A Casa Imoral escrita por Ao Kiri Day
Dim-dom-dum…O loiro abriu os olhos devagar.
_Nhaa… -Len se sentando e coçando os olhos como sempre, shota.
_Len… -uma voz meio abafada ao seu lado.
Os olhos azuis e cansados se viraram para o indivíduo. Nero estava praticamente babando, e aquele era o travesseiro da Rin.
_Nee, Nero-chan. –Len balançando-o.
_Un, amanheceu? Que horas são? –Nero abrindo os olhos dourados com seu sorriso fofo.
_São 6 e meia…vamos nos trocar. –Len puxando-o.
Alguns minutos, eles conversando sobre a noite passada bem nervosos, estavam de cueca boxer, Len com uma preta e Nero com uma listrada de preto e branco. Os dois estavam tentando de todas as formas se manterem concentrados em vestir seus uniformes o mais rápido possível, mas antes alguém abriu a porta.
_BOM D-… -ia- Kyte murchando na fala muito corado.
Len e Nero viraram pimentões e se cobriram da melhor forma com peças de roupa, o que deixou Kaito com vontade de sair correndo e se “aliviar”.
_B-Bem, o café está na mesa. –Kyte se virando e fechando a porta com um sorriso.
_A-Ai…desculpa, Nero. O Kyte muitas vezes vem me chamar, esqueci disso. –Len se descobrindo.
_N-Não tem problema nenhum…problema nenhum, Len-san. Ele é seu irmão não? –Nero tentando sorrir.
_N-não…exatamente. –Len virando o rosto e vestindo a calça.
Nero ficou uns instantes observando-o fisicamente, Len era baixinho e um pouco magro, mas bonito de formato e cor. E só de calça ele estava…
_AAHH, PÁRA DE OLHAR ASSIM! –Len batendo com a blusa na cara do loiro-opaco.
_ITTE! –Nero se recuperando.
_Foi mal, mas você está demorando e fica me olhando. Anda logo. –Len se virando e andando até sentar na cama.
O loiro de olhos azuis ficou brincando com os dedos nervoso. Nero era agradável, legal, gostava dele, beijou ele. Qual era o problema?
Sentiu o maior se aproximar e sentar ao seu lado. Ele não olhava pra Len, apenas ficava olhando para uma foto na mesa de cabeceira.
Nela continha Rin, Kuro, Len, Kyte e Gackpo abraçados e rindo. Len devia estar com 9 anos de idade. E estava bem abraçado ao azulado.
_Você o vê como? –Nero.
_Kyte? Eu não sei…chamo de irmão porque ele não pode ser um pai, nem mãe, nem tio…ele ainda não tem uma definição pra mim, porque ele nos criou, mas é muito diferente do comum. Não sei dizer o que sinto por ele. –Len.
Nero apoiou a mão no ombro de Len, sorrindo tímido e desanimado. Ele sabia que havia algo mais que ele não fazia idéia, mas aqueles homens e Rin, e também o gatinho preto na foto, tinham várias ligações além de familiares.
_Bem, Len. Essa noite não foi o suficiente pra você se decidir? –Nero.
_Acho que foi sim. –Len.
_E o que você decidiu? –Nero.
_Que sim. Qual é o problema? –Len sorrindo para o outro loiro.
Nero sentiu-se vibrar de alegria e agarrou Len nos braços. Enquanto isso…
Passos apressados desciam as escadas e muito afobado, adentrou o estúdio e se encostou na parede com a cabeça abaixada e os fios tapando o rosto.
_Droga…
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_Myah, myah! –uma patinha arranhando de leve o pescoço.
_Hum? –Rin abrindo os olhos.
Notou que praticamente esmagava Kuro embaixo do corpo. Se levantou rápido e acariciou o gatinho pedindo desculpas.
_Ai, Kuro, foi mal! Mas foi bom, é um castigo pra você: virar meu despertador. AHAHAHA! –Rin rindo maldosamente.
_Myuhh! –Kuro mostrando a língua.
_Vamos logo, Rin! –Lilly parando nas escadas.
_Tá. –Rin pegando Kuro.
As duas loiras subiram as escadas e entraram no quarto da loira, começando a se pentear. Rin já estava começando a tirar a camisola, e quando estava na cintura, se lembrou de Kuro.
Ela olhou horrorizada para o gatinho, ele estava virado para porta fingindo que queria sair. Ela estreitou os olhos pensando se isso era uma estratégia espertinha de ele conseguir espiá-las.
_Ah, quer sair, quer? –Rin pegando-o e abrindo a porta.
No que abriu a porta e o pôs pra fora, Lillyo passou na mesma hora, levando um Kuro na cara e preocupada, Rin foi tentar ajudar. Mas claro, aproveitando-se da situação, Kuro, pra não deixá-lo ver Rin de novo com camisola, arranhou a cara do garoto superficialmente.
_KURO! –Rin com raiva e pegando-o com uma mão só.
_Itte, itte! –Lillyo se levantando e vagando até o banheiro.
_Seu… -Rin enfurecida.
_Foi um acidente. –Kuro falando em sussurro para convencer Rin.
_Você vai ter um castigo, rapazinho, ah vai. –Rin soltando e adentrando o quarto.
O gato bufou e começou a se lamber, ele queria gritar: Tô com fome! Mas a Rin ia deixar ele sem comida.
Mais tarde, no caminho para a escola, Kuro saltou do colo dela.
_Não se preocupe. –Kuro.
_Ei, pera aí! –Rin.
Pelo menos, Lilly estava concentrada nuns rapazes que passavam.
_Unf. –Rin batendo os pés e continuando a caminhada.
O gato saltou um muro, vagueou pelo telhado de uma casa e pulou pra dentro de uma casa velha, um abrigo de gatos abandonado.
Lá viviam inúmeros gatos de rua, e nele não morava ninguém. Ele entrou e olhou para seus companheiros. Diferente deles, ele tinha um contrato e tinha amos, tinha donos.
Ele lentamente assumiu uma forma humana. Andou até um quarto, pegando roupas, pegou a bolsa e saiu andando para a escola.
_Yo. –Kuro ao se encontrar com Len e Nero.
_Y-Yo, Kuro-san. –Len ficando um pouco corado.
_Hm…yo, Kuro. Você vem de onde? –Nero.
_Etto…do lado…norte? –Kuro apontando.
_Hm. Bem, você viu a Rin? –Len.
_Vi, ela está com a Lilly-san, mas pegaram a avenida para, você sabe, ver uns caras no caminho. –Kuro rindo.
Len sorriu. Kuro sabia de muitas coisas mesmo sendo novato. E era estranho, ele tinha olhos igual ao Kuro mesmo, o gato preto dele.
_Você…tá com um cheiro.. –Nero começando a ter o nariz irritado.
_Que? –Kuro.
_A-AATCHIM! –Nero ficando com o nariz vermelho soltando um suspiro esfregando o nariz.
_Você tem alergia? –Len.
_À gatos, Len. Eu-n-não…aa-tchin! –Nero espirrando de novo.
_Que mal. Na minha casa tem gatos, desculpa, Nero. –Kuro esfregando a nuca.
O loiro balançou a mão negando, e continuou na frente, deixando Len e Kuro.
_Ei, como você está? –Kuro.
_Tô bem, graças à você. E eu e o Nero… -Len corando.
_Vocês…? –Kuro sorrindo para Len.
_Não conta pra Rin nem pra ninguém, estamos namorando. –Len.
_Jura? Nossa…não esperava que ficaria gay de qualquer jeito. –Kuro dando de ombros.
_Isso é bom? –Len.
_Não sei. Não é mau, e nem bom. É normal, eu acho. Pelo menos nos dias de hoje. –Kuro.
Na sala de aula…
_Len, como foi a noite? –Rin desconfiada.
_Abaixa a bola, Rin. –Kuro falando baixo no ouvido da loira.
Rin se perguntava, então foi por isso que ele saltou e saiu correndo? Pra se transformar e ir pra escola também.
_Bem, foi ótima. O Kyte fez uns pratos deliciosos, e hoje ele quer a gente vá lá na empresa ver nosso progresso. O Kiyoteru-san está pensando em nos treinar pra valer, sabe? –Len muito feliz pro gosto da irmã.
_E o Nero? –Rin olhando pro garoto sentado ao lado de Len.
Os olhos dourados encontraram com os azuis furiosamente e já estava pronto pra se intrometer na conversa quando um bando de escandalosos invade a sala.
_OLHA ELES ALI!!!! –um monte de caras, de todos os anos, mostrando fotos nas mãos.
_Cara, o Meito nem veio na escola por causa disso! –Gumo mostrando a foto.
_LEN, QUE PALHAÇADA É ESSA?! VOCÊS POSTARAM?! –Rin agarrando as dezenas de fotos cheios de coisas que Len certamente morreria de vergonha.
_E-Era tudo brincadeira… -Len suando frio.
_BRINCADEIRA?! SEU MULEQUE! QUER QUE FIQUEMOS MAL-FALADOS?! –Rin amassando as fotos e se descabelando.
Len suspirou e se levantou, fazendo uma coisa que nunca imaginaria fazer em público. Respirou fundo, puxando o nariz da irmã forte e abraçando-a. Sei, estranho, mas é um jeito de fazer ela parar de gritar. Eles estavam tão abraçadinhos que todos ficaram em silêncio e uma garota tirou foto.
_Kawaii, agora só falta vocês disserem Nyuh enquanto se esfregam. –Nero girando os olhos e puxando Len.
Rin se enfureceu de novo puxando Len com extrema força, deixando uma marca vermelha no braço do loiro. Ela o abraçou mais do que protetora e fuzilou Nero.
_ELE É MEU IRMÃO! QUEM TE DEU O DIREITO DE PUXÁ-LO ASSIM?! –Rin quase cuspindo na cara dele.
Len estava prestes a parar a briga quando Nero a fuzilou com o olhar e soltou o que estava preso.
_VOCÊ NÃO O DEIXA NEM RESPIRAR, ELE É MEU NAMORADO, ME DEU ESSE DIREITO A PARTIR DO MOMENTO EM QUE NOS TORNAMOS. –Nero se aproximando e empurrando Rin.
(Autora: Muitos diriam que isso é covardia, mas não existe garotos muito respeitosos hoje em dia mesmo. Eu mesma sou bem desrespeitada, mas desrespeito também nesse caso).
_NA-MO-RA-DO? NEM A PAU! –Rin se levantando e desferindo um tapa na cara do loiro-opaco, fazendo-o cambalear também.
_PÁRA, RIN! –Len se interpondo e segurando os braços da irmã.
_NÃO, NÃO E NÃO! –Rin tirando Len da frente sem muita violência e indo pra cima de Nero.
Mas foi a vez de Kuro se interpor e ai ela sentiu-se um pouco sem forças, mas ela precisava proteger Len.
_Rin, eu te avisei. –Kuro.
Ela bateu o pé no chão, ameaçando empurrá-lo, mas o loiro estreitou os olhos ferozmente e pegou a loira nos braços, carregando-a como saco de batatas.
_ME SOLTA, KURO, VOCÊ VAI APANHAR, VAI FICAR SEM COMIDA, VAI SER MUITO CASTIGADO, ME SOLTA! ME SOLTAA! –Rin batendo nas costas dele loucamente.
Kuro suspirou e pediu pra Len acompanhá-lo, que Nero estava bem. Os restantes dos alunos ficaram abismados com a cena…e quem diria: o aluno novo conhecia bem Rin e Len pra fazer aquilo.
Eis as questões na comunidade da escola: Qual é a relação do Kuro com a Rin e o Len? Porque Rin falou coisas sem sentido? Len é gay? Nero é a mulher do casal por avançar na Rin sem pensar na covardia?
_Len, me explica, agora! –Rin muito nervosa.
_Eu gosto dele, Rin, mas você acha que pode mandar em mim mesmo sendo só minutos mais velha! –Len falando em tom médio, mas com voz chorosa.
_Meu irmão não vai virar gay. Eu que enfiei essas coisas na sua cabeça quando éramos mais novos…isso não é bom, EU sou a menina entre nós dois, VOCÊ é o menino, e tem que se relacionar com meninas. –Rin.
_Não! Eu faço o que eu quiser, e eu quero namorar o Nero, ninguém vai mudar isso! –Len.
_Quem disse? –uma voz meio melancólica atrás deles.
_K-Kyte? –Len tendo os olhos cheios de medo.
O azulado estava esquisito. Parecia triste, decepcionado, estava acabado por assim dizer. Os dois gêmeos e Kuro não entendiam porque Kyte estava tão mal. Ele olhava com uma espécie de…raiva.
_Vamos embora. –Kyte.
_M-Mas, acabamos de… -Len.
_Vamos logo. O diretor Ted me chamou quando soube da briga…eu já falei com ele. –Kyte.
_E você Kuro? –Rin olhando com mais calma para o loiro de olhos vermelhos.
_E-Eu…não sei, vou ver. –Kuro abaixando a cabeça.
_Você, você vem com a gente. –Kyte chamando Kuro.
Andaram pelos corredores em silêncio, até Kuro, pois afinal, ele fazia parte da família e sentia o mesmo que os gêmeos, sentia que o azulado era quase um pai, irmão, ou mais.
Kyte poderia tê-lo deixado na nevasca aquele dia pra morrer, mas ele olhou com os olhos azuis e gentis pegando-o no colo e levando-o para se tornar parte da família.
_Kyte… -Kuro falando baixo.
_Seu nome é Kuro então? Que estranho. –Kyte.
_M-Me desculpa, eu podia ter evitado essa briga toda antes, mas esperei pra ver. –Kuro se aproximando mais do azulado entristecido.
O azulado parou, sob o olhar dos gêmeos encolhidos e de mãos dadas (eles faziam isso mesmo brigados, como se buscassem coragem para desculpas). Ele suspirou, pondo a mão sobre o ombro do mais velho.
_Você fez o que podia. Obrigado, Kuro…e afinal de contas…você devia passar um tempo maior desse jeito lá em casa. –Kyte sorrindo.
_Eh? –Kuro sentindo uma leve preocupação.
_Isso que ouviu. Agora vamos pra casa, você deve estar com fome mesmo. –Kyte puxando o loiro e sendo seguido pelos gêmeos.
_Como assim? O que tô perdendo? –Len.
_Nada, Len. O Kuro é o Kuro e pronto. Vamos embora e conversamos mais tarde sobre o…Nero. –Rin fazendo careta.
Len entristeceu. Porque nunca levavam em consideração os sentimentos dele?
Continua
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desculpa a enormidão de comprido do cap. me empolguei