Isabella Potter escrita por Sophia Burlak


Capítulo 27
Que se inicie a missão


Notas iniciais do capítulo

oie, sei que demorei mas devo dizer que fiquei mais feliz poque tive dois comentários



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Cameron P. O. V.

– O que disse? – Protestei, quem ela pensava que era para me tirar desse paraíso, é claro que eu iria embora um dia, mas eu estava lá a... O que cinco horas? Seis?

– Urgh, Deuses você é muito pior do que eu pensava cara. – O tal David, que tinha se apresentado há alguns minutos me insultou, não acho que ele espere que eu vá ficar parado.

– Cara eu não vou com você, isso aqui é o paraíso você não entende. – Eu disse novamente, era a mais pura verdade, quando eu teria tantos jogos reunidos em um só local, quebra-cabeças em 3D, animais de estimação virtuais, sim era O paraíso, O lugar.

– Eu não perguntei se você quer, a Nanda está nos esperando no carro e eu sei que ela não gosta de esperar por muito tempo.

– CAMERON.

– AH. – Eu acordei ofegante, esse pesadelo era bem mais frequente do que eu gostaria. – Kate?

– Sim sou eu sua melhor amiga, te acordando mais uma vez para você não se atrasar para o primeiro dia de aula. – Ela disse meio impaciente. - Que foi? – Ela perguntou quando percebeu que eu não saí do lugar. – Aqueles pesadelos de novo? – Eu assenti, ela me conhecia bem o suficiente para me entender.

– Só que, nesse eu não era uma criança, eu era eu. – Ela me olhou como se eu fosse um demente.

– Tem como você não ser você? – Eu olhei para ela como se ela fosse uma demente, Ela bufou. – Anda logo, ou sua mãe vai pensar coisas que não existem. – Ela disse me jogando uma muda de roupas e indo em direção as escadas. – A propósito eu amei sua cueca de ursinho. – Ela saiu rindo, linda como sempre, quer dizer nos somos amigos, mas de uns tempos pra cá ela está mais bonita que o normal, mas qual é nós somos amigos, mas que ela é bonita ela é... Foco Cameron foco, amigos, melhores amigos.

Tomei uma chuveirada rápida, escovei os dentes e peguei uma maça.

– Tchau mãe. – Dei um beijo na bochecha dela.

– Tchau, boa aula para os dois. – Kate sorriu para ela e nós fomos em direção ao meu carro, que tinha um motorista dentro obviamente, de que se adianta ter dezesseis anos no Brasil se só se pode votar com essa idade? Como eu sinto falta de NY, por mais que eu esteja aqui a três anos, Uma vez em New York e tudo perde o sentido.

– Você e suas fantasias com sua cidade natal. – Kate revirou os olhos, era estranhamente irritante eu gostar de quando ela faz isso.

– Fazer o que KitKat, você nasceu nesse país, tudo bem que é a terra do futebol mas o futuro está no meu país – Ela bufou, eu sabia que ela detestava quando eu a chamava assim.

– Sem comentários, amanhã eu vou com o meu motorista se você quiser ir comigo vai ter que acordar por conta própria. – Ela disse respondendo as últimas questões do dever de matemática, tudo errado como sempre.

– Porque você tem tanta preguiça de fazer os questionários de matemática e mesmo assim manda bem nas provas?

– Porque eu sou inteligente querido, e esses questionários são muito chatos e é perda de tempo para uma pessoa que quer fazer medicina.

– Claro, sabia que a faculdade de medicina exige matemática?

– Besteira, desde quando eu preciso disso para dizer a doença que o paciente está? – senti o carro parar assim que chegamos a escola mais badalada do Rio, não que eu me gabe por ter dinheiro, na verdade eu e Kate somos os únicos que temos amigos bolsistas, porque não somos burros para escolher amigos pelo dinheiro que tem.

Isa P. O. V.

Sabe qual é a chatice de se estar em uma peça sendo a personagem principal, você tem que ir na apresentação sendo que era para eu já estar no Brasil, sorte que a peça é hoje se não nem sei. Acabei de vestir o primeiro vestido Branco e entraríamos em cena em alguns instantes.

– Eu tinha esquecido dessa maldita peça, e alias essa roupa incomoda mais que armadura – Lucas reclamou.

– Desculpa mas ela pediu desenhos medievais e esse vestido também não lá muito confortável. – Eu disse e ele assentiu.

– Você só desenhou, como você ia saber que ia ficar assim não é? – Pois é, eu pensei. – Aliás você ficou linda nesse vestido, digno de um baile em Nárnia. – Eu sorri em resposta.

– Ah, vocês estão ai, você entra já no próximo ato e você vem comigo. – A professora me guiou até uma sala que era por onde eu entraria daqui a pouco, eu escutava toda peça.

PRÓLOGO

(Entram duas criadas)

MALVINA – Você viu, Lucrécia?

LUCRÉCIA – Sim, Malvina, as duas senhoras estão aqui na praça.

MALVINA – Vai dar briga na certa.

LUCRÉCIA – Aquilo são duas cobras venenosas. Qualquer coisa é motivo para as duas famílias brigarem.

MALVINA – A senhora Capuletto está sempre acompanhada pela ama dela, a coitadinha faz tudo.

LUCRÉCIA – A senhora Montéquio é outra que só faz os outros trabalharem pra ela.

MALVINA – O pior é que os homens também estão por aí.

LUCRÉCIA – Temos que avisar os nossos patrões.

MALVINA – Não. Vamos ficar aqui pra ver se alguma coisa acontece...

LUCRÉCIA – Vamos. Não discuta comigo. Os príncipes de Verona vão acabar logo, logo com essa briga.

Cena 1 (Montéquios e Capulettos brigam na Praça)

SENHORA MONTÉQUIO – Rosalina, veja que dia lindo! A praça de Verona é o melhor lugar para compras.

ROSALINA – Sim, Senhora Montéquio. Mas onde estará Romeu?

SENHORA MONTÉQUIO – Romeu me disse que iria convidar Mercucio e Benvólio para virem à praça. Sabem eles que nós temos muitas compras para carregar...

ROSALINA – Sabe, Romeu anda meio distante ultimamente. Até parece que não gosta mais de mim.

SENHORA MONTÉQUIO – Não se preocupe. Os jovens são todos assim: inconstantes. Mas onde estarão aqueles três?

ROSALINA – Ei, veja quem está passando por aqui!

(Chegam Senhora Capuletto e Ama, que está carregando uma sacola de compras)

SENHORA CAPULETTO – A praça está uma porcaria hoje. Os pássaros sujaram tudo, e... veja! Até os mendigos estão fazendo compras! A que ponto chegamos!

AMA – Não são mendigos, minha senhora, são os Montéquios.

SENHORA MONTÉQUIO – Boa tarde, conseguiram comprar alguma coisa?

SENHORA CAPULETTO – Sim, temos dinheiro. Não precisamos vender propriedades e jóias para tanto.

(Chegam Romeu, Benvólio e Mercucio)

BENVÓLIO – Chegamos, senhoras. Estamos prontos para ajudá-las.

ROMEU – Rosalina, senti saudades.

ROSALINA – Não parece, Romeu. Estás muito atrasado. A companhia não está agradável.

MERCUCIO – Ah, refere-se aos Capulettos? Como vai a nata de Verona?

SENHORA CAPULETTO – Vai bem, senhor Mercucio. Mas acho muito ruim o sobrinho do príncipe de Verona estar com os Montéquios.

(Chegam Teobaldo e o Capuletto)

TEOBALDO – Estes senhores estão a importuná-la, cara tia?

SENHORA CAPULETTO – Oh, caro sobrinho Teobaldo e senhor meu marido (suas mãos são beijadas). Talvez...

CAPULETTO – Isto é um ultraje. Desembainhem suas espadas, biltres!

BENVÓLIO – Com prazer! Verão o aço de nossas espadas em vossos corpos pestilentos!

(Mulheres retiram-se em pontos diferentes para torcer, enquanto os homens brigam. Música. Chega o Príncipe de Verona. Todos fazem reverência e acaba a briga)

PRÍNCIPE de Verona – Hoje não, senhores. Vivem brigando, não agüentam um dia sequer?

PRINCESA de Verona - Até tu, meu sobrinho Mercucio, pare de Brigar.

PRÍNCIPE - Montéquios, venham comigo? Capulettos, espero vocês hoje à tarde para uma conversa muito séria.

PRINCESA – Estas brigas têm que acabar. Até vocês, senhoras, Compartilhando desta selvageria!

(Todos saem. Música).

Cena 2 (Rosalina e Romeu, depois Benvólio e Mercucio)

ROSALINA – Quer saber de uma coisa, Romeu. Não estou mais a fim de namorar contigo.

ROMEU – Por quê?

ROSALINA – Tu és muito imaturo, vives te metendo em brigas, teus amigos são uns malucos.

(Chegam Mercucio e Benvólio que assustam e brincam com Rosalina).

BENVÓLIO – Como está o namoro?

ROSALINA – Acabou. Romeu, de agora em diante serei só tua amiga para brincadeiras.

ROMEU – Abraça-me. (abraçam-se)

MERCUCIO – Vamos ao baile de máscaras na casa dos Capulettos?

Todos – Vamos!!!

BENVÓLIO – Mas... espera aí! Na casa dos Capulettos? É briga na certa.

MERCUCIO – Meu tio, o príncipe, mandou convidar a todos... e o velho Capuletto vai ter que agüentar os Montéquios.

ROSALINA – Já vou preparando um vestido.

(Saem todos. Música animada)

Cena 3 (No baile de máscaras na casa de Julieta)

AMA – Já preparei tudo, senhora Capuletto.

SENHORA CAPULETTO – Tens certeza, Ama?

AMA – Sim, mas onde estará Julieta?

SENHORA CAPULETTO – Veja, está chegando aí. Linda máscara, filha.

JULIETA – Mamãe, estou muito feliz. Ótima idéia de comemorar meus quinze anos com um baile de máscaras. Mas... e os convidados?

SENHORA CAPULETTO – Já chegarão, minha filha. Mandei distribuir convites para todas as famílias.

AMA – Até para os Montéquios?

SENHORA CAPULETTO – O Príncipe praticamente nos obrigou. Disse que seria bom para aproximarmos.

JULIETA – Que bom, mamãe! A briga das famílias é um tormento para toda Verona.

SENHORA CAPULETTO – Não creio que virão.

(Chegam Romeu, seus Pais, Benvólio com máscaras)

SENHORA CAPULETTO – Boa noite, senhores. Sejam bem vindos. Quem são?

MONTÉQUIO – Só poderemos revelar mais tarde. Afinal, num baile de máscaras...

SENHORA CAPULETTO – Pois é!

MONTÉQUIO – Meu filho, vim a esta festa só por insistência tua.

BENVÓLIO – Acalme-se, senhor Montéquio. Vamos nos divertir.

(Chegam os Príncipes com Mercucio)

PRÍNCIPE – Parabéns a todos pelo lindo baile.

PRINCESA - Estou feliz de ver todas as boas famílias de Verona confraternizando juntas.

(Todos aplaudem, meio a contragosto. Chegam Teobaldo e Capuletto.).

TEOBALDO – Viste, senhor Capuletto, quem veio à festa?

CAPULETTO – Sei, são os Montéquios. Mas te acalma, temos que aceitar a presença deles. Afinal os príncipes praticamente nos obrigaram a convidá-los.

(Música. Todos dançam. Romeu tira Julieta para dançar. Quando vão beijar-se a Ama interrompe)

AMA - Senhora, sua mãe está a chamá-la.

JULIETA – Sim, adeus, meu caro mascarado. (sai)

ROMEU - Minha cara senhora, quem era a moça com quem acabei de dançar?

AMA – É Julieta, a filha do senhor desta festa.

ROMEU – Destino! Meu amor nascido de meu mais terrível ódio.

(Todos saem do baile. Julieta fala com a Ama)

JULIETA – Ama. Quem era o mascarado com quem estava a dançar?

AMA – Ah, senhora. Era Romeu, um Montéquio.

JULIETA – Leve este bilhete a ele. Peça que se encontre comigo amanhã, depois do por do sol.

AMA – Sinto que isto não dará certo...

(Luz apaga. Música. Fim do Baile)

Cena 4 (No balcão, Romeu jura amor eterno a Julieta e promete casar-se com ela)

ROMEU – Aqui estou como combinado. Aquela é Julieta? (Julieta aparece na janela)

JULIETA – (sem ver Romeu) Romeu, Romeu! Ah! por que és um Montéquio? Mas como estou apaixonada... (Julieta, enfim, vê Romeu) Como conseguiste entrar?

ROMEU – Pulei o muro. Está escuro e teus parentes não conseguiriam me ver.

JULIETA – Se pegam podem te matar!

ROMEU – O que me mata é o amor que sinto por ti.

JULIETA – Tu me amas de verdade?

ROMEU – Juro pela lua.

JULIETA – A lua? A lua muda de fazes todas as semanas. Não jures pela lua. Não jures por nada, só por ti mesmo.

ROMEU – Então eu juro por meu coração...

JULIETA - Para! não jures;

ROMEU – Então eu saio daqui sem um beijinho?

JULIETA – Só depois de casada.

ROMEU – Então vamos casar. Amanhã mesmo falaremos com Frei Lourenço e vamos nos casar.

JULIETA – Sim, eu aceito. Vou me encontrar contigo amanhã por volta das dez da manhã. (A Ama chama dentro). Adeus, Romeu. Estão me chamando. (sai)

ROMEU - Oh! que noite abençoada! Tenho medo. Este sonho é bom demais para ser realidade.

A peça* assim prosseguiu, com trocas rápidas de roupa e cenário mas ficou impecável, por fim nós já estávamos recebendo os aplausos.

Eu e Lucas demos um jeito de fugir de dar os autógrafos e aparatamos com nossas malas direto para o Brasil.

Kate P. O. V.

– Claro que não Alice. – Eu tentava a convencer de que ela tinha ido bem na prova surpresa de Alemão. – Você não é tão ruim em Alemão, e duvido que eu tenha ido melhor eu você. – Ela me olhou com uma cara triste enquanto esperávamos Cameron e Gustavo sair da prova, nem Alice nem Gustavo eram bolsistas porém tinham pais bem rígidos nesse aspecto. – Você já conversou com o Gu?

– Conversar sobre o que? – Ela perguntou

– Você sabe sobre o que – ela suspirou e negou. – Uma hora vai ter que falar, garotos são muito lerdos às vezes não espere que ele note rápido. – Ela sorriu concordando comigo.

– E você? – Eu a olhei confusa. – A fala sério que não sente nada pelo Cam? – eu a olhei incrédula.

– Claro que não! Tipo eu e ele somos só amigos. – Ela riu.

– Tipo, eu e o Gus também, e isso não me impediu de gostar dele.

– Okay ele é um gato mas, ele é meu melhor amigo. – Ela riu de novo.

– Você é duas vezes pior que eu – Eu a olhei com uma cara feia e ela levantou os braços em rendição - minha prima chega hoje, ela vai ficar uns tempos lá em casa e eu pensei de levar vocês para conhecer... – Ela mudou de assunto.

– Conhecer quem? – Gus perguntou interrompendo Alice.

– A prima da Alice. – Ele pareceu interessado.

– E ela é gata? – Vi Alice revirando os olhos e ri.

– Como eu ia dizendo conhecer ela e o namorado dela. – Ele desfez o sorriso, no fundo eu sabia que ele estava provocando Alice, afinal ela também custava perceber que ele era afim dela, será que eu sou assim também?

– KATE! – Eu tomei um susto.

– Que é?

– Você tá em que mundo? O sinal acabou de tocar, o Cam te disse oi e você tá ai parada. – Eu vi os dois meninos na minha frente e Alice me olhando.

– Hum, tá então vamos conhecer sua prima? – Eles me olharam meio estranho mas depois assentiram e seguimos Alice.

Lucas P. O. V.

Chegamos no Aeroporto como se estivéssemos desembarcando, não entendia o porquê daquilo já que o Tio da Isa sabia de tudo.

– Fingir que é normal é um saco! – Eu disse e a Isa riu.

– Eu gostaria de ser normal. – Eu a olhei surpreso. – Vai dizer que você nunca quis?

– Acho que eu nunca parei para pensar em ser cem por cento normal, mas é cloro que seria muito bom fazer uma viajem que não envolvesse empousais ou ligações.

– Pois é. – Ela disse enquanto digitava alguma coisa no celular. – Meu tio chegou, vamos? – Eu assenti e saímos da área de embarque nos deparando com um homem e uma mulher, provavelmente o tio e a mulher dele, e deve ter sido por ela que nós estamos fazendo esse teatro.

– Oi tio John. – Isa o cumprimentou com um abraço. – Esse é o Lucas. – Ela me apresentou, mas na verdade eu já conhecia o tio dela de um natal.

– Oi. – Eu disse e ele apertou minha mão que estava esticada.

– Você cresceu.

– Oi Tia Rebeca. – Ela abraçou a tia, eu não a conhecia, provavelmente eles se casaram recentemente.

– Alice saiu da escola e ia direto pra casa, ela já deve estar lá. – Assentimos, seria uma missão complicada porque eu ainda acho que os Deuses esconderam alguma coisa sobre ela.


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Notas finais do capítulo

* http://www.marcosproenca.com.br/wp-content/uploads/2013/10/romeo_julieta_Swarovski_5.jpg