O Pacificador escrita por Ju
–– Finnick!
Quando eu me levantei para lhe explicar, Finnick saiu da sala me odiando, provavelmente.
–– Olha só o que eu fiz! –– Maysilee chorava como eu nunca havia visto. Seus olhos estavam inchados e por pouco eu não chorei.
Cheguei mais perto dela e a abracei.
–– Nada disso é culpa sua.
Maysilee discordava e a cada vez que fazia isso eu a abraçava mais forte. Em algum momento o choro dela cessou e eu soltei ela do abraço. Estávamos ali há uns dez minutos, e a nossa primeira aula já havia começado.
–– Você vai procurá-lo. Vai dizer que foi um mal entendido. E vai dizer o que sente por ele. –– ela falava com um tom autoritário. Maysilee estava falando sério. Ela queria que eu fosse feliz, e isso valia muito para mim. –– Você tem que dizer o que o seu coração mandar. Se conseguir transformar seus sentimentos em palavras, ele vai te perdoar. Eu tenho certeza.
–– Eu já te falei que você é a melhor amiga do mundo?
Comecei a chorar sem parar. Eu estava destruída. Arrasada. Confusa. Desorientada.
–– Eu te amo tanto... –– eu falei. Maysilee me abraçou e fez um sinal para eu ir esperá-lo. Entendi que ela queria ficar sozinha, e respeitei. Ela devia estar muito triste. A sensação que ela estava sentindo devia ser insuportável!
Sentei no chão e comecei a chorar muito. O que era aquilo? Eu não ia conseguir ser feliz com Finnick, sabendo que minha melhor amiga estava apaixonada por ele. Eu não ia conseguir sair para o cinema com ele, enquanto Maysilee estava em casa chorando.
O sinal tocou e muitas pessoas saíram da sala onde Finnick deveria estar. Porém ele não saiu.
Entrei na sala e vi ele. Finn estava sentado, provavelmente desde que a aula terminou, e seus olhos estavam um pouco vermelhos. Me deu vontade de me jogar de um penhasco naquela hora. Eu tinha o dom de fazer todos se machucarem, e eu me odiava por isso.
–– Eu posso falar com você? –– Finnick me olhou de relance e fez que não com a cabeça.
–– Não precisa. –– ele levantou –– É melhor para você. Não tem que se desgastar teminando comigo.
Bloqueei a porta com o meu corpo e Finnick parou. Resolvi fazer o que Maysilee sugeriu. Abrir o meu coração para ele.
–– Finnick –– falei, porém não pude contar uma lágrima –– Me perdoa...
–– Annie... –– ele disse –– Acho melhor a gente terminar de verdade. Não é isso que você quer?
Corri para ele e lhe dei um abraço, porém ele não correspondeu. Finnick não mexeu um músculo, porém não me importei. Só queria ficar ali com ele, sentindo o seu doce perfume, acariciando seu rosto macio.
–– Eu sou uma idiota, Finn. Eu não queria machucar ninguém. Me perdoa.
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