Everything Happens In London escrita por ForeverYoung


Capítulo 2
Capítulo II


Notas iniciais do capítulo

Espero que vocês gostem e continuem comentando. :)



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- Acorda, Nina! Vamos, acorda! Meu Deus, porque você dorme tanto?

  Acordei com Luce gritando e me balançando de um lado para outro. E honestamente? Desejei que ela fechasse aquela boca. Eu ainda estava sofrendo de ‘jet lag’ e o fuso horário não estava ajudando muito. Para mim, ainda eram seis horas, mas segundo Luce, já eram quase uma hora da tarde. Acabei abrindo os olhos lentamente e pisquei algumas vezes para me adaptar a luz do ambiente. Aos poucos, eu estava sentada na cama. Aliás, cama e quarto que não eram meus, já que tinha dormido com Luce ontem.

- Não estamos de férias? Porque se preocupar com o horário? – Balbuciei.

- Vamos jogar golf hoje com Steve e Mel. Agora levanta e vai se arrumar e come alguma coisa, você já perdeu o café da manhã mesmo.

- AH, mas eu não quero, avisa ao Steve que outro dia irei. – Dito isso, voltei a cair na cama.

- Vai começar o seu primeiro dia em solo londrino assim? Dormindo? Vamos, levante-se! Dê um jeito nesse seu rosto e pelo amor de Deus, passa uma escova no seu cabelo.

  Luce praticamente me carregou para fora da cama em direção do banheiro e nem preciso dizer que ela me trancou lá dentro e disse que só iria destrancar quando eu tivesse pronta. Ainda sonolenta, me olhei no espelho tentando ver como estava minha aparência. Meu cabelo estava todo bagunçado, e olhe que ele era liso. Ok, tinha que dar um jeito nas minhas madeixas negras. Dava para perceber olheiras embaixo dos meus olhos, mas nada que um pouco de maquiagem não desse jeito. Com um longo suspiro, tomei banho e lavei o cabelo. Não demorou muito para eu sair do banheiro e Luce me mostrar a roupa que eu deveria ir; calça jeans, blusa azul escura e all star.

  No final das contas, estava pronta em trinta minutos. Ah, e também pude comer tranquilamente, Luce me explicava às regras do golf - e eu achava que era apenas pegar um taco e bater na bolinha -, tia Susana me falava que eles sempre faziam isso e que jogavam em times; Susana e Steve, Luce e Mel. Como agora era impar, eu poderia escolher se queria fazer parte do time. E claro que escolhi o de Luce. Não queria ficar atrapalhando a vida amorosa do casal. Ouvimos uma buzina lá fora, e Luce gritou dizendo que Steve tinha chegado.

- Meeeeeeeel! Pronta pra acabar com eles de novo? – Ouvi Luce abraçando uma garota.

- Nós que ganhamos da última vez, Luce. – Steve sorriu educadamente.

- Só porque nós deixamos. – A garota que eu presumi que fosse Mel me olhou e sorriu. – Você deve ser Nina, a prima da Luce, não é? Você fala inglês?

- Ah, sim, falo sim. Quero dizer, não sou fluente então, se falar um pouco devagar eu vou entender melhor. – Disse corando um pouco – É um prazer conhece-la, Mel.

- Prazer é meu, e pode deixar que vou me lembrar disso. Então você tá em qual time? – Ela me perguntou.

- No nosso! – Luce gritou lá da cozinha. – Vamos nos atrasar, vamos logos seus lerdos? Tenho um jogo para ganhar!

 Susana e Steve riram e eu me senti uma intrusa naquela cena tão... Intima. Mais uma vez, olhei para Mel. Ela tinha os cabelos loiros e curtos, se o pai tinha olhos claros, os dela eram pretos de tal maneira que não sabia onde começava e terminava a pupila. Será que todo londrino era bonito? Até agora a única pessoa sem graça que eu vi era eu. Diferente de Luce, eu tinha olhos castanhos, diferente de Mel, eu tinha cabelos longos e negros. E diferente de todos, minha pele era um pouco mais bronzeada do que branca. Ok, eu era diferente e sem graça. A única coisa que eu gostava mesmo era minhas curvas, ah, isso eu tenho orgulho de ter nascido brasileira.

   Durante o caminho todo Mel e Luce conversavam animadamente sobre as novidades e armaram estratégias para vencerem seus pais. Eu olhava para a janela sem realmente me importar com aquela conversa. Tudo que eu via, era tão diferente do Brasil... Deu-me uma saudade enorme da minha família. Mordisquei os lábios e tentei parar de pensar naquilo, não queria ter uma crise de choro no carro. Notei que o lugar onde jogaríamos estava próximo, afinal, o nome Gold Golf Center aparecia cada vez mais. Quando chegamos, Steve foi logo conversar com um ajudante do Centro. Ele nos entregou nossos materiais e nos levou para nossos carrinhos. Fiquei olhando o local e mexendo em umas plantinhas que faziam um modesto jardim na entrada. No meio das demais plantas, vi algum que me fez dar risada.

- Mel! Luce! Olha aqui!

- Que foi? – Luce perguntou.

- O que tá havendo? – Mel disse em seguida.

- Achei um trevo de quatro folhas. Hoje é meu dia de sorte! – Falei animadamente.

- ISSO É UM SINAL QUE VAMOS GANHAR DELES! – Luce começou a pular.

- Cara, eu nunca vi um trevo de quatro folhas. Deixa eu ver vai. – Mel disse toda mimosa.

- Nem pensar vou guardar no bolso.

- MENINAS! VENHAM AQUI. - Ouvi tia Suh nos chamar.

Steve estava conversando com o rapaz de eu vi quando chegamos aqui. Ela pediu para ficarmos juntas que Steve iria falar comigo sobre como iriamos jogar. Apesar das meninas já saberem, notei que Luce suspirou entediada e Mel sorriu educadamente para a namorada de seu pai.

- Bom, como sempre não é, Sr. Collins? – Indagou o funcionário.

- Sim, por favor. – Steve olhou para mim e educadamente sorriu. – Nina, é o seguinte, como você sabe são dois times. Costumamos nos separar e determinar um ponto de encontro. Quem conseguir as melhores tacadas em menos tempo e chegar primeiro ao ponto de encontro ganha.

- Sim, e hoje vamos nos encontrar no buraco 25. Olhe aqui no mapa pra se situar, querida. – Susana me entregou um mapa e me mostrou onde estávamos e onde deveríamos nos encontrar.

- Hm, certo. Mas eu não sei jogar... Como vou conseguir arremessar uma bolinha dessas? – Perguntei preocupada.

- Prima deixe comigo, eu te ajudo, você vai ver que é super fácil. E hoje você está com sorte. – Luce piscou.

- E você também tem a mim, Nina. Não se esqueça! Agora, vamos começar logo? – Mel perguntou.

 Em menos de alguns minutos, nós já estávamos dentro dos carrinhos e cada um seguia por um caminho. Escutei Luce gritar para sua mãe que quem perdesse iria pagar o lanche e em resposta, ouvi mais risadas. Olhando as pessoas jogarem eu tive certeza que era fácil como Mel estava me falando no caminho todo até o primeiro buraco. Descemos do carrinho e pegamos nossos tacos e uma bola.

- Nina presta atenção, é muito fácil, você posiciona deste jeito – Mel me mostrava à posição – E joga. Este é o buraco mais fácil que tem não tem erro.

      A bola que Mel jogou caiu certinha no buraco, logo foi à vez da Luce que também teve êxito. A cada minuto, comecei a pensar que não iria ser tão fácil como eu estava imaginando. Quando falaram que era a minha vez, senti minhas mãos começarem a suar. Devo ter mostrado que não estava preparada porque Luce me mandava ficar calma de cinco em cinco minutos.

- Calma, Nina. CALMA. É só jogar. – Ela falava.

- Para vocês é fácil, já jogam isso desde sempre!

- Deixa de besteira! Vamos, meu pai e Susana devem tá na nossa frente!

   Depois de muitas tentativas e de quase cavar um buraco no campo, eu consegui jogar aquela bolinha no buraco e seguimos em frente. Já estávamos no buraco 10. As meninas eram realmente mais rápidas e ágeis que eu, e normalmente Mel tentava me apressar enquanto Luce dizia para eu me concentrar. Mas como alguém pode se concentrar quando tem alguém mandando você se apressar o tempo inteiro?

- CALA A BOCA VOCÊS DUAS! Assim não dá! – Reclamei.

- Então adianta, né? Esse trevo de quatro folhas não tem efeito não, é? – Vi Mel falar.

- Ela vai conseguir, Mel. É só novata e brasileira, aí você já sabe como é, né? – Luce debochou.

- Isso mesmo, eu sou brasileira e brasileira não desiste nunca! E não preciso de trevo nenhum!

- Mostra pra gente, Nina, vamos lá! Acerta logo o buraco! – Luce e Mel falaram em coro.

                Dei língua para as duas e me ajeitei. Tentei esvaziar minha mente, era só eu e aquela bolinha branquinha irritante e eu iria conseguir mandar ela pro buraco. Respirando fundo, eu fiz uma contagem regressiva junto com Mel e Luce que davam risadinhas e batiam palmas como animadoras de torcidas.

- Cinco... Quatro... Três... Dois... – Fiz uma pausa mais demorada – Um!

  Assim que terminei de contar, senti alguma coisa bater na minha nuca e bateu forte. Tentei não dar um grito, mas acabei sentando na grama e pondo minhas duas mãos no local atingido. Sério, alguém realmente não gosta de mim lá em cima. E já tinha minhas suspeitas da minha avó Barbara. Mel e Luce começaram a rir da minha cara e olharam o que eu fui atingida: uma bola de golf.

- Você demorou tanto que ela foi mais rápida que você! – Luce ria.

- Luh, para com isso! Nina, você tá bem? – Mel veio para o meu lado.

- Tá doendo, mas acho que consigo viver. Quem foi o idiota que jogou isso aqui?

  Eu realmente estava achando que aquilo sobre o que dizem a respeito do trevo de quatro folhas era mentira. Peguei aquela bolinha da mão de Luce e quase tive vontade de jogar lá longe! Porém, quando eu estava prestes a fazer isso eu escutei uma voz que... Bem, eu reconheceria de qualquer lugar. Neste momento, eu, Luce e Mel nos entreolhamos.

- HARRYYYYYYYYYYYYYYYYYYY, VOCÊ JOGOU FORTE DEMAIS, SEU IDIOTA! NÃO SEI ONDE CAIU!

 Aquela era a voz do Louis? Louis Tomlinson da One Direction? Trevinho, trevinho, você funciona! Olhei para Luce mas ela estava tão chocada quanto eu. Não demorou muito para enxergarmos a figura masculina na nossa frente tentando achar a bola de golf. Logo, apareceu Liam, Zayn, Niall e Harry. Todos usam a mesma roupa, calça jeans clara, e uma camisa polo vermelha. Harry balançava despreocupadamente o taco de um lado para o outro. Era agora que eu iria enfartar.


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