Entre O Amor, A Razão E O Coração escrita por Vanessa Fontoura


Capítulo 4
Capítulo 4. Mais um primeiro dia


Notas iniciais do capítulo

"Me virei para trás, um garoto vestido com o uniforme do time de futebol tocava meu ombro, o sorriso de 100 watts iluminando toda a escuridão da minha solidão."



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Aquelas janelas de vidro às vezes eram um pouco inconvenientes, faltava uma hora para o despertador tocar e mesmo assim o sol me acordou. E ele me despertou de um sonho.

No sonho, eu estava em uma ruela escura, a água corria no chão para o esgoto, havia muita sujeira ali. Eu corria de alguma coisa, ou alguém, corri o mais rápido em direção a luz amarelada logo mais a frente com medo de ser pega e principalmente do que fosse acontecer caso acontecesse, sem olhar pra trás eu estava chegando perto da luz, mas uma mão me puxou de volta para a escuridão.

Lembrando do sonho eu estremeci. Estiquei a mão para pegar meu celular na cabeceira da cama, mas me lembrei que eu não estava mais na minha antiga casa, não era mais a minha mobília. Olhei para o lado e lá estava o celular no criado-mudo branco, mobília fofa. Quando fui ver a hora, cinco e meia da manhã, que desperdício de sono.

Como será que meu pai está se sentindo?

A julgar pela situação, espero que esteja feliz.

Há muito a que me preocupar aqui, como por exemplo, o primeiro dia de aula. Em Los Angeles eu estudava em uma escola particular, pessoas ricas e frívolas que não combinavam comigo. Eu passava a maior parte do tempo trancada no estúdio de música da escola com Marcus, meu professor de música. Ele era um homem interessante, quando o conheci eu tinha acabado de entrar na escola e ele já estava se formando. Três anos depois, quando entrei para o ensino médio ele entrou para o corpo docente como professor. Nos conhecemos melhor lá, ele aperfeiçoou a minha técnica como violinista e também me fez criar uma paixãozinha secreta por seus olhos negros e penetrantes. Tenho mania de gostar de tudo o que é proibido, tudo o que não é pra mim.

Como aqui na Virginia estudarei em uma escola pública, estou um pouco nervosa. Tudo parece que é novo. E de certa forma sinto como se estivesse entrando na pré-escola outra vez. Emily concordou em me emprestar o carro para ir para escola, pelo menos eu poderei me misturar com o modelo simples dela. O carro de minha mãe foi a única coisa que não mudou, por que até o visual dela mudou com o casamento. 

Cat subiu na cama com seu jeito manhoso, o seu pelo azulado estava refletindo o arco-íris quando o sol o tocava. Ele se aproximou de mim miando, devia estar com fome. Levantei da cama e fui até a porta que dava para o banheiro que eu dividia com o tal Logan. Não o conheci ainda. Tomei um longo banho, lavei dos cabelos a alma. Quando voltei pro quarto, me enfiei dentro do guarda-roupa tentado achar algo que não fosse tão inadequado para um primeiro dia de aula.

Vestida de jeans escuro e uma blusa azul de regata, bem básica eu me dirigi a cozinha com Cat no colo, ta aí um cômodo importante da casa que eu ainda não tinha visitado. O apartamento estava silencioso, e pelo o que eu pude perceber não havia ninguém acordado ainda. Já na cozinha, dei ração para o gato e preparei meu café da manhã, o suco de laranja estava em cima da mesa, sinal de que alguém já tinha saído de casa.

– bom dia.

Levei um tremendo susto me virando em direção aquela voz.

Enfim conheci o tal Logan. É ele realmente era parecido com o pai, e como era alto. Para olhar em seus olhos eu teria de subir em um banquinho. O garoto não tinha cabelos negros e brilhantes, estava mais opaco e meio molhado, pelo jeito havia acabado de tomar banho. Um leve nervosismo tomou conta de mim, lembrei que eu não havia trancado a sua porta pelo lado de dentro do banheiro, se ele quisesse teria me observado tomar o banho muito bem. Afastei aquele pensamento e respondi “oi”

Ele esfregou os olhos, pude notar a cor, não era azul, era acinzentado. Ele pegou o cereal no armário e agiu como se já me conhece há tempos sem nem mesmo perguntar qualquer coisa pra mim, encheu a tigela pôs leite e saiu em direção à sala.

Agi o mais normal que eu pude, fiz uma torrada servi o suco e me sentei á bancada da conzinha. Logan estava assistindo TV enquanto comia. Ele era um menino estranho. Quando terminou o cereal ele jogou a tigela na pia sorriu pra mim e voltou pro quarto. Lavei a minha louça e a dele, nem sei por que fiz isso. Voltei pro quarto e não deu nem 10 minutos minha mãe estava batendo na porta.

– entre. – eu falei.

Ela entrou no quarto, estava pronta para um dia de trabalho. Mas no que será que ela trabalhava?

– dormiu bem?

– sim mamãe. – respondi.

– er... Bom, vim te desejar uma boa aula hoje, e entregara chave do meu carro. – ela entregou a chave decorada com florzinhas. Bem coisa da minha mãe. – e também, te falar um pouco da rotina da casa. O Fred sai bem cedo, as cinco, você deve sair às sete se não quer se atrasar, eu saio esse horário e levo o Dan na escolinha antes de ir pra galeria de arte.

– você trabalha na galeria?

– aham.

– que ótimo, vou dar uma passada lá depois da escola. – ela concordou.

Talvez não fosse tão difícil conviver com a minha mãe, pelo menos não com a minha versão nova de mãe. Ela parecia estável e tranquila, não estava mais desleixada e o fato do apartamento estar tão arrumado me intrigava. Nunca fui uma pessoa curiosa, mas acho que isso estava mudando. Havia muitas perguntas que eu gostaria que fossem respondidas. Como por exemplo, o que há de errado com o filho mais velho? Ele me parece tão distante e diferente do irmãozinho. Claro ficaria com essa pergunta pra mim mesma responder com especulações, pelo menos era algo com que ocupar a cabeça.

Depois de me dar as instruções minha mãe foi trabalhar, Daniel deu uma passada no meu quarto para me dar um beijo de bom dia, que criança adorável! Esperei até que o relógio marcasse sete horas peguei as chaves do carro e fui à escola, aparentemente eu estava sozinha, nem Logan estava mais ali.  Fechei o apartamento e me dirigi ao elevador. No quarto andar entrou uma menina, no terceiro andar um homem de meia idade e enfim chegamos ao térreo.

Sr. Bekster estava conversando com o carteiro, ele acenou pra mim quando passei como um jato em direção ao carro da minha mãe.

Lá estava ele o New Beetle vermelho dela, carinhosamente apelidado por mim de Joaninha. Ele me lembra muito o inseto. Entrei no carro e dei partida. Sem saber muito bem onde estava indo, eu circulei algumas ruas até encontrar o centro da cidade, lá ao longe eu vi a placa indicando a escola, um grande fluxo de carros circulava por ali. E não eram carros feios e antigos, eram novos e bem atuais, como o Volvo preto que passou cantando pneu do meu lado, no volante um garoto mal encarado de óculos escuros. Continuei devagar indo ao encontro da esquina que eu teria de virar para chegar a escola.

A cidade não mudara tanto, pelo menos o centro, por que o bairro da minha mãe...

E novamente aquela sensação de coisa nova. Não sei por quanto tempo mais eu ia agüentar essa insegurança toda. 

Ao dobrar a rua o interminável fluxo de automóveis estava se dirigindo ao estacionamento de uma grande escola. Nas calçadas, adolescentes e pré-adolescentes andavam conversando, rindo e brincando, olha, um cenário que eu não imaginava ver por ali.  Segui em frente observando tudo o que se passava. Enfim seguindo os carros eu cheguei ao estacionamento.

Avistei uma vaga, levei Joaninha até ela, quando em uma fração de segundos, levei uma cortada na frente e o Volvo preto estacionou na minha vaga, toquei a buzina indignada com a atitude do motorista que saiu do carro sorrindo para todo mundo que estava olhando a cena, ninguém disse uma palavra e nenhum xingamento pra ele. Virei a direção do carro e encontrei outra vaga mais longe do prédio da escola. Estacionei a Joaninha ali e desci do carro com a minha bolsa.

Estava difícil me encontrar nos prédios da escola, havia três, segui algumas placas que me levaram a secretaria. Bom, secretaria era o lugar certo para uma novata ir. No prédio onde eu estava não tinha nenhum adolescente, ou quase nenhum, digo que o fluxo era pouco.

A moça negra que estava atrás do balcão me atendeu muito sorridente. Ela era bonita, tinha cabelos encaracolados à altura do ombro e olhos verdes, o que dava pra se ver muito bem que eram lentes, mas mesmo assim a deixava bonita.

– o que deseja?

– sou Katherina Petrova, sou nova por aqui então...

– Kath! – disse a moça animada.

– sim. – concordei meio espantada, será que eu conhecia aquela mulher?

– ai desculpa, minha querida, sou Mercedes, sempre fui uma grande amiga de Emily, fiquei tão empolgada quando ela disse que você ia morar com ela, sua mãe também, estava com os nervos à flor da pele, ficou noites sem dormir pensando nisso. – já começou a tagarelar.

– ah sim.

– você não deve se lembrar de mim, mas eu estive em várias festinhas de aniversário sua.

– me desculpe, Mercedes. Se tem uma coisa que eu não me lembro são das minhas festas de aniversário. – dei uma risada fraca para ela.

– tudo bem, Kath, não me importo com isso.

Ela me fitou. – ainda gosta que te chamem de Kath?

Sorri para ela, pelo menos ela estava sendo simpática. Concordei com a cabeça.

– ótimo! Então querida, aqui estão seus horários.

Ela me entregou um panfleto amarelo com várias aulas e os nomes dos professores. A minha primeira aula seria no prédio principal na sala 23 com o professor de sociologia, Max Owen. Talvez não fosse tão difícil se achar.

– obrigada.

– de nada, mande lembranças a Emily.

– vou mandar.

Saí do prédio da secretaria pelo outro lado, achando que assim eu entraria no prédio principal, mas na verdade eu só fiquei confusa, continuei andando, até que encontrei um grande pátio coberto, tinha uma árvore gigante bem no meio e bancos espalhados por todo lado, muitos adolescentes diferentes sentados conversando. Atravessei o pátio, enfim tinha chegado ao prédio principal, agora só faltava achar a sala 23.

Parei na frente de um bebedouro quando me dei conta de que tinha andado em círculos. Bebi um pouco de água e decidi que iria pedir algumas informações, me dirigi a um grupo de meninos que estavam parados na frente dos armários, eles meio que hesitaram quando me aproximei, pareciam estar mortos de medo de mim.

– er... Oi. – falei meio sem jeito.

Os três meninos que mais pareciam três estátuas iguais, me ignoraram e viraram de novo para os armários, achei aquilo muita falta de cortesia, e já era a segunda do dia, não me esqueci do lance do carro, se eu visse aquele idiota iria confrontá-lo.  

Eu já estava desistindo de pedir ajuda quando uma mão pousou sobre o meu ombro.

– ajuda?

Me virei para trás, um garoto vestido com o uniforme do time de futebol tocava meu ombro, o sorriso de 100 watts iluminando toda a escuridão da minha solidão. Ele tinha cabelos castanhos minuciosamente espetados com gel, e os olhos que estavam me observando eram de um castanho mais claro, meio verdes.

– seria ótimo. – respondi.

Seu rosto era de garotinho, liso e sem nenhuma interferência das espinhas e barba. Ele estendeu a mão que estava em meu ombro se apresentando.

– Nick.

– Katherina – respondi. –, mas me chame de Kath.

– ok, Kath. – ele riu consigo – É nova por aqui? – me perguntou, andando para longe. Ele pegou o papel amarelo em minhas mãos e certamente queria que eu o seguisse, não hesitei, foi uma das pessoas mais simpáticas que conheci. 

– na realidade não sei se posso me considerar nova.

Ele me olhou curioso. – jura? Por quê?

Não tive tempo de responder, eu já tinha chegado à sala de aula antes mesmo que eu pensasse na resposta, o que foi bom, eu não tinha ideia do que responder, por que eu não me consideraria nova na cidade?

O sinal havia tocado e ele se despediu rapidamente indo para outro corredor, seria bom saber alguma coisa sobre esse tal de Nick.

– depois você me responde. Até mais Kath. – gritou ele ao longe acenando.

Depois dessa um monte de gente me notou, e principalmente descobriu meu nome.

– até! – meio que sussurrei, senti as bochechas corarem.

Entrei na sala e logo já fui alvo das conversinhas, me dirigi a uma cadeira que estava vaga no canto da janela e vi muitos, mas muitos mesmo pares de olhos pousando em mim. Em uma sala com 30 alunos, 20 estavam me olhando.  Foquei a visão no estacionamento dava para ver a Joaninha pela janela. Fiquei contente com isso.

O professor começou a falar e fez todo mundo prestar atenção nele, principalmente a ala feminina. O cara era um gato! Ele me lembrava muito o meu professor de música. Alto de cabelos pretos e olhos da mesma cor, todo musculoso e muito jovem para ser professor. Sociologia não era uma matéria que eu fosse muito fã, mas os assuntos do semestre me pareciam bons era sobre os jovens e suas culturas. O que me fez lembrar que eu não tinha muitas notas por entrar no meio dele.

Depois de alguns períodos com o professor Max Owen, eu tive uma bateria de matérias chatas, física, matemática e língua estrangeira.

As aulas em si não foram chatas, conheci uma garota muito simpática que eu não lembro o nome, ela por coincidência tinha duas matérias comigo e me ajudou a encontrar as salas.

Como eu havia previsto, ser a aluna nova é bom, por que mesmo você não conhecendo ninguém, seja por qualquer motivo vão se aproximar de você e te ajudar. No caso dessa garota, era apenas curiosidade. Uma das primeiras perguntas que ela me fez era se eu conhecia o tal Nick.

– não. – lhe respondi. – ele apenas foi uma pessoa simpática e me mostrou a sala.

– hum.

– na realidade a única coisa que eu sei é que estou sem companhia para o almoço – joguei verde.

– ah! Tudo bem! Eu te apresento o pessoal que senta comigo. – disse ela sorridente. Os cabelos lisos e louros a atrapalhavam quando ela falava. Ele ficava caindo no rosto redondo.

– se não for incômodo.

Se tem uma coisa que meu pai me ensinou é manipular a pessoa, ele é advogado e está acostumado a fazer isso, aprendi com ele que quando alguém está interessado na sua vida você deve ser o mais enigmática possível, isso te torna interessante. Uso essa manobra toda vez que conheço alguém, parece algo meio automático, mas é muito útil.

Alguma coisa que a garota falou sobre o calendário me fez lembrar que seu nome era April.

Ela era doce, mas um pouco grudenta de mais, e falante muito falante, fiquei sabendo de toda a sua vida em apenas alguns minutos. E principalmente perceber o quanto minha conversa com Nick a desagradou.

Depois do almoço eu só teria uma aula, a de educação física. Essa foi fácil, o treinador Pawtron era um cara bem legal e me deixou ficar no time de vôlei, ele disse que eu lembrava muito a minha mãe e que ele gostava muito dela, pois então, ele era um dos namorados que eu vi minha mãe me apresentar durantes todos esses anos.

Pelo jeito as pessoas me conheciam na cidade por eu ser filha dela.

Eu estava no vestiário tirando o uniforme do time de vôlei, eu não conseguia ficar com aquela coisa verde e amarela por muito tempo. Peguei a calça e estava fechando o zíper. April apareceu sorrindo para mim.

– sabe, Kath. Você me parece uma garota legal. – disse April. Deve ter dito isso pelo jogo.

– obrigada.

– é! – ela falou sorridente. – e pelo jeito que os garotos estão te olhando, você também é atraente.

Ela deu de ombros.

– devo agradecer isso também? – perguntei meio insegura. Coloquei o uniforme no armário e esperei até que ela me respondesse, April parecia um pouco insegura quando falava comigo, eu não queria isso.

– é claro! – ela hesitou um instante. – Por que a pergunta?

– nada. – desconversei. – eu só... Nada.

– ok!

– te vejo amanhã. – falei pegando minha bolsa.

– sim.

Nenhuma amizade começa bem quando se colocam garotos no meio dela. Eu tinha plena consciência disso, mas April ainda não tinha dito nada e nem feito nada que dissesse explicitamente que ela estava interessada em Nick, então eu simplesmente deixei que as coisas continuassem como estavam.  E havia muito a que me preocupar, muito mesmo, como em achar a saída daquele prédio. Não deviam fazer uma coisa tão difícil de achar!

Depois de muito tempo, achei o estacionamento, dei muitos círculos até achar o carro.

Dei muitas risadas de mim quando notei que não havia quase ninguém na escola. como eu estava sendo burra.

Eu não tinha notado a presença de Nick até ele aparecer do meu lado.

– hey! – ele falou. Olhei duas vezes para seu rosto para poder ver se era ele mesmo que estava falando. Ele havia mudado, no quesito visual, estava com uma jaqueta preta e óculos escuros, parecia o cara que...

– espere um segundo. – falei me prontificando a ficar bem na sua frente.  – Nick?

Ele retirou os óculos para que eu visse seu rosto. – eu mesmo.

Virei meu rosto para o estacionamento. Eu mal pude acreditar que aquele cara legal que me ajudou a encontrar a sala de aula, sendo todo simpático e interessado era o mesmo idiota que roubou a minha vaga no estacionamento e quase bateu no meu carro.

– qual desses é seu carro? – perguntei vendo os cinco modelos que ainda restavam no estacionamento. Apenas uma confirmação.

Ele apontou para o Volvo preto. – lindo, não é?

Mordi os lábios. – é. Seria uma pena se alguém batesse nele, não é?

Dei meia volta para poder chegar até a Joaninha, ele me seguiu e me parou com a mão no ombro.

– a garota do carro vermelho.

– sim. – ele não perguntou, mas eu respondi de qualquer jeito. 

 Seu sorriso de simpático passou a arrogante e metido.

– estou indo pra casa. Com licença.

Ele sorriu com o canto dos lábios, um sorriso meio malicioso.

– está zangada ainda? Pensei que meu teatrinho de bom moço tivesse te conquistado!

– sinto muito, você é um péssimo ator. – falei. Enfim eu havia chegado ao meu carro, desativei o alarme e abri a porta, mas quando estava lá dentro ele bateu na janela.  

Abaixei o vidro. Ele apoiou o antebraço no teto do meu carro para ficar me olhando, estava com os óculos de novo.

– você é muito lenta no volante, não deveria sair por ai atrapalhando o trânsito. – ele riu pra si mesmo.

Revirei os olhos.

– é só isso? – perguntei já começando a ficar com raiva.

– você é muito difícil garota! – ele falou batendo no teto do carro. – a gente se vê.

– ok.

O dia já estava sendo estranhamente novo pra mim. Essa conversa também estranha com Nick só o fez ficar mais novo e diferente do que devia ser.

Veja bem, não estou acostumada a ser o centro das atenções, sabe, isso não é pra mim. Talvez por que na Califórnia eu era ignorada eu esperasse o mesmo comportamento aqui na Virginia. Pois ficar em meu quarto, reclusa, praticando e aperfeiçoando o violino por mais rotineiro que for, é que me fazia bem em Los Angeles, era o que eu  conhecia. Sequer eu tinha amigos. Essas aproximações estranhas das pessoas não é normal... Pelo menos não é pra mim.

Klaus talvez tenha – é difícil admitir – razão. Essa temporada com a minha mãe irá me fazer bem. 


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