Ana tocou a campainha de Daniel, hesitante. Alguma coisa lhe dizia que hoje seria o grande dia.

— Ah, oi amor — Daniel sorriu, beijando-a, deixando a garota passar. — Pode subir. Quer que eu arrume alguma coisa antes de sairmos? Eu só vou tomar banho.

— Não, está tudo certo, vou te esperar lá em cima. — Os dois subiram as escadas juntos, mas ele seguiu reto, em direção ao banheiro e ela, entrou na 2º porta a direita. Ela foi direto para o notebook.

— Droga! — murmurou, depois de abrir os arquivos da área de trabalho. Nenhum era do A.X.L. Resolveu procurar pelos históricos do msn. Achou uma conversa de Daniel e Stuckey. Era do dia em que ela chegara na casa dele.

Daniel diz:

John, passa aqui.

Stuckey diz:

Pra quê? Eu acho que hoje não vai dar, tenho algumas coisas pra fazer...

Daniel diz:

O que é mais importante que seu melhor amigo? Não é uma garota, é?

Stuckey diz:

É...

Daniel diz:

Tanto faz. Precisamos falar do A.X.L

Stuckey diz:

Me exclua fora dessa. Disse que não vou te ajudar mais, cara. A Ana não merece isso.

Daniel diz:

O que aconteceu com você? Está apaixonado por ela ou alguma coisa assim?

Stuckey diz:

Claro que não! Só não acho certo fazê-la de idiota.

Daniel diz:

Tudo bem. Mas eu preciso que você venha para cá.

Stuckey diz:

Tá, mas se você começar com essa história eu nunca mais olho na sua cara.

Daniel diz:

Então tô te esperando.

Ana estava chocada. Ela nem sabia o que pensar. Só sabia que seria eternamente grata a Stuckey, agora ainda mais por isso. Mexeu mais um pouco nas conversas e deixou o histórico aberto, enquanto esperava por Daniel.

— E então, vamos? — Daniel entrou em seu quarto, com o cabelo molhado e sem camisa. Se inclinou para frente de seu notebook, com o olhar confuso. — O que...?

— Eu estava certa! — Ana riu. — você é o A.X.L. Cara, você me enganou direitinho — levantou-se, cruzando o braço na frente de seu corpo. — coitado do John, viu.

— Hum... eu...

— Não gaste sua saliva. O importante é que eu descobri, não é?

— Não é o que você pensa...

— Não, claro que não! — disse, ironica. — faz o seguinte, acaba de se arrumar, pega seu celular e liga pra alguma garota pra você pegar. Porque eu tô fora. — disse, antes de sair porta afora e descer as escadas rapidamente.

— Eu descobri! — Ana entrou na casa de Stuckey, sorrindo. Ele levou um susto, derrubando toda a pipoca recém-preparada em sua camisa.

— Descobriu o que, Ana? — ele perguntou, olhando pra ela.

— Daniel... Daniel é o A.X.L! — Stuckey levantou-se de imediato.

— O que? E você tá bem? — perguntou ele, indo na direção de Ana, que o abraçou.

— Melhor do que bem! — disse — Stuckey, era um plano.

— Um plano? — separou-se um pouco dela para poder ver seus olhos. — como assim?

— Bem, você simplesmente disse que o Daniel era o A.X.L. — riu. — e aí, com a ajuda do Ian e da Lice, eu bolei esse plano pra poder descobrir com os meus próprios olhos. Então hoje eu fui lá e vi o histórico. A conversa que ele teve com você no dia que eu cheguei. Obrigada, John.

— Hum... de nada, eu acho. — Ana se desvencilhou dele.

— Que filme está assistindo? — perguntou.

— Jogos mortais VII — disse. — gosta?

— Amo! — Ana sorriu. — vou fazer mais um pouco de pipoca, porque você... fez isso — apontou para o tapete que estava cheio de pipocas pisadas. — eu já volto — disse, se encaminhando para a cozinha.

— Tudo bem Ana — sentou-se novamente no sofá, com os pés em cima da mesinha-de-centro. Ele estava feliz e não era só por Ana ter descoberto tudo. O garoto não queria admitir, mas dera graças a Deus quando Ana disse que era só um plano e que tinha “terminado” com Daniel.

— Stuckey... — Daniel quase arrancou a porta quando entrou — O que você disse pra Ana?

— John — Ana gritou da cozinha. — Eu não consigo alcançar a pipoca — riu.

— Quem está com você, John? — Daniel perguntou. — É a Ana, não é?

— Cara... — Daniel o interrompeu.

— É a Ana ou não é porra? — gritou. — Eu sabia! Você tava muito estranho ultimamente. Ter saido da minha casa... você fez isso pra trazer ela pra cá, não foi? Você gosta dela cara?

— E se eu gostar? — disse, na mesma altura. — E se eu gostar? Você não tem nada a ver com isso. A vida é minha, e você não vai fazer mais nada pra Ana.

— Você gosta de mim, John? — Ana perguntou, saindo de trás da porta da cozinha.