Reticências De Uma Semideusa escrita por Bruna Jackson


Capítulo 3
Treinamento


Notas iniciais do capítulo

esse é um capítulo em que a leitura é opcional, não vão perder nada de muito importante se não lerem. resumindo é o treinamento da Stef com o Percy... mas eu adorei ele ^^ logo posto o próximo capítulo ok?



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Segui Percy até um local mais afastado, com algumas árvores e um pequeno riacho. Ele pegou uma caneta e tirou a tampa, que se transformou em uma espada. Ele só tinha sua armadura e sua espada, nada mais. Eu estava com uma espada, um escudo, armadura, uma pérola e meu gorro. E me sentia completamente pesada e despreparada. Transformei meu escudo em pulseira e larguei meu gorro no chão; não queria ser injusta com ele. Lavei minhas mãos suadas no riacho e enxuguei na minha calça jeans. Eu estava pronta para o treinamento.

- Mostre-me o que você sabe fazer, maninha – Disse Percy.

Eu preferia mil vezes que ele me atacasse, minha defensiva é melhor, mas tive que dar o primeiro passo. Ataquei-o com um golpe rápido de minha espada, que ele aparou com sua lâmina facilmente. Ele girou minha espada querendo tirar vantagem disso, mas dei um passo atrás e tentei atingir seu braço. Sem sucesso. Ficamos trocando golpes por uns bons quinze minutos, e seus olhos verdes se estreitaram, estavam faiscando. Eu percebi que ele não estava facilitando o jogo para mim. Estava ficando cansada, e me virei de costas para o riacho, deixando que ele me empurrasse na direção que eu queria. Estávamos a dois metros do riacho quando ele percebeu o que eu queria fazer. Usou um golpe muito rápido que arrancou minha espada de minha mão, deu uma rasteira em mim, que me fez cair de costas no gramado, fora do alcance de Ômega. Ele estava com sua espada a dois centímetros do meu pescoço, e quando eu percebi que ele queria que eu revidasse, usei as últimas energias que me restavam para invocar uma espécie de chicote de água, que o pegou de surpresa pelo tornozelo e o derrubou. A água havia me molhado inteira, e minha energia retornara a meu corpo. Peguei Ômega antes que ele pudesse se levantar, provavelmente com a energia restaurada também, girei a lâmina na mão, como se estivesse em um espetáculo e apoiei a espada em seu peito, como se fosse matá-lo. Fiquei olhando para seu rosto por uns cinco segundos, levantei a lâmina e desferi um golpe, deixando um talho em sua armadura. Finquei Ômega no chão e o ofereci a mão para se levantar; faltavam apenas dez minutos para começar o desafio.

- Parabéns Stef – disse Percy – faz muito tempo que não luto com um espadachim a minha altura.

- Hã, obrigada. Então, no que eu deveria melhorar? – disse, sem saber o que falar.

- Acho que você poderia melhorar sua ofensiva. Você se defende muito bem Stef, mas temos que treinar seu ataque. O começo da luta foi horrível. Outra coisa: senti que você não estava lutando pra valer, parecia com medo de machucar seu irmão mais velho – disse ele com um sorriso, prevendo que minha reação seria parecida com a de Annabeth – mas não precisa se preocupar com isso. É só entrar na água que eu me recupero. Você também se recupera, provavelmente –fiz uma careta, e ele riu de minha reação- Estenda a mão esquerda, por favor. Vou fazer um corte na palma da sua mão com minha espada, Contracorrente, e você mergulha sua mão no riacho. Pode ser?

Estendi minha mão para ele, com os olhos entreabertos, buscando em seu rosto algo que me dissesse que ele estava me enganando. Mas ele estava calmo.

- Ok, vamos logo com isso.

Ele abriu um largo sorriso e girou a lâmina rapidamente. Eu nem havia sentido. Quando começou a sangrar, percebi que o corte havia sido mais extenso do que eu imaginara. Atravessava a palma da minha mão na diagonal, do dedão ao dedo mínimo. Seguindo suas instruções, mergulhei minha mão no riacho, e quando a retirei de lá não havia sequer uma cicatriz que me provasse que eu realmente tinha um corte segundos atrás.

- Viu? – perguntou-me – Não precisava ter medo de me machucar.

Ele reprimia um sorriso. Se fosse qualquer outra pessoa, eu daria um belo tapa. Mas ele era meu irmão, aquele que eu queria encontrar desde que fui reclamada. Peguei meu gorro e o coloquei, saquei Ômega e disse:

- Tudo bem, você avisou. Agora vamos ver se você é bom de luta com criaturas invisíveis também.

A única coisa que eu não sabia e nem desconfiei foi que ele havia treinado com Annabeth, que também tinha um boné de invisibilidade. Ele estava atento. Já que não podia me ver, ouvia meus passos, movimentos, respiração e via onde eu deixava pegadas no barro macio que ladeava o riacho. Usei isso a meu favor.  Joguei um galho contra uma árvore que estava atrás dele e subi em uma pedra. Um enorme erro, se quer saber. O galho estava invisível em minha mão, mas assim que o lancei ele ficou visível novamente, e minhas botas, sujas de barro, deixaram marcas na pedra em que subi. Agora ele sabia onde eu estava. Pulei para o galho mais baixo da árvore mais próxima e escalei alguns poucos metros. Percy achava que eu ainda estava no chão, e ficou atento, procurando sons ou pegadas minhas, mas não encontrou nada. Rapidamente me lancei da árvore e virei o punho da espada para baixo, esperando atingir o ombro esquerdo de Percy, mas cortei sem querer um galho mais baixo que fez barulho suficiente para meu irmão perceber onde eu estava e o que eu pretendia fazer. Ele saiu de baixo e rapidamente invocou uma onda para amenizar minha queda. Meu gorro escapou de minha cabeça nesse meio tempo e agora ele podia me ver. A onda se dissipou assim que eu caí nela, me deixando deitada de barriga na pedra molhada e fria. Rolei na pedra para que eu pudesse ver onde Percy estava, e ele estava com o rosto logo acima do meu.

- Bu. Não esperava por essa não é?

- Não mesmo. Parece que você treina muito com a Annabeth, não é?

- Claro. E eu treino pra valer desde os doze anos. Agora vamos. Bem que eu queria um desempate desse belo 1x1, mas Quíron já está reunindo os campistas para começar.

- Ei – disse- você acha que eu estou pronta para enfrentar autômatos do chalé de Hefesto e monstros selecionados por Ártemis?

- Claro – respondeu – e estamos em trinta campistas, você não vai lidar com isso sozinha. Ok, vinte e nove campistas. Provavelmente Clovis, filho de Hipnos, vai adormecer no caminho. Mas você ainda tem outros vinte e oito campistas ao seu redor, dificilmente vai ter que lidar com muita coisa. E se tivesse que enfrentar esses monstros sozinha, se sairia muito bem. Para quem derrotou o melhor espadachim do acampamento sem maiores treinamentos, esses monstros não seriam nada.

Eu sorri. Fazia muito tempo que eu não ouvia um elogio. Acho que ele percebeu, pois sorriu também.

- Agora vamos – disse ele – Quíron só está esperando por nós.

Ele estendeu a mão e eu a peguei. Seguimos juntos para o anfiteatro, onde meu desafio me aguardava.


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Notas finais do capítulo

agradeço aos três leitores que eu tenho haha ^^
espero que gostem muito da fanfic, sério...