Annabeth:

–Percy! Acorde! Ai, meus deuses do Olimpo... PERCY!!! - Eu abanava freneticamente seu rosto com uma revista. Deuses, ele estava pálido demais!

Os ladrilhos gelados incomodavam minhas pernas descobertas, mas eu não sairia dali até Percy sair da posição fetal em que ele se encontrava.

Ele continuava imóvel. Graças aos deuses continuava respirando, e também tinha pulsação. Desisti de tentar acordá-lo e joguei a revista para longe. Sentei-me ao lado dele, e acariciei seus cabelos negros, tentando ignorar o fato de que estava quase tão assustada com a idéia de ter filhos quanto ele. Eu estava com medo...

Até que, com um movimento brusco, ele vira de barriga para cima, completamente esticado, braços e pernas separados, e abre os olhos, fitanto o teto de madeira da casa de praia. Ficou assim por um tempo, só digerindo a informação e se recuperando um pouco do choque, então não falei nada. Voltei a ouví-lo com um simples suspiro.

–Eu... Nós vamos ter um filho? - perguntou ele, descrente.

"Qual parte do "estou grávida" ele não entendeu?", pensei, mas eu estava tão assustada quanto ele com a situação. Descobrira o inevitável ainda aquela manhã, e decidi contar a ele antes de qualquer um... Mas não consegui de novo. Que foi? Thalia me pressionou, ok?! Caso não saiba, é muito difícil esconder segredos de uma filha de Zeus... Ela pode aparentar ter 16 anos, mas sabemos que ela continua sendo a velha Thalia de sempre, que poderia quebrar a minha cara só com um olhar se eu não a respondesse. E Júniper também havia me perguntado, quando me viu á mesa de salgados e doces, com, no mínimo, 5 mini - esfihas e 5 pirulitos em cada mão, o porquê de eu estar comendo feito uma condenada. Tive de explicar a ela, antes que abrisse o berreiro ali mesmo, e começasse a chorar. E então, todos iriam perguntar-me o que havia acontecido...

–Sim, vamos ser pais... - respondo a ele, e Percy se senta ao meu lado, lentamente, e enrola seus dedos nos meus. Eu olho para ele, e continuo. - Mas acho que... Nós estamos mesmo preparados para um filho? Agora?

Ele entendeu o que quis dizer. Não vou deixar meu bebê a deriva. É claro que vou tê-lo. Só queria ter certeza de que Percy ficaria ao meu lado, e que, não importa o que viesse a acontecer, ele estaria ao meu lado, para que arcássemos juntos com as consequências. Ele assentiu, e apertou minha mão com mais força, se aproximando.

– Não estamos preparados...- Ele sorriu, e não pude evitar retribuir quando ele continuou. - Mas temos alguns meses para nos preparar, certo?

Eu me aproximo e o beijo, e fico feliz ao perceber que ele retribui.

Passamos a noite assim, sentados no piso frio da sala da casa, aninhados um no calor do outro.

Não fazia sentido ir para a cama que nos aguardava nos fundos, tampouco fingir que iríamos dormir. Mas, de qualquer forma, estávamos muito bem ali.

O dia amanheceu, e continuávamos imóveis.

Somente a necessidade de comer e se lavar nos fez conseguir força para levantar, e mesmo assim, nossos movimentos me pareciam muito robotizados.

Após o café, me sentei no sofá. Logo ele veio e me fez deitar a cabeça em seu colo enquanto assistíamos a TV. Ele pousou delicadamente a mão sobre vinha barriga, e me mexi no sofá, afim de encarar seus olhos em busca de respostas para o movimento. Ele sorriu ao ver minha inquietude, e puxou, com a mão livre, a caixinha prateada da noite anterior. Abriu-a, puxando minha mão, e encaixou o anél que não tivera a oportunidade de me dar em meu dedo. Continuei fitando-o.

Ele voltou a pousar a mão sobre minha barriga, e olhou em meus olhos, acariciando-a.

–Não vou desistir de vocês...

Lentamente, voltei a encarar a televisão, e ele fez o mesmo.

Não pude evitar o sorriso que invadiu meu rosto, e observava atentamente meu novo anél de noivado. E ainda deitada em seus colo, com seus dedos brincando com meus cachos, fechei os olhos.