–Alguém que com certeza sabe conquistar uma garota melhor do que você. –O loiro encarou Alice, que agora tossia e respirava com certa dificuldade. – Eu jurava que você ia dar um jeito nesse babaca sozinha. –Ele disse sorrindo.

–Eu estava quase acabando com ele, tá?

–Claro, deu pra notar. –Ele disse com um sorrisinho de canto.

–Você não tava aqui pra me salvar?

–Bem, não sou exatamente um príncipe em um cavalo branco.

–Ótimo, odeio príncipes. –A garota disse sorrindo também de canto.

–Bem, eu também.

–Os dois querem que eu saia e os deixe discutindo a relação a sós? –O moreno disse irritado enquanto puxava o braço da mão do loiro.

–Eu acho que seria perfeito. O que acha querida?

–Que você é meio pirado? –A garota disse rindo.

–Obrigado. –O loiro então piscou.

–Isso tá ficando ridículo. Cara dá pra você sair pra gente continuar nossa conversinha?

–Eu sairia se ela estivesse querendo “conversar” com você...

–Ora seu... –O moreno ergueu o braço e tentou socar o loiro, inutilmente, pois esse desviou e terminou acertando um chute em suas partes baixas. O moreno tentou agarrar a perna dele e derruba-lo, mas levou outro chute, esse na cabeça, e então ele caiu inconsciente.

–Anos de experiência em brigas de rua. –O loiro disse piscando para Alice. –Agora... –Ele se aproximou calmamente e pegou a mão dela com delicadeza. –Sua mão dói?

O toque dele era suave e causava alguns arrepiozinhos na garota.

–E-eu to bem, eu só... Valeu.

–De boa. –O loiro deu um leve risinho, mostrando seus dentes bem feitos. –Como eu poderia não salvar a bela dama que ficou me secando desde que chegou aqui?

–Eu não tava te secando, seu egocêntrico.

–Que pena. A única garota realmente interessante desse lugar não estava me secando como eu pensava.

–Sua namorada ia adorar ouvir isso. –A morena disse indicando a Lolita.

–Ela não é a minha namorada. –Ele disse sorrindo.

–Mas será mesmo que vou ter que dar um segundo fora hoje?

–Relaxa, eu só quero conversar. –O loiro sorriu e estendeu a mão. –Eu sou Layne Stan, e você é...

–Alice Kinney. –A morena disse enquanto pegava a mão dele meio séria.

–Bem, aqui tá tão zoneado que a gente tem que se falar praticamente gritando. Você não quer ir lá pra trás? O barulho quase não chega lá e tem menos casais... –Layne olha para o lado, onde uns casais estão praticamente se engolindo. –Menos casais em momentos de extrema doçura e romantismo. –Ele disse sarcástico.

–Bem... Ok.

Os dois foram para a parte de trás da mansão e enquanto passavam na frente do grupo de Layne um dos rapazes gritou um “maldito sortudo” e o grupo riu enquanto Layne mostrava o dedo do meio e a garota ficava vermelha.

–Hmm, você não estava mentindo. –Alice disse assim que ambos chegaram á seu destino. Havia poucos casais ali e o barulho era bem menos irritante.

–Mas e então, Alice. –Layne se sentou á beira da piscina e deu um tapinha no chão a seu lado, para que a garota sentasse. –Deixa eu te mostrar que nem todos os caras que estão aqui são tapados.

A garota se sentou sorrindo e os dois começaram a conversar.

–O que alguém legal faz nessa festa cheia de idiotas?

–Uma amiga me obrigou a vir. E você?

–Uma garota me obrigou a vir também.

–Hmm, sua namorada?

–Bem...

–Pode assumir, quando eu disse que a moça gótica era sua namorada você disse “ela não é a minha namorada” ao invés de dizer “eu não tenho namorada”. –Alice disse dando uma piscadela.

–Ok, eu assumo. Sim, vim com a minha namorada.

–Ahh sim. Ela não ia gostar de te ver flertando com outra garota.

–Mas isso é cruel, eu raramente acho garotas que sejam legais e bonitas ao mesmo tempo, e quando acho uma nem posso falar com ela? –Layne levanta as mãos e então as bate dramaticamente na cabeça. –Isso sem falar que você não pode me julgar, afinal quando eu te vi você estava com seu namorado.

–Namo... –A garota soltou uma gargalhada. –O Jerry? Não, não, não e não. Ele é um dos meus guarda costas, encarregado de me vigiar e contar tudo que apronto pro meu irmão.

–Sério?

–Yep, amigo de infância e parceiro de banda dele. Não rola clima entre a gente. Sendo assim, você é o único comprometido aqui.

–Droga. – Layne sorriu encarando Alice nos olhos. Os olhos castanhos dela se perderam em meio ao azul dos olhos dele, mas logo a garota virou o rosto. –Mas conversar não vai me mandar pro inferno, né? –Ele interrogou baixinho.

–Não se você for um menininho comportado.

Ambos riram e então passaram quase meia hora conversando, eles tinham muita coisa em comum, desde o gosto musical até alguns pensamentos em relação a vida, e ambos viravam o rosto depois de alguns segundos se encarando, como se não gostassem de olhar nos olhos de ninguém.

–Ei, sabe qual foi a primeira coisa que reparei em você? –Layne interrogou enquanto tomava um gole de uma bebida que alguns garçons haviam passado distribuindo.

–O que? E toma cuidado com o que diz pra não apanhar. –Alice disse sorrindo enquanto pegava o copo da mão de Layne e tomava um gole de seu conteúdo.

–E eu que sou pervertido né, mente suja? –Ele encarou Alice com uma expressão séria, e então alisou seu rosto, sem tirar os olhos dos castanhos á sua frente. –Seus olhos. Eles são tão... Vazios... E ao mesmo tempo tão intensos.

–Bem, então eles refletem os seus, pois é isso o que vejo no seu olhar. Intensidade e vazio, tristeza misturada com euforia... Você é um cara estranho. –Alice sorriu e então tentou desviar o rosto e afastar seus olhos, mas a mão de Layne estava em seu queixo e com gentileza não deixava seu olhar se afastar.

–Obrigado pelo elogio. –Layne riu e então voltou a encarar Alice. –Sabe... Fazia tempo que eu não ria tanto quanto tenho rido nesses últimos minutos.

–E faz tempo desde que alguém conseguiu me olhar nos olhos por tanto tempo e sair vivo. –Alice deu um sorriso triste e então encostou o dedo levemente na mão de Layne. –Também faz tempo desde que me senti tão á vontade com alguém. –A garota virou o rosto e fingiu indignação. –E quem diria que a pessoa que me faria me sentir á vontade seria um loiro convencido, meio palhaço, que tem esses olhos penetrantes e um sorriso charmoso e.. Digo... Eu...

Alice foi interrompida por dois lábios que se encostaram nos seus.

Layne na verdade nem sabia o porquê de estar beijando aquela garota. Ele não era infiel, ou pelo menos não até aquele momento. Mas o olhar, o jeito dela, a forma como falava... Tudo nela o atraía, como um imã.

No começo o beijo não foi correspondido, mas logo ele sentiu os lábios de Alice fazendo pressão contra os seus, e então Layne decidiu aprofundar o beijo, deu uma mordidinha leve no lábio inferior de Alice, que logo deixou os lábios semiabertos. Então ele a puxou mais para perto, deixando sua mão encostada em sua cintura.

Logo o beijo ficou intenso demais, havia desejo, curiosidade e uma certa urgência nele.

Os dois só se separaram quando o ar faltou para ambos.

–Isso é muito, muito errado. –A garota disse enquanto respirava com dificuldade. –Já ouviu falar em carma?

–Você não tem cara de ser alguém que acredite em carma. –Layne disse erguendo uma sobrancelha.

–Olha, sendo azarada como eu sou... Ah sei lá, vai sa...

Novamente a garota foi interrompida, o loiro voltara a beija-la, e agora com cuidado a fazia encostar-se à borda da piscina, ficando quase encima dela.

–Você fala demais. –Ele disse parando e analisando Alice.

–Olha, se você está esperando uma noite super hot, lamento te decepcionar. Não sou esse tipo de garota.

–Wow, sua mente não podia ser mais suja, sua perva. –Ele disse rindo e então voltou a beija-la.

Alice estava realmente apreciando aquilo, era meio louco, mas fazia muito bem a ela e era gostoso. Além do mais, fazia mesmo um bom tempo que ela não se sentia tão bem com alguém.

Layne voltou a morder seu lábio, com um pouco mais de força do que da primeira vez, ele estava solicitando a atenção da morena, que deu um gemido de protesto baixinho e como resposta enfiou a mão por baixo da jaqueta e da camiseta dele e então o arranhou, conseguindo arrancar um gemido do rapaz.

–Se você ficar fazendo isso vai ter que arcar com as consequências. –Layne disse dando uma leve mordidinha no queixo de Alice.

A garota voltou a arranha-lo e então mostrou a língua. Layne riu e então voltou a beija-la, colocando a mão por baixo da camiseta de Alice e fazendo uma trilha subindo sua barriga.