Fiquei um tempo assim, juntinha a ele. Mas percebi que não ia me levar a lugar algum e o soltei levemente.

–– Annie –– ele dizia sem olhar para mim, e de vez enquando tinha de passar o dedo no olho, com o intuito de segurar uma lágrima –– Se você já queria terminar comigo, porque aceitou o meu pedido de namoro? –– ele explodiu –– Porque me procurou naquele dia e me disse que gostava de mim? Eu pedi a você para respeitar o que eu sentia! Mas você fez questão de brincar comigo, ou pelo menos foi isso que eu entendi!

Comecei a chorar.

–– Finn, me escuta! Eu não brinquei com você! –– segurava o rosto dele suavemente, mas ele não demonstrava afeto por mim –– Eu nunca faria isso. Eu pensei, sim, em terminar com você. Não posso negar. Mas... 

Não consegui terminar a frase. Devagar, me aproximei dele, rosto com rosto, esperando um beijo...

Mas ele não quis.

–– Não.

Não? 

–– Finnick!

Ele passou por mim e saiu da sala com a mochila. Tudo que eu mais queria era que as coisas se ajeitassem. Eu esperava que as palavras não fossem capazes de consertar tudo. Mas talvez um beijo verdadeiro...

Agora sim eu estava triste.

Saí da sala, mas foi difícil alcançá-lo. Tive que perguntar a várias pessoas por onde Finnick tinha ido, até Mariah. Eu e ela não nos falávamos há algumas semanas, e isso me deixava com a consciência pesada.

–– Annie! Quanto tempo!

–– Oi... Você viu Finnick? –– eu disse, olhando para os lados, ignorando-a. Não era minha intenção, porém minha prioridade era ele.

–– Ah... Ele foi por ali.

Ela apontou e eu segui a direção sem nem dar tchau. Era errado, eu sabia. E depois ia ter que me explicar.

–– Finn! Finn?

Procurei em todos os lugares possíveis, e só encontrei ele no pátio.

–– Annie... Olha só, me deixa em paz, tá? Não que...

Interrompi ele com um beijo, e desse ele não escapou.