Born To Die escrita por Kris Raina Biebs


Capítulo 5
Capitulo 5 – Voice Of Heaven.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, sério gente! Tive de ir na casa do meu primo, e deu nisso :/ De qualquer forma, boa leitura ♥



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Engoli em seco, abaixando a minha cabeça conforme a sua voz preenchia o carro. Ninguém ali sabia a dor que eu estava sentindo ao ouvir a sua voz. Era como se uma faca transpassasse o meu corpo. Era horrível de um jeito irónico. Antes, eu gritava, chorava de alegria, quando ele aparecia na rádio. Hoje, eu queria me matar. Todas as recordações começaram a aparecer em minha mente, e logo senti meu rosto ficar quente.

Tapei os ouvidos e fiquei cantarolando uma música de ninar para mim mesma. Pelo canto do olho, pude fitar Bridgit e Renée e me olharem compreensivas. Respirei fundo e limpei as minhas lágrimas com o torso da mão e logo a música acabou. As long as you love me acabou. Retirei as minhas mãos de meus ouvidos respirando fundo.

"E aí foi As Long As You Love Me de Justin Bieber. Ah, bons tempos. Ainda não se sabe ao certo o que aconteceu com ele, mas as suas fãs estão muito tristes, e já passou um ano. Quem sabe, algum dia o Justin Bieber explique o motivo de ter saído a correr num local onde iria ter um concerto no Brasil? Enfim. Só falta acreditar que ele está feliz, né? De qualquer maneira, a seguir, Starships de Nicki Minaj!"

Meu corpo tremeu. Só tinham referido uma pequena parte de todo o acontecido. Minhas suspeitas estavam correctas; ninguém sabia de nada. Justin nunca mais foi visto nesse último ano. Acho que chegou a hora de eu finalmente explicar o que se está a passar…

Flashback ♫

–Eu… Justin falou encarando todas aquelas garotas com uma expressão confusa. Me inclinei perante a Tv. Ele não estava bem. Eu sabia disso.

Ele fechou as suas mãos em punho, e todas as raparigas se calaram.

Era uma transmissão antes do concerto que ele fazia no Brasil, em Rio de Janeiro. Ao inicio queria fazer uma simples entrevista com ele, e ele aceitou. Logo eles acompanharam Justin até ao BackStage, onde ele esteve explicando como as coisas do concerto funcionariam. Mas depois, ouviu-se um choro estridente e Justin correu até a garoto chorando depois de ter gritado alguma coisa que ninguém compreendeu. Depois a transmissão foi cortada, e aí… só voltou quando ele estava no palco.

–Eu… não sei o que deu em vocês. – ele falou nos encarando assustado. Elas tentaram falar alguma coisa, mas ele interrompeu. –PORQUE VOCÊS FIZERAM ISSO, ME EXPLIQUEM? Eu já devia saber que vocês, todas as minhas Beliebers, não eram o que eu esperava! VOCÊS NÃO PASSAM DE UMAS GAROTAS IDIOTAS QUE SÓ ME AMAM POR UM SER BONITINHO! – ele falou, com o rosto vermelho e suado por causa da raiva. Aquilo estava doendo. –Isso não é só para minhas fãs brasileiras, é pra todas elas! TODAS! Vocês me desapontaram… – Justin falou e logo limpou a face molhada, desta vez, pelo choro.

Elas começaram gritando coisas como "O que você está falando?" Ou mesmo o seu nome, mas ele apenas pegou na mão de Luíze, e aí eu percebi tudo. Ou pelo menos, tentei perceber. Ela tinha o rosto machucado, em tons de azul como um enorme hematoma. Um de seus olhos estava roxo, e Justin apenas mostrou Luíze a elas. Quer dizer, a todo mundo que estava assistindo.

–E ASSIM QUE VOCÊS RETRIBUEM O MEU AMOR E DEDICAÇÃO? – aquelas palavras doeram. Imenso. Luíze olhava para baixo, chorando.

Então eu percebi. Luíze tinha mentido que tinha apanhado de um grupo de Beliebers. A maior parte delas. Daí a raiva e o desentendimento de Justin. Ele correu para fora do palco e Luíze o seguiu. Então a transmissão acabou. Justin era cego. Ele amava Luíze, mas ela só queria ser o centro das atenções. Ele era um rival para ela. Ela precisava de fama e de derruba-lo para fora do "jogo".

Simplesmente desliguei a televisão e encarei os posters de Justin no meu quarto. Logo o choro que tinha prendido saiu, e eu chorei como nunca tinha chorado antes. Eu sabia. NÓS sabíamos. Justin era um brinquedinho de Luíze, e ela conseguiu. Ele nos odeia.

Flashback ♫

Respirei fundo e descansei a minha cabeça na janela. Pra que reviver esses momentos? Já haviam rumores que ele devia se ter suicidado, porque ninguém o encontrou mais. Meu sofrimento? Você não imagina.

***

–Chegamos. – Renée falou sorrindo para nós. Forcei um sorriso falso e saí do carro calmamente, logo encarando o café onde nós iríamos jantar, porque era demasiado tarde para fazermos o jantar.

Ficara combinado que antes de irmos para nossa nova casa, iríamos passar num café qualquer para jantar.

–Podemos jantar no lado de fora, pode ser? – Bridgit perguntou e mamãe assentiu, caminhando para dentro do café.

Me sentei numa cadeirinha numa mesa de quatro lugares e Bridgit de sentou na minha frente. Fiquei batucando meus dedos na mesinha de plástico enquanto que Bridgit me fitava calorosamente. Mesmo depois de quatro horas de viagem depois do acontecido, ela ainda sabia que eu estava afectada. Muito afectada, na verdade. Ela me conhecia demasiado bem para isso.

–Hey.. você está bem? – ela falou solenemente para mim, enquanto que fitava alguma coisa atrás de meus ombros.

–Sim. Obrigada. – ela me encarou fundo nos olhos e suspirou.

–Eu sei que você não está bem. Pra quê mentir? – ela falou decepcionada. Respirei fundo e encarei a mesa, logo colocando minha cabeça entre meus braços. –Você pode ser irritante ás vezes, mas eu ainda te amo e você pode confiar em mim. – ela falou e eu sorri de canto.

–É a primeira vez que essa cabeça de cabelos loiros fala algo bonitinho pra mim. – falei manhosa e ela riu, me encarando divertida depois.

–Incrível como você não está bem e não perde o seu sentido de humor. – ela falou e eu ri sem graça.

–Incrível como você percebe que eu estou mal mesmo estando rindo. – ela deu de ombros e voltou a encarar alguma coisa por detrás de meus ombros. –O que está encarando? – falei curiosa. Ela sorriu pra mim.

–Olha pra trás, naquela mesinha ali. – ela apontou com o dedo disfarçadamente. –Mas disfarça! – ela falou fingindo uma raiva inexistente e eu olhei disfarçadamente para trás, e ela suspirou de alivio por eu ter obedecido a suas ordens.

Atrás de mim, numa mesinha um pouco distante, para o local não ficar muito apertado, estava um garoto batucando os dedos na mesa, como eu fazia á pouco. Ele usava um gorro azul escuro tapando seu cabelo e metade de sua cabeça, quase cobrindo os olhos. Por cima do gorro, ele ainda vestia um casaco azul escuro com um capucho, e ele tapava a cara. Por debaixo de casaco azul escuro desapertado, ele vestia uma camisola moletom cinza, com a carinha dos Smurfs. Ele escondia o seu rosto, o guardando sobre sua mão útil enquanto que encarava a mesa. Ele parecia solitário, triste. Daquele tipo de pessoa que não tinha amigos. Mordi o lábio inferior.

–Acha que o devemos chamar para jantar connosco? Ele não está comendo nada… – falei, e me surpreendi com o tom de minha voz. Já não estava monótono, estava preocupado…

–Talvez. Mamãe não se iria zangar. – ela falou compreensiva. Ela sorriu de leve e eu sorri de volta. –Ei, garoto! – ela gritou para o garoto que tremeu como que se tivesse levado um susto.

Ele nos encarou assustado, como que se estivesse á espera que iríamos fazer troça dele. Ele já devia estar habituado a isso graças á expressão no seu rosto. Sorri amigavelmente e ele pareceu relaxar, mas só um pouquinho.

–Está falando comigo…? – ele perguntou com a voz abafada, depois de ter limpado a garganta.

–Sim. – falei sorrindo para ele. –Quer se sentar connosco? Parece triste. – falei e ele encarou a mesa de novo.

–Se você quiser, então… – ele falou com a voz abafada como sempre. A voz dele era um pouco rouca e linda, e me trazia um sentimento de dejá-vú, mas eu não tinha ouvido a sua voz. Talvez porque ela estava abafada.

–Queremos sim. Não vai incomodar nada. – Bridgit falou e ele suspirou, se levantando até nós.


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