Harry P. O. V.

Coloquei as cervejas no balcão e sai no bar atrás da Gina. A encontrei chorando em um banco perto do local onde estava o pique nique.

– O que houve com você? – eu perguntei me sentando ao lado dela

– Eu... – Ela respirou fundo e limpou as lágrimas – Deixa pra lá Harry, você já tem problemas de mais pra você, não vai querer saber dos meus. – Eu suspirei, de certa forma ela tinha razão, eu não devia me preocupar com os problemas dela mas, eu me preocupava.

– Eu me preocupo com você... Quer dizer você é a irmã do meu melhor amigo é claro que eu me preocupo com você. – Eu disse apesar de não ter pensado em dizer essa era a explicação lógica para tudo, eu sentia sim alguma coisa por ela porque ela é irmã do Ron, sim.

– Estranho, nós nunca conversamos, mas eu sinto que posso confiar em você, mas ainda assim não acho sensato você ouvir meus problemas. – porque as garotas são tão complicadas? – Eu acho que gosto de alguém – Eu me incomodei com isso, talvez fosse a convivência com Ron. – Eu gostava de uma pessoa.

– Você estava... está namorando o Dino ne? Você tem que gostar dele para estar com ele. – eu disse fazendo uma explicação confusa, não sou bom quando o assunto são garotas.

– Eu gostava, eu achava que gostava – Ela respirou fundo – Eu gostava até ele terminar comigo.

– Mas eu vi você se beijando... Ops, olha eu juro que foi sem querer eu estava... – Ela me interrompeu.

– Tudo bem, acho que logo, logo todo mundo vai ver – eu olhei com uma cara de interrogação para ela. – Era uma aposta – Eu olhei para ela perplexo – Eu era só uma aposta pra ele, e pelo que eu percebi ele ganhou.

– Que tipo de cara aposta uma garota? – eu perguntei indignado

– Tipos como ele. – eu dei um abraço nela, aos poucos nós fomos nos separando devagar e fomos nos aproximando devagar e quando meus lábios roçaram no dela eu parei.

– Não, não Gi eu gosto muito de você mas eu não vou fazer isso. – Ela assentiu

– Nós somos amigos, realmente não é algo certo a se fazer. – Aquelas palavras doeram em mim e eu nem sei porque.

Isa P. O. V.

– O Harry disse que não vem.

– Que saco, porque agente deixou justo a cerveja com ele – Mat reclamou.

– Deixa de ser reclamão. – Gui disse em tom de advertência.

– Tá, tá, e se agente jogasse verdade, mágica, comida ou se. – Eu olhei para ele, o único jogo que eu conhecia era verdade, consequência ou nota. – Eu sei que vocês dois não conhecem porque saíram da escola mais cedo – Eu e o Luca reviramos os olhos – Eu que inventei, a parte de girar a garrafa é igual, a pessoa escolhe verdade ai tem que responder uma pergunta, mágica ela tem que receber um feitiço engraçado de alguém ou fazer um em alguém e comida ela tem que comer ou beber uma coisa, que pode ser boa ou ruim, só que tem que ser uma mistura entre as comidas da festa, no caso pique nique, e o se, a pessoa responde uma pergunta hipotética.

– Hum, é melhor que verdade ou consequência. – Eu disse concordando em jogar o jogo, pelo menos ninguém tinha a chance de beijar ninguém, eu detestava verdade ou consequência por isso.

– Okay eu começo. – Mat pegou a garrafa recém acabada de suco e girou parando nele e em Hermione. – Então você quer ver...

– Comida. – Ela respondeu antes mesmo que ele falasse.

Mat se levantou, pegou um copo e colocou água, suco de abóbora, chocolate derretido e suco de uva, mexeu com uma colher e a entregou.

– Urgh, devia ter escolhida mágica – ela disse antes de tomar todo o líquido e fazer uma careta – Eca, tem água? – Ele a entregou uma garrafinha de água e ela tomou toda a garrafa. – Sou eu agora – Ela disse desanimada. Ela girou a garrafa e parou em mim e no Gui.

– O que você quer maninha querida? – Ele perguntou.

– Se – Eu respondi.

– hum... Se o mundo acabasse e você só pudesse alvar uma pessoa, quem você escolheria? – Eu arregalei os olhos.

– E... Eu acharia um jeito de levar a todos para outro planeta em um buraco de minhoca*[* É um tubo com duas “bocas”, isso é lados, no qual você pode viajar para qualquer lugar do espaço ou do tempo].

– Não vale, você tem que escolher alguém, a ciência não vai te ajudar agora. – Eu o olhei com uma cara de “depois vou ter uma conversa séria com você”.

– Eu não acho que eu seria capaz de escolher alguém. – Eu disse.

– Tá bom, dessa vez eu aceito isso como resposta. – Eu suspirei agradecida e girei a garrafa. Caiu em mim e no Lucas.

– Então Amor o que vai ser? – me arrependi de ter usado “se”, ele faria uma pergunta bem mais fácil.

– Verdade. – Eu disse e sorri pra ele.

– É verdade que você me ama e não vive sem mim? – Eu ri da pergunta.

– Mentira, eu te amo, mas consigo viver sem você. – Ele me olhou com uma cara de espanto, mas eu sabia que ele estava brincando – Que foi? Precisamos lidar com os fatos, nós somos obrigados a nos separar várias vezes imagina se morrêssemos em cada uma delas...

– Okay, okay, eu não vou deixar de te amar por isso. – Eu ri de novo. Ele girou a garrafa de novo e nós ficamos brincando daquilo até se esgotarem as possibilidades de pergunta pra todo mundo.

Juntamos tudo e voltamos para o prédio da Grifinória, ficamos conversando um pouco até que a Hermione decidiu subir na mesma hora em que o Ron entrou.

– Hum, eu vou falar com ela – Eu falei baixo para que só o Lucas escutasse.

– tá – ele respondeu e me deu um selinho antes de eu ir.

Hermione P. O. V.

Detestava sentir o que eu estava sentindo, e detestava ainda mais saber oque eu estava sentindo, e eu me detesto por ser imatura nesse tipo de coisa. Abri a porta e levei um susto, soltei um grito e deixei meu livro cair.

– Desculpa, eu... tô saindo gente.

– Não, olha, o que você viu foi, foi...

– Exatamente, foi só... Só.

– Um beijo? – Isa perguntou, não sabia como, mas ela estava bem atrás de mim e pelo visto ela também tinha presenciado toda cena, espero que eu não tenha pensado alto enquanto andava pra cá.