Stuckey arregalou os olhos, surpreso, virando-se devagar para uma Ana confusa, mas que tinha um sorriso nos lábios.

— Hã... eu...

— Você gosta de mim, John? — repetiu.

— É... gosto... eu acho — sussurrou.

— Isso aqui tá uma palhaçada. — Daniel riu. — Não acredito nisso, John. — virou as costas, batendo a porta da casa de Stuckey ao sair.

— Desde quando? — disse. — Desde quando gosta de mim?

— Bem... Agora... agora que você sabe que Daniel era o A.X.L, também tenho que te confessar uma coisa. — suspirou. — Em parte, eu também era o A.X.L. Tipo... Não no começo, quando você foi na festa do Daniel. Eu entrei no A.X.L uma vez só. E foi naquele dia que você saiu chorando da faculdade. No dia em que você brigou com o Daniel. — sentou-se no sofá novamente, escondendo o rosto com a mão. — E... bem, deve ter sido aí que eu percebi que eu gostava de você, ou sei lá. Eu tinha ficado louco. A tarde toda, fiquei andando de um lado pro outro no meu quarto, com medo do que pudesse ter acontecido com você. Fiquei por horas conectado no A.X.L, até á noite, quando você entrou.

— Ah... eu... — agora Ana não sabia o que falar.

— Me desculpa. Eu entendo se não quiser mais falar comigo, e se quiser sair daqui.

— Eu não entendo — Ana sentou-se do seu lado. — então porque não me disse isso quando apareceu lá na cachoeira?

— Lá tem uma cachoeira? — Stuckey perguntou, olhando para ela.

— Bem, tem... logo depois da clareira. Eu ficava lá quando estava mal por alguma coisa. Descobri ela quando tinha 14 anos. Mas essa não é a questão...

— Eu não te falei porque você gostava do Daniel ainda, e eu não sabia qual seria sua reação. Provavelmente, iria me dar um soco e me chamar de maluco tarado. — Ana riu. — E, nem eu mesmo queria admitir o que sentia por você. Eu estava tão puto com o Daniel pelo que ele te fazia, que eu nem falava direito com ele.

— Então eu realmente estava certa. Ou em parte.

— Como?

— Eu sabia que você não tinha me beijado por nada. Eu sabia que tinha alguma coisa no meio — disse. — não sabia que você gostava de mim, mas você também não consegue esconder as coisas muito bem. Precisa trabalhar nisso.

— Eu sei disso — riu. — então, não está brava comigo? Não quer dar um soco na minha cara? — perguntou.

— Claro que não, John. — sorriu.