Harry me acompanhou enquanto eu fazia todos os raios x, tinha vontade de chorar o dia todo de tanto que doía. Depois dos exames Harry ia me levar pra “casa” quando meu irmão apareceu lá no hospital:

– Papai saiu do trabalho pra te levar pra casa.

– Valeu peste, acabou com o melhor momento da minha vida.

– Você sempre briga com ele assim? – perguntou Harry

– Claro, calma aê, já volto. – disse ele correndo em direção ao carro do meu pai e voltando com a carteira dele na mão. – aqui está a prova, na carteira do meu pai tem uma foto, olha. – disse ele empurrando a foto na cara do Harry.

– É você nesta foto? – perguntou Harry pra mim.

– É eu tinha sete anos e meu irmão cinco, meu pai tirou a foto bem na hora que eu tava batendo nele.

– Seu cabelo ta preto.

– É preto azulado.

– Achava que seu loiro era natural.

– Mas é natural, minha família teve a maldição de nascer com cabelo loiro, então eu pintava de preto quando era menor.

– Por que maldição?

– Porque sempre dizem que loiras são burras, e eu não queria ser chamada de burra.

– Tantas pessoas pintando o cabelo de loiro e você querendo tirar o loiro, tantas garotas apaixonadas por mim, e eu tenho que ficar com a mais estranha.

– Oh, valeu por me chamar de estranha, até hoje à tarde na casa do Louis.

– Você vai? Mas você não estava de castigo?

– Meu pai é supersticioso, como eu estava de castigo e cai de bicicleta, ele acha que isso foi um sinal pra eu sair do castigo.

– Tudo bem, uma garota estranha, um irmão escandaloso e um pai supersticioso, o que mais tem na sua família?

– Uma madrasta malvada e um espírito de uma mãe. – ele olhou um pouco assustado

– até mais tarde então garota da família estranha.

– Você dormiu com ele? – veio meu irmão me perguntar.

– Dormi, mas...

– Eu te falei que eu não queria sobrinhos cedo.

– Eu não... Ah deixa pra lá.

Lá pelas seis horas Harry me pegou lá em casa e me levou pra casa do Louis, Niall e Louise já estavam lá.

– Menina o que aconteceu com você? – disse Louis olhando pro meu rosto. – Harry violência contra mulher é crime.

– Eu cai de bicicleta. E então, vai ser que filme?

– Depende, temos atividade paranormal, o grito e o chamado, qual você escolhe?

– O grito.

– Pode crer.

Louis e Eleanor sentaram no sofá de dois lugares e ficaram abraçadinhos lá, sentei entre Harry e Louise e Niall sentou no chão. Estava vendo o filme tentando não ficar com medo, mas na hora que o zumbi com cara de japonês que mia apareceu eu apertei o braço do Harry:

– Fala serio que você vai ficar com medo de um... AAAAAAAAAAH. – todos começaram a rir com o grito do Harry

– Louis, tem pipoca nessa casa? Para animar um pouco o filme. – disse Niall

– Tem no armário, faz lá pra gente. – Niall foi para a cozinha e veio trazendo copos para a gente. Ele se assustou com uma parte do filme e derrubou o copo no chão. Niall e Louise se abaixaram no mesmo tempo pra pegar o copo que tinha se partido no chão, eles pararam e olharam um pro outro.

– Teve um clima. – disse Harry– AI– disse ele quando dei outro tapa nele.

– Você sempre vai falar isso? – perguntei pra ele

– Fazer o que, que eles combinam “plenamente” e sempre que se olham rola um clima.

Logo que o filme acabou Louis convidou a gente pra dormir lá, como uma noite do pijama, Louise não pode dormir lá e foi pra casa.

– É eu não tenho roupa pra dormir aqui. – falei pra Louis

– Lá no quarto do Louis tem alguns pijamas meus, vê se serve em você. – disse Eleanor, olhando para Harry que estava com uma cara como se quisesse saber por que tinha pijamas da Eleanor na casa do Louis.

Fui até o quarto de Louis que era no segundo andar, tirei minha calça que estava muito apertada e fiquei na ponta do pé pra pegar o pijama que estava no alto.

– Rebelde. – disse Harry aparecendo na porta do quarto.

– Que?

– Você é muito rebelde com essa calcinha de caveirinhas. – ele falou rindo.

– Que feio ficar olhando pra calcinha de crianças indefesas.

– Se arruma logo que eu estou te esperando lá na varanda.

Coloquei o pijama e fui até a varanda, Harry estava lá admirando a vista.

– Lizzy! Semana que vem voltam os shows e eu não queria te perder. Quer namora comigo? – disse me dando uma caixinha com um cordão com um pingente da letra “H”.

– Que romântico, um pedido de namoro na casa do seu melhor amigo e eu com um pijama duas vezes maior do que eu.

– Linda. – disse enquanto colocava o cordão no meu pescoço.

– To parecendo aqueles cachorrinhos que tem o nome do dono na coleira pra não se perder.

– Pelo menos desse jeito todo mundo vai saber que você é minha.