Entre O Amor, A Razão E O Coração escrita por Vanessa Fontoura


Capítulo 17
Capítulo 17. Tira teima.


Notas iniciais do capítulo

e se chegar alguém? perguntei.
nos vestiremos rápido. ele disse rindo.
nossa, grande plano, senhor aproveitador.



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Fiquei de barriga pra cima na cama pensando em todos os últimos ocorridos, observei uma unha quebrada, mexi no celular, como eu estava sozinha em casa, não havia muito que fazer. Cat estava brincando com um dos brinquedinhos que Dan dera pra ele, me debrucei na cama e fiquei o observando.

É tão irritante não ter ninguém para conversar. E eu preciso de muita conversa. Sinto falta de April, não posso dizer que minhas conversas com ela eram longas, mas quem sabe com o tempo não poderíamos nos tornar mais do que amigas, tipo melhores amigas? Às vezes sinto como se eu fosse explodir, as palavras ficam entaladas na garganta a ali permanecem me enlouquecendo aos poucos.

É hoje, véspera do meu aniversário, amanhã minha mãe organizou uma linda festa, convidando todos para o aniversário de 18 anos de sua filha. Não posso me esquecer de que ela é boa em me apresentar para seus amigos sem eu estar por perto. Muitas pessoas virão. Contudo, ao invés de eu estar preocupada com os muitos convidados, dois deles me deixam mais agitada e confusa. Ou meu querido namorado, a qual eu estou apaixonada ou meu querido meio irmão a qual eu amo muito e tem me deixado muito nervosa. Estar na presença dos dois é como fogo e gelo, pra mim não combinam. Eu precisava evitá-los.

Meu plano não irá dar certo, principalmente depois da noite inesquecível que eu tive com Nick. Parece que as coisas entre nós têm ficado mais intensas e voltaram a normalidade.  Mas toda vez que eu olho para Logan, lembro que ele não confia em Nick, e quando olho para ele as palavras “eu te amo” sempre parecem flutuar na minha mente.

Revirei-me na cama.  

O interfone estava tocando, corri para a cozinha e apertei o botão.

– Kitty Kath? – disse Sr. Bekster.

– aham. – correspondi.

– tem um moreno alto de cabelos castanhos aqui dizendo que é seu namorado, mas ele não trouxe flores. – brincou.

– sem flores? – falei com o tom de voz meio chocado.

– devo deixá-lo subir?

– com certeza Sr Bekster, quando ele chegar aqui vejo como será a morte dele.

– ok.

Desliguei o telefone e esperei por Nick no corredor. Quando as portas do elevador abriram senti meu coração amolecer. E de repente olhar em seus olhos verdes me fez tremer. Mordi os lábios.

Cavalheiramente Nick saiu do elevador e tirou de trás de suas mãos uma rosa vermelha e me entregou. Seu cabelo castanho estava liso em seu rosto, um penteado comum para ele agora.

– pensei que você não tinha trazido flores.

Ele deu de ombros.

– entre Sr. Riddle, a casa é sua. – falei lhe dando espaço para entrar no apartamento, ele passou por mim devagar e então me puxou pela cintura fazendo minhas mãos baterem em seu peito.

O olhei zombeteira.

– apenas a casa? – ele perguntou.

– no momento, apenas a casa. – respondi sorrindo com o canto dos lábios.

Ele fez um beicinho. Me pus na ponta dos pés e o beijei rapidamente.

– ninguém em casa? – perguntou.

– não.

Estávamos indo para meu quarto, caminhando de mãos dadas. Quando passei pelo banheiro tranquei a porta para que não fossemos interrompidos.

– onde está Logan? – ele perguntou.

Sentei na cama e respondi: – fisioterapia. Ele teve um grande progresso, disse esses dias que estava sentindo o dedo do pé.

– uau! Isso é maravilhoso! – falou Nick sentando do meu lado.

– é, é sim. Estou tão feliz! Às vezes me sinto culpada por que sou a única que não teve seqüelas, se você me entende.

– entendo. Mas Logan não a culpa.

– como sabe disso?

– eu converso com ele, caso não saiba. – disse Nick irônico.

– ok, me desculpe, eu não queria ativar seu lado riquinho. – falei erguendo as mãos.

Nick me olhou debochado e riu revirando os olhos logo em seguida.

– eu não sou esnobe. – falou.

– não, você é metido. – corrigi.

Ele girou o corpo para meu lado me fazendo deitar na cama e ficou sobre mim. Nossos lábios a centímetros. Sorri e ele também. Nick tocou o colar em meu pescoço, admirando a pedra brilhante em formato de coração que ofuscava às vezes meus olhos. Então ele foi descendo o dedo pela linha do meio do meu corpo e parou onde minha blusa terminava.

– e se chegar alguém? – perguntei.

– nos vestiremos rápido. – ele disse rindo.

– nossa, grande plano, senhor aproveitador.

Ele ficou me encarando como se precisasse de uma resposta, então meu corpo tremeu. Ele apenas sorriu e me beijou. Uma voz gritava na minha cabeça “não faça isso outra vez, não até saber a verdade”. Deixe de ser idiota Kath, pergunte a ele, se ele não é culpado não tem o que se preocupar. Falei a mim mesma, então fui o empurrando devagar para o lado até que ele me olhou.  

– não, Nick, precisamos conversar. – falei.

– sobre o que? Eu pensei que estava tudo bem entre nós depois que...

– está. – interrompi meio envergonhada. – mas não conversamos nada sobre o meu seqüestro. E eu preciso de algumas respostas.

– eu amo você...

– eu sei. – interrompi novamente, sentindo a voz mudar de timbre.

Ele meio que ficou envergonhado e virou o rosto pro lado.

– eu sei que não conversamos, achei que isso fosse ruim pra você. Mas que tipo de respostas você quer saber? Tem algo te incomodando? – ele perguntou hesitante, cheio de pausas na fala.

Balancei a cabeça – Logan me contou a história sobre Rebecca.

Ele se surpreendeu. – por que ele fez isso? – perguntou.

– por que ele quis me contar, digo, eu não sei, estamos conversando e ele achou melhor me falar.

– então você sabe que ninguém teve culpa, ela se drogou. – falou.

– não estou culpando ninguém.

Ele se sentou na beirada da cama, com a cabeça entre as mãos. Ficou em silêncio por um segundo e me olhou. – então o que você quer saber?

Mexi nos cabelos irritada e nervosa, eu não sabia como perguntar se ele tinha culpa no cartório, e se tinha, se eu seria capaz de perdoá-lo. É claro que havia um pequena chance remota de ele ser o traficante, mas era tão pequena...

Ele ficou me olhando esperando a minha resposta.

Suspirei.

– fale a verdade ok? O que você tem a ver com o seqüestro?

Ele balançou a cabeça e se aproximou de mim. – nada! Eu não tenho nada a ver com o seqüestro.

– então vou reformular a minha pergunta. O que você tem a ver com o tráfico?

– er, nada! Por que você acha que eu tenho algo com isso? – perguntou exaltado.

– calma Nick.

– não! Como você pode achar que eu mandaria te seqüestrar? Eu te amo, nunca faria isso. – continuou.

Ele levantou-se da cama e começou a andar pelo quarto mexendo nos cabelos e olhado par o chão como se não acreditasse no que acabara de ouvir. Seus olhos começaram a se encher de lágrimas. Levantei da cama e um pulo, me sentindo culpada, tentei me aproximar dele, mas ele não quis olhar pra mim.

– desculpe Nick, eu não quis duvidar de você, eu só estava confusa. Aquela noite com você foi tão... Mágica que eu não queria que... Que...

– que?

– que eu me arrependesse dela.

Ele virou-se pra mim, os olhos meio avermelhados. – não culpo você, com todo mundo me odiando, eu imaginei que um dia você fosse me odiar também.

– eu nunca te odiaria, eu vou estar sempre com você, lembra?

Ele sorriu e assentiu com a cabeça. Me pus na ponta dos pés e beijei seu rosto.

– esqueça essa conversa vou fazer alguma coisa pra gente comer.

Fui á cozinha e peguei alguns tomates e um molho pronto para fazer um macarrão, cozinhar me distraiu e logo a casa já estava cheia, tive que redobrar a comida, Nick e Logan ficaram jogando no quarto e minha mãe o tempo todo em volta de mim vendo se eu estava preparando o jantar da maneira correta e garantindo que ninguém fosse morrer com a minha comida.

Fred estava mexendo no computador que ficava perto da janela na sala, assuntos de trabalho e eu sabia que isso irritava profundamente minha mãe. Foi por causa disso que ela se separou do meu pai.

Nesse momento bateu uma saudade de Klaus. Eu quis pegar o telefone e ligar pra ele, mas eu sabia que ele ia ficar zangado se eu fizesse isso, como amanhã seria meu aniversário ele me ligaria então eu podia agüentar mais uma noite sem falar com ele.

O macarrão estava quase cozido, dei uma mexida e então deixei que a água escorresse, peguei uma tigela de vidro que estava no armário e o despejei. Emily provou o molho antes que eu o colocasse na massa, ela sorriu e disse que estava no ponto.

Sorri também, satisfeita por ter feito uma coisa boa. Pedi que Dan chamasse os meninos no quarto e nos sentamos à mesa.

– hum, hum. – ouvi os couros.

– está tão bom assim? – perguntei.

– você não tem noção de quanto tem talento pra cozinhar. – disse Logan dando uma garfada.

– é, já pode casar. – disse Fred olhando para Nick.

Nick deu um sorriso metido e eu corei.

– não mesmo, falta muito para meu bebê se casar. – disse minha mãe, passando a mão pelos meus cabelos. – primeiro, o senhor – ela falou olhando para meu namorado –, terá que conhecer o pai dela.

– ah, eu sempre quis conhecer, só não tive oportunidade ainda. Kath me contou que o presente dela será uma viajem até a Califórnia.

– é, Klaus quer que ela o visite nesse verão. – disse minha mãe. Quando contei a Nick que eu viajaria, eu não contei que ele também iria comigo, mas Emily faria essa surpresa amanhã na festa então eu fiquei menos preocupada.

– queria poder ir junto, eu sempre quis conhecer a Califórnia. – disse Logan.

Uma conversa paralela entre Dan, Fred e minha mãe me fez perguntar baixo para Logan. – e por que não vai?

– nessas condições, quero pelo menos estar andando de muletas. – ele falou.

– Logan eu estou tão feliz que seu caso seja reversível. – falei.

– eu também – concordou Nick.

– é, o médico disse que mais alguns meses e eu estou curado praticamente. O que eu mais tenho saudade é de dirigir meu carro.

– se quiser uma carona para a escola nesse próximo ano...

– com certeza vou com você Kath. – ele disse rindo.

Nick contorceu o lábio, ignorei esse gesto de desgosto dele e continuei comendo. 


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