Era Uma Vez... Saíndo De Um Livro... escrita por Jacih


Capítulo 5
Capítulo IV - Sentimentos São


Notas iniciais do capítulo

N/A: Desculpa a demora gente, mas comecei a trabalhar e fica difícil escrever então! Responderei os reviews amanhã! Espero que gostem!
Beijos
ps: Sentimentos São - A Bela e a Fera



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“São os seus defeitos que fazem de você uma pessoa única.”

A Bela e a Fera

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POV Scorpius

Eu estava sentado no celeiro há um bom tempo, de lá, sob um monte de feno, eu podia ver a janela do quarto onde Rose estava e ainda mantinha a esperança de vê-la ir até a varando para tomar sol. Isso está soando muito clichê, eu sei.

Mas naquela manhã quando eu acordei e vi seu rosto sereno tão próximo do meu, eu me senti diferente. Não era como em Hogwarts quando eu esperava para vê-la em algum corredor e implicar com ela só para ouvir sua voz, naquele momento, naquela manhã, éramos apenas Rose e Scorpius sem sobrenomes. Eu me assustei com isso. Temi, na verdade.



Sentimentos são
Fáceis de mudar
Mesmo entre quem
Não vê que alguém
Pode ser seu par



Ela era pura demais, singela demais. Não estou dizendo que não era inteligente, pelo contrário, ela era muito mais inteligente do que eu, só quero dizer que ela era uma garota diferente. Eu não podia pensar nela como uma qualquer, ou senti o desejo que senti ao estar deitado na mesma cama que ela. Poxa, ela havia confiado em mim. Eu tinha de honrar essa confiança, mesmo que me desejo fosse beijá-la até que me correspondesse.



Basta um olhar
Que o outro não espera
Para assustar
E até perturbar



– Conseguiu vê-la?

Sorri ouvindo a voz infantil e me voltei vendo Marie com uma cesta de vime nos braços. Ela sorria. Levantei-me e segui até ela.

– Consegui sim, ela estava com medo, mas eu a protegi. – falei baixinho, eu me sentia feliz por isso

– E ela estava com saudades de você? – ela começou a saltitar para a porta do celeiro

– Estava sim. – menti, Rose não me dissera que sentiu minha falta

– Que bom. Logo vai poder tirá-la do castelo então. – ela correu para o meio de umas árvores frondosas

– Como sabe disso? – perguntei correndo atrás dela – E para onde está me levando?

Ela passou por uns arbustos e sumiu, então eu parei franzindo o cenho. Aquilo mais parecia uma armadilha, mas Marie não faria isso comigo, era apenas uma criança. Andei calmamente e passei pelos arbustos.

Havia uma garota sentada na relva em frente a um rio, Marie estava ao lado dela estendendo uma toalha xadrez na grama.

– Minha irmã quis fazer um piquenique e como você queria conhecê-la... – Marie piscou

– O quê? – a voz da garota saiu melodiosa, eu me aproximei devagar enquanto ela se levantava ligeira e me encarava de frente

Eu parei prendendo a respiração. Aquilo não podia ser verdade. Eu não me importava nem um pouco pela garota estar furiosa ou estar completamente molhada por ter nadado no rio, eu não me importava que ela andava em minha direção com o dedo em riste, as bochechas corados e os olhos querendo me matar. Eu não me importava com nada, só em observá-la.



Mesmo a Bela e a Fera


– Quem é você? – ela pediu, brava demais – Como conheceu minha irmã? E de onde me conhece para querer me ver? Quem pensa que é para...

– Você é igual a ela. – eu interrompi em um sussurro apenas

A garota na minha frente franziu o cenho e olhou para Marie sem entender nada. A garotinha sorria enigmática.

– Por que não me contou Marie? – pedi me abaixando em frente a pequena – Você me viu aquele dia com a princesa, por que não me contou que elas são iguais?

– Você não acreditaria se eu dissesse. – ela deu de ombros – Então tive que apresentá-la a você!

– Do que está falando? – a garota finalmente pareceu recuperar a voz – Você disse que eu sou igual a princesa?

– Sim. Você tem a mesma cor dos cabelos, a cor da pele, as sardas sobre as bochechas...as curvas do corpo e o temperamento... – eu voltei a olhar para ela – Mas seus olhos...eles são um tom mais claro do que os dela...os seus parecem o céu límpido em uma clara manhã, os dela parecem o céu turbulento após a passagem de uma tempestade!



Sentimento assim
Sempre é uma surpresa
Quando ele vem
Nada o detêm
É uma chama acesa



– Então é por isso que ele preferiu a ela... – a garota abaixou o rosto quando seus olhos lacrimejaram

– O príncipe nem mesmo a viu! E não pode vê-la ou pensará que é você! Ele não pode tocar nela ou eu o matarei! – minha voz saiu firme e minha mão remexeu minha varinha no bolso da calça

– Não! – ela se assustou e se adiantou para mim – Ele é um bom homem! Assumiu o trono com o reino falido e conseguiu pagar todas as dívidas! Agora está lutando para melhorar a vida do povo, mas está difícil! Ele não é mau! Nunca...nunca se aproveitou de mim...

– Está dizendo que ele nunca a tocou? – eu franzi o cenho, ela negou com um aceno – De onde venho, ter intimidade não é proibido! É uma coisa normal demais até...

– De onde vem? – ela se afastou alguns passos em direção ao rio, não parecia ter medo ou raiva agora

– Do futuro! – Marie saltitou e começou a tirar sanduíches da cesta que trouxera – Ele é um bruxo!

– Marie! – eu exclamei – Isso pode não ser bem visto por aqui!

– E não será mesmo! – Rosalie se voltou para mim novamente – Bruxaria é condenada com morte na fogueira aqui! Mas Marie sabe que não pode falar a ninguém, afinal somos descendentes de bruxos!

– Vocês são bruxas? – eu sorri, finalmente alguém que me entenderia

– Sim. Nosso clã descende desde os primeiros anos da bruxaria, estudamos em casa e escondemos de todos! É bom saber que no futuro não será mais preciso esconder nossos dons! – ela sorriu fracamente

– Não é bem assim...formamos uma sociedade, mas escondida dos trouxas! É claro que temos muitas liberdades e conseguimos viver muito bem! – eu sentei na relva perto da toalha e ataquei um sanduíche, só agora percebi o quanto estava faminto

– A princesa veio com você? – ela sentou a minha frente, parecia uma garota singela agora, não a fúria em pessoa como antes

– Sim, estudamos juntos e não sei bem como viemos parar aqui. – eu dei de ombros – Agora preciso tirá-la de lá! Rose não merece casar com alguém que não conhece!

– Rose? – ela estranhou o nome

– Sim, vocês duas tem o mesmo nome, apesar de chamarem-na de Victória aqui! – eu suspirei – Preciso de ajuda!

– Você a ama. – ela sorriu, sincera agora – Como poderei ajudar?

– Preciso saber seus reais sentimentos pelo príncipe! De alguma maneira eu sei que só poderemos voltar ao nosso tempo se essa história terminar com um “felizes para sempre”! – eu estava ansioso, na verdade ainda não sabia como poderia ajudar desta forma, mas eu precisava saber a verdade

– Eu o amo. – ela disse simplesmente – Não sei como ou por que, só sei que quando vi que ele tinha de seguir as leis do rei e se casar com a princesa eu me afastei para não causar problemas e para deixá-lo ser feliz mesmo nos braços de outra.

– Eu não conseguiria fazer isso. – eu estava pensando na Rose e no príncipe e na resposta que me dera na noite anterior, ela poderia mudar de idéia a qualquer momento



Sentimentos vêm
Para nos trazer
Novas sensações
Doces emoções
E um novo prazer



– Mesmo se ela se apaixonasse pelo príncipe como eu? – Rosalie murmurou – Você mesma disse que somos iguais!

– Ela não vai se apaixonar pelo príncipe. – eu me levantei mordendo o lábio inferior

A raiva me subiu a cabeça. Rose não faria isso, não queria ficar ali. Ela queria ir embora comigo. Não queria?

– Tem certeza que o que sente é mesmo verdadeiro? – Rosalie se levantou e se aproximou devagar de mim

Ela parou na minha frente, próxima demais. Se eu não soubesse que ela não era a minha Rose talvez eu me confundisse. Mas eu sabia só de olhar em seus olhos que minha Rose estava longe dali. Longe de mim.

Rosalie ficou na ponta dos pés e beijou meus lábios devagar. Ela tinha um gosto doce de mel, os lábios macios, mas completamente gelados.

– Você não me correspondeu. – ela constatou se afastando – Não sentiu nada?

– Não. – eu sussurrei

– Você já a beijou? – ela sorriu ainda mais

– Não. – respondi de volta, onde ela queria chegar?

– E por que não? – ela riu com gosto – Eu acabei de beijar você e sou igual a ela! Você diz que não sentiu nada, então é porque a ama de verdade! Está esperando o quê? Que um príncipe chegue em um cavalo branco e a leve embora para longe dos seus braços?

Ela tinha razão. Eu nunca me declarei para a Rose. De que adiantava eu fazer sempre o mesmo pedido de Natal, se eu não dava um passo para ajudá-lo a se cumprir? Que Rose e eu pudéssemos ser nós mesmos, vivendo o que sentíamos sem o peso dos sobrenomes. Mas, espera aí! Ele se realizou sim! Estamos vivendo isso e agora só preciso aproveitar a oportunidade!



E numa estação
Como a primavera
Sentimentos são
Como uma canção
Para a Bela e a Fera



– Você tem razão! – eu sorri para a ruiva na minha frente – Vou vê-la agora mesmo.

Eu saí correndo da floresta em direção ao castelo. Por sorte o quarto de Rose dava para um jardim onde ninguém passava. Subi pelas trepadeiras da parede e desci na sacada. As cortinas flutuantes eram as únicas coisas que me separavam de Rose agora. E, finalmente, eu iria me declarar para ela.

Mas quando afastei as cortinas, eufórico, a cena que eu vi me fez parar, estático. Meu coração deu um salto e se encheu de uma tristeza profunda que causava dor, a pior dor que já senti.

Rose estava em pé no meio do quarto e um homem a beijava com extremo carinho. Pude ver o brasão real em suas roupas.



Sentimentos são
Como uma canção
Para a Bela e a Fera





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Notas finais do capítulo

N/A: Comentem! XD