os nervos do amigo sempre foram a flor da pele, ainda mais quando se tratava de Quadribol. Ele achou melhor encerrar o treino, ninguém estava mais concentrado, seria perda de tempo continuar. Na verdade o treino inteiro tinha sido perda de tempo. Harry deu meia volta na vassoura e foi em direção à Gina.

- Ginny, acho que já deu por hoje. – ele parou a poucos metros da garota que observava o jogo com atenção. – Estão todos cansados.

- Precisamos treinar Harry. – ela disse ainda sem olhar pra ele.

- Eu sei, mas forçar os jogadores a ficar é perda de tempo. – ele tentou convencê-la. Será que ela não percebia isso? – Além do mais, os jogos vão ser no final do semestre vamos ter tempo pra treinar. Dá um desconto.

- Tem razão. –ela suspirou rendida. Depois apontou a varinha para a garganta e anunciou para todos os jogadores. – É só por hoje pessoal. Muito obrigado. Até o próximo treino.

Os jogadores desceram até o gramado e desmontaram das vassouras. Pareciam dar graças a Harry por tê-los tirado de lá. Estavam sujos e cansados, os cabelos despenteados pelo vento completavam a aparência de desolação. Um a um eles entraram no vestiário e Harry e Gina ficaram para guardar os equipamentos.

– Se nós não melhorarmos não vamos ter a mínima chance contra a Corvinal. – a garota anunciou enquanto enfiava a goles na caixa.

– É Ginny, mas você não pode exigir tanto dos jogadores assim. – Harry disse suavemente. Estava começando a ficar irritado, nem ele próprio estava tão preocupado com essa partida contra a Corvinal. Gina não tinha nada que ficar fazendo drama. – É só manter um quadro de treinos leves, mas constantes, e quando chegar o jogo estaremos preparados. – disse como se ensinasse a uma criança.

– Tem razão, tem razão. – a garota fez a caixa com os equipamentos levitar ao seu lado e foi caminhando em direção ao vestiário. Harry lhe acompanhava de perto. – É só que... Sinto-me meio que no dever de ganhar entende?

–Ninguém gosta de perder as coisas. – Harry respondeu seco no momento em que chegaram ao vestiário. Os outros jogadores já tinham saídos ao ponto que ele e Gina estavam sozinhos no cômodo.

– Harry está tudo bem com você? – Gina perguntou preocupada com o tom de voz do garoto. Ela se sentou e fez menção pra que ele a imitasse. Harry sentou-se ao seu lado.

– Está. – ele disse vago, mas como a garota continuou a encará-lo ele acrescentou. – Acho que você devia relaxar um pouco sabe. O capitão é a alma de seu time e seu estresse está deixando todo mundo aborrecido.

– Eu não estou estressada! – respondeu num tom de voz mais alto. – Quer dizer que estou aborrecendo vocês?

– Não Ginny. – Harry disse desviando o olhar. – Só... Tente pegar mais leve ok? Não é justo esgotar os jogadores a esse ponto...

– Mas eu não tive intenção Harry! – se desculpou incrédula. – Acha mesmo que estava errada em cobrar um pouquinho mais de vocês?

O tom de voz de Gina era alto, e Harry não se sentia bem com a situação. O modo como ela falara com os jogadores, e como falava com ele agora era tão autoritário, tão arrogante. Pra começar ele é quem seria o Capitão se ela não tivesse lhe roubado o posto. E um verdadeiro Capitão deve estimular o time e não ficar fazendo charminho e xingando todo mundo. O garoto não agüentou e respondeu já se levantando:

–Acho. – disse alto. – Acho sim. Mesmo sendo a Capitã do time – ele desdenhou – você não tem o direito de impor treinos exaustivos dessa maneira!

–Então é esse o ponto! – ela se exasperou. – Você acha que eu não mereço ser a Capitã não é? O tempo todo você queria o distintivo para você!

– Isso não tem nada a ver. – Harry desviou perdendo os argumentos de repente.

– Claro que tem! O tempo todo era isso! – Gina ficou de frente pra ele. O garoto evitou encará-la. – O modo estranho como estava me tratando nos últimos dias, a implicância com os jogadores que EU escolhi, a cara de desgosto que fez quando marquei o treino. Tudo se resume a isso! Você não aceita o fato de perder em alguma coisa não é Potter?

Harry se manteve parado. Não tinha argumentos para conta atacar e Gina estava quase a beira das lágrimas. O garoto desviou o olhar novamente, não queria ouvir o que ela estava prestes a dizer.

– Será que sempre tem que ser o melhor em tudo? Essa sua mania de salvar tudo e a todos! – uma lágrima escorreu pelo rosto da garota. – Não pode aceitar que eu tenha sido escolhida em vez de você e ficar feliz por isso? Você é tão egoísta assim?

Ela esperava uma resposta, mas Harry não a tinha. Simplesmente não sabia o que dizer. As palavras de Gina o açoitavam, mais furiosas que o vento cortante que soprava lá fora. As lágrimas da garota não eram nada comparadas a angústia que Harry sentia naquele momento. Ele simplesmente não acreditava no que estava acontecendo. Ao fitar mais uma vez aqueles olhos castanhos ele perdeu toda a certeza que tinha sobre Gina. Sobre os dois.

– Talvez... – Gina começou em meio aos soluços. – Talvez seja melhor darmos um tempo. Um tempo pra você repensar suas prioridades.

A mente de Harry rodopiou. Ele nunca imaginara chegar a este ponto, mas também não via como sair daquela situação. Não encontrava palavras porque simplesmente não sabia mais o que queria.

– Vou considerar seu silêncio como um sim. – a garota se recompôs secando os olhos com a manga da blusa. Ela pegou sua mochila e foi saindo do vestiário parando apenas para dar uma última ordem. – Guarde o equipamento no lugar certo Sr. Potter.

Depois disso se foi. Deixando Harry desamparado na noite fria. Ele até pensou em correr atrás dela e pedir que ela voltasse, mas algo chamado orgulho o impediu. Ele não via onde havia errado e não achava que um pedido de desculpas falso iria adiantar. Pelo menos não por muito tempo.

Então ele somente ficou ali. Sozinho nos vestiários. Sozinho com seus pensamentos e incertezas.

Hogwarts já não parecia mais tão acolhedora.




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Notas finais do capítulo

E então?? Gostaram? Não? Me odeiam? Nada a dizer? inventa!! hsaushau, quero saber o que vocês acharam do cap.
Harry e Gina brigando, Abeforth como professor, a reconstrução de Hogwarts!! Tudinho, não deixe de comentar. Tem Luna e Neville tbm... Me digam, a fic dá pra continuar? *-*



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