O Herdeiro do Primeiro Peverell escrita por Britz Boll


Capítulo 11
Capítulo IX - Aguamenti Explosivo


Notas iniciais do capítulo

Capítulo de esclarecimentos ou mais dúvidas... Espero que gostem! ;)



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Capítulo IX

Aguamenti Explosivo


Um arrepio involuntário percorreu a espinha de Harry. O homem se aproximava cautelosamente, com as mãos nos bolsos, sorrindo. Seu rosto brotou das sombras, cabelos loiros resplandecendo sob a luz do Sol.

– Instrutor? O que faz aqui? – Harry perguntou incrédulo.

Um par de olhos azuis tempestuosos se levantou para encarar Harry. Por um momento o garoto quase sentiu medo, mas depois se acostumou a sensação de supremo poder que emanava constantemente daquela figura sombria.

– Nada de importante, só passando o tempo. – o homem desconversou. – Que coincidência encontrá-los.

– Ah, fala sério! – Rony se exasperou, e olhou para Harry em busca de apoio. – Ele aparece no meio do bosque, a alguns metros da minha casa, bem depois de algo sinistro ter acontecido com nossas vassouras, e vem me falar de coincidência? Faça-me o favor!

– Então você não acredita no acaso Sr. Weasley? – o instrutor indagou paciente.

– Não. – Rony se virou para ele.

– Então decerto crê no poder do destino. – o homem finalizou e Rony se calou. Ele tirou a jaqueta preta e jogando-a na grama, alongando os braços em seguida. Olhou ao redor e depois apontou para a árvore. – Bela escalada Potter. Atrevo-me a dizer que nunca tinha feito algo parecido antes não é?

– Não senhor. – Harry constatou surpreso.

– Interessante.

– Quase fomos mortos... – Rony cochichou no ouvido de Harry. – Isso não me parece nada interessante.

O homem caminhou em torno deles, observando atentamente. Pisava na grama com cautela, como se um simples deslize pusesse tudo a perder. Ficou um pouco afastado dos garotos, e com um aceno de varinha convocou as vassouras para levitarem perto de si. Com outro gesto extremamente rápido na arma, as vassouras tremeram e depois caíram com estrépito no chão.

– Pronto. – o homem comemorou. – Problema resolvido.

– Foi você que enfeitiçou as vassouras. – disse Harry.

– Isso não me parece uma pergunta.

– Por quê? – o punho de Harry se fechara devido a sua raiva. Aquele homem quase os matara, e agora tinha a coragem de aparecer de cara limpa na frente deles.

– Digamos que foi necessário. – o homem sorriu, mas ao ver a expressão raivosa dos meninos se desconcertou. – Não se preocupe eu tinha tudo sobre controle. Foi só um teste. E vocês passaram.

– Um teste? – Rony se precipitou. – Já não basta raptar nossas varinhas, agora vem fazer testes suicidas! Somos o quê? Cobaias?

– Mantenha a calma Sr. Weasley. Eu repito: tudo isso não passou de um teste. E vocês passaram. – o instrutor tirou do bolso da calça duas varinhas, e as entregou aos garotos. – O que me leva a pensar que estejam aptos para completar o nosso treinamento habitual.

Com a varinha em mãos, o homem conjurou as ferramentas de treinamento da Sala Precisa: as duas mesas de madeira repletas de potes de vidro lacrados. Ele se posicionou atrás das mesas, e aguardou que os meninos tomassem a posição de costume.

Um desapontamento crescente tomou conta de Harry. Ele não esperava ter que repetir esse treinamento tão cedo, e ainda duvidava da eficácia do mesmo. Rony parecia estar tão entusiasmado quanto ele, pois movimentava com uma lentidão exagerada em direção a beirada da mesa.

– Senhor, fizemos isso durante todo o ano letivo. – começou Harry. – O que o faz pensar que agora vamos conseguir?

O instrutor colocou as mãos na cintura, e se mostrou um pouco apreensivo ao olhar para Harry. A impressão que o garoto tinha, era de que o homem estava calculando suas palavras para que não cometesse o erro de falar o que não devia. Após um momento de silêncio, a figura se deu por vencido, relaxou a postura com um suspiro e começou a esclarecer:

– Acho que algumas explicações são bem-vindas. – o instrutor conjurou uma poltrona de veludo vermelho, de aspecto bem formal, e sentou despreocupadamente pronto para iniciar um longo discurso. – Bom, desde que tomei posse de suas varinhas, eu venho... Observando-os.

– Estava nos espionando? – perguntou Harry.

– É... – o homem pareceu em dúvida se ‘espionar’ seria o termo correto, mas pareceu ignorar a reflexão, pois continuou rapidamente. – O fato é que, durante todo esse tempo eu estava a esperar uma oportunidade. Uma oportunidade de provar a vocês tudo aquilo que eu disse sobre magia. Essa chance é claro, só viria quando vocês estivessem em perigo e fossem obrigados a recorrer a “magia interior” para escapar.

– Magia interior? – Rony desdenhou.

– Pra todos os efeitos, sim. – o instrutor continuou inerente a intromissão de Rony. – Não encontro termo melhor para descrever esse poder. E agora creio que muito mais perguntas surgirão. Peço que não se calem, e pergunte tudo o que vier a mente.

Os garotos assentiram contentes com a possibilidade de finalmente obterem respostas concretas. O instrutor se levantou vagarosamente, e pôs-se a caminhar em volta dos meninos, do modo distraído que sempre fazia quando queria explicar algo. Ele parecia cansado, mas ao mesmo tempo ansioso, como se aquele fosse um momento a muito esperado.

– Da primeira vez que conversamos eu afirmei que a magia vinha de dentro de vocês, e que a varinha apenas canalizava esse poder. Correto? – os meninos afirmaram com a cabeça, e o instrutor continuou. – Esse é um dos motivos pelos quais “a varinha escolhe o bruxo”. É como se, ao ser tocada, ela medisse o ‘poder’ que aquele corpo contém. Pense nisso como uma espécie de sonnar. Ao medir a quantidade de magia, ela se manifesta como sendo, ou não, capaz de canalizar esse poder.

O homem gesticulava a todo o momento, tentando fazer com que os garotos entendessem. Harry se esforçava para acompanhar o raciocínio curioso do instrutor, e quanto mais pensava no assunto mais perguntas invadiam sua mente.

– Uma varinha demasiadamente ‘fraca’ não responde bem ao seu bruxo, pois grande parte da magia fica presa dentro dele. – continuou o instrutor. - É comum então que os feitiços ‘saíam pela culatra’, e que com um simples aceno de mão, lapsos da magia presa saiam explodindo coisas descontroladamente.

“Por sua vez, uma varinha muito ‘forte’ é, digamos, desperdiçada. O seu grande potencial fica inutilizado, pois o poder do bruxo ainda é pequeno demais. Ainda assim, é mais comum esse tipo de associação, pois algumas varinhas não consideram o poder ‘atual’ do bruxo, mas sim todo aquele que ele possuirá um dia.“

Harry se viu novamente na loja de Olivaras, vislumbrando o momento que com um aceno de varinha ele quebrou o lindo vaso com flores. “Uma varinha demasiadamente fraca não responde bem ao seu bruxo...”, dissera o instrutor. “... lapsos da magia presa saiam explodindo coisas descontroladamente.”

Agora ele entendia. Aquela varinha não era forte o bastante para o seu poder como a que lhe foi reservada. “A varinha escolhe o bruxo Sr. Potter,” lhe disse Olivaras naquele dia. “nem sempre fica claro o porquê.”Mas agora Harry sabia o motivo. Desde o princípio estivera destinado a ter um grande poder, e por isso a sua varinha foi a única que o aceitara.

– Isso explica também o porquê das varinhas não corresponderem muito bem quando trocadas de dono. – o instrutor prosseguiu. - Ela não ‘pertence’ de fato ao poder daquela pessoa. Se, porém, for tomada em batalha sua lealdade muda. E devido à derrota ela se desassocia do antigo dono, passando a se adequar ao poder do vencedor.

“E tudo isso, depende ainda, da madeira da varinha, composição do núcleo, forma de fabricação... Enfim. Disso eu não posso dar mais detalhes, pois eu mesmo os desconheço. Ainda hoje, as varinhas são repletas de mistérios. – o homem deu uma pausa, conjeturando sobre o que dissera. - O que posso afirmar é que o vínculo varinha-bruxo é algo muito mais forte do que se pensava. A varinha não deixa de ser importante, mas o bruxo que a doma tem igual poder.

Como é de se imaginar, uma varinha aos olhos de um trouxa, não passará de um pedaço de graveto qualquer. Isso porque, dentro deles não há magia e, portanto, não há nada que se possa canalizar. Logo, por mais que tenham uma varinha verdadeira, nada de sobrenatural vai acontecer. Esse é um dos fatores que nos mantém ocultos dos trouxas até hoje. “

O instrutor parou por um momento o seu monólogo e olhou para os meninos, seus olhos estavam franzidos como se achasse a falta de intromissão dos mesmos algo muito incomum. Como percebeu que eles não iam protestar, prosseguiu:

– A ‘magia interior’ é a razão de tudo. Ela é o começo da vida de um bruxo. Normalmente se manifesta na infância, mas há casos mais demorados. Ou pode até não acontecer, como é o caso dos abortos, um mistério a parte. Na infância, esse poder interior é bem mais acessível em sua totalidade, por se encontrar em fase de adaptação ao corpo da criança.

“O poder fica um pouco incontrolável, e pequenos acidentes podem acontecer até que se ajuste. É comum crianças fazerem as coisas levitarem sem querer, ou até mesmo aparatarem durante os sonhos inconscientemente. Mas isso não é algo que mereça preocupação, a maioria não se dá conta desse poder durante a infância, pelo simples fato de serem crianças. Mas, há exceções, claro.“ – o instrutor olhou inquisitivamente para Harry.

Harry devaneou em seus pensamentos. Lembrou-se de sua infância, de todas as coisas inexplicáveis que fizera sem querer: o incidente com a cobra no zoológico, como seus cabelos não se deixavam cortar por Tia Petúnia e aquela vez que aparecera de repente no telhado da sua escola trouxa. Na sua confusão de memórias, Harry se lembrou também de alguém que conhecera o “poder” ainda durante a infância.

– Tom Riddle. – ele falou alto.

– Sim. – o instrutor confirmou contente pela associação que Harry havia feito. - Voldemort é um bom exemplo de alguém que descobriu como usar a magia interior muito cedo. O menino Tom, pelo que me contaram, já tinha ciência de seus poderes e sabia controlá-los muito bem mesmo sem varinha. Além do mais era bem persuasivo e dificilmente não conseguia o que almejava.

– Mas o que persuasão tem haver com magia? – Harry indagou.

– Chegamos ao ponto. – o homem sorriu aliviado. – As emoções refletem diretamente na magia interior. Elas são responsáveis por atos mágicos inconscientes, que intensificam certas características que já possuímos ou até mesmo as desenvolve em nós. O poder persuasivo é uma delas. Se você souber como usar as emoções a seu favor, você pode modelar a magia interior e até certo ponto controlá-la.

– Então o que Harry fez na árvore... – Rony constatou.

– Sim, foi um exemplo claro do uso da magia interior.

– Então, - começou Harry. – uma pessoa normal não teria coragem de fazer aquilo que fiz.

– Normalmente não. E se você fosse uma pessoa normal não poderia alcançar a árvore.

– Mas eu só pulei. – Harry disse incrédulo. – Não fiz nada de anormal.

– Não considero “anormal”. Não estamos falando de super poderes ou algo do tipo. – o homem repreendeu, parando de frente para os garotos. - Estamos falando de algo bem mais complicado que isso. Estamos falando de magia. Quando você estava preso lá em cima Potter, duas emoções o dominaram: a sua determinação em sair daquela situação, e o seu senso de dever que gritava para que você salvasse seu amigo. Isso tudo misturado a adrenalina correndo em suas veias, fez a magia dentro de você se agitar e tomar a forma que precisava para ajudá-lo. Foi como se ela gritasse para sua mente: “Vai, você consegue!”.

– Está dizendo que quando saltei da vassoura eu estava fazendo magia?

– Sim. Mas não me entendam mal, as emoções não estão sempre ligadas a magia, mas na maioria das vezes elas a influenciam para o bem ou para o mal. É preciso anos a fio para que se dome esse tipo de poder, e controlá-lo totalmente é quase impossível. Além do que, poucos bruxos sabem da existência da magia nesse âmbito. Eles se limitam a pensar na varinha como um instrumento mágico, que em sua ausência os desprovê de todos os seus poderes. – o instrutor sorriu amargamente. – O que não é verdade.

– A magia é controlada pelas emoções? – perguntou Rony.

– Como eu disse, até certo ponto. Vou dar um exemplo bem próximo de vocês. O expecto patronum, é um feitiço que necessita de uma força a mais além da magia em si. Você deve ter lembranças boas fortes o suficiente para conjurá-lo. E quanto mais intensas estas sejam, mais poderoso o seu patrono será. Do mesmo modo acontece com as maldições imperdoáveis, é preciso muita vontade para usá-las além de pronunciar em voz alta. Mais alguma pergunta?

– O que o fato de pronunciar os feitiços tem haver com isso? – se manifestou Harry.

– Nomes têm poder Potter. – o homem sorriu intimamente. – Feitiços não verbais são uma artimanha muito útil, especialmente em um duelo. Mas é preciso prática para que ele tenha a mesma força de um feitiço pronunciado. Isso porque quando se diz o feitiço, fica de certo modo mais fácil domar a magia. E quanto mais intensidade se põe nesse nome, mais forte ele se torna.

O instrutor parou para observá-los, e percebendo que ainda estavam confusos se preparou para uma explicação mais clara.

– Nós, seres humanos, trouxas ou bruxos, muitas vezes expressamos nossas emoções por meio das palavras. Os nomes atribuídos aos feitiços não são por acaso. Além de definir a sua função, eles trazem consigo a melodia, que dita no tom certo intensifica o poder. O modo como se diz Avada Kedrava é bem diferente do modo como se pronuncia um Enervate.

– O mesmo acontece com nomes comuns? – perguntou Rony.

– Alguns nomes de bruxos, devido ao tamanho poder do mesmo são enfeitiçados para se tornarem um tabu. – ele se virou para Harry. - Você mesmo já presenciou isso Potter, na época negra do mundo bruxo qualquer um que pronunciasse o nome de Voldemort era encontrado rapidamente, isso porque seu nome era um tabu. Mas além de nomes enfeitiçados, existem também aqueles que possuem poder por conta própria. É difícil explicar, certas coisas estão além de nossa compreensão. – o homem terminou.

– Espera aí, então se eu tiver uma varinha forte significa que sou um bruxo poderoso? – Harry voltou tentando acompanhar.

– De modo genérico sim. O poder não é algo imutável Potter, ele é muito inconstante. O poder que você tem hoje, por exemplo, não se compara ao que tinha anos atrás. Ele pode aumentar, ou decrescer e a sua varinha como fazendo parte desse ciclo se adapta a essas mudanças constantes.

– Mas e a Varinha das Varinhas? – indagou Harry cauteloso. – O senhor sabe... A varinha mais poderosa de todas.

– Ela é um caso a parte. – o homem disse desconfortável. – A Varinha das Varinhas é invencível porque ela mesma carrega uma grande quantidade de poder, que como diz a lenda, foi herdado da morte.

– Sinto dizer que a história é muito mais que uma lenda... – Rony anunciou.

– Tolo é quem um dia pensou que fosse. – o instrutor respondeu, olhando nervoso para a copa das árvores. – Mas peço que não falem sobre isso aqui. Nunca se sabe quem pode estar a espreita.

Os olhos azuis do instrutor corriam de um lado a outro do bosque apreensivamente, como se a qualquer momento algo fosse saltar das sombras e atacá-los. O momento de tensão só foi quebrado quando Harry tentou continuar a conversa com outro assunto:

– Então... A ‘magia interior’ sempre se manifesta? - disse escolhendo uma pergunta aleatoriamente.

– As demonstrações de magia interior não são raras, - disse o homem despertando de seu transe. - mas muitas vezes nos passam despercebidas. Com o passar do tempo, as varinhas se adaptam a ela e passam a responder mesmo sem um comando explícito do seu dono. É quase como um instinto de sobrevivência. Diga-me Potter, quando saltou não sentiu algo de diferente?

Harry tentou se lembrar de qualquer coisa estranha que tivesse acontecido no momento do salto... Pensando bem, havia sim. Aquela sensação curiosa de algo o preenchendo, tomando seu corpo, invadindo seus pensamentos e ordenando que ele pulasse. Uma decisão inconsciente, mas que no momento ele tivera como a melhor.

– Acho que sim... – evadiu Harry, mas sob o olhar penetrante do instrutor ele confessou com um suspiro. – Sim, eu senti.

– Fico feliz em saber que o meu treinamento deu resultado. – o homem se aliviou.

– Como assim deu certo? – perguntou Rony.

– Como disse as demonstrações de magia interior, ainda que comuns, muitas vezes nos passam despercebidas. Ao privá-los de suas varinhas, eu tinha o propósito de mudar o foco de vocês. Fazê-los perceber o uso que faziam desse poder, mesmo sem saber. Sem o ‘canal’ que levaria a magia para fora, a única forma de escapar de situações inusitadas, como esta, seria recorrer a magia interior. O que, devo ressaltar, vocês fizeram com louvor. – ele olhou os meninos aprovadoramente. – Essa era a oportunidade que eu esperava, e peço desculpas por espioná-los. Mas é assim não é? Tudo para um bem maior.

Harry não sabia como se sentir. Tinha raiva por ter alguém os espionando todo esse tempo e que segundos atrás tentou matar ele e seu melhor amigo. E tinha fascínio pela teoria que o mesmo acabara de explicar. Era bom realmente saber o porquê das coisas acontecerem, e não somente perceber que acontecem.

O instrutor pareceu despertar de um sonho, e rapidamente fez sumir a cadeira de veludo se sentando no espaço que ela ocupara anteriormente, só que agora no chão.

– Bom, acho que vocês sabem o que fazer.

Harry e Rony mais uma vez tomaram suas posições. Harry fechou os olhos e se concentrou o máximo que pode. Definiu seu foco, e convocou a magia dentro dele. A chama brotou, e logo Harry a sentiu fluir para todo o corpo. Depois, brandiu a varinha, mirou num dos potes e liberando todo o poder gritou:

– AGUAMENTI!

Um jato d’água se materializou dentro dos potes, como se houvesse uma torneira aberta em cada um. Do seu lado Rony repetia o movimento, fazendo a água brotar no fundo dos recipientes, girando loucamente. Os garotos intensificaram o feitiço, aumentando a rotatória mortal do líquido dentro dos frascos.

A pressão foi tanta, que o vidro não foi capaz de suportar, se rompendo numa enorme explosão. Os bruxos, já precavidos, conjuraram um Protego para se resguardarem da avalanche de cacos de vidro e água que voavam pra todos os lados. Depois de passado o caos, o instrutor com um aceno displicente de varinha removeu toda a sujeira e levantou virando-se em seguida para os aprendizes.

– Muito bem, agora é hora de irmos.

– Para onde vamos? – perguntou Harry feliz pelo sucesso.

– Para o Ministério. O Processo de Seleção Especial de Aurores começa em instantes. – o instrutor disse enquanto apanhava a jaqueta de couro e comandava as vassouras de volta para A Toca.

– É hoje? Por que não nos falou antes? – Rony perguntou boquiaberto.

– Porque não perguntaram. – o homem cortou. – Melhor nos apressarmos. Uma boa impressão sempre conta na mesa de jurados.

– Não podemos ir. Temos de avisar o Sr. e a Sra. Weasley. Eles não sabem de nada ainda. – disse Harry.

– Não se preocupe Potter. Eu mesmo já os avisei. – respondeu, pondo-se a caminhar floresta adentro.

– Mas o senhor nem nos disse como serão os testes.

– Ah, vocês vão ver.

O instrutor não parecia disposto a revelar mais nada, pelo visto o seu monólogo para explicar a teoria tinha sido o suficiente de interação por hoje. Harry e Rony acompanharam calados até que chegaram aos limites do feitiço de proteção. De lá aparataram diretamente para o banheiro público que dava entrada para o Ministério.

O lugar estava vazio devido ao horário: a maioria dos bruxos já devia estar em expediente. Harry sempre achou estranho o fato de usar a descarga para chegar a um lugar de tamanha formalidade como o Ministério da Magia, mas mesmo assim entrou num boxe, subiu no vaso sanitário e o fez.

Um redemoinho de água se formou, o sugando para dentro. Dois ‘molhados’ segundos depois, Harry se encontrava ladeado por Rony e o Instrutor, numa grande lareira de madeira enegrecida que dava abertura para um grande salão de piso polido.

O lugar, repleto de bruxos e bruxas com vestes longas e formais, exibia um teto azul-esverdeado com vários símbolos dourados que se movimentavam constantemente, como um grande quadro de avisos no céu. Os três foram abrindo caminho por entre a multidão, que passava apressada rumo às escadas e elevadores mais adiante.

– Senhor, Kingsley pede que vá se encontrar com ele o mais rápido possível juntamente com seus convidados. Ele o aguarda no Departamento de Mistérios. – um rapaz franzino se aproximou afobado, depois olhou para Harry e Rony sorrindo surpreso. – A propósito é um prazer conhecê-los.

O rapaz estendeu a mão para os garotos, que desconcertados retribuíram a saudação. Depois, com um aceno de cabeça o instrutor o dispensou, levando os meninos em direção ao elevador vazio mais próximo. Ao entrarem uma voz melodiosa anunciou:


Nível oito: Átrio. Rede de flu, Pesagem de varinhas e refeitório. Bem vindo ao Ministério da Magia.


O homem apertou um botão e as portas se fecharam. Rapidamente o elevador se pôs em movimento e segundos depois se abriu novamente. Um corredor de piso de pedra se estendia diante deles, com largas colunas ladrilhadas. No fundo uma porta preta com uma maçaneta circular foi o motivo de muitas lembranças a Harry.


Nível nove: Departamento de Mistérios.


O instrutor saiu primeiro, e olhando por cima do ombro anunciou:

– A propósito, meu nome é Siger. Siger Crowe.




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Notas finais do capítulo

E então?? Muito confuso? Muito vago? Muito estranho? Muito nada?
Gostaram do instrutor? haha'
A propósito, o nome do instrutor se pronuncia assim: "Saiguer".
Bom, até mais. Kisses ;p



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