Na casa de Sakura, Ino andava de um lado para o outro. Já era madrugada e ela não conseguia dormir por causa da culpa que sentia. Precisava arranjar um jeito de contar a Sakura sobre o que tinha acontecido, mas não queria perder a amizade dela.

–Ino, o que faz acordada a essa hora?

–S-Sakura? Eu...bem...estou preocupada com o meu pai.

–É compreensível, mas os médicos disseram que ele tem reagido rápido.

–Também tem outra coisa...

–O que é?

–Você tem que me prometer que vai ouvir tudo o que eu disser.

–Ok, eu prometo.

–Sakura...eu não tinha mais ninguém pra quem pedir ajuda, então eu fui até o Sasuke-kun.

A Haruno sentiu seu sangue ferver, mas se controlou porque não gostava de quebrar promessas.

–Ele me convidou para ficar na casa dele e depois de resistir um pouco eu acabei aceitando. Eu comecei a chorar e...ele me beijou, Sakura. Depois disso eu fui embora imediatamente, por isso eu estava na praça aquela hora e...

–Por que você mandou ele mentir pra mim então?

–Mandei ele mentir? Do que você está falando, Sakura? Aliás eu nem sabia que você tinha falado com ele...

–Não se faça de idiota, Ino! Que motivos ele teria pra mentir?

–T-talvez ele não queira magoar você...

–Nem uma desculpa decente você consegue encontrar? Saia da minha casa, Ino!

–Tudo bem, eu saio. Mesmo não tendo pra onde ir eu sei que não tenho o direito de ficar aqui.

Ela saiu da casa de Sakura e resolveu ir para o hospital, precisava ver como seu pai estava e amenizar uma de suas preocupações. Chegou ao hospital acabada, o que surpreendeu as enfermeiras. Ao entrar no quarto em que Inoichi estava, se deparou com a Hokage.

–Tsunade-sama?

–O que faz aqui a essa hora, Ino? Você não pode ficar dando chances a esses bandidos!

–Eu sei, mas eu não tenho onde ficar.

–E a Sakura?

–Bom...é uma longa história.

–Apesar de estar reagindo bem, seu pai não vai acordar hoje. Estamos com tempo, então me conte tudo.

–Resumindo: eu ia ficar na casa do Sasuke-kun, mas ele aproveitou a doença do meu pai para me beijar. Fui embora de lá e a Sakura voltou, então eu me senti culpada e contei para ela. Só que parece que o Sasuke-kun mentiu e disse que eu não tinha ido procurá-lo, então ela achou que eu estava obrigando-o a mentir e me expulsou da casa dela.

–Uau...a Sakura não podia ter feito isso.

–Ela tem direito, Tsunade-sama. Eu errei feio com ela dessa vez.

–Mas não foi ele que beijou você num momento de fraqueza?

–Foi, mas eu devia ter impedido.

–QUer saber de uma coisa? Amizades não podem acabar por besteira. Fique aqui, eu vou tentar conversar com a Sakura.

–Sério? Muito obrigada, Tsunade-sama!

A Godaime saiu apressada para a casa de sua pupila. Chegando lá, ela mal bateu na porta e já foi entrando.

–Sakura!

–Tsunade-sama, o que faz aqui?

–Precisamos conversar, mocinha.

–Se for sobre a Ino eu...

–É sobre ela sim. Por mais que esteja chateada você não deveria colocá-la para fora!

–Ela me traiu!

–Mesmo assim, ela ainda é uma ninja de Konoha que corre perigo.

–Perigo?

–Não está sabendo? Os bandidos que atacaram Inoichi estão atrás dela.

–Deus...onde ela está agora?

–No hospital.

Sakura estava arrependida, então saiu correndo para se desculpar com Ino. Por mais que estivesse magoada, não deveria ter expulsado sua melhor amiga de sua casa. Entrou no hospital de Konoha e se deparou com todas as enfermeiras desacordadas. Foi até o quarto de Inoichi e, ao abrir a porta, lágrimas começaram a escorrer de seus olhos. Ino estava caída no chão e havia uma poça de sangue em volta dela. Os aparelhos em volta da cama de Inoichi indicavam que ele já não estava com vida. Saiu do choque ao sentir uma kunai voar em sua direção, da qual ela desviou facilmente. A única coisa pela qual a ninja médica não esperava é que eles não fossem simples bandidos, e sim um famoso grupo de extermínio de Kirigakure. Logo a névoa preencheu o lugar, impossibilitando sua visão.

Pela manhã, Sasuke resolveu fazer uma visita a Inoichi. Ao entrar no quarto o choque tomou-o por completo: Ino estava deitada na cama onde antes seu pai estava, respirando com ajuda de aparelhos. O líder do clã Yamanaka estava sendo transportado num saco preto, mas o que realmente o instigou foi o outro saco, de proporções um pouco menores, que estava sendo levado junto com o dele.