O Herdeiro do Primeiro Peverell escrita por Britz Boll


Capítulo 10
Bônus: Hogwarts uma nova história


Notas iniciais do capítulo

Pois é gente... Dez anos depois estou eu aqui cumprindo minha promessa. Mas eu não podia deixar passar essa... Demorou mas com a ajuda de uma querida amiga o cap. saiu...
Espero que gostem, aí está Hogwarts e sua reconstrução!



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Bônus:

Hogwarts: Uma nova História

Depois da Batalha Final o Castelo de Hogwarts ficara destruído. Pedregulhos estavam espalhados por todos os lados. O Pátio de Entrada se encontrava numa confusão de destroços. Cacos dos vitrais que antes ornamentavam as janelas se misturavam aos restos inertes do Castelo. As estátuas, espedaçadas, transformavam o lugar em um enorme cemitério de pedra.

Uma montanha de pedaços de parede fazia um bloqueio na entrada. As portas em frangalhos, não exibiam mais o brilho lustroso de outrora. Aqui e ali, manchas de sangue banhavam o chão coberto de terra pelo desmoronamento das muralhas de pedra. Os quadros foram completamente destruídos. Corpos se embaralhavam na decoração sombria, o lugar parecia abandonado.

Andar naquelas ruínas era algo nostálgico. Quem visse aqueles escombros jamais imaginaria um grande Castelo, onde jovens bruxos aprendiam as artes mágicas. Um lugar tão poderoso quanto a própria magia que o compunha. Um espaço acolhedor, que fora muitas vezes chamado de lar pelos pequenos alunos. Aquilo não se parecia em nada com Hogwarts.

Minerva McGonagall tinha uma tarefa difícil pela frente. Assumir uma escola em ruínas não era trabalho para qualquer um. Ainda mais depois dos eventos recentes. Ela passava apressada pelos corredores do Castelo, ou ao menos o que sobrara deles. Vez ou outra brandia a varinha para remover aqueles obstáculos que não conseguia transpassar.

Chegou em frente a gárgula e esta saltou para o lado sem a necessidade de senha. Uma bela hora para se fazer uma exceção, McGonagall pensou. A parede por detrás da estátua se abriu em duas, revelando uma escada em espiral que a mulher tratou logo de subir.

Abriu a porta de carvalho puxando a aldrava em forma de grifo, deu de cara com o aposento circular que era o único lugar no Castelo que continuava de certa forma, intacto. A sala do Diretor. Agora sua sala. As janelas deixavam entrar o brilho do Sol da tarde, e iluminavam todo o aposento. Na mesa com pés em forma de garra, encontrava-se uma confusão de papéis e flutuando mais na beirada a Penseira.

As pinturas dos quadros estavam ausentes, provavelmente estariam rondando as outras molduras do Castelo e ajudando a quem pudessem. A professora colocou o embrulho que trazia consigo em uma das mãos também sob a mesa e passou a fitá-lo um tanto triste. O Chapéu Seletor estava empoeirado, mas ainda continha a mesma aparência de sempre.

McGonagall andou pela sala, completamente apática. Seus sentimentos estavam confusos. Não sabia se deveria se sentir feliz por tudo ter acabado, ou se devia se lamentar pelos estragos daquele desfecho. Ela olhava pela janela em direção aos terrenos do Castelo, e mais ao fundo podia ver também o campo de Quadribol.

Era um cenário de destruição.

A Cabana de Hagrid jazia em frangalhos sem boa parte do telhado. Dali, a professora podia vislumbrar a figura imponente e barbuda de seu proprietário tentando restaurar as cercas de fora. Mais a frente, a Floresta Proibida fazia um cerco sinistro em torno da propriedade, ela estava mais silenciosa que nunca.

A mulher divisou o Campo de Quadribol, ou o que restava dele. As torres de observação foram queimadas durante a Batalha Final, o próprio Campo perecera sobre o incêndio daquela noite. O Círculo de Pedra ainda intacto fazia um grande contraste com toda a cena, era como se fosse uma estranha exceção à toda aquela destruição.

McGonagall deixou um sorriso tímido lhe roubar os lábios, logo aquele lugar escapara ileso. Ela se lembrava muito bem do trabalho que tinha com o Círculo de Pedra. Isso porque os alunos insistiam em usar o local como Campo de Duelos, e ela tinha que muitas vezes ir até lá e impedir que ferimentos graves acontecessem.

O abismo que ela via mais a esquerda, dias antes seria a Ponte Coberta. Mas disso não podia se lamentar, pois ela mesma havia pedido que Neville a destruísse para atrasar os Comensais.

O grande desafio estava lançado: de que modo reconstruir Hogwarts?

A Diretora não via como. A destruição havia sido quase que total, mesmo com muitos bruxos ajudando seria impossível uma restauração perfeita. Mas ela não podia desistir, simplesmente não podia. Aquele sempre fora o lugar mais mágico que conhecera. Aquele também era o seu lar.

Ela se virou pensativa, decidida a encontrar uma solução. Ela reconstruiria o Castelo pedra por pedra se fosse necessário. Antes que esse pensamento tomasse sua mente, porém, ela ouviu um canto baixo vindo do lado de fora da janela. Aturdida, abriu o vidro e um vulto avermelhado passou por ela adentrando veloz pela abertura.

Fawkes.

A fênix pousou sobre a mesa e McGonagall estendeu uma mão para acariciá-la. Era realmente uma surpresa para a diretora vê-la novamente. A ave inclinou o pescoço até a Penseira e piscou. Duas lágrimas caíram na bacia e tremeluziram em seu conteúdo.

McGonagall confusa olhou para o interior do objeto e viu algumas imagens se formarem no líquido. Lembranças? O que Fawkes queria lhe mostrar? Ela deixou o pássaro no seu antigo poleiro e voltou para a mesa. Arregaçou as mangas das vestes e segurando nas bordas da Penseira mergulhou em sua superfície.

Entrou em queda livre assim que seu rosto tocou o conteúdo do objeto. McGonagall deslizou veloz por flashes confusos de imagens até aterrissar na lembrança de Fawkes.

Estava na mesma sala de agora, mas em outro tempo. Uma Minerva McGonagall um pouco mais nova estava sentada na cadeira de visitas do aposento. Ela olhava apreensiva para a figura na janela. Então Alvo Dumbledore falou:

– Você se preocupa demais Minerva. – disse tentando acalmá-la. – Eu não corro perigo, estou perfeitamente seguro de más intenções dentro dos muros deste Castelo.

– Mas Alvo... – a McGonagall mais nova insistiu. Não era a primeira vez que tinham aquela discussão. – Já é o segundo ataque. O próprio Potter veio me alertar de sua desconfiança do Sr. Malfoy. Não podemos simplesmente ignorar. – como o diretor manteve silêncio ela persistiu um pouco comovida. – Se você se for... Hogwarts acabará.

Dumbledore saiu da janela ainda pensativo. Encaminhou-se até o poleiro de Fawkes e acariciou a fênix. Naquele momento as duas McGonagal’s tinham somente uma certeza: nada o faria mudar de idéia.

– Não se preocupe Minerva. – ele disse calmamente ignorando o aviso da mulher. – O que tiver de acontecer, acontecerá. E nada que fizermos poderá mudar isso.

Naquele dia McGonagall não havia entendido o real sentido por trás daquelas palavras. Mas não tinha dado importância, Dumbledore sempre falava esse tipo de coisa e ela imaginou ser apenas uma forma de distraí-la de seu intento. Agora, ela se sentia uma completa idiota por não perceber a dica do diretor. Ele havia contado pra ela seu plano, só que com suas palavras.

– O destino é algo traçado. – continuou Dumbledore ainda acariciando Fawkes. – Tudo que podemos fazer é conviver com ele. Mas nem tudo está perdido. – ele olhou para a mulher com uma urgência disfarçada. – As fênix têm poderes curativos e são criaturas extremamente leais.

– Sim eu sei. – McGonagall disse um pouco aborrecida pelo desvio de conversa. – Mas Dumbledore nós falávamos do Sr. Malfoy...

– Até hoje não se sabe a extensão de seus poderes. – o diretor continuou falando da ave como se aquilo fosse de suma importância. – São aves fantásticas!

– Realmente. – McGonagall completou rápido. – E enquanto ao Sr. Malfoy vou tomar as medidas cabíveis para que...

– Quando tudo estiver destruído, – interrompeu Dumbledore. – Fawkes reconstruirá.

– Como assim destruído Alvo? – a mulher perguntou preocupada. Até se esquecera do problema de Malfoy. – O que quer dizer com isso?

– As fênix renascem das cinzas. Fawkes tem uma ligação com este Castelo. – ele disse olhando as paredes fascinado. – E assim quando só houver caos e destruição, Fawkes trará novamente a esperança.

– Alvo do que está falando? – Minerva perguntou já cansada daquele enigma.

– Na hora certa saberá Minerva. – ele desconversou. – Basta apenas que se lembre de que Hogwarts sempre estará lá para aqueles que precisarem dela.

Depois disso ele tirou a ave do poleiro e a soltou pela janela. A lembrança se embaçou e se tornou manchas difusas de um céu ensolarado.

A diretora tirou a cabeça da Penseira ajeitando os óculos sobre o nariz. Embora conhecesse o castelo há anos nunca imaginara que fosse possível realizar magia de tamanha magnitude. Seus olhos encontraram os da fênix por um segundo e ela fez um pequeno aceno com a cabeça.

Não seria possível que Dumbledore houvesse pensado nisso também. Aquela dúvida insistente fez a mulher ficar fascinada com o planejamento de Alvo. Ele não somente guiara Harry até a vitória contra Voldemort, como também lhes dera uma chance de recomeçar.

Como que para confirmar seus pressentimentos, Fawkes pousou em seu ombro e cantou baixinho. McGonagall a conduziu até a janela e ela partiu.

A ave sobrevoava os terrenos de Hogwarts contemplando do alto toda a destruição. Sem mais delongas ela cantou. Um canto agudo, profundo. Um canto de esperança que preencheu toda a sala, todo o castelo. Minerva sentiu o corpo tremer, era como se a melodia viajasse pelo seu corpo, por suas veias. Abriu os olhos, aturdida e o que viu pela janela da torre jamais esqueceu.

Das mínimas pedras às torres caídas, tudo adquirira um brilho mágico, como se a essência do castelo estivesse presente em cada centímetro do local. Como num filme, os olhos embaçados pelas lágrimas da diretora, viam cada parte destruída do castelo voltar ao seu lugar. As estátuas ganhavam vida novamente, marchando de volta às fortalezas da escola. A poeira espalhava-se pelo ar, sendo levada junto das lembranças, das perdas.

Virou-se, caminhando em direção à fênix, que já encerrava o seu canto e assim como fizera no castelo, voltou no tempo. Suas penas encolheram, assim como o resto do seu corpo, mas dessa vez ela não voltou às cinzas. Você estava certo, Alvo. Você sempre esteve. – pensou Minerva, enquanto segurava entre os dedos um objeto metálico, propriedade do antigo diretor. Levantou o desiluminador e com um clique acendeu as luzes da sala.

A esperança retornara.




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Notas finais do capítulo

E aí pessoas??? O que acharam?
Bom, é só um bônus então ele não interfere no curso da história, só acrescenta informações.
Outros podem surgir, da parte do mal ou do ponto de vista de outro personagem... Enfim, sempre que for necessário umas coisinhas a mais eu posto bônus, isso é se eu não for encher muito o saco né?? hsuashausha'
Até o próximo cap. Não esqueçam de dizer o que acharam.
Beijos e Queijos '-'



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