Povs ON

Nem eu mesma sabia onde estava.Desapareci, e desejei que aparecesse novamente em um outro lugar.Uma floresta.Os galhos batiam-se uns contra os outros, e ventava muito.Por mais que ali a neve fosse mais serena, o vento ainda era forte.Me apoiei em uma árvore.Logo me encontrariam, e daquela vez, não sei onde eu iria aparecer novamente.Apoiei a cabeça na árvore, e fechei os olhos.Comecei a cantar lentamente uma música que eu sempre ouvia quando pequena,Come Little Children.

-Sua voz é bem bonita.-

Abri os olhos rapidamente e olhei em volta.Não havia ninguém.Tudo que eu via eram as árvores.Olhei novamente, para cima, em todos os lugares.Pensei ser só uma ilusão, pois ninguém me elogiava há anos.Voltei à fechar meus olhos, e dessa vez não cantei.

-Por que parou?

Insistiu a pessoa.Então abri os olhos e finalmente, na escuridão, encontrei uma sombra na minha frente.Era um deles, capa preta, nuvens vermelhas.Fiquei mais preparada.Naquele momento, as folhas secas de árvore começaram a passar entre mim e aquele homem, o vento as levava.Tentei falar algo, mas simplesmente não sabia o que responder.Permaneci calada, tentando descobrir qual deles era aquele.

-Não vai conseguir me diferenciar dos outros no escuro.

Persistiu ele.Eu não sabia o que falar, simplesmente não tinha o que respondi.Me colei na árvore.Naquele momento, eu tinha medo.Pela primeira vez, me vi mais fraca, mais frágil.

-..Não precisa ter medo....

-Eu não estou com medo!

Eu disse.Não iria entregar as cartas tão facilmente.

-Eu sei que está, mas..Eu não vim aqui pra te machucar.

Ele se aproximou lentamente, e a lua começou a aparecer atrás de mim, iluminando o rosto dele.Seus cabelos loiros voavam ao vento, igualmente aos meus que também obedeciam a trajetória do vento.Os olhos azuis, me lembravam o mar.Eram os mais claros que eu já vi..Não respondi, eu continuava com medo.

-Eu não sou igual eles..Não vim aqui obedecer ordens, e sim..Te salvar.

Não ouvi direito, juro que não ouvi direito.Não ouvia essas palavras há anos.A única pessoa que me dissera isso, foi há anos atrás.Alguém, que, no meu coração e nos meus pensamentos, já não existia mais.

-O-O que?

Eu disse, assustada.

-Eles querem te raptar.Pain-sama quer que você entre na akatsuki de qualquer jeito..Mas eu sei que você não gostaria disso..Eu percebi.E acho errado ele tentar obrigá-la.

-E como eu vou ter certeza disso..E confiar em você?

Nesse momento, a expressão dele mudou.Ele ficou mais cínico, e minha franja caiu sobre um dos meus olhos.Ele tirou ela de lá e levantou minha cabeça, aproximando-a muito com a dele.

-..Não vai se arrepender, eu te juro.

Quem era ele?Ele se afastou de mim e estendeu a mão para mim.

-...Confie em mim!

Disse ele novamente.Eu não sabia o que fazer, não tinha outra opção.Segurei a mão dele e ele me puxou, correndo de galho em galho pelas árvores.

-Para onde está me levando?

Eu não me distraia, continuava correndo de galho em galho.

-Nem eu sei.Só sei que é um lugar muito afastado de onde os conhecimentos deles poderiam chegar.A propósito, meu nome é Deidara.

Ele se virou para mim e de repente parou.

-..Midori..Higurashi Midori.

Eu disse, vermelha.

-Ah, prazer..Bom, tenho duas notícias, Midori-san..Posso te chamar de Midori-san?

-Pode..E..Quais são?

-A primeira é que eu senti a presença de alguém, era a deles.E a segunda..É que não temos como fugir.Estamos cercados, Midori.

Me senti extremamente furiosa.Agora, eu também podia sentir o chakra deles, se aproximando cada vez mais, nos cercando, até que todos apareceram.

-Ho, bom trabalho, Deidara.

Disse o homem de cabelos alaranjados.HUMPF, COMO EU ODIAVA ESSE HOMEM!Mais uma vez eu tinha sido traída.Deidara foi parar do lado dele, com a expressão triste.Eu iria fugir por cima, mas quando me dei conta estava presa, amarrada por correntes de chakra, nas mãos e nos pés.Agora eu queria matar o Deidara.O que ele fez comigo..Eu pensei que podia confiar nele.Abaixei a cabeça, de um jeito que era possível apenas ver meu cabelo esvoaçante.

-..Há certas vezes..Em que toda a confiança do mundo apenas não são suficientes, não é?

Disse aquele homem, me irritando ao extremo.Eu não sabia por quanto tempo ia ficar apenas aturando as provocações dele sem tomar atitudes, mas dessa vez eu iria me controlar.

-Acho que agora você realmente é nossa..

Naquele momento, de tanta raiva, comecei a apertar os dentes e de tanta raiva, saiu uma lágrima de meu olho esquerdo.

-...Eu não sou...E...Nunca serei..De vocês...

Ele se aproximou de mim, me olhando desprezívelmente.

-Sim..Aceite os fatos, você é nossa agora.Levem-na.

Me levaram até uma casa muito grande, e lá me deixaram sem correntes.A casa era circulada de chakra, quem passasse daquilo morreria.Eu na realidade não me importava, era o destino de todos morrer, mas então fiquei quieta.Todos entraram para dormir, mas eu fiquei do lado de fora, no telhado.

-..Midori-san?

Disse uma voz conhecida, se aproximando.Me virei e vi Deidara, em pé ali também.

-...Juro, mas eu juro que pensava que podia confiar em você.

Eu disse, desarmando a alegria dele.

-Eu não estava atrás de você para te entregar à eles, eu juro Midori!

-Você jura?Não adianta, ficou bem claro naquela hora que esteve o tempo todo só querendo me raptar.

-Não é isso Midori..

-Me dá UM motivo pra você não estar querendo me raptar naquela hora, apenas um!

-...Eu acho errado o Pain querer mandar em tudo, e em todos.Ele não pode mover o mundo ào favor dele, e sim ele tem que se mover a favor do mundo.

Me senti muito mal, agora sabia que eu estava errada, e não ele.Não queria admitir.

-OkOk, você venceu.

-Porque eu estou com a razão..

-Tá bom, não precisa jogar na cara.

-Rum .. Chata.

-Você que é..

Acabei me apegando à ele.