Maldito Ruivinho escrita por Ally


Capítulo 28
Wicked Game


Notas iniciais do capítulo

Esse capitulo ficou muuito grande è_é, eles estavam dividos em 2 mas resolvi juntar pra postar tudo de uma vez haha :3 Enfim, o capítulo tem uma parte "bonus" que é um shipp entre Mari X Lysandre, algumas pessoas me pediram, e minha amiga que escrevia a historia comigo, é fissurada no lysandre è.é, ai acabei fazendo esse capitulo :v. Enfim, espero que curtam boa leitura, kissuss :*

"Wicked Game - Jogo Perverso

What a wicked game to play to make me feel this way
What a wicked thing to do to let me dream of you
What a wicked thing to say you'll never feel this way
What a wicked thing to do to make me dream of you

Que jogo perverso para jogar me fazendo sentir desse jeito
Que coisa perversa de fazer me deixando sonhar com você
Que coisa perversa de dizer que você nunca vai se sentir dessa maneira
Que coisa perversa de fazer me fazendo sonhar com você."





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– Ei... Ei preguiçosa... Acorda. – Escutei uma voz doce sussurrando perto de meus ouvidos.

– Ham... O que... – Bocejei. – Melody! Que horas são? – Tentava abrir os olhos inchados.

– Duas e meia da tarde, dorminhoca. – Ela deu um risinho agudo que ecoou na minha cabeça.

– Ai... Fala baixo, minha cabeça dói e... DUAS E MEIA?!

– Sim, preguiçosa. Lysandre e Nathaniel estão jogando vídeo game e Morgan está tentando preparar o almoço, mas disse que precisava de sua ajuda, então vim te acordar. – Ela sorriu como se tudo aquilo fizesse sentido.

– Almoço? – Perguntei confusa enquanto me sentava no sofá e arrumava meu cabelo desgrenhado. – E Castiel?

– Isso mesmo, Castiel nos pediu para ficar aqui com você hoje, ele teve que sair.

– S-Sair? Mas e Marta... Não to entendendo.

– Você fala da sua empregada? Aquela loirinha que vive de bom humor? – Revirei os olhos. “Bom Humor”.

– É... Ela mesma.

– Ela esteve aqui mais cedo junto com aquela amiga de Castiel, Lauren.

– O-O Que? – Estremeci.

– Calma boba, saiba que Castiel tem olhos só pra você. Eu vi quando ele te cobriu e ficou te olhando dormir. – Eu corei.

– Mas, mas onde ele está agora Melody? – Sacudi seus ombros, ansiosa.

– Ai. – Ela riu. – A empregada parecia furiosa com ele, porém eles conversaram por algum tempo e Castiel disse que iria sair, e pediu para nós ficarmos aqui com você a tarde.

– Ele saiu com elas?

– Sim, mas não precisa se preocupar, ele disse que te liga mais tarde. –

– Não... Ele não pode! Meu celular está confiscado, naquela caixa preta sinistra da mamãe. Vou atrás dele agora! – Me levantei, mas a morena me impediu.

– Namorada ciumenta é? – Ela riu. – Relaxa Mari, o Cast conseguiu abrir a caixa, tá aqui seu cel. – Ela me entregou. – E olha, daqui a pouco ele tá de volta. – Ela abriu um sorriso. Isso é porque ela não sabia que Castiel estava com duas psicopatas mal amadas. – Suspirei. –

– Tá, o jeito vai ser esperar.

Senti um choque quando meus pés quentes saíram do cobertor e encostaram o chão. Minha cabeça doía muito, e minha cara estava amassada. Corri para cima para me trocar, e tentar melhorar minha aparência. Fitava o espelho do banheiro enquanto passava a água fria da torneira nos meus olhos. Meu rosto expressava preocupação, pensava em Castiel, não que isso seja uma novidade, mas ele estava sozinho com aquelas duas, isso me deixava aflita. Não queria perde-lo, não agora. A gente teve que passar por tantas dificuldades e desentendimentos para ficar juntos. Isso tudo não era em vão. Não podia ser. – Suspirei. – Olhei novamente no espelho, retirando o excesso d’água com a toalha. Amarrei meu cabelo desgrenhado num coque, deixando apenas minha franjinha que já estava na altura dos meus olhos, livre. Voltei para o quarto e coloquei uma calça de moletom rosa bebê solta, e a blusa que acompanhava o conjunto, também rosa de zíper. Estava fazendo muito frio ainda, porém me senti aconchegar dentro do moletom. Encobri meus pés com meias brancas de lã, e desci para baixo, realmente minha aparência não tinha melhorado muito, mas para um dia de chuva, era perfeito.

– Finalmente! Achei que tinha morrido lá em cima. – Morgan me fitou enquanto entrava na cozinha. – Meu Deus! – Ela riu. – Que roupa é essa?

– Ah não exagera, foram só alguns minutos. – Eu ri. – Esqueci de comentar, que não suporto dias frios. – Escutei ela soltar um riso abafado e passar a mão em seus braços nus.

– Hoje está mesmo frio. Mas... Agora você pode me ajudar com o almoço mocinha? –

– Claro. – Eu ri. –

– Melody já está vindo nos ajudar também, ela foi até ao supermercado comprar algumas coisas.

– E os meninos? Porque não ajudam?

– Aqueles dois? Eles até tentaram, mas quase botaram fogo na cozinha. – Morgan riu enquanto mexia o caldo na panela.

– Imaginei. – Soltei um riso olhando para o sofá onde Nathaniel e Lysandre jogavam vídeo-game preguiçosos. –

– Sabe cozinhar Mari? – Ela me olhou desconfiada.

– Acho que sim. – Dei um riso torto. Melody chegou pela porta com um monte de sacolas na mão. – O almoço vai ser caprichado, os meninos nunca vão esquecer. – Ela riu.

– Ótimo! Então vamos começar. – Amarrei o avental na cintura, e fui em direção ao fogão. – Mal posso esperar. – As meninas me olharam, enquanto sorriam determinadas. Depois de um tempo, a mesa estava pronta. Finalmente, depois de umas três ou quatro horas... Quem sabe cinco? Ok, não levou esse tempo todo, mas tenho que dizer que o almoço ficou realmente caprichado.

– Nath, Lysandre, venham logo. – Gritava Melody pelos meninos.

– Parece delicioso. – Disse o loiro chegando á cozinha, acompanhado pelo platinado. – Concordo. – Sorriu Lysandre.

– Sentem-se meninos. – Morgan colocou os pratos sobre á mesa enquanto Melody tirava a jarra de suco da geladeira.

O almoço correu muito bem. Lysandre e Nathaniel adoraram a comida que quase tivemos que fazer mais. Foi uma tarde divertida, mesmo que meus pensamentos estivessem em Castiel o tempo todo. Nathaniel e Melody estavam bem mais próximos, aliás, incrivelmente próximos que me arriscaria a dizer que já podiam marcar o casamento. Ao contrário de Morgan e Lysandre, O platinado tem uma mente aberta, é relaxado e transmite paz somente com sua presença. Diferentemente de Morganne, que quando está perto dele vira um poço de tensão. E com certeza, nervosismo, não era uma das coisas preferidas de Lysandre. O sol se punha no horizonte, as nuvens carregadas tratavam de tomar seu lugar. Chuviscava frio, enquanto todos se preparavam para irem embora.

– Obrigada pelo almoço garotas. – Nathaniel abriu um sorriso. – Estava ótimo, pena que tenho que ir. Você vem Melody? Posso te dar uma carona. – Disse o loiro visivelmente corado.

– Eu adoraria. – Ela disse enquanto pulava animadamente em seu pescoço. – Te ligo mais tarde Mari. – Ela acenou e os dois saíram rumo á porta. Fitei Lysandre que acompanhava os dois com o olhar, enquanto Morgan fazia a mesma coisa olhando para ele.

– Você vai ficar bem Mari? Castiel não chegou ainda, está tarde, o céu já está escuro... Se quiser posso dormir aqui novamente. – Morganne oferecia dócil.

– Não precisa Morgan, você não mencionou que hoje é a festa de aniversario do seu irmão? Não perca por minha causa. Ficarei bem. – Fingi um sorriso, não estava nada bem. O céu nublado combinava perfeitamente com meu coração, Castiel não havia ligado, enviado e-mail nem mandado mensagem, até um pombo correio teria servido. Mas, não, nenhuma noticia dele, a tarde toda.

– Tinha me esquecido. Bom... Se for assim, eu te ligo mais tarde tudo bem? – Ela foi em direção a porta, sem tirar os olhos de Lysandre, estava estampado em seu rosto que ela estava esperando ele lhe oferecer carona.

Mas não foi o que aconteceu.

– Ficarei com ela até Castiel chegar. Boa festa pra você Morgan. – Disse o platinado, com seu jeito de sempre, sem demonstrar expressão. Ao contrário de Morgan, percebi sua face mudar de esperançosa para frustrada. Ela me lançou um olhar preocupado, e logo tentei contornar a situação.

– Não precisa Lysandre, sério. São só... – Olhei apreensiva para o relógio em formato de fruta, pendurado na parede da cozinha. – Oito e meia. Os olhos heterocromáticos de Lysandre percorreram toda extensão até se encontrarem com os meus.

– Sei que não está bem, vou ficar e ponto final. – Ele abriu um daqueles seus sorrisos dóceis, que convenciam qualquer pessoa.

– Claro! Ela precisa de você. Até mais. – Senti a porta bater com força. Ela havia ficado chateada. E de algum modo, eu me sentia culpada.

Lysandre passou a mão pelos cabelos, e se dirigiu ao sofá. Fiquei parada por alguns instantes em frente á porta tentando digerir o que aconteceu. Fui até a mesinha de canto da sala onde se encontravam um molho de chaves, algumas balas de canela, e um rádio antigo. Encontrei o botãozinho de on/off, uma música assustadoramente alta quebrou todo o silencio da casa naquele momento, Lysandre me olhava espantado do sofá, não pude evitar de dar um riso discreto. Abaixei o volume e mudei a estação, meu dedo deslizava o botão até parar em uma música que conhecia. E amava. Wicked Game – Gemma Hayes. Sorri e fui até o sofá, onde Lysandre se acomodava. Me sentei ao seu lado.

– Ela ia adorar uma carona sua. – Falei fitando o chão.

– Não sou a pessoa certa para a Morganne. – Ele me lançou um olhar calmo, como sempre.

– Como sabe?

Ele suspirou.

– Somos muito diferentes, sei que não á faria feliz, como ela também não me faria. – Ele fitou a TV desligada.

Pensei por alguns instantes se Lysandre podia ter razão, eles eram realmente diferentes. Assim como eu e Castiel também somos... Aquela noite se assemelhava com aquelas de filme de suspense. A tempestade caia furiosa lá fora, as luzes estavam todas apagadas, o que dava um efeito legal toda vez que relampeava e iluminava tudo por alguns instantes. O silêncio era intimidador, somente o som de fundo do rádio, e o tic tac do relógio. Lys parecia não se incomodar, estava sério e fitava o nada como se fosse algo surpreendente. Chequei meu celular á espera de um SMS do ruivo, porém nada.

– Daqui a pouco ele aparece. – Seus olhos percorreram todo meu rosto até se encontrarem com os meus.

Ele piscou pra mim. – Conheço Castiel. –

– Corei, desviando meus olhos dos dele. – Lysandre tinha um ar misterioso, de certo modo aquilo o deixava sedutor. Nunca pensei nele dessa maneira, mas agora, na situação que me encontrava, querendo ou não o notava com outros olhos, e isso me deixava desconfortável.

– Mas não sabe do que Lauren é capaz. – Suspirei.

Senti seus dedos quentes tocarem meus ombros naquele instante. – Você tá muito tensa. – Murmurou.

– Isso é bom. – Sorri enquanto fechava os olhos, aproveitando cada segundo da massagem que Lysandre acabara de começar. Suas mãos apertavam meus ombros, ás vezes subindo pela nuca, ou descendo pelas costas, era incrível, eu me sentia relaxar a cada toque.

– Uma vez, quando fui pra Suécia, conheci uma terapeuta, ela me ensinou cada ponto certo da massagem ocidental. – Ele sussurrou ao meu ouvido, enquanto seus dedos ainda percorriam minha pele.

– Suécia... Uau... – Murmurei. – Isso é muuito bom. – O senti abaixar a alça da minha blusa cuidadosamente, expondo meu ombro por completo. Seus toques estavam mais intensos e sua respiração quente no meu pescoço me fazia delirar. Toda aquela situação, a casa escura, o som da chuva, o rádio... Estava claro para ambos o clima de romance que invadia o ambiente. Queria beija-lo loucamente agora.

– Deus! Lysandre! É melhor pararmos... – Recuei, enquanto levantava a alça da blusa. Estiquei meus braços com preguiça, toda tensão tinha sumido, me virei de frente para Lysandre, que continuava com o mesmo olhar calmo de sempre.

– Obrigada Lys. – Dei um sorriso tímido, senti meu rosto esquentar. –

Lysandre era meu amigo. Meu melhor amigo. Nunca me imaginei com ele... De outro jeito. Talvez aquela situação fosse só coisa da minha cabeça, tenho certeza que Lysandre também nunca me vira de outro jeito, era difícil saber o que ele estava pensando, seu rosto raramente mudava de expressão, era como se aquilo fosse normal. Eu estava visivelmente sem jeito, mas ele continuava calmo como se não fosse nada demais. Era confuso demais para mim.

– Lys, vou subir lá pra cima, preciso descansar você não se importa né?

– Claro que não, eu me ajeito aqui no colchão. – Ele deu um sorriso de canto.

– Ótimo... Vou só fazer um chá, você quer? – Ofereci gentil.

– Claro. –

Corri até a cozinha aliviada por não ter que dividir mais o mesmo cômodo que Lysandre. Preparei o chá em alguns instantes, coloquei o bule no fogo, e fui checar novamente as mensagens no meu celular. Dessa vez tinha uma, senti meu coração disparar, porém era Melody.

“Nathaniel e eu nos beijamos, acredita nisso? Vou explodir de felicidade, me liga quando der. Kisses –Melody.”

Sorri de canto como se já não soubesse que isso iria acontecer. Respondi o SMS, coloquei o celular na mesa, quando percebi o bule ferver. Desliguei o fogo, despejei cuidadosamente o chá nas xícaras, entregaria o chá para Lysandre, depois subiria pro quarto. Tomaria uma ducha, e provavelmente choraria baixinho para o travesseiro, pensando no Castiel antes de dormir. Esses eram meus planos. Eram. Rastejei com cuidado até a sala, segurava as duas xícaras de chá fervendo, estava escuro, mas podia ver o borrão do corpo de Lysandre deitado no colchão, será que ele havia dormido? Prevendo algum acidente, coloquei minha xícara na mesinha da sala. Mas, o destino adora pregar peças.

Tropecei em algo a poucos centímetros do colchão, um chinelo talvez? Não era o que importava agora. O chá se esparramou todo pelo lençol, e posso dizer que eu também. Coincidência ou não, cai exatamente em cima de Lysandre, na proporção exata para nossas bocas ficarem á centímetros uma da outra. Ele, que tinha os olhos fechados, abriu-os me olhando espantado, eu, não fiz diferente.

Lysandre P.O.V –

Ela correu para á cozinha, parecia aflita com alguma coisa. Dei de ombros. Peguei um livro qualquer na estante e comecei a me ajeitar no colchão da sala. Li algumas páginas e logo o sono me tomou. Porém, permaneci acordado, esperando o chá que ela devia já ter trazido. Pensei em ir até a cozinha verificar porque a demora, porém, ela estava vindo. Ri para mim mesmo do modo desajeitado como ela andava com aquelas xícaras na mão. Tinha certeza que não acabaria muito bem. Joguei o livro em um canto do colchão, e fechei os olhos,esperando o desfecho daquela situação. Quando abri os olhos novamente, ela estava em cima de mim, totalmente corada, seus fios de cabelo negro, entravam nas minhas narinas, e sua respiração era quase incontrolável. Seus olhos arregalados quase imploravam por uma reação da minha parte, porém não o fiz, ficamos assim nos encarando por alguns instantes, sua boca mais parecia um veneno naquele instante, aqueles venenos do tipo bom. Como quando você morde um chocolate, e deseja mais, só que não pode porque está de dieta, mesmo assim, você continua, sem pensar nas consequências. E foi isso que quase aconteceu. Nossos lábios estavam as centímetros, e se não fosse pelo Bip do relógio marcando 00:00, um erro crucial seria cometido ali, aquela noite. Ela me olhou novamente assustada, tinha caído em si. Se levantou rapidamente, e foi até a cozinha, buscou um pano seco para limpar a bagunça do chá, porém não soltou uma palavra se quer, a não ser um – Boa noite. – Enquanto subia as escadas em direção ao seu quarto.

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Notas finais do capítulo

Gente, não esqueçam Lys x Mari foi um bonus haha' mari é do cast e v e r u.u até o proximo ;3