A Lenda De Thommy escrita por NimoChan


Capítulo 8
Doce Liberdade...


Notas iniciais do capítulo

- Depois de muuuuito enrolar, tá aí o capítulo sete fresquinho! Obrigada especialmente ao nii-chan (SiriusBlack) que me deu uma puta força pra continuar a fanfic! Obrigada!
— Estou sentindo muita falta de reviews, portanto... se você é tímido(a) e não tem coragem de comentar, por favor comente, porque um review seu me ajudaria muito!
— Espero que gostem desse capítulo.
— Boa leitura.



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Era um lindo dia de sol como qualquer outro na Cidade de Prontera. As ruas eram habitadas por uma grande massa de mercadores perambulantes cujo objetivo se baseava em alcançar a cobiçada riqueza. Aquilo nunca fora novidade, mas sempre havia um novo grupo de mercadores estrangeiros iniciando seu processo de lucro na cidade.

Dentre os comerciantes, crianças arremessavam bolas umas as outras enquanto uma roda de garotos por volta dos seus 10 anos cortava o ar com suas espadas de madeira.

A rotina em Prontera transmitia a paz da inocência, do amor compartilhado entre dois amantes ou entre dois irmãos. Prontera era um exemplo do ciclo da vida, desde o nascimento acompanhado por choros infantis até a velhice, infestada de resmungos. E esses diversos sons, desde choros, crianças gritando e o canto dos pássaros, eram emitidos e soavam por toda a cidade, entrando pelas janelas das casas normalmente tingidas com uma tonalidade branca, e pelas janelas do Orfanato de Prontera.

Ali, no quarto recentemente arrumado, encontrava-se um pequeno jovem trajando a vestimenta de Espadachim, com uma espada aparentemente pesada e rica em detalhes nas mãos, em frente ao espelho.

— Posso entrar? — perguntou alguém, após dar leves batidas na porta do quarto.

— Claro.

O bispo adentrou o recinto. Olhou ao redor e deu um sorriso satisfeito, era realmente raro ver aquele quarto arrumado. Por mais que aquela visão fosse deliciosamente bonita, ele sabia que sentiria falta do quarto bagunçado e, principalmente, de quem o bagunçava. Direcionou seu olhar ao menino, aproximando-se deste.

— Está ansioso, Thommy?

— Um pouco — o garoto riu. — Não sei, eu sempre quis ir embora daqui. Mas sei lá... Acho que vou sentir falta do senhor — ele sorriu e corou de leve.

O bispo riu também. Aproximou-se mais, ficando de pé atrás do garoto que se olhava no espelho. O mais velho apoiou as mãos nos ombros de Thommy e fitou sua própria imagem no espelho.

— Estou igualmente ansioso, Thommy. Mas tenho certeza de que isto o fará bem. Conheço as pessoas com quem você fez amizade. Eles pertencem a um clã muito famoso por aqui e, de acordo com o que pude perceber, possuem um bom coração.

Thommy estremeceu. Relacionar "Jenny, A Viking" com "bom coração" não era algo conveniente ao garoto. Ele levantou sua cabeça a fim de encarar o bispo e lançou-lhe uma pergunta.

— Você não vai sentir minha falta não né, vovô?

— "Vovô"? Onde está o respeito agora? — Os dois riram. O bispo Gregório voltou a olhar o Espadachim pelo espelho e deu um sorriso quase que paterno. — Sim, eu sentirei sua falta, menino.

Silêncio. O quarto foi acobertado pelo silêncio de ambos os que estavam ali presentes, e os únicos sons que se podia captar vinham da janela. O garoto virou-se para o bispo e fitou seu rosto como se estivesse determinado a algo. E esse "algo" logo foi compreendido pelo mais velho assim que Thommy quebrou o silêncio.

— Eu voltarei pra visitar o senhor! — o Espadachim afirmou, encarando o bispo com seus grandes olhos azuis. — É uma PROMESSA!

— Fico agradecido pela sua consideração, menino. Mas trate de cumprir suas promessas.

— Deixa comigo! Quando eu voltar, vou estar bem forte, talvez eu já tenha até virado Cavaleiro!

Gregório riu com a animação do pequeno órfão. Encarou-lhe nos olhos assim como o garoto fazia.

— Então eu estarei aguardando pelo seu retorno. Agora vamos! Sua nova família o espera lá fora, não podemos demorar!

Thommy assentiu. Correu para pegar sua pequena bolsa e acompanhar o bispo até a entrada do orfanato, onde seus novos companheiros o esperavam.

"Eu definitivamente cumprirei essa promessa, vovô."




* * *




— Finalmente vou poder conhecer o mundo! Não preciso mais fugir daquele lugar e nem levar sermão das freiras...

— Ei, ei, ei! Não é bem assim que as coisas funcionam, moleque — Sheth olhou para cima, fitando o Espadachim que estava sentado em seus ombros. — E puta merda, você é bem pesadinho...

— Cuidado com o palavreado! — alertou Abra com um pequeno peteleco na testa de Sheth. — Evite palavrões na frente da criança, por favor.

— Ahh, tenha a santa paciência... Abra, por mais que o pirralho seja nosso agora, isso não te dá o direito de agir como se fosse o pai dele! — disse Shey. — Thommy, palavrão faz parte do nosso dia-a-dia, ok? Acostume-se com isso, só não siga nosso exemplo.

— Obrigado Shey, agora eu tenho certeza de que nenhuma das suas palavras chulas irá afetar o desenvolvimento do garoto — zombou Abra, erguendo levemente a sobrancelha.

— Eu sei! Sou mesmo incrível!

— Foi sarcasmo, idiota!

— Deus, como eu odeio esses seres humanos... — murmurei diante da briga entre os dois integrantes.

— P-Para onde estamos indo mesmo? — perguntou Thommy desviando-se da briga. Respondi simplesmente com um "Morroc", mas foi o suficiente para fazer com que o menino abusasse de suas cordas vocais. — MORROC? VAMOS DEMORAR MEIO ANO PRA CHEGAR ATÉ LÁ!

— Por que o desespero, Thommy? Nunca ouviu falar do Serviço de Teleporte? — Abra olhou o garoto e notou que ele desconhecia do assunto. — É simples. O Serviço de Teleporte consiste basicamente em posicionar mulheres bonitinhas e bem parecidas entre si em cidades. Elas são treinadas para serem capazes de marcar vários pontos de teletransporte e, em troca de certa quantia, a garota faz uso de sua habilidade para teleportar o cliente ao local desejado. Você nunca se perguntou por que sempre tem aquele tumulto no centro de Prontera?

— Eu não costumava ir até o centro quando eu fugia do orfanato porque lá tem muitos guardas — justificou o menino. Subitamente, sua expressão mudou após olhar para frente. Seus olhos arregalaram ao ver uma grande massa de pessoas num mesmo local. Mas não era isso que o assustava. O estranho naquilo era que algumas pessoas estavam sumindo.

O processo acontecia muito rápido. Uma espécie de luz azulada circulava a pessoa e o brilho tornava-se forte. Mas em um segundo, a intensidade do brilho diminuía e quando a luz desaparecia, a pessoa não estava mais lá. A julgar pela expressão de Thommy, aquela seria a primeira vez que o menino via aquilo.

Estávamos chegando perto do tumulto. Entreguei à Thommy uma quantia em dinheiro enquanto Sheth o tirava de seus ombros. Explicamos que ele deveria entregar o dinheiro à mulher DEPOIS de dizer que queria ir até Morroc. Deixamos bem claro o "depois" porque já aconteceu de alguém entregar o dinheiro e não ser teletransportado simplesmente porque a Kafra — como são chamadas as teleportadoras — pegou o dinheiro sem dar atenção para a pessoa. Coisas como essa acontecem, já que a Kafra precisa atender a várias pessoas ao mesmo tempo.

Thommy estava levemente assustado, então dissemos que era simples: ele deveria arranjar uma forma de chamar a atenção da Kafra, já que ele era menor que as outras pessoas. Após fazer isso, ele dizia seu local de destino, entregava o dinheiro e fechava os olhos. Arrependemo-nos de ter dito aquilo.

O garoto empurrou algumas pessoas, subiu em outras enquanto berrava um "moça" incansavelmente. Repetindo isso, ele conseguiu chegar perto da Kafra e corou levemente ao ver a mulher.

— O-Olá... — ele sorriu e observou a Kafra dos pés à cabeça. Ela usava um vestido marrom claro com um avental bege, tiara feita de babados e luvas brancas.

A Kafra tentava sorrir a todos, mas percebe-se que ela estava fazendo certo esforço para continuar seu serviço. Ao ver o garoto tentando chamar a atenção em cima de algum desconhecido, ela riu e estendeu a mão para ele. Thommy disse seu destino, entregou o dinheiro e fechou os olhos, conforme o ensinamos.


— Pode abrir os olhos, idiota.

— J-Jenny-machão...? — Thommy abriu os olhos devagar. Recebeu a nova cidade com um grande sorriso que deixava a mostra toda sua arcada dentária.

Morroc não é a cidade mais bonita que existe, é verdade, mas sejamos realistas. Para quem nunca saíra de Prontera, Morroc poderia ser considerada a mais bela cidade já planejada, também pelo fato de que ela localiza-se em meio ao Deserto de Sograt. Por esse motivo, a arquitetura fora adaptada para entrar em contraste com o deserto, e isso diferenciava a cidade de qualquer outra.

Assim como em Prontera, Morroc recebia os mais diversos tipos de pessoas, desde mercadores até grandes guerreiros. O garoto ficou a apreciar a nova cidade boquiaberto, sem saber para onde olhar primeiro. Não sabia se primeiro admirava as construções ou se prestava atenção no amontoado de pessoas. Até que finalmente dirigiu seu olhar para nós.

— Espere... O que estamos fazendo aqui mesmo?!

Shey riu da expressão confusa do menino e se ajoelhou ao lado dele.

— Thommy, agora que você faz parte da nossa pequena família, terá de conhecer alguns de nossos amigos! O lar do nosso clã fica aqui, em Morroc.

— Clã? O que você quer dizer com isso? — ele perguntou.

— Você não sabia que fazemos parte de um clã? — desconfiei, arqueando a sobrancelha. — Divine Aesir, é bem famoso em Prontera...

— Entendo... — Ele abaixou a cabeça e pensou por um instante e, por fim, sorriu para nós. — Não conheço! Mas diz aí, o que vocês fazem num clã?

Suspirei e olhei para meus amigos. Abra resmungava algo indecifrável, provavelmente em relação ao fato de Thommy conhecer muito pouco sobre mundo afora. Sheth tomou a frente para explicar ao Thommy, mas Joe foi mais rápido.

— Isso não é relevante agora, vamos nos apressar. Kah deve estar aguardando ansiosamente pelo Sino de Ouro.

Dito isso, Thommy olhou Joe e finalmente entendeu que Kah devia ser uma das integrantes do tal “clã”. Ele voltou o olhar a cidade e ajeitou seu traje de Espadachim.

— Então o que estamos esperando?! Vamos logo!


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Notas finais do capítulo

- Então, é isso! Eu planejava deixar esse capítulo maior, mas demoraria muito pra postar... Desculpem! Se possível, começarei a escrever o próximo logo logo!



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