Reticências De Uma Semideusa escrita por Bruna Jackson


Capítulo 32
Queima da Mortalha


Notas iniciais do capítulo

oie! não consegui terminar a fanfic nas férias, mas vou tentar escrever o mais rápido possível. não demorei muito, né?
enfim, espero que gostem, nos vemos nas notas finais ;3



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Com a quantidade de coisas estranhas que eu havia presenciado naquele dia, não fiquei surpresa quando Percy dirigiu-se ao Empire State Building para ir ao Olimpo. Dissemos aos Pégasos que ficassem por perto, mas longe dos olhos curiosos. Entramos e dirigimo-nos ao balcão de informações, onde um homem lia, desinteressado, um romance policial. Percy puxou um dracma do bolso e colocou sobre o balcão.

– Seiscentésimo andar – pediu.

O segurança olhou desconfiado para nós.

– Qual é – disse Percy – você me conhece. Já estive aqui pelo menos duas vezes.

– Lembro-me de você – falou. – Sejam breves, tem muitos deuses irritados. E se arrumarem encrenca lá em cima, Zeus vai me incinerar.

Ele empurrou um cartão pelo balcão e voltou a ler, enquanto Percy pegou o cartão e nos dirigimos ao elevador. Esperamos o elevador chegar e esvaziar, então entramos. Ele colocou o cartão numa fenda, e apertou o botão que apareceu. Ficamos em silêncio até que o elevador chegasse ao Olimpo. Fiquei maravilhada com a visão de jardins estendiam-se por todos os lados, cercando templos brancos e estátuas dos deuses. Os detalhes em bronze refletiam os raios de sol, aumentando ainda mais o esplendor do ambiente. Percy me assegurou de que tudo estava sendo planejado e supervisionado por Annabeth, e fiquei surpresa.

Entramos na Sala dos Tronos e encontramos os doze tronos vazios. Puxei o pergaminho da mochila e direcionei-me ao trono dourado, que presumi ser o de Apolo. Era mais alto do que eu imaginei que seria, e tive que pedir que meu irmão me levantasse para alcançá-lo. Coloquei o pergaminho lá, enrolado, e desci. Então apareceram meu pai e Apolo, sentados em seus respectivos tronos.

– Aleluia – resmungou Apolo. – Achei que não iam mais trazer o meu haicai mais poderoso.

– Afinal de contas, qual é o motivo de ele ser tão importante pra você? – perguntou Poseidon.

– Simplesmente, tio, esse haicai que está no pergaminho estabelece a ordem do mundo. Achei que soubesse – respondeu o deus.

– Como assim? – perguntei.

Apolo suspirou.

– Tudo tem seu lugar, certo? Como os peixes não podem voar e os passarinhos não podem respirar debaixo d’água, temos que manter os mortais cegos para a nossa existência. Separar as coisas, entende? – ele parecia um professor explicando isso para uma criancinha de cinco anos.

– Vou me preparar pra cerimônia – resmungou ele.

E desapareceu, tão rápido quanto tinha aparecido. Poseidon pigarreou.

– Oi – falou.

– E aí, pai – cumprimentou Percy.

– Dava pra você diminuir um pouco? Meu pescoço está doendo de tanto olhar pra cima – pedi.

Ele riu e diminuiu, ficando da mesma altura que Percy.

– Melhor? – perguntou.

– Muito, obrigada.

– Estou muito orgulhoso de vocês dois – prosseguiu ele. – Já é a segunda vez nessa década que meus filhos salvam o mundo. Mesmo que não estejam envolvidos em uma grande profecia – e piscou para mim.

– Você e Atena ainda discutem por causa de mim e da Annabeth? – perguntou Percy.

– Não... nós até estamos discutindo com mesmo frequência, ultimamente – meu pai confessou. – Mas agora vocês devem ir. A cerimônia de Apolo vai começar daqui a pouco, e ele não gosta que semideuses presenciem. É só para deuses olimpianos, nós doze mesmo. Desculpem por isso.

– Sem problemas – respondi. – Temos uma mortalha para queimar no acampamento.

– Fiquei sabendo... Peter, não é? Zeus já sabia. Era um bom garoto. – disse Poseidon.

– Isso mesmo. Vamos, Percy, está na hora de voltar. Até mais, pai – disse.

– Cuidem-se – pediu ele.

Então outro trono foi ocupado. Uma deusa empunhando um enorme arco prateado estava sentada de pernas cruzadas em seu trono, olhando diretamente para mim.

– Ártemis – saudou Percy.

– Percy, Stefanie. Gostaria de falar com vocês no meu templo – disse ela. E desapareceu.

Percy resmungou qualquer coisa e começou a andar em direção ao templo de Ártemis, comigo em seu encalço. Chegando lá, percebi que tudo era simples. Detalhes em prata estavam por todos os lugares, e as paredes exibiam imagens de constelações. A deusa estava sentada em um pequeno trono delicado, prata e sem detalhes, próximo a alguns arcos pendurados nas paredes. Algo me dizia que eles não estavam ali apenas para servir como decoração.

– Tenho uma proposta a lhe fazer, Stefanie – começou ela.

– E eu nunca consigo impedir nenhuma delas de aceitar – disse Percy.

Revirei os olhos. Ártemis prosseguiu.

– Acho que você não conhece, mas eu tenho um grupo de Caçadoras. As Caçadoras são garotas, normalmente nessa sua faixa de idade, que correm pelo mundo comigo. Elas ganham a imortalidade, e só a perdem se forem derrubadas em batalha. Você tem o perfil ideal de uma Caçadora, gostaria de juntar-se a mim?

– A proposta está boa demais para eu não desconfiar, desculpe-me – disse. – Do que eu tenho que abdicar?

– Dos garotos, Stef – disse Percy. – Nunca namorar ou casar. E se quebrar seus votos à Ártemis, perde a imortalidade e sai da caçada.

Olhei para a deusa, que assentiu.

– Tudo bem, eu acho justo – respondi. – Vou ser amaldiçoada caso quebre meus votos?

– Não. Eu serei grata pelo seu tempo de serviço comigo, e você sairá. Apenas isso.

– O que eu devo fazer para entrar? – perguntei.

– Repetir as palavras dela. Vou acabar decorando, de tantas vezes que já presenciei essa cena – comentou meu irmão.

Dei uma risadinha. Segurei a mão de Percy enquanto pronunciava os votos de Ártemis.

– Como sei que você teve uma perda recente, as caçadoras irão ao acampamento presenciar a cerimônia da queima da mortalha com você. Pode dormir no seu chalé hoje, mas vai se mudar ao chalé oito. Vocês voltam ao Olimpo ao anoitecer de amanhã, depois do jantar. Seu arco e sua aljava aparecerão quando você precisar – disse a deusa. – Agora, vá.

– Por que você fez isso? – perguntou Percy quando saímos do templo.

– Parece um jeito interessante de passar a eternidade – respondi.

Encontramos as caçadoras esperando na porta do Empire State, lideradas por uma garota de cabelos pretos e olhos azuis, iguais aos de Peter.

– Thalia! – chamou Percy.

– Perdeu mais uma pra caçada, hein Percy? Bom te ver – Thalia abraçou meu irmão. As outras caçadoras deram um passo atrás.

Thalia observou-me da cabeça aos pés.

– Bem vinda...

– Stef – completei.

– Stefanie – corrigiu Percy, passando o braço pelo meu ombro. – Cuide dela, Thalia, ou vai se ver comigo.

O arco de algumas caçadoras apareceu, mas Thalia riu.

– Como se você tivesse alguma chance – disse a caçadora, entre risos. – Vamos, você está nos atrasando. Vai conosco ou com ele? – perguntou, dirigindo-se a mim.

– Vou com Percy – disse. – Estamos com nossos Pégasos aqui.

Ela assentiu.

– É, eu os vi por aqui. Nos vemos lá, então.

E o grupo saiu correndo em direção ao acampamento. Assoviei alto e logo os Pégasos chegaram. Não demorou muito para chegarmos ao nosso destino, já que Blackjack e Snow resolveram apostar açúcar para ver quem chegava mais rápido. No fim, Snow ganhou.

Fui ao chalé enquanto Percy ia encontrar Annabeth. Tomei banho e troquei de roupa, então fui para a cerimônia da queima da mortalha.

Todos estavam presentes, incluindo Sr. D., Quíron e as caçadoras, que se postaram ao meu lado. A fogueira estava queimando, e logo a mortalha foi trazida por Thalia, irmã dele. Era azul celeste, com vários raios estampados em dourado e prata. Ela segurou a mortalha a alguns passos da fogueira, enquanto proferia algumas palavras, com os olhos cheios de lágrimas.

– Eu não o conhecia muito bem – confessou a garota – mas o suficiente para dizer que ele seria um grande guerreiro. Melhor que eu, talvez. Vou sentir muito a falta dele.

Quíron olhou para mim e acenou com a cabeça para onde Thalia estava. Fui até ela.

– Peter... ele era muito gentil. Nos poucos dias que convivemos, me apeguei muito a ele. Seria um ótimo amigo. Sou muito grata por ele ter dado a vida para nos salvar. Foi um ato de puro heroísmo. Sentirei muito a sua falta – terminei minha fala e enxuguei uma lágrima. Thalia estendeu a mortalha de seu irmão para mim, e a coloquei no fogo. Um raio cortou o céu, e o som de trovões soou pelo acampamento.

Fui embora assim que possível. Alguns campistas vieram me dar abraços e dizer “sinto muito”, mas escapei de suas falsas tristezas. Entrei no chalé três e deitei em meu beliche sem trocar de roupa. Uma Captura da Bandeira estava marcada para a tarde seguinte, já que as Caçadoras partiriam cedo, e eu queria estar bem disposta. Adormeci com o cheiro de água salgada queimando em minhas narinas.


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Notas finais do capítulo

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