Maldito Ruivinho escrita por Ally


Capítulo 9
O ódio é o pior sentimento que existe.


Notas iniciais do capítulo

em breve postarei maais



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– E aí Mari. – Dizia Leigh.
– Você... Eu me lembro de você, é o motorista né? – Disse eu tentando identificar aquele rosto coberto de fios molhados e pretos no rosto.
– Sim, se você não se importa eu estava de folga hoje, e quando ia embora sua amiga Melody disse pra eu ficar e aproveitar a festa. – Disse ele se sentando na espreguiçadeira ao lado.
– Ah... Tudo bem, não me importo não. – Disse eu sorrindo constragida. Nunca havia reparado, mas Leigh era incrivelmente lindo.
– Mas então Mari... Não tive tempo de conversar com você desde que se mudou, está gostando da casa nova? – Perguntou ele.
Ficamos um bom tempo conversando Leigh além de lindo era bem simpático e no fim de toda aquela conversa já estavamos amigos... As espreguiçadeiras ficavam distantes da piscina, pedi licença ao Leigh e fui pegar um suco, quando dei por mim percebi que havia pouquissimas pessoas na piscina, e a área estava praticamente vazia. Vi Melody sentada em uma das cadeiras com a mão na testa, e Nathaniel meio que “consolando” ela.
– M-Mas o que aconteceu aqui? – Perguntei assustada.
– Mari... – Disse Melody se levantando em minha direção. – Porque não me disse que morava com Castiel? Podia ter evitado isso tudo... – Disse Melody desapontada. – Mas como ela descobriu? Quando ela disse aquilo meu coração disparou.
– Melody... Cade as pessoas? Onde foram? – Perguntei ofegante.
– Mari... Estão lá em cima, no quarto do seu... Irmãozinho? – Disse ela irônicamente.
O que? Quando ela disse aquilo, foi como se tivesse levado uma facada, como assim? Como ela descobriu tudo isso? E o pior, o que estariam todos fazendo no quarto de Castiel? Como descobriram... ? Estava tudo muito confuso, não conseguia pensar no que fazer. Subi praticamente na velocidade da luz, até o quarto de Castiel, onde não consegui entrar. Tinha uma multidão na porta, e eu escutava só risos e gritos, pude ver Ambre me fitando no final do corredor, com um sorriso falso no rosto. Um sorriso de “Agora já era pra você.”
– SAIAM, SAIAM TODOS. – Gritava uma voz familiar que vinha de dentro do quarto.
– Ah Castiel vai, deixa a gente ver.
– Olha essas letras de música...
– Que guitarra é essa cara?
Criticas elogios, e uma curiosidade imensa por aquele quarto, era isso que as pessoas queriam? Mexer nas coisas de Castiel?
– SAIAM DAQUI. – Dizia Castiel.
Eu estava estática. Não conseguia pensar no que fazer. Só conseguia ouvir vozes risos e gritos. Como conseguiram invadir o quarto de Castiel? Como? Aquelas pessoas tinham que ir embora, tomei iniciativa e dei um escândalo.
– EI, TODOS VOCÊS O PAI DE CASTIEL ESTÁ LÁ NO PORTÃO DE ENTRADA, E SE QUEREM SABER, O CASTIEL É UM ANJINHO PERTO DELE. VOU CONTAR ATÉ 3 SE EU VER ALGUEM AQUI DEPOIS DO 3, VÃO LIMPAR TODA A BAGUNÇA DA FESTA. – Disse eu enquanto batia o pé.
Todos saíram correndo o mais rápido que podiam. Aquela multidão destruindo vasos e quadros da casa. Sem contar a bagunça que fizeram na piscina. Ótimo, Joe iria me odiar eternamente agora. Vejo Castiel vindo em minha direção com um olhar fuzilante. E pelo visto não seria só o Joe que me odiaria. [...]
– VOCÊ. – Dizia o ruivo me puxando pelo braço e me levando até o quarto dele. – OLHA, OLHA O QUE VOCÊ FEZ. Tá satisfeita agora? – Disse ele segurando o meu rosto na direção da enorme bagunça e coisas quebradas em seu quarto.
– E-Eu...
– Mariana. – Disse ele soltando meu braço, enquanto eu recuava pra porta.- Eu confiei em você, eu te dei minha chave, e eu nunca achei que você seria capaz disso, dar a chave pra essas pessoas nojentas e desprezíveis da escola, e sair contando pra todo mundo que mora com o “Castiel” o cara malvado e popular da escola. Porque fez isso?
– M-Mas Castiel, n-não fui... – Antes de terminar a frase ele me interrompeu, nem se importando com o que eu tinha dito.
– Eles mexeram nas coisas mais pessoais que eu tinha, minhas letras, minha guitarra. E quer saber do que mais? – Dizendo isso ele pegou uma caixinha de veludo preta. Estava empoeirada. Ele abriu e estava vazia. – Sabe o que tinha aqui? Uma das únicas razões pra eu ter vontade de viver. Meu pingente, na verdade nunca foi meu. Era o pingente da minha mãe, a mulher que sumiu de casa aos meus 10 anos. Tudo que sobrou dela? O pingente, o pequeno pingente de ouro, em formato de chave. Até cheguei a pensar que esse pingente poderia ser mesmo a chave de alguma porta ou algo assim. Minha mãe o amarrou em um pedaço de cordão e ficava andando com ele noite e dia. Ela não tirava esse pingente do pescoço por nada. Na noite em que ela sumiu, eu acordei de manhã, e do meu lado estava seu pingente. A única coisa que ela deixou. Que até hoje eu guardo na minha pequena caixinha de veludo no fundo da minha gaveta. Meu pai não sabe disso. Aliás, ninguém sabe disso. Só... você, deve estar se perguntando o porque de eu estar de contando isso, é simples. Pra você saber a dor imensa que estou sentindo no meu peito, aquela dor que queima, sensação de solidão e ódio. Não sei se vou conseguir recuperar o pingente. Só sei de uma coisa, eu NUNCA vou te perdoar por isso Mariana, Nunca. Sabe, eu estava me acostumando com esse seu jeitinho de garota meiga e desastrada a pequena e frágil garotinha nervosa, que ama meu macio cabelo ruivo. Devo admitir, eu estava esperando uma garota chata e mimada, quando meu pai disse que Lia tinha uma filha mais nova. Mas me surpreendi com você. Você pra mim é aquela menininha boba que eu adorava irritar, apesar desses poucos dias com você, eu admito que já confiava em você Mari, afinal a dona de um belo par de olhos azuis acinzentados que envolvem mistério e delicadeza, nunca poderia ser cruel á esse ponto. Mas foi. Eu te odeio, como nunca odiei ninguém, e olha que eu já odiei MUITAS pessoas. Mas você; foi a minha maior decepção e eu confesso que nunca vou conseguir olhar nos teus olhos de novo, sem sentir repulso. Eu te odeio.

Senti a porta bater fortemente, provocando um vento na minha direção que fizeram meus cabelos voarem para trás e depois voltarem ao seu devido lugar. Eu estava completamente estática, eu queria... Eu devia, ter dito o que sentia, eu queria dizer a verdade, eu queria dizer que não fui eu. Mas não consegui. Dei alguns passos pra trás, e minhas costas se depararam com a parede, eu estava sem forças pra reagir a qualquer coisa, então apenas me deixei levar, deslizei até o chão e joguei minha cabeça sobre meus joelhos desabei ali mesmo, na porta do quarto do ruivo, chorei descontroladamente, minha cabeça doía eu queria ter forças pra levantar abrir a porta daquele quarto e dizer tudo que eu sentia, porém aquelas palavras cheias de ódio de tristeza e margura, vindas do ruivo me me machucará muito, ouvir toda aquela culpa cair sobre mim, agüentar cada palavra que fazia meu coração doer e meus olhos se encherem de lagrimas, minha cabeça latejar meu estomago revirar, mas eu não conseguia parar de escutar e tentar dizer toda a verdade, a verdade que eu nem sabia qual era. Meus olhos encaravam aquele ruivo cheio de ódio no coração, aquele coração que mais parecia um... Jardim. Quando está abandonado as árvores morrem, as flores caem, o chão se desertifica, mas ainda sim existe aquela minúscula plantinha que dá esperança aos olhos de quem vê. Aquela tão mal cuidada e frágil plantinha verde, querendo brilhar e fazer renascer todo o jardim. O coração de Castiel é assim, amargo, duro, cheio de ódio, mas em algum lugar existe uma pequena parte do amor, querendo renascer e fazer todos aqueles sentimentos ruins desaparecerem. Porém a cada desilusão, a cada briga, essa minúscula parte frágil do seu coração morre aos poucos. E quem seria a pessoa desumana, cruel, extremamente ridicula ao ponto de matar esse único pingo de esperança que ainda existia do Castiel ser feliz? Segundo ele, era eu. Eu havia matado todo amor que existia em seu coração, e com isso, consegui o ódio eterno dele sobre mim. E porque? Por uma coisa que alguem fez.
Alguem, que eu não vou parar até descobrir quem.
Decidi que iria fazer alguma coisa, eu não podia levar toda á culpa por algo que eu não fiz. Levantei com dificuldade, cheguei á porta do meu quarto, abri o guarda-roupa e fui até o relicário ver se havia alguma pista de quem podia ter pego a chave, o relicário estava no fundo do guarda-roupa como eu o deixei, abri a caixinha e pra minha surpresa, a chave ainda estava lá, quem quer que tenha feito isso, tinha a chave e conhecia muito bem o Castiel. E eu até sei quem é essa pessoa. De um jeito ou de outro vou provar ao Castiel que não fui eu. Eu Juro.


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Notas finais do capítulo

tadinha :c hahah'