Distrito 1

POV Drew La Font

                - Drew, acorda. Você precisa se arrumar.

                Ouço a voz de Piper, mas ignoro-a completamente e finjo que ainda estou dormindo. Não quero levantar, porque a) estou com muito sono e b) levantar  significa ir à colheita, e eu não quero ir.

                - Vai Drew, levanta. A gente vai se atrasar pra colheita.

                Ai, droga. Não quero levantar mesmo. Mas como parece que esse é o único jeito de me deixarem em paz, me sento e solto um longo bocejo.

                - Tá, tá, já acordei – digo, antes que Silena chegue aqui para gritar comigo.

                Tomo um banho rápido, me enrolo em uma toalha e volto para o quarto. Piper já está pronta, sentada na minha cama. Abro o guarda-roupa, passo alguns minutos escolhendo minha melhor roupa (tenho tantas, e são todas tão bonitas que me confundem) e me visto.

                - Que horas são? – pergunto a Piper.

                - Quase uma e meia – ela observa enquanto vou até a penteadeira e abro a caixa de jóias. – Chegou tarde ontem, foi?

                - Isso é da sua conta? - retruco, passando maquiagem. Vejo-a dar de ombros pelo espelho. – Não, não é.

                Depois que me arrumo, partimos todas juntas – minha mãe, minhas duas irmãs e eu. Silena nos abraça, deseja boa sorte e vai ficar com os adultos, pois não participa mais da colheita. Piper e eu nos juntamos aos tributos em potencial. Effie Trinket está muito feliz e tal, do lado do prefeito e dos dois mentores do 1 cujos nomes nunca consigo lembrar (nem me importo). O prefeito faz seu discurso, deixa todo mundo revoltado e/ou morto de tédio, Effie diz a fala de sempre (ela não podia mudar nem um ano?) e tudo isso. Conheço bem o protocolo, mas isso não me impede de ficar chocada ao ouvir a mulher da capital chamando:

                - Drew La Font.

POV Will Solace

                Observo a garota subir no palco, sentindo um pouco de pena, e com medo de ser escolhido. Ela é bem bonita, o tipo que poderia fazer patrocinadores despejarem dádivas em cima dela.  Devo conhecê-la de vista, da escola ou coisa assim, mas tem tanta gente nesse distrito que nem lembro. Penso em minhas chances de ser sorteado. São poucas, pois minha família nunca precisou das tésseras, mas essa Drew também não é exatamente pobre.

                Effie caminha para a bola de vidro com os nome dos garotos, tira um papelzinho e lê:

                - Will Solace.

                Sabe aquilo que você pensa que nunca vai acontecer com você?

                Sempre acontece.

                Sempre, sempre acontece.

Distrito 5

POV Thalia Grace

                Estou parada diante do Edifício da Justiça, observando aquela imbecil da Capital andando no palco, prestes a condenar duas crianças/adolescentes à morte. Quando ela chama meu nome, respiro fundo e caminho em direção ao palco, com a cabeça, o olhar fixo à frente, prometendo a mim mesma que, se chorar agora, vou dar um jeito de me matar. Tudo bem, penso. Vou ter que dar um jeito de vencer esse troço.

                Porém, quando Effie Trinket chama o tributo masculino, não me contenho. É Jason Grace. As lágrimas começam a escorrer, e tudo que penso é: Não posso matar meu irmão.

                Estou ferrada.

                POV Jason Grace

                Não olho para a porta quando ela se abra, pois não quero que eles vejam minha expressão, já que estou meio descontrolado. Só me viro quando meu pai coloca a mão o meu ombro. Ele está sério e parece desesperado.  Minha mãe está chorando. Procuro por Thalia, até lembra que ela não vem se despedir de mim. Ficamos os três em silêncio  até nosso tempo acabar.

                - Boa Sorte. – sussurra minha mãe antes de sair.

                É demais espera que eles digam que vão torcer por mim. A minha vitória resultaria na morte da filhas deles, afinal.

Distrito 9

POV Pólux Armstrong

                Observo o tributo feminino do Distrito 9 subir ao palco. Helena Croft. Eu a conheço, e acho que todo o distrito também. Não acho que estejam tristes por vê-la ir aos jogos, porque não em o eu se pode chamar de boa garota. O próximo nome chamado é o meu.  Mal consigo mover as pernas, mas faço um certo esforço e consigo ir até o palco sem cair, mesmo que tropece nos degraus.

                Quando trocamos um aperto de mão, Helena sorri, mas posso ver que ela está me avaliando-me, como adversário, e concluindo que não representava grande ameaça. Fico irritado, mas percebo outra coisa...

                Ela provavelmente tem razão

Distrito 11

POV Katie Gardner

                -Katie Gardner

                Tento não parecer arrasada enquanto subo ao palco. A mulher da capital – Não consigo lembrar o nome dela, parece que meu cérebro entrou em curto – me cumprimenta, antes de chamar o tributo masculino, mas basicamente ignoro-a e fito a multidão. Minha mãe e minha irmã parecem prestes a matar alguém, e estou olhando pra elas enquanto o outro nome é chamado.

                -Damien Bloom

                Olho para meu novo adversário, enquanto ele sobe no palco. Conheço-o um pouco, porque estamos na mesma turma. Mais alto do que eu, magro, cabelos lisos e escuros, nem um pouco agressivo. Bonitinho, mas pena que joga no outro time. Ao cumprimentá-lo com um aperto de mão, vejo lágrimas em seus  olhos castanho e vejo que ele está tão arrasado quanto eu.

                Pensando nisso, decido que posso estar arrasada, ser fraca enão ter nenhuma habilidade especial que me ajude, mas vou lutar até o fim.

                Grande coisa, sussurra uma vozinha má na minha mente. Todos os outros vão lutar. Será que você é capaz de vencê-los?