Castiel e eu ficamos no porão por mais um tempo. Eu tomava um gole de refrigerante que por sinal estava quente, e ele escrevia uma música para o festival em seu pequeno bloco.

– Posso ver? – Perguntei me ajeitando no sofá de couro velho.

– Mas é claro que não. – O ruivo me fitou escondendo seu bloco.

– Ah não Castiel quero ver. – Falei chegando mais perto de onde ele estava sentado no sofá.

– Já disse que não Mari. – Ele pegou meu braço que ia em direção ao bloquinho.

– Você é mesmo chato eim! – Eu disse me encolhendo emburrada no canto do sofá.

– Não faz isso. Saiba que a inspiração é você. – Ele sorriu. O puxei pela gola da camisa dando um beijo em sua bochecha, que agora estava corada.

– Você pode parecer durão assim, mas no fundo é um fofo. – Eu ri o fazendo me olhar emburrado.

– Não sou não, sou durão. – Ele sorriu pegando o bloquinho de volta.

– Cast, temos que ir, já são quase 18:00, Marta vai nos matar amanhã! –

– O turno dela acaba as 15:00, então ela não está mais em casa, isso significa que a gente voltando agora ou mais tarde vai dar na mesma. – Ele disse fechando seu bloquinho e ajeitando a camisa.

– Mesmo assim devemos ir, anda vem. – Falei levantando do sofá e o puxando pelo pulso. – Anda Castiel, deixa de ser mole. – Eu ri.

– Vamos ver quem é mole aqui. – Ele se levantou bruto, e passou a mão pelas minhas costas me empurrando em passos longos até a mesa de sinuca.

– Castiel! Pervertido! – Chutei sua perna com meu joelho, e me esquivei dele. – Bobão. – Eu ri indo em direção á porta.

Ele me olhou emburrado e me seguiu, a escola estava vazia, havia poucos alunos vagando pelos corredores. Esqueci que tinha combinado de encontrar Melody e Morgan no pátio, e sai correndo para lá, Castiel veio atrás de mim sem entender nada. Elas estavam lá concentradas na tela do celular mexendo em alguma coisa.

– G-Gente... – Falei sem graça por Castiel estar me acompanhando. Elas se viraram e me fitaram assustadas junto de Castiel.

– Atrasou! – Falaram Melody e Morgan em coro.

– Desculpa, é que estava com Castiel no porão pra... É... – eu corei e elas me olharam desconfiadas.

– Bom Mari, te espero em casa. – Castiel falou percebendo que atrapalhava a conversa de meninas. Ele saiu dando um beijo no topo de minha cabeça. – Eu corei, novamente. Assim que ele saiu, Melody e Morgan deram gritinhos histéricos, que provavelmente ele ouviu e soltou um risinho sínico.

– O que foi isso? – Melody perguntou. – Pode começar contar tudo agora. – Morgan á acompanhou.

– G-Gente... Calma, eu e Castiel não temos nada... Quer dizer eu acho, porque ele não me pediu nada... Eu... – Eu sorri. – Eu gosto muito dele. – Corei.

– Sabia que vocês dois morando juntos ia dar em alguma coisa. – Melody sorriu. – Agora só faltam vocês duas. – Olhei apontando para elas. – Já sei amanhã na minha casa. Filminho de terror, eu, vocês, Castiel, Nathaniel – Melody corou. – e Lysandre. – Falei me direcionando ao portão. – Combinado ok?

– Mas Mari... – Elas falaram em coro.

– As 20:00 – Eu disse sumindo por completo da escola, deixando seus olhares vagos para trás. Andei até o ponto de ônibus perto da escola, e pude ver um ruivo – Castiel – acompanhado de duas garotas morenas.

– Com licença. – Cheguei perto de Castiel ás olhando feio. Castiel coçou a cabeça e eu resmunguei em seu ouvido. – Quem são essas? Achei que tinha indo para casa.

– Decidi te esperar, e elas – ele falou as fitando. – apareceram.

– Essa é a sua namorada de quem nos falou? – As meninas me olharam esnobes.

– S-S-Sua N-Namorada. – Eu corei violentamente. – Meus pensamentos me dominavam, Castiel meu namorado. – Eu sorri como uma boba em meio aos três.

– Castiel me olhou dando um sorriso de canto. – É sim, linda não é? – As meninas bufaram e saíram de perto.

– Que gracinha. – Eu o olhava pensando alto. – Eu? – Castiel perguntou. – Sei que sou. – Ele sorriu sínico. – Palhaço. – Soquei seu ombro de leve. – O que você disse para elas. – Eu sorri.

– Que você é minha namorada? – Ele me olhou passando a mão pela minha cintura enquanto andávamos. Eu corei.

– S-Sim. – Abaixei a cabeça. – E você é? – Ele me olhou parando de andar. – Eu sou? – Perguntei o olhando nos olhos. – Você é. – Ele sorriu como um bebê me dando um beijo doce que não durou mais que alguns segundos.

Fomos o caminho todo da escola até em casa abraçados, porém em silencio. Eu já podia até avistar a mansão quando ele soltou algumas palavras.

– Vamos ficar sozinhos em casa o resto da semana. – Ele disse olhando concentrado para frente. Eu corei.

– O que quer dizer com isso? – Eu corei mais ainda.

– Vamos aproveitar bastante. – Ele me olhou de relance e pude ver que surgiu um sorriso malicioso em seus lábios.

– Castiel. – O bati na cara, percebendo que havia ficado vermelho. – Estou brincando Mari, ele disse passando a mão pela bochecha que parecia arder.

– Me desculpe. – O olhei preocupada. – Vou pensar, mas só se você me der um monte de beijinhos e abraços assim, desse jeito – ele falou abrindo a porta da casa, enquanto me abraçava, me empurrando para dentro traçando uma linha de beijos pelo meu rosto. Ele fechou a porta com o pé, e ainda abraçado em mim disse – acho que te desculpo. – Nós rimos, até que ele me beijou novamente só que mais intenso dessa vez, me empurrando em passos longos para trás até o sofá. Foi quando escutei uma voz doce acendendo á luz da sala escura.

– Eu sabia. – Disse Marta nos fitando enquanto caia no sofá com Castiel em cima de mim.

– Meu Deus! – Eu corei violentamente colocando as duas mãos sobre o rosto depois de empurrar Castiel para o chão.

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