Cheguei em casa já era quase noite, tinha passado numa lanchonete qualquer para comprar um café. Apesar de tudo, eu me sentia mais leve, Marta e Lauren não seriam mais um problema em minha vida, mesmo com a volta de Debrah, eu sentia que parte dos meus problemas tinham ido embora. Destranquei a porta cuidadosamente, não queria ter que dar explicações pra ninguém sobre onde estava. Mas foi inevitável.

– Mari! Finalmente você chegou, onde estava? Eu fiquei preocupado. - Castiel esbravejava.

– Comigo? Devia estar preocupado com a Debrah. - Passei reto por ele, que me puxou.

– Para Mari, eu não te contei porque queria te poupar de tudo isso, a Debrah mudou, ela não é mais a pessoa que eu conheci, ela é manipuladora, eu só quero cuidar de você, te deixando longe dela. Por favor, acredita em mim.

– Ele segurou minhas mãos enquanto se aproximava, eu conseguia sentir o seu hálito. Uma fresta de luz invadia a sala escura, iluminando o olhos acinzentados de Castiel, mesmo furiosa, ele não deixava de ser irresistivelmente lindo para mim.

– Tá bom Castiel, olha eu tô cansada preciso dormir. - Me desprendi de sua mão.

– O que é isso na sua boca? - Ele tocou meus lábios com a ponta dos dedos.

– Eu... Bati a boca e cortou. Vai melhorar.

– Deixa eu cuidar de você. - Ele me puxou colando nossos corpos num abraço aconchegante. Retribui o abraço e ficamos assim por um bom tempo.

– Castiel... Cadê a minha mãe? -

– Ela estava tão preocupada com a sua demora, que eu tive que inventar que você estava na casa de uma amiga e ia chegar mais tarde, acho que ela acreditou porque se acalmou e saiu com o papai.

– Obrigada Cast, vou subir e tomar um banho quente, me espera aqui?

– Claro. - Ele deu um sorriso mas logo desfez. - Mari, afinal, onde você tava? Não era com o David, era?

– Não começa Castiel, eu tava com uma... Amiga. Vou subir. - Cheguei até meu quarto e verifiquei o celular que eu tinha esquecido em cima da cama, como eu pensava tinha uma mensagem de David e outra de minha mãe.

"Te espero no meu apartamento amanhã as 20:00 hrs, Bairro: Amoris Paradise, Avenida Allameda, número 45, o número do apartamento é 305, ah e não se preocupa, eu moro sozinho. ;)"

Me preocupava estar sozinha com David, eu não confiava nele, mas se ele me contasse os planos de Debrah eu saberia que ele está do meu lado. Só não podia deixar Castiel saber. A mensagem de mamãe dizia:

"Filha, Castiel me disse que está com uma amiga, estou saindo com o Joe e acho que vou demorar, qualquer coisa me liga, te amo, beijos mamãe."

Respondi a mensagem de mamãe e depois fui para o banheiro. Liguei o chuveiro e me despi enquanto via o vapor embaçar o espelho. Deixei a água quente escorrer por minhas costas, me relaxando por completo. Vesti uma blusa de botões com alcinhas finas, um short desfiado, calcei meus chinelos e desci lá pra baixo, a sala estava escura e percebi que Castiel havia colocado um colchão na sala, notei vários filmes espalhados pelo colchão, o que ele estava planejando?

– Mari! Acabou seu banho, finalmente. Eu fiz brigadeiro. - O ruivo chegou na sala com uma colher nas mãos e o rosto todo coberto de chocolate, não resisti e comecei a rir.

– Você não vai ganhar o meu perdão só com brigadeiro. - eu sorri.

– Não mesmo, vou ganhar o seu amor eterno com essa noite de filmes que planejei pra gente, imagina só eu e você embaixo daquelas cobertas comendo brigadeiro nessa chuvinha... - Ele acariciou o meu rosto e eu corei.

– Para com isso Castiel, nem tá chovendo. - eu ri roubando um pouco de brigadeiro da colher.

– Mas tá nublado, daqui a pouco cai uma tempestade, você vai ver, vai querer ficar agarradinha comigo.

– Ah mas você se acha né. - Ele me pegou no colo jogando no colchão, se deitando ao meu lado.

– Quer ver o que?

– Tudo menos terror.

– Esqueci que você é medrosa. - Apontei lingua e ele me beijou. - Gosto tanto de você sabia?

– Eu sei Cast...

– Hey, sem mais segredos entre a gente, tá? - Ele segurou o meu rosto.

– Tá bom Castiel... - Minha consciência pesou lembrando de David.

Deitei minha cabeça em seu peito, e entrelacei minhas pernas nas dele, colocamos um filme qualquer, isso não importava muito, a gente mal prestava atenção, só o fato de estarmos juntos, tão pertos e sem ninguém para atrapalhar era incrivel. São momentos assim que fazem valer a pena todo o esforço que tinhamos que enfretar para ficarmos juntos.

– Mari... Tá acordada? - Castiel falava baixinho no meu ouvido.

– Tô sim Cast.

– Não dorme sem me dar boa noite. - Mesmo com a cabeça em seu peito, pude sentir o aroma de seu hálito fresco. Eu adorava o sabor de sua boca.

– Não vou. - Levantei minha cabeça e toquei meus lábios no dele, mas ele recuou. - O que foi?

– Melhor não.

– Porque não? - Mordi o lábio.

– Não vou querer parar. - ele falou sério.

– Tudo bem, já que você prefere assim... - me virei.

– Não, espera, vem cá. - Ele me virou de volta, e colou meu corpo no seu, me deu um beijo longo e molhado. Entrelacei minhas mãos em seu cabelo ruivo, ele sorriu e continuou a me beijar.

– Eu já disse que adoro seu cabelo? - Perguntei enquanto afastava nossas bocas.

– Não, mas eu sempre soube. - Ele sorriu, descendo a mão do meu rosto para o ombro, deslizando a alça da blusa. Levantei sua camisa tocando sua pele, ele estava muito quente, era uma sensação boa. Ele continou deslizando os dedos até o primeiro botão de minha blusa, desabotoando-o, fez o mesmo com os outros quatro. Ele brincava com o meu umbigo, ter seus dedos em minha pele era mágico e me fazia arrepiar. Escutei o barulho de chave rodando no trinco.

– Castiel! - O empurrei pra bem longe de mim, enquanto eu me cobria até o pescoço com o cobertor felpudo. Fingiamos dormir.

– Olha só que fofo. - Escutei baixinho a voz de mamãe. - O romance deles é tão lindo, que dava para escrever um livro de contos de fada.

– Mesmo assim, temos que ficar de olho. - Escutei Joe falar firme.

– Deixa de ser chato, eles estão só dormindo, feito anjinhos. E nós deveriamos fazer o mesmo amor. - escutei o barulho de um selinho, seguidos de passos até as escadas que iam se distanciando.

– Essa foi por pouco. - Sussurrei para Castiel que deu um riso sacana.

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