A Casa Imoral escrita por Ao Kiri Day


Capítulo 9
Isso é amor?




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Dim-dom-dum…O loiro abriu os olhos devagar.

_Nhaa… -Len se sentando e coçando os olhos como sempre, shota.

_Len… -uma voz meio abafada ao seu lado.

Os olhos azuis e cansados se viraram para o indivíduo. Nero estava praticamente babando, e aquele era o travesseiro da Rin.

_Nee, Nero-chan. –Len balançando-o.

_Un, amanheceu? Que horas são? –Nero abrindo os olhos dourados com seu sorriso fofo.

_São 6 e meia…vamos nos trocar. –Len puxando-o.

Alguns minutos, eles conversando sobre a noite passada bem nervosos, estavam de cueca boxer, Len com uma preta e Nero com uma listrada de preto e branco. Os dois estavam tentando de todas as formas se manterem concentrados em vestir seus uniformes o mais rápido possível, mas antes alguém abriu a porta.

_BOM D-… -ia- Kyte murchando na fala muito corado.

Len e Nero viraram pimentões e se cobriram da melhor forma com peças de roupa, o que deixou Kaito com vontade de sair correndo e se “aliviar”.

_B-Bem, o café está na mesa. –Kyte se virando e fechando a porta com um sorriso.

_A-Ai…desculpa, Nero. O Kyte muitas vezes vem me chamar, esqueci disso. –Len se descobrindo.

_N-Não tem problema nenhum…problema nenhum, Len-san. Ele é seu irmão não? –Nero tentando sorrir.

_N-não…exatamente. –Len virando o rosto e vestindo a calça.

Nero ficou uns instantes observando-o fisicamente, Len  era baixinho e um pouco magro, mas bonito de formato e cor. E só de calça ele estava…

_AAHH, PÁRA DE OLHAR ASSIM! –Len batendo com a blusa na cara do loiro-opaco.

_ITTE! –Nero se recuperando.

_Foi mal, mas você está demorando e fica me olhando. Anda logo. –Len se virando e andando até sentar na cama.

O loiro de olhos azuis ficou brincando com os dedos nervoso. Nero era agradável, legal, gostava dele, beijou ele. Qual era o problema?

Sentiu o maior se aproximar e sentar ao seu lado. Ele não olhava pra Len, apenas ficava olhando para uma foto na mesa de cabeceira.

Nela continha Rin, Kuro, Len, Kyte e Gackpo abraçados e rindo. Len devia estar com 9 anos de idade. E estava bem abraçado ao azulado.

_Você o vê como? –Nero.

_Kyte? Eu não sei…chamo de irmão porque ele não pode ser um pai, nem mãe, nem tio…ele ainda não tem uma definição pra mim, porque ele nos criou, mas é muito diferente do comum. Não sei dizer o que sinto por ele. –Len.

Nero apoiou a mão no ombro de Len, sorrindo tímido e desanimado. Ele sabia que havia algo mais que ele não fazia idéia, mas aqueles homens e Rin, e também o gatinho preto na foto, tinham várias ligações além de familiares.

_Bem, Len. Essa noite não foi o suficiente pra você se decidir? –Nero.

_Acho que foi sim. –Len.

_E o que você decidiu? –Nero.

_Que sim. Qual é o problema? –Len sorrindo para o outro loiro.

Nero sentiu-se vibrar de alegria e agarrou Len nos braços. Enquanto isso…

Passos apressados desciam as escadas e muito afobado, adentrou o estúdio e se encostou na parede com a cabeça abaixada e os fios tapando o rosto.

_Droga…

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_Myah, myah! –uma patinha arranhando de leve o pescoço.

_Hum? –Rin abrindo os olhos.

Notou que praticamente esmagava Kuro embaixo do corpo. Se levantou rápido e acariciou o gatinho pedindo desculpas.

_Ai, Kuro, foi mal! Mas foi bom, é um castigo pra você: virar meu despertador. AHAHAHA! –Rin rindo maldosamente.

_Myuhh! –Kuro mostrando a língua.

_Vamos logo, Rin! –Lilly parando nas escadas.

_Tá. –Rin pegando Kuro.

As duas loiras subiram as escadas e entraram no quarto da loira, começando a se pentear. Rin já estava começando a tirar a camisola, e quando estava na cintura, se lembrou de Kuro.

Ela olhou horrorizada para o gatinho, ele estava virado para porta fingindo que queria sair. Ela estreitou os olhos pensando se isso era uma estratégia espertinha de ele conseguir espiá-las.

_Ah, quer sair, quer? –Rin pegando-o e abrindo a porta.

No que abriu a porta e o pôs pra fora, Lillyo passou na mesma hora, levando um Kuro na cara e preocupada, Rin foi tentar ajudar. Mas claro, aproveitando-se da situação, Kuro, pra não deixá-lo ver Rin de novo com camisola, arranhou a cara do garoto superficialmente.

_KURO! –Rin com raiva e pegando-o com uma mão só.

_Itte, itte! –Lillyo se levantando e vagando até o banheiro.

_Seu… -Rin enfurecida.

_Foi um acidente. –Kuro falando em sussurro para convencer Rin.

_Você vai ter um castigo, rapazinho, ah vai. –Rin soltando e adentrando o quarto.

O gato bufou e começou a se lamber, ele queria gritar: Tô com fome! Mas a Rin ia deixar ele sem comida.

Mais tarde, no caminho para a escola, Kuro saltou do colo dela.

_Não se preocupe. –Kuro.

_Ei, pera aí! –Rin.

Pelo menos, Lilly estava concentrada nuns rapazes que passavam.

_Unf. –Rin batendo os pés e continuando a caminhada.

O gato saltou um muro, vagueou pelo telhado de uma casa e pulou pra dentro de uma casa velha, um abrigo de gatos abandonado.

Lá viviam inúmeros gatos de rua, e nele não morava ninguém. Ele entrou e olhou para seus companheiros. Diferente deles, ele tinha um contrato e tinha amos, tinha donos.

Ele lentamente assumiu uma forma humana. Andou até um quarto, pegando roupas, pegou a bolsa e saiu andando para a escola.

_Yo. –Kuro ao se encontrar com Len e Nero.

_Y-Yo, Kuro-san. –Len ficando um pouco corado.

_Hm…yo, Kuro. Você vem de onde? –Nero.

_Etto…do lado…norte? –Kuro apontando.

_Hm. Bem, você viu a Rin? –Len.

_Vi, ela está com a Lilly-san, mas pegaram a avenida para, você sabe, ver uns caras no caminho. –Kuro rindo.

Len sorriu. Kuro sabia de muitas coisas mesmo sendo novato. E era estranho, ele tinha olhos igual ao Kuro mesmo, o gato preto dele.

_Você…tá com um cheiro.. –Nero começando a ter o nariz irritado.

_Que? –Kuro.

_A-AATCHIM! –Nero ficando com o nariz vermelho soltando um suspiro esfregando o nariz.

_Você tem alergia? –Len.

_À gatos, Len. Eu-n-não…aa-tchin! –Nero espirrando de novo.

_Que mal. Na minha casa tem gatos, desculpa, Nero. –Kuro esfregando a nuca.

O loiro balançou a mão negando, e continuou na frente, deixando Len e Kuro.

_Ei, como você está? –Kuro.

_Tô bem, graças à você. E eu e o Nero… -Len corando.

_Vocês…? –Kuro sorrindo para Len.

_Não conta pra Rin nem pra ninguém, estamos namorando. –Len.

_Jura? Nossa…não esperava que ficaria gay de qualquer jeito. –Kuro dando de ombros.

_Isso é bom? –Len.

_Não sei. Não é mau, e nem bom. É normal, eu acho. Pelo menos nos dias de hoje. –Kuro.

Na sala de aula…

_Len, como foi a noite? –Rin desconfiada.

_Abaixa a bola, Rin. –Kuro falando baixo no ouvido da loira.

Rin se perguntava, então foi por isso que ele saltou e saiu correndo? Pra se transformar e ir pra escola também.

_Bem, foi ótima. O Kyte fez uns pratos deliciosos, e hoje ele quer a gente vá lá na empresa ver nosso progresso. O Kiyoteru-san está pensando em nos treinar pra valer, sabe? –Len muito feliz pro gosto da irmã.

_E o Nero? –Rin olhando pro garoto sentado ao lado de Len.

Os olhos dourados encontraram com os azuis furiosamente e já estava pronto pra se intrometer na conversa quando um bando de escandalosos invade a sala.

_OLHA ELES ALI!!!! –um monte de caras, de todos os anos, mostrando fotos nas mãos.

_Cara, o Meito nem veio na escola por causa disso! –Gumo mostrando a foto.

_LEN, QUE PALHAÇADA É ESSA?! VOCÊS POSTARAM?! –Rin agarrando as dezenas de fotos cheios de coisas que Len certamente morreria de vergonha.

_E-Era tudo brincadeira… -Len suando frio.

_BRINCADEIRA?! SEU MULEQUE! QUER QUE FIQUEMOS MAL-FALADOS?! –Rin amassando as fotos e se descabelando.

Len suspirou e se levantou, fazendo uma coisa que nunca imaginaria fazer em público. Respirou fundo, puxando o nariz da irmã forte e abraçando-a. Sei, estranho, mas é um jeito de fazer ela parar de gritar. Eles estavam tão abraçadinhos que todos ficaram em silêncio e uma garota tirou foto.

_Kawaii, agora só falta vocês disserem Nyuh enquanto se esfregam. –Nero girando os olhos e puxando Len.

Rin se enfureceu de novo puxando Len com extrema força, deixando uma marca vermelha no braço do loiro. Ela o abraçou mais do que protetora e fuzilou Nero.

_ELE É MEU IRMÃO! QUEM TE DEU O DIREITO DE PUXÁ-LO ASSIM?! –Rin quase cuspindo na cara dele.

Len estava prestes a parar a briga quando Nero a fuzilou com o olhar e soltou o que estava preso.

_VOCÊ NÃO O DEIXA NEM RESPIRAR, ELE É MEU NAMORADO, ME DEU ESSE DIREITO A PARTIR DO MOMENTO EM QUE NOS TORNAMOS. –Nero se aproximando e empurrando Rin.

(Autora: Muitos diriam que isso é covardia, mas não existe garotos muito respeitosos hoje em dia mesmo. Eu mesma sou bem desrespeitada, mas desrespeito também nesse caso).

_NA-MO-RA-DO? NEM A PAU! –Rin se levantando e  desferindo um tapa na cara do loiro-opaco, fazendo-o cambalear também.

_PÁRA, RIN! –Len se interpondo e segurando os braços da irmã.

_NÃO, NÃO E NÃO! –Rin tirando Len da frente sem muita violência e indo pra cima de Nero.

Mas foi a vez de Kuro se interpor e ai ela sentiu-se um pouco sem forças, mas ela precisava proteger Len.

_Rin, eu te avisei. –Kuro.

Ela bateu o pé no chão, ameaçando empurrá-lo, mas o loiro estreitou os olhos ferozmente e pegou a loira nos braços, carregando-a como saco de batatas.

_ME SOLTA, KURO, VOCÊ VAI APANHAR, VAI FICAR SEM COMIDA, VAI SER MUITO CASTIGADO, ME SOLTA! ME SOLTAA! –Rin batendo nas costas dele loucamente.

Kuro suspirou e pediu pra Len acompanhá-lo, que Nero estava bem. Os restantes dos alunos ficaram abismados com a cena…e quem diria: o aluno novo conhecia bem Rin e Len pra fazer aquilo.

Eis as questões na comunidade da escola: Qual é a relação do Kuro com a Rin e o Len? Porque Rin falou coisas sem sentido? Len é gay? Nero é a mulher do casal por avançar na Rin sem pensar na covardia?

_Len, me explica, agora! –Rin muito nervosa.

_Eu gosto dele, Rin, mas você acha que pode mandar em mim mesmo sendo só minutos mais velha! –Len falando em tom médio, mas com voz chorosa.

_Meu irmão não vai virar gay. Eu que enfiei essas coisas na sua cabeça quando éramos mais novos…isso não é bom, EU sou a menina entre nós dois, VOCÊ é o menino, e tem que se relacionar com meninas. –Rin.

_Não! Eu faço o que eu quiser, e eu quero namorar o Nero, ninguém vai mudar isso! –Len.

_Quem disse? –uma voz meio melancólica atrás deles.

_K-Kyte? –Len tendo os olhos cheios de medo.

O azulado estava esquisito. Parecia triste, decepcionado, estava acabado por assim dizer. Os dois gêmeos e Kuro não entendiam porque Kyte estava tão mal. Ele olhava com uma espécie de…raiva.

_Vamos embora. –Kyte.

_M-Mas, acabamos de… -Len.

_Vamos logo. O diretor Ted me chamou quando soube da briga…eu já falei com ele. –Kyte.

_E você Kuro? –Rin olhando com mais calma para o loiro de olhos vermelhos.

_E-Eu…não sei, vou ver. –Kuro abaixando a cabeça.

_Você, você vem com a gente. –Kyte chamando Kuro.

Andaram pelos corredores em silêncio, até Kuro, pois afinal, ele fazia parte da família e sentia o mesmo que os gêmeos, sentia que o azulado era quase um pai, irmão, ou mais.

Kyte poderia tê-lo deixado na nevasca aquele dia pra morrer, mas ele olhou com os olhos azuis e gentis pegando-o no colo e levando-o para se tornar parte da família.

_Kyte… -Kuro falando baixo.

_Seu nome é Kuro então? Que estranho. –Kyte.

_M-Me desculpa, eu podia ter evitado essa briga toda antes, mas esperei pra ver. –Kuro se aproximando mais do azulado entristecido.

O azulado parou, sob o olhar dos gêmeos encolhidos e de mãos dadas (eles faziam isso mesmo brigados, como se buscassem coragem para desculpas). Ele suspirou, pondo a mão sobre o ombro do mais velho.

_Você fez o que podia. Obrigado, Kuro…e afinal de contas…você devia passar um tempo maior desse jeito lá em casa. –Kyte sorrindo.

_Eh? –Kuro sentindo uma leve preocupação.

_Isso que ouviu. Agora vamos pra casa, você deve estar com fome mesmo. –Kyte puxando o loiro e sendo seguido pelos gêmeos.

_Como assim? O que tô perdendo? –Len.

_Nada, Len. O Kuro é o Kuro e pronto. Vamos embora e conversamos mais tarde sobre o…Nero. –Rin fazendo careta.

Len entristeceu. Porque nunca levavam em consideração os sentimentos dele?

Continua


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Notas finais do capítulo

desculpa a enormidão de comprido do cap. me empolguei