Entre O Amor, A Razão E O Coração escrita por Vanessa Fontoura


Capítulo 22
Capítulo 22. Fazenda Baines


Notas iniciais do capítulo

não vamos mentir, Kath. Essa criança não é mais de Nick. É minha. Eu assumo todas responsabilidades, eu assumo a paternidade, assumo o que for preciso. Mesmo correndo um grande risco de levar uns bons socos do seu pai eu faria qualquer coisa por você. Por que eu amo você. ele me olhou.



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Saí do carro correndo com vergonha de Logan. Eu não queria que ele tivesse sabido daquele jeito. A chuva batia nas minhas costas. Corri o mais sem rumo possível para a praia, ouvi o barulho de portas batendo e logo Logan estava atrás de mim gritando meu nome.

Eu não vi a pedra na minha frente e tropecei, quando meus joelhos encostaram-se ao chão eu não me levantei mais, abaixei a cabeça e chorei. Vi que Logan estava ajoelhado na minha frente e sem dizer uma palavra ele me abraçou.

Não sei bem quando foi que seus lábios encostaram-se aos meus, mas quando percebi estávamos nos beijando sob a chuva.

– não vou abandonar você. Nunca. – ele disse. – faça chuva, faça sol. Eu estarei do seu lado. Eu te amo Katherina. Eu realmente amo você.

Olhei nos seus olhos tempestade, marejados por causa da chuva que caia no seu rosto.

– obrigada Logan.

Ele me abraçou e então eu estava em casa.


– pelo amor de Deus, Katherina me diz que suas malas já estão prontas. O casamento é amanhã. – falou minha mãe.

– sim mãe, e já estão no carro. Eu e Logan vamos logo atrás de vocês.

– ótimo! – ela falou satisfeita. Dei risada. – do que você ri?

– você e esse nervosismo todo.

Ela riu também. – vamos logo, precisamos chegar a fazenda ainda hoje.

– calma mãe, Fell's Church não é tão longe.

– Kath, pegue a chave do carro e vamos.

Peguei minha bolsa no sofá e a as chaves e a caixa onde Cat estava então saímos do apartamento, Logan, Fred e Dan nos esperavam na portaria, eles conversavam com o senhor Bekster, riam alegres. Eu estava longe de rir alegre daquele jeito. Logan pegou minha mão.

– pronta? – ele perguntou. Parecia tão feliz em me ver.

Sorri.

– estou.

– então vamos.

A viagem até a fazenda do pai de Fred não era tão longe, ficamos ensaiando o discurso completo, no jantar anterior ao casamento, eu e Logan anunciaríamos o nosso namoro. Com tantas coisas acontecendo, isso para mim era o de menos, toquei minha barriga, isso sim me preocupava.

– está tudo bem? – ele perguntou. Tocou a mão que não estava no volante na minha.

– sim. – falei. – na verdade não, estou nervosa com o casamento. – mexendo freneticamente com as mãos.

Ele riu. – não fique, vai dar tudo certo. E quando eu digo tudo... – ele tocou de leve minha barriga. – me refiro a nossa vida.

Engoli em seco.

– Nick nunca vai saber que esse filho é dele. – falei sentido a raiva, meus olhos se encheram de lágrimas.

– esse filho não é dele. – disse Logan pondo as mãos no volante claramente ficando irritado.

O ignorei.

– não sei se posso contar uma mentira desse tamanho. Eu mal sei mentir sobre se estou bem ou não. Como vou poder esconder dele? – mordi a ponta de uma tampa de caneta que achei no porta-luvas, Logan me fez tirá-la dos lábios.

– não vamos mentir, Kath. Essa criança não é mais de Nick. É minha. Eu assumo todas responsabilidades, eu assumo a paternidade, assumo o que for preciso. Mesmo correndo um grande risco de levar uns bons socos do seu pai eu faria qualquer coisa por você. Por que eu amo você. – ele me olhou.

Sorri fraco. – eu...

Fred buzinou do outro carro, mandava Logan ficar atrás, por que já estávamos chegando. Fiquei olhando pela janela, meio atônita. A visão dos campos floridos com margaridas e lavandas lilases lindas. O vento batia no meu rosto e deixava a nuvem de cabelo castanho nublar a minha visão do campo, até eu fechar a janela, quando me dei conta, estávamos chegando.

O grande portão da fazenda era de madeira, havia uma estrada de chão e campos verdes por todo lado. A casa principal ficava ao longe no meio da propriedade, era branca e majestosa e me fazia lembrar as velhas construções de fazendeiros. Uma estrada com coqueiros enormes ao lado, estávamos passando no meio dela.

Descemos do carro e o Senhor e a Senhora Baines nos esperavam na varanda, eles desceram uns 30 degraus até nós no jardim. Aquela casa era tão alta, mais parecia um castelo. Minha mãe e Fred entrelaçaram os dedos, ela estava mais nervosa do que no dia em que eu fui morar com ela.

Sorri. Era bom estar de bem com Emily. Pelo menos com elas as coisas estavam sendo como deveriam ser.

Logan piscou pra mim e eu e ele andamos até nossos pais e o pobre Dan que esfregava seus olhos com muito sono.

– oi vovô. – ele disse bocejando. – oi vovó.

Logan saiu correndo na frente e abraçou sua avó. Me juntei a minha mãe, pois Fred estava abraçando seu pai.

– pai, mãe. Essa é minha noiva, ou melhor, minha esposa. – ele apresentou.

– prazer, Emily.

– o prazer é meu. Você é uma linda mulher. – falou Sra. Baines. E então ela olhou pra mim. – e suponho que tenha feito filhos lindos.

Sorri para ela. – olá, Sra. Baines. Meu nome é...

– a famosa Kath. Sei um pouco sobre você. – ela olhou para Logan com um olhar meio de cumplicidade, senti as bochechas corarem e então concordei com a cabeça.

– por favor, entrem, devem estar cansados. – disse Sr. Baines. Com um sorriso diplomático no rosto, estranho, ele me lembrou Nick.


– então querida, descansou? – perguntou minha mãe quando apareci na sala de música onde ela relaxava dedilhando algo no piano.

– sim, já faz um tempo que acordei, eu estava no pomar com Logan e Dan, sabia que eles têm um lindo pomar de maças aqui? – perguntei me aproximando.

– sim. E uma plantação de lavandas e cavalos de raça, e uma coleção de carros antigos, sem falar que tem uma adega lá no porão. – ela falou quase sem respirar.

– mãe?

– não sei se é certo.

– o que? – perguntei.

– me casar!

Sentei ao seu lado no banquinho e peguei a mão que estava sobre as teclas do piano. – mãe, você esqueceu um detalhe. Já é casada. Você e Fred não compartilham só a casa juntos, compartilham a vida, e isso já tem quase um ano.

Ela deu de ombros.

– estou nervosa. É como se eu fosse uma adolescente outra vez. É como se eu estivesse me casando com alguém como seu pai. – Emily fungou, e relaxou os ombros, começou a tocar uma música lenta no piano apenas com uma das mãos.

– o que quer dizer?

– estou grávida do Fred. – ela disse.

Senti meu estomago se revirar.

– oh meu Deus mãe, grávida?

Ela sorriu. – sim, fiquei sabendo há um mês, desculpe não contar, queríamos que fosse surpresa pra vocês.

– e foi.

Dei risada e ela riu comigo. – mas estou feliz por você, aliás, vocês.

Fiquei pensando, será que era uma boa hora para contar que eu também estava grávida? Mordi os lábios sentindo a tensão do ambiente, mas se eu falasse, talvez eu fosse acabar com o casamento e eu não queria isso definitivamente, me mantive quieta com os dentes quase perfurando meus lábios de tanta pressão.

– e você anda muito quieta ultimamente, algo haver com Nick?

– de certa forma, acho que tem haver com tudo. – falei.

– e você não quer me contar? – instigou.

Tentei sorrir para ela.

– não, prefiro continuar quieta. – afinal, quantos gritos cabem no silêncio? Pensei. Mas apenas continuei sorrindo.

Acompanhei Emily se vestir para o jantar, ela havia trazido 500 vestidos, um mais lindo que o outro, mas na hora de escolher qual deles usar ficou mais indecisa que formiga em doceria. A ajudei com a maquiagem que era o que eu podia fazer e então corri para meu quarto para poder me arrumar também.

Eu estava pondo o vestido quando Logan entrou rápido e bravo no quarto, bateu a porta com força.

– o que foi? – perguntei vestindo as alças nos braços.

– você acredita que meu pai convidou o pai de Nick para o jantar e para o casamento? – ele perguntou pondo as mãos nas cinturas e olhando para o chão com raiva.

– oh meu Deus, não! não me diga que aquele infeliz veio junto.

– não só veio como trouxe Karen com ele, isso é uma afronta! – esbravejou.

– calma Logan, fique calmo e já que está aqui ajude-me a fechar esse zíper. – falei, ele me ajudou com o vestido e então beijou meu ombro, isso pareceu acalmá-lo, me virei em sua direção e o abracei. – ele não quer que percebam que está tão mal quanto eu com o termino do namoro, e Karen, ela não se importa com o que pensam dela.

– você está mal com o termino do namoro?

– é claro que estou! – falei firme e me afastei para olhar em seus olhos de tempestade. – não posso apagar o que aconteceu e tem alguém crescendo dentro de mim e me lembrando disso a cada dia.

Logan fechou os olhos. – não quero que fique mal, quero aliviar sua dor.

Sorri me pus nas pontas dos pés e o beijei devagar e romanticamente, um dos poucos beijos que havíamos dado, ele sorriu.

– quando estou com você, eu não sinto dor nenhuma. – falei.

– já é um começo.

Ele continuou me confortando nos seus braços, mas o tempo estava passando e tínhamos que estar prontos para o jantar. Ele beijou minha testa e se dirigiu a saída do quarto, quando estava na soleira da porta se virou e fez uma pergunta.

– gosta de surpresa?

Olhei para os lados achando a pergunta estranha e então concordei com a cabeça. Sabe-se lá, o que ele iria fazer.



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