— Então você pediu a Ana em namoro? — Stuckey perguntou, nervoso.

— Bem, era a única coisa que eu podia fazer pra ela não descobrir que eu sou o A.X.L...

— Tinha muitas coisas que você poderia fazer. Poderia ter contado a verdade.

— Você tá no lado de quem afinal? — Daniel perguntou.

— No lado do que está certo. E não está certo você fazer isso com aquela garota. Ela é muito boa pra você. — disse.

— Bem, meu amigo, se fosse tão boa não teria aceitado o pedido. Eu tinha certeza que ela ia me perdoar.

— Eu não sei mais o que pensar de você Daniel, é sério. Eu não te conheço mais — suspirou. — eu estou com vontade de te dar um soco na cara.

— Se você quer tanto isso, porque não abre o jogo com a Ana e fala a verdade? — perguntou. — Ah é, porque você sabe que se eu for, você vai se foder junto comigo. — riu.

— Não é por causa disso. É porque a Ana tem que descobrir sozinha. — disse. — E ela vai descobrir, você sabe, não?

— Sei. Claro que sei. — disse, com uma cara séria mas sua voz saiu ironica. — Ah, fala sério John, eu vou me dar bem no final dessa aposta e de todo o resto.

— Você gosta dela? — Stuckey perguntou, respirando pesadamente. Daniel riu.

— Claro que não. Ah, qual é cara. Ela é a maior problemática. — Stuckey não conseguiu se segurar, deu um soco na cara de Daniel e saiu porta afora.

— Você tem certeza disso Ana? — Ian perguntou.

— Claro que tenho. É o plano perfeito — a garota disse, sorrindo para ele.

— Mas então quer dizer que você não gosta do Daniel como achou que gostava?

— Nunca gostei dele, Ian. Sei lá — bufou. — Eu estava meio apaixonada pelo papo que ele jogava como o A.X.L, e acho que alguma coisa bem lá no fundo de mim sabia que ele era o A.X.L, e foi por isso que gostei dele — suspirou.

— Bem, mas e esse amigo dele, o Stuckey? — Alice perguntou.

— Stuckey não tem nada a ver com isso. O Daniel que é um cafajeste, não ele. — disse. — E, cara, eu não posso falar nada dele. Ele tem sido como um anjo pra mim, me deixando ficar em sua casa.

— Agora você só precisa fazer esse teatrinho de apaixonada pro Stuckey também...

— Claro né. Se eu falar para o John, ele não vai conseguir guardar o segredo e, de um jeito ou de outro, vai acabar contando pro Daniel e eu tô ferrada.

— Ah, aí está você, Ana — Stuckey disse. — onde você esteve?

— Com Ian, aquele amigo meu — sorriu. — Porque?

— Ah... achei que tinha ido se encontrar com o Daniel — disse. — eu preciso conversar com você.

— Claro — sentou-se no sofá, olhando preocupada para Stuckey.

— Lembra quando eu te disse que Daniel não é confiável? — perguntou ele, sentando-se em seu lado. Ela assentiu levemente. — Então. Eu não estava brincando.

— John, eu conversei com ele — a garota disse, sorrindo. — ele disse que ele gosta de mim. E disse também que ele não é o A.X.L... ele não ia mentir.

— Mas ele está mentindo! Pelo amor de Deus, Ana. Me ouve. — suspirou. — Eu falei com ele hoje, fui na casa dele depois da faculdade. Ele me disse que não gosta de você... — ele fechou os punhos. — ele disse que você é uma problemática. E eu dei um soco nele por causa disso.

— Mas não devia! Era óbvio que ele estava brincando, Stuckey. — sussurrou ela.

— Ele não estava brincando, Ana, por favor, termina com ele, ele não vai fazer bem para você, ele tá te... usando. — sussurrou. — esqueceu do que ele te fez? Ele te humilhou. Ele te fez ficar naquele lugar e fumar maconha. Ele vai fazer tudo isso de novo, e eu não posso deixar!

— Bem, você não pode fazer nada a respeito disso. Não pode se meter em minha vida, e nem na vida de Daniel. — disse, levantando-se. — Ele me explicou tudo aquilo, e agora eu confio nele.

— Mas Ana...

— Sem “mas”. Eu amo ele. — disse, subindo as escadas.

— O que?

— Eu amo o Daniel! — disse, fechando a porta de seu quarto. — Desculpe, John — sussurrou ela, deitando em sua cama.