O Herdeiro do Primeiro Peverell escrita por Britz Boll


Capítulo 39
Capítulo XXX - O Princípio do Fim


Notas iniciais do capítulo

Gente o que foi isso?! Meu coração quase parou com o Nyah em manutenção esses dias todos! :0 Estava tentando postar, e nada... O destino tentou de todos os modos possíveis me impedir, mas cá estou eu... Atrasada como sempre, mas estou, he! Sejam bem vindos de volta, olá antigos leitores, adorei os comentários do último capítulo - me encheram de ideias. Olá novos leitores, sintam-se a vontade na nossa fic!
Esse era o último capítulo da fic antes do epílogo, mas estava ficando enorme, por isso dividi. O próximo pedaço tá quase pronto, então divirtam-se!
Recapitulando... O Herdeiro do Primeiro Peverell revelou seus planos, e a batalha começou. Mas essa história não acaba aí! Qual será a carta na manga, que Crowe esconde? O que acontecerá a Steven? Charlotte ficará bem? Descubram!
Boa leitura pessoal! ;)



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Capítulo XXX

O Princípio do Fim

– O que vamos fazer? – Gina perguntou quando ela e o grupamento avistaram mais uma hora de recém-transformados se juntar à batalha, que aquela altura mais podia se classificar como extermínio.

– Não daremos conta de todos eles. – alguém disse.

– Não mesmo. – Neville concordou.

– Teremos de aguentar. – Gina tentou soar convicta, embora ela mesma não acreditasse tanto assim nas chances deles. – A Alvorada se aproxima, e eles voltarão ao normal. Essa é nossa única chance.

– Eu não acho que isso vá resolver. – Luna Lovegood ousou quebrar as esperanças de todos.

– Eu concordo com a Luna. - Hermione se surpreendeu. - Se tudo acabasse ao amanhecer, porque ter tanto trabalho para uma única noite de destruição? Qual o sentido de tanto caos se a Alvorada acabaria facilmente com tudo?

Ninguém respondeu a pergunta da menina. Talvez por puro desinteresse, ou talvez por começarem a concordar com ela.

–*-

A magnitude daquela batalha não correspondia com o número de participantes. O que aparentemente poderia ser uma luta rápida e decisiva se arrastava por minutos de caos no laboratório. A sala já tinha sido parcialmente destruída, exceto alguns tanques que, suspeitava-se, Mason teria guarnecido com feitiços.

Da parede derramavam-se várias essências mágicas, que escorriam misturando-se as outras e pingando no chão. Algumas composições exalavam uma fumaça densa e mal cheirosa, outras corroíam a superfície ao mínimo contato e algumas até mesmo causavam pequenas explosões. Não bastasse a luta em si, o próprio local onde a batalha se desenvolvia parecia querer engoli-los, como um grande caldeirão prestes a explodir.

A luta se dava se modo impiedoso. De um lado, Mason Crowe e seus capangas atacavam sem cessar; do outro Siger Crowe e os Aurores defendiam-se como podiam, perdidos naquela confusão, com medo de acertar sem querer a substância original da qual precisavam para o antídoto.

Os minutos se passavam tensos. Decisivos.

Fatais.

–*-

Harry Potter munido da Varinha das Varinhas por mais contraditório que parecesse, encontrava desvantagem.

A arma não respondia-lhe bem, e ora ou outra falhava um feitiço, ou saia-lhe fraco e sem pontaria. O bruxo suspeitava agora da veracidade das palavras de Mason, “Ela só responde a mim”. Bem poderia ser verdade, que a presença de Mason ali, ou talvez dos dois irmãos destinados à Varinha, causasse algum tipo de interferência no objeto.

O fato é que ele não poderia largá-la e usar a sua, tampouco dá-la a Mason ou Siger Crowe. Ainda não confiava o bastante no Chefe do Sétimo Esquadrão, especialmente depois de a história revelada. Para Harry, Siger era tão culpado disso tudo, quanto o irmão. Assim, só lhe restava lutar com a desvantagem da Varinha, tentando cada vez mais se aproximar do fundo da sala onde, tinha visto na mente do Lobisomem cativo, Mason guardava a substância injetável. Precisava dá-la a Malfoy depressa.

Toda aquela batalha profética poderia esperar, as pessoas estavam morrendo e dependia somente deles sua salvação.

–*-

Steven Morris deu um grito desesperado.

As suas forças esvaíam-se mais a cada segundo. O Auror estava estirado no chão em agonia, debatendo-se, dando socos no chão, sentindo as veias queimarem e os olhos arderem buscando aquele odiado brilho amarelo.

Por um momento ele desejou que acontecesse. Desejou sentir todo aquele poder, toda aquela energia fluindo dentro de si... Estaria livre então, de toda aquela dor, de todo o sofrimento. Precisava apenas deixar que acontecesse...

Então ele se lembrou. Lembrou-se da fera que os atacara na missão, de seus olhos demoníacos e das garras afiadas. Ele não queria se tornar aquilo. Não queria machucar ninguém. E por mais que doesse, aquele pensamento permaneceu vivo na mente do garoto, fazendo-o resistir à tentação.

Mas a dor era tão lancinante...

– Loren... – ele clamou no meio de sua agonia. Não sabia onde ela estava, nem o que estava acontecendo. Sua mente estava embaralhada, confusa, seu mundo girava, e os sons não passavam de um eco distante.

– Steven, resista! – a voz de Loren clareou um pouco seus pensamentos.

Steven abriu os olhos devagar, colocando uma força de vontade enorme neste simples ato. Viu a silhueta da garota lutando um pouco mais a sua frente, contra uma Jessica Aley maléfica. Loren tinha uma das mãos sobre a perna, estava ferida... O sangue escorria do ferimento aberto que ela não tinha tempo pra estancar.

Ele precisava ajudá-la. Mas estava fraco, e qualquer distração poderia ocasionar sua mutação, não podia arriscar. A raiva pela sua impotência cresceu dentro de si. Antes que pudesse impedir, Steven sentiu ela chegando.

Não, não, não...

Seus olhos arderam de uma forma indescritível. A dor perfurou sua alma, e o garoto desferiu um soco forte no chão. A superfície rachou pela força aplicada, e Steven sentiu uns dois dedos quebrarem. Aquela dor o distraiu um pouco, e por um momento os olhos voltaram ao seu verde original. Só por alguns instantes, porque segundos depois a dor da transformação o cegou novamente.

Ele sentiu as garras brotarem das unhas e perfurarem o chão. Gritando de agonia, chorando pelo desespero de lutar contra aquele poder indomável, Steven usou o próprio mal contra si. Suas garras afiadas passaram pelo seu braço, rasgando as vestes e lacerando a carne.

Urrou de dor.

As garras encolheram e os olhos voltaram ao normal, mas o bruxo ainda mais fraco pelo ferimento desabou novamente no chão, arfando, sangrando e suando frio. Observou Loren ainda lutando contra Jessica. Os olhos começaram a arder novamente, e Steven se preparou para mais um golpe de automutilação.

Aguente Loren, pediu no meio do seu sofrimento. Permaneça firme e eu resistirei por você.

–*-

Rony Weasley tentou de todas as formas trazer de volta a razão o seu oponente animalesco, Patrick Stane.

No começo da batalha o Auror receou em atacá-lo por ver ali mais uma vítima do que um inimigo. O problema era que o Patrick não pensava assim. Aliás, Rony suspeitava que ele não pensava de fato, cego pela Energia da transformação. A figura animalesca tinha uma força indescritível nos membros deformados, e uma agilidade impressionante. Rony poderia admirá-lo pelos seus poderes, mas para falar a verdade, ele o assustava.

Um ombro se projetava grotescamente acima do nível normal, repuxando o braço num ângulo estranho. Das mãos grandes, brotavam garras longas e afiadas. Os olhos tinham aquele brilho amarelo, e a boca exibia um conjunto de presas atemorizantes. Seu modo de andar era estranho, um meio termo entre homem e animal. Ora sobre duas pernas, ora sobre quatro, um rugido animal, um som humano.

Esse era Patrick Stane agora.

E Rony Weasley não poderia fazer nada a não ser continuar resistindo e tentando não ser contaminado pela fera. Atirando feitiços de contenção que não surtiam efeito algum, esperando que em algum momento o antigo Patrick acordasse. Não pensou em nenhum momento em pedir ajuda. Estavam todos em seus momentos decisivos, cada um com sua batalha particular, e as chances de fracasso eram iguais para todos.

Estavam mesmo no princípio do fim.

–*-

Chris Hareston sabia que aquilo não poderia durar por muito mais tempo.

Ou nós, pensou no meio da luta, ou eles. Logo um dos lados cairá, e o nosso parece o mais provável. Tenho que fazer algo.

Enquanto duelava contra seus oponentes mal encarados, o menino aproveitava para ter um panorama de toda a situação.

Caos era a palavra chave.

Feitiços que ricocheteavam por todos os lados, bruxos que se esquivavam, mais feitiços, objetos quebrados, sangue... Ele odiava aquilo. Esse lhe pareceu um pensamento um tanto quanto estúpido naquele momento decisivo, mas não pode evitá-lo. Chris Hareston detestava as coisas bagunçadas, fora do lugar, perdidas. E foi por isso que dividiu a atenção que dava ao seu oponente com o ambiente ao seu redor.

Chris estava tentado achar ordem no caos.

De onde estava podia ver Harry Potter duelando contra dois homens, um de grande porte, um pouco velho, mas extremamente ágil e outro esguio e bastante impulsivo. O garoto parecia estar encontrando dificuldades em enfrentá-los e de imediato Chris soube o porquê.

A varinha, pensou, já não responde mais ao Harry. Ele também não vai durar muito tempo.

Do outro lado Malfoy travava uma luta acirrada contra outro dos capangas de Mason. O bruxo parecia estar se dando bem, exceto pelo fato de ter claramente seus objetivos principais frustrados. Era óbvio que ele não se preocupava com a batalha em si, mas aproveitava cada brecha do inimigo para examinar as prateleiras em busca da tão cobiçada substância.

Esperto, mas nem tanto. Está perdendo tempo procurando por ali, algo tão valioso jamais ficaria tão exposto.

Perto dali, Rony Weasley enfrentava Patrick Stane, ou melhor, evitava Patrick Stane. Chris sabia que aquela era uma das batalhas mais problemáticas, pois não bastava resistir, o Auror tinha que ficar longe das presas e garras afiadas para não ser contaminado.

Ele está bem, mas não conseguirá fugir para sempre. Apenas uma pessoa pode enfrentar o Patrick transformado de igual para igual.

No outro extremo, Loren Price se virava do jeito que podia para proteger Steven. A perna esquerda tinha um ferimento gangrenoso, que a bruxa inutilmente tentava estancar com uma das mãos. Sua oponente, Jessica Aley, não lhe dava trégua, aproveitando a desvantagem da menina para tentar encurralá-la.

Ela sabe, Chris entendeu a lógica de Jessica Aley. Sabe que ele é o mais perigoso dos lobisomens aqui, e que se perder o controle nós não teremos chance. Ela quer chegar até o Steven...

Steven Morris.

Chris admirou seu esforço assim que se deu conta do que o garoto estava fazendo. Ignorando seu estado deplorável e a poça de sangue que começava a espalhar-se em torno dele, o bruxo parecia ter sucesso em evitar a transformação até agora. Hareston via as garras brotarem, os olhos faiscarem amarelos, até o momento que Steven impedia-os de continuar com uma força maior que o impulso da transformação: a dor. Ele estava se mutilando na esperança de permanecer humano, na esperança de não se transformar e de não machucar ninguém. E, como Chris notara, parecia dar certo, exceto pelo fato de logo não haver mais corpo para mutilar.

Quando Chris Hareston descreveu o estado do companheiro como deplorável, não fez uso de palavras ao acaso. Era exatamente assim que Steven estava. Extremamente machucado – por si próprio, o que era pior -, rosto arranhado, braços e pernas feridos profundamente, urrando desesperado toda vez que sentia a força tomá-lo. Se continuasse com aqueles golpes, ou se não curasse aqueles ferimentos logo, a situação se tornaria muito pior.

Ele vai morrer, Chris teve a certeza, se continuar se machucando desse jeito, não poderemos salvá-lo.

E por último, havia Siger Crowe.

Com magnificência, o Chefe do Sétimo Esquadrão enfrentava seu irmão Mason, e Chris observou certa particularidade naquela batalha. Era quase como se os dois estivessem isolados de tudo que acontecia no mundo em volta. Como se nada mais importasse, como se cada segundo da vida deles tivesse sido concedido exatamente para aquele momento. E talvez o fosse.

O fato é que havia algo de mais excepcional naquela luta. Chris Hareston dessa vez arriscava estar enganado, mas ao observar atentamente Mason e Siger duelarem, ele percebia que eles não se enfrentavam de verdade. Não, eles estavam lutando, sim, é óbvio, mas eles não tinham progresso no ataque um para com o outro. Como se as forças estivesses equilibradas, totalmente equivalentes. Na verdade, parecia-lhe, que eles não poderiam derrotar um ao outro, ou ao menos, ainda não.

Foi então que a ficha caiu. Todo o quebra cabeça montou-se na mente de Chris Hareston quase instantaneamente.

O choque da descoberta fê-lo vacilar um instante na defesa, e quase ser atingido por um feitiço de um dos seus oponentes. O Auror rolou para o lado, se esquivando por pouco do raio luminoso, escondendo-se atrás de uma das pilastras cromadas. Mais três feitiços passaram raspando por ele, até que ele saiu pelo outro canto, já atirando, conseguindo ferir o capanga da esquerda no braço.

Menos um.

O segundo de distração foi o suficiente para que Chris começasse a planejar. O outro capanga continuou atirando, mas ele tinha uma péssima pontaria, e, como não estava transformado, sua força não era lá tão intimidadora. Com um aceno, o Auror arremessou um caco grande de vidro que estava no chão na direção do homem. Este, com um sorriso maléfico usou um feitiço para se defender do objeto pontiagudo, ficando sem reação quando o pedaço se espatifou em milhares de fragmentos que voaram em alta velocidade pro seu rosto, perfurando diversas partes da pele exposta.

Menos dois.

Aproveitando-se da vantagem temporária, Chris tentou por em prática a primeira parte do seu plano. Usando um feitiço básico de localização, verificou se todos os Aurores estavam com os celulares-mágicos ativados. Eles não estavam ali, mas estarem ligados era o suficiente para o bruxo.

Depois de confirmar que todos estavam ativos, ele puxou o sinal que conectava os aparelhos às varinhas e conjurou um feitiço-chave. Agora todos eles estavam ligados por aquele feitiço, com exceção de Jessica, que tivera o sinal bloqueado por ele, e de Malfoy e Siger que não possuíam os dispositivos. Para os dois ele teria de dar outro jeito de passar a mensagem.

Chris Hareston observou os seus oponentes se recuperarem dos seus ataques, e se levantarem já prontos para continuar a batalha. Ele teria de ganhar mais tempo, de qualquer forma possível. Havia uma viga que sustentava parte do teto, alguns centímetros atrás dos homens. Aquilo poderia servir-lhe bem se conseguisse acertá-la. O problema era que lançar um feitiço lá o tornaria vulnerável e ele estaria morto antes mesmo de observar seu esquema dar certo. Olhou pra baixo, viu um pedaço de ferro do seu lado, do tamanho de um caldeirão. O Auror o segurou sobre o antebraço, quase como um escudo, e protegeu o rosto. Com a outra mão segurou bem a varinha.

Isso vai doer.

Contou até três, saiu do seu esconderijo, saltou rumo ao chão com a varinha em punho na frente. Lançou um feitiço para impulsioná-lo pelo piso cromado, ganhando velocidade estupenda, enquanto concentrava a magia, rumo aos atacantes. Surpresos, os homens saltaram cada um para um lado tentando evitar a colisão.

Chris Hareston sorriu, e encolheu-se atrás do escudo. Sentiu a pancada forte da batida contra a viga de ferro, e viu o objeto se romper ao passar direto por ele. A parte do teto cedeu, em grandes pedaços e blocos de concreto, soterrando seus dois inimigos. Uma grande poeira subiu no ar. O Auror chocou-se contra a parede oposta, desabando, um pouco tonto pela manobra. Largou o pedaço de ferro e levantou-se devagar. Pareciam todos tão envoltos em suas batalhas, que ninguém reparara em seu feito heroico.

Melhor assim, posso passar despercebido.

Evitando os feitiços perdidos que voavam pra todos os lados, Chris Hareston sacou a varinha e rapidamente fez um mapa mental do local, com a localização de cada um e o seu campo de visão aproximado. Tinha de haver um ponto onde todos eles pudessem visualizar a mensagem de uma só vez. Encontrou um meio termo próximo a um dos três tanques centrais e fez sua mágica.

Transfigurando os sinais mágicos emitidos pelos celulares, ele escreveu a mensagem em pleno ar, com a varinha. Através do feitiço-chave, apenas aqueles com os aparelhos poderiam visualizar seu aviso e apenas quando Chris o liberasse, dando ao mesmo o elemento surpresa que tanto precisavam.

Malfoy não era importante, ou ao menos não para a ótica de Chris. Ele seria capaz de entender se prestasse atenção nos colegas. Já Siger Crowe... Chris precisava avisá-lo de qualquer forma. Ele era fundamental para o sucesso do plano e igualmente para o fracasso do mesmo. Mas como fazê-lo ver a mensagem se ela estava criptografada apenas para os sinais dos celulares?

Por sorte, o próprio Siger já tinha lhe dado a resposta para esse impasse.

Maximum Potentia.

Chris não havia testado algo parecido antes, mas tinha de acreditar no poder daquela técnica. Ele era o mais avançado no seu uso no grupo de Aurores, até mesmo mais que Harry Potter. Se havia alguém capaz de fazer aquilo, era ele.

Agachou-se atrás de um dos escombros, e usando toda a concentração puxou a magia pouco a pouco de dentro de si. Quando a sentiu extremamente forte, murmurou:

Legilimens.

Sua mente foi sugada com um solavanco. O mundo se apagou para Chris por uns instantes, até que sua consciência fosse capaz de se adequar aquela dualidade. Pois enquanto uma parte da mente dele permanecia no seu corpo, a outra invadia a mente de Siger Crowe.

No início ele não pode ver nada. Estava tudo escuro e vazio. Chris tentou se mexer, e percebeu que estava preso. Não conseguia se locomover naquele breu, muito menos emitir algum som.

A mente dele está protegida, eu devia ter pensado nisso.

Sua respiração começou a ficar pesada, e ele reparou no próprio corpo. Parecia estar se desvanecendo, ficado a cada segundo mais transparente.

Estou gastando muita magia para ficar aqui. Preciso achar um jeito de avisá-lo depressa, ou tudo estará perdido.

Já um pouco fraco pelo uso de Energia, Chris forçou sua mente a forjar as palavras que precisava. Tinha de ser sucinto e claro, pois não tinha certeza de como a mente de Siger interpretaria suas palavras. Com seu último sopro de magia, resumiu o seu plano para dentro da mente do Chefe. Sem mais forças, sua presença foi repelida de volta ao seu corpo, e Chris abriu os olhos, arfante.

Estava feito.

–*-

Mason e Siger Crowe eram como duas peças similares de um mesmo quebra cabeça. Não podiam se resolver, tampouco podiam se ignorar. Naquele quadro havia lugar apenas para um deles, apenas um espaço vazio, que dependendo de qual dos dois o preenchesse, mudaria toda a paisagem, para o bem ou para o mal.

–*-

Siger Crowe sentiu uma oscilação na sua Magia Interior.

Mas o que...?

Houve um instante de estranhamento daquela Energia adversa que apareceu de repente dentro do seu ser. Até que as palavras chegaram à sua consciência num veloz impulso mágico e o reconhecimento o atingiu. Enquanto duelava contra o irmão, aproveitou uma brecha para localizar seu invasor de mentes, e lá estava.

Chris Hareston caído num canto, parecendo exaurido de magia. O Auror balançou a cabeça singelamente e Siger entendeu o recado.

O chefe do sétimo Esquadrão se atirou no chão para desviar de um feitiço que passou raspando sua orelha esquerda. Rolou duas vezes antes de se levantar com a varinha em punho já em contra ataque.

– Mason! - gritou. – Já basta!

– Está desistindo irmão? – o outro perguntou zombeteiro.

Siger Crowe fez um último movimento de Varinha, arremessando uma prateleira de ferramentas contra seu oponente. Mason esquivou-se, mas o momento foi o bastante para tirar a atenção dele, e desse tempo para que Siger fizesse seu movimento mais arriscado.

Erguesse ambas as mãos em desistência.

– Sim.

Toda a luta parou quase que instantaneamente. Todos olhavam descrentes para Siger Crowe, especialmente o grupo de Aurores. Mason dirigiu um olhar a Patrick Stane numa ordem clara de espera, e voltou-se para o irmão com curiosidade e um sorriso vitorioso no rosto.

– Cansado? – havia uma nesga de descrença no seu semblante. Parecia desconfiar da rendição fácil do irmão.

Siger Crowe não respondeu. Pôs calmamente a varinha no chão.

– Siger, o que pensa que está fazendo? – Loren explodiu.

– Isso não vai nos levar a lugar algum. – Siger disse ao irmão, ignorando a menina. – Essa luta é entre mim e você. Liberte os reféns, deixe os outros irem.

Mason riu. Os Aurores continuavam olhando a cena, perplexos.

– Então não passa de uma atitude nobre? Poupe os meus fluídos cerebrais Siger, eu sei o que planeja. – ele deu uma olhadela pro fundo da sala.

Siger engoliu em seco, temendo que o irmão fizesse algum mal a Charlotte ainda deitada, inerte, na maca. Mason pareceu se divertir com sua tensão, e fez um aceno teatral com a varinha; uma portinhola no chão se abriu revelando uma caixa metálica. Mason abriu-a, e um tubo de ensaio de conteúdo amarelo veio levitando até sua mão.

– Precisam dela. – disse aos Aurores enquanto girava a cápsula nos dedos. – E adivinhem? Esta é a última cápsula da substância original.

–*-

Com um aceno imperceptível de varinha Chris Hareston deixou a mensagem visível aos Aurores. Todos os olhares convergiram para o ponto comum onde as letras se desenhavam no ar. As reações ao plano foram adversas, mas eles não tiveram tempo de discutir a respeito, pois nesse exato instante Mason lançou seu trunfo, decidido a acabar com quaisquer esperanças que os bruxos pudessem ter de sair dali vitoriosos.

Toda a cena pareceu se desenrolar em câmera lenta.

O primeiro Crowe sorriu, abriu os dedos da mão que segurava a ampola, e o vidro começou a despencar rumo ao chão.

Todos prenderam a respiração. Chris Hareston bradou:

– Agora!

Os Aurores se movimentaram, o outro lado também. O vidro estava cada vez mais próximo do chão...

O momento era crucial. Um movimento errado e tudo estaria perdido.

A única certeza que ambos os lados tinham naquele instante era assaz inconclusiva:

O fim estava próximo.


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Notas finais do capítulo

Oh gosh, sinto xingamentos vindo para mim depois desse final! hsuahsuahsua'
Eu espero que todos vocês tenham gostado e que ainda sintam vontade de acompanhar...
Ficou tudo bem explicado? Se não, podem perguntar, e eu desfaço a confusão rs.

Obs.: Foi só eu que achei o Chris Hareston phoda nesse capítulo? hsauhsauhsau

Até a próxima pessoal, fiquem ligados que já estou a terminar o próximo. Mil e 3 beijos da Britz ^^



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