Hoje é primeiro de Setembro, um novo ano se começa e por sorte, meu último.

Tive dois meses de férias e digamos que eu aproveitei bastante, fiz novas comprinhas, fui viajar e comemorar meu aniversário que é em julho, mas como tudo que é bom, dura pouco. Hoje voltaria as aulas e não estava lá muito da animada.

Assim que cheguei, aquela escola estava um caos total, como sempre era no começo do ano letivo, mas eu já estava acostumada. Logo de cara encontrei com minhas amigas: Paulah Crystine e Suzy Backster. ­­

— Hey, olha quem chegou. — Disse Paulah me dando um beijo no rosto.

— Aleluia, achei que não vinha hoje. — Disse Suzy me dando um beijo no rosto também.

— Quem dera poder ficar em casa, primeiro dia de ano letivo ta mais do que batido. — Fomos pra sala de aula.

Enquanto esperávamos na sala, ficamos conversando sobre nossas férias e como elas foram ótimas.

— Gente, eu fui pra Nova York visitar uma tia minha e aproveitei pra sair à noite com ela, fomos num barzinho muito bom que tinha no centro, e adivinha? Consegui dois números! — Suzy estava contando.

— Não brinca, como eles eram? — Paulah perguntou.

— Um loiro e um moreno pra começo de conversa... — Ela fez uma pausa dramática. — E querem saber? Eu fiquei com o loiro.

Eu e Paulah ficamos de boca aberta.

— Eai? — Eu perguntei.

— Meninas, que tudo que ele era, ficamos juntos a noite toda e marcamos de ir no cinema no dia seguinte. — Ela deu um sorriso. — Pensa num cara que beija bem! ERA ELE!

Começamos a rir e ela acabou contando mais detalhes.

— Mas e você Jay, teve alguém nas férias? — Olhei pros lados fingindo que não era comigo.

— Eu? Eu não. — Elas sabiam que eu estava mentindo.

— Vai Jay, não mente. — Paulah falou.

— Taa, eu fiquei com um carinha em Paris.

— France? Uau. — Suzy riu. — Como ele era?

— Lindo demais e beijava muito bem, encontrei com ele na torre, batemos um papo acabou que pintando o clima e nos beijamos ali mesmo, um tanto romântico, talvez o beijo mais romântico que eu tive. — Nós rimos. — E acabamos saindo mais algumas vezes durante os dias que eu fiquei lá e... — Fiz uma pausa e elas ficaram esperando. — PAGUEI O NUMERO DELEE! — Comemoramos juntas. — Já estamos pensando de nós encontrar qualquer dia.

— Arrasou amiga. — Disse Suzy. — Bom, acho que todas nós ficamos com alguém né?

— Sim, ainda bem. — Sorriu Paulah. — Mas eu peguei um alemão. — Ficamos de boca aberta. — Chorem.

E começamos a rir. Assim que começamos a receber as novas orientações do começo do ano letivo, eu estava pronta pra dormir na minha mesa, era sempre a mesma coisa todo ano, e como em todo ano tinha alunos novos que tinham que receber as novas orientações...

— Você viu que a best ta na sala? — Suzy cochichou em meu ouvido.

Best era a Lyvia Bovvie, a garota que me odiava por razões um tanto desconhecidas, e que eu também não ia lá muito com a cara dela também.

— Que linda. — Ironia.

Adorávamos usar de ironia com ela, porque muitas vezes ela não se tocava que era ironia, ou que eram nossos próprios códigos de amigas entre eu, Paulah e Suzy.

Chegou o intervalo e eu estava doida pra ver os garotos, meus amigos lindos que eu estava morrendo de saudade e que infelizmente fomos separados de sala. Logo que cheguei no pátio, Lyvia veio atrás de mim.

— Olha quem chegou! — Ela dava um sorriso falso.

— Oi amiga! — Outro sorriso falso, agora meu. — Ta linda. — E mais ironia.

— Sério? — Ela se sentiu elogiada de verdade. — É de grife.

— Grife da onde? Da esquina? — E sorri falsamente de novo e saí andando e ela ficou pensando no que eu queria dizer.

Acabei dando uma olhada básica na mesa onde ela estava sentada e o mesmo povo de sempre e ali estava o Petroky, o jogador mais lindo e o líder do time; ao mesmo tempo que eu olhava pra ele, não sabia como ele continuava com aquelas pessoas, sentado ali, por que ele era um cara muito legal, mas pelas pessoas com quem ele convivia, acabava sendo um pouco restrito a todos... Não vejo ele encaixado ali, mas vai saber né. Minha relação com ele não passava muito de sala de aula, conversamos sobre matéria as vezes e algumas vezes jogávamos papo fora, ele é realmente lindo, loiro natural, pele bem branquinha e olhos de um azul transparente, uma boca e um sorriso lindo, fora o corpo que só de olhar já dava arrepios.

Mas mudando o foco, continuei andando até a mesa onde tava o pessoal e eu mal cheguei e Joshua me atacou num abraço super forte, Joshua era meu melhor amigo fazia uns quatro anos, nos amávamos muito e éramos quase inseparáveis. Quando vieram junto, Lewis e Ewan me apertar junto.

— Que saudade de você minha pitanga. — Pitanga era o modo como Joshua me chamava.

— Tava com muita saudade de você, bala. — E bala foi o apelido que eu dei pra ele.

Joshua me deu o apelido de pitanga pelo fato de termos ido viajar uma vez juntos pro Brasil e eu acabei experimentando essa fruta lá e é a fruta que eu mais amei na vida e o meu apelido que eu dei pra ele, bala, é porque Joshua é fissurado em qualquer tipo de bala.

— Quanto tempo que a gente não saí juntos né?! — Joshua disse.

— Verdade. — Concordei.

Sentamos na mesa e começamos a conversar sobre as férias.

— Foi pra muitos lugares do mundo dessa vez? — Ewan perguntou.

— Paris, Londres e Nova York.

— Humilde. — Lewis riu.

— Eu chamei todos vocês, mas marcaram de ir pra Califórnia. — Fiz careta.

— Você acha mesmo que eu e o Ewan íamos perder a oportunidade? — Lewis disse.

— Fizeram bem. — Ri. — E você Joshua, ta quieto, pra onde foi?

— Fui pro Canadá visitar minha vó.

Ficamos batendo um longo papo, Suzy e Paulah chegaram na mesa e aí que a conversa parecia de louco. Joshua, Lewis e Ewan eram nossos melhores amigos, nerds até não aguentarem mais, mas por incrível que pareça, eram três nerds lindos que arrasavam com as garotas, Ewan principalmente, era o mais bonito dos três, cabelos escuros e olhos azuis, confesso que já ficamos algumas vezes.

Logo depois das aulas, ou digamos que foram apenas orientações o dia todo, e eu o pessoal nos oferecemos pra apresentar a escola pra alguns alunos e até que foi bem divertido, mas quando chegamos no campo de futebol onde os garotos treinam, dei de cara com Petroky, literalmente.

— Hãn... Oi. — Nos olhamos meio assustados, já que quase nos esbarramos.

— Oi. — Ele sorriu. — Tudo bem? — Tinha um clima meio estranho ali.

— Sim e você?

— To bem. O que faz com o pessoal novo?

— Apresentando a escola.

— Você foram os voluntários então?

— Pelo jeito sim né. — Ele riu.

— As vagas já estavam todas preenchidas quando fui me voluntariar pra apresentar a escola.

— Pois é, nós seis pegamos as vagas.

— Espertinhos. — Rimos. — Bom, eu tenho que ir, tenho treino agora.

— Ta bom, bom treino.

— Obrigado. — Eu fui saindo de perto, quando Petroky me chamou. — Nos vemos depois?

— Pode ser. — Sorri e fui embora.