Slide Away escrita por letter


Capítulo 18
Capítulo XVII


Notas iniciais do capítulo

Oie lindinhos, aproveitem o capítulo. Até as notas finais.



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Eu estava entorpecida, embriagada de uma felicidade que não sabia que era possível alguém no mundo sentir, porém eu a estava sentindo. Não havia necessidades alguma de reclamar de viajar através da linha de flu, o estado de paz que tomara conta do meu espírito impedia que qualquer coisa me abatesse.

Eu desejava chegar o mais rápido possível em Hogwarts, apenas para correr para meu dormitório e dormir, imaginava que apenas assim eu conseguiria me manter como estava, em paz e feliz, se eu dormisse e demorasse acordar mais tempo duraria tal sensação e menos chances de algo atrapalhar minha felicidade.

Mas a verdade seja dita: tudo que é bom, dura pouco.

Assim que senti que já estava na lareira certa abri os olhos, dessa vez não engasguei com as cinzas, não sujei o vestido de Roxy, não caí dentro da lareira ou me queimei – acredite, isso já aconteceu – e todo o estado de paz e tranquilidade em que eu estava imersa foi apagado em um estalo dedos, tão rápido que eu duvidava que eu já estivesse em tal estado.

– Dominique – murmurei.

Minha prima estava sentada ao chão, apoiada aos pés da cama que ficava de frente a lareira. Era o quarto de Teddy Lupin, ela me contrabandeara até lá para que eu pudesse me encontrar com Scorpius, uma vez que não podia aparatar comigo, pois ela estava... Bom, ela estava meio grávida.

– Espero que tenha dado tudo certo – falou ela forçando um sorriso.

Mas nenhum sorriso disfarçava o que Domi sentia, suas roupas estavam amassadas, sua maquiagem borrada e seu cabelo desgrenhado. Seus olhos estavam vermelhos e sua voz fanha.

– Onde está o Teddy? – perguntei saindo de dentro da lareira.

– Não sei – ela deu de ombros – Fugindo de mim provavelmente.

– Você não pode ficar assim Domi, digo... Olha seu estado, qualquer um que te vê sabe que tem algo errado com você.

– Como você quer que eu fique Rose? – ela se levantou apoiando na cama – Eu não estou vivendo um romance adolescente onde fujo da escola para ficar com o cara que eu amo, onde o maior problema disso é correr o risco de levar uma detenção por ter saído de Hogwarts sem autorização. Eu... – ela balançou a cabeça – Como eu fico? Eu estou prestes a estragar minha vida, a vida de Teddy, a de minha irmã e de uma criança... – Dominique fungou.

– Você ainda não tem certeza de que está gravi...

­- Eu sinto! – exclamou ela exasperada.

– Domi... – me aproximei vagarosamente dela – Vamos ter certeza disso primeiro, e depois quando tivermos certeza pensamos no que fazer, nada de se exaltar.

– Sim... – murmurou Domi – Vamos, quanto mais precoce descobrirmos melhores a chance de eu dar um jeito – uma sombra de um sorriso.

Dominique se apressou para fora do quarto e por alguns segundos me petrifiquei no lugar conectando suas palavras e chegando a uma sentença. Quando entendi o que Dominique queria dizer saí aos tropeços do quarto do professor Lupin, correndo em sua direção. O meu “dar um jeito” e o de Dominique era totalmente discrepante.

Só quando cheguei aos corredores percebi o risco que corria se me vissem no dormitório dos professores, haveria perguntas que eu não conseguiria responder e isso apenas me impulsionou a correr para longe dali, descendo as escadas aos pulos torcendo para que meus pés não se amarassem um no outro e pedindo a Merlin para que não fosse vista.

E então eu cometi o erro fatal de piscar, apenas senti uma forte pancada contra todo meu corpo, e ouvi alguém rosnar:

– Droga Rose!

Quando abri os olhos Albus estava a minha frente, segurando meus braços, provavelmente a forte pancada fora de encontro a Albus, o que era muito melhor do que ser contra o piso de mármore.

– Desculpa – balbuciei.

– Tanto faz – respondeu ele me largando abruptamente e subindo as escadas que eu acabara de descer.

– Albus, espere! – ele se virou para mim soltando um pesado suspiro e revirando os olhos, esperando que eu falasse – Até quando você irá ficar com raiva de mim? – perguntei.

– Até quando você resolver me contar o que anda me escondendo – respondeu ele com uma piscadela, me dando as costas.

– Albus, por favor – pedi.

Ele parou no lugar.

– Me jogue sua pior azaração, mas... não me trate assim, eu não sei se fico com raiva de você ou de mim, ou... – balancei a cabeça.

Albus se virou para mim novamente.

– Não consigo – disse ele jogando os braços – Eu sinto sua falta Rose, de verdade, de você e de meu melhor amigo, mas eu não consigo lidar com o fato de que vocês não confiam em mim.

– E precisa me tratar como se não me conhecesse? – rebati – Como se fosse apenas alguém que você costumava conhecer?

– Simplesmente é mais forte do que eu, não tente lidar com isso – Albus me deu as costas novamente e continuou seu caminho, me deixando parada com minha frustração no meio do caminho.

Desde que Scorpius se foi, desde que eu disse que ele se foi para ficar longe de mim, desde que Albus percebeu que não tínhamos uma simples relação, desde que ele queria respostas e desde que eu não as dei eu simplesmente me tornara uma estranha para Albus, ele não só levou isso para o lado pessoal como resolvera ter raiva de mim, ignorando o fato de que além de ser de sua família eu era sua melhor amiga, mas seu lado sonserino o impedia de ser brando comigo. E em suma eu perdera Albus, Scorpius, e Domi que ultimamente respirava por Teddy.

Risadas fizeram com que eu me imergisse de pensamentos, e quanto me virei me deparei com Lucy e Lysander Scamander vindo logo atrás de mim de mãos dadas.

Lucy engoliu o riso quando me viu, e rapidamente largou as mãos de Lysander.

– Er... Oi – cumprimentou ela pigarreando.

– Oi – respondi forçando não encará-las de mais, o que quer que tivessem não era de minha conta.

– Onde esteve o dia todo? – perguntou ela.

– Por aí – dei de ombros.

– A ok... – um silêncio constrangedor caiu entre nós três. Lysander trocava o peso do corpo de uma perna para outra enquanto se esforçava para desviar os olhos de mim. Lucy começou a estralar os dedos das mãos – Ah! – exclamou ela em alivio como se pensasse em algo para falar – Sua mãe te procurou hoje.

– O que? Onde?

– Não sei direito, seu irmão que me contou, acho melhor você ir procurá-lo.

– Certo, obrigada.

Apenas quando eu entrava na torre da Grifinória me lembrei que devia estar correndo atrás de Dominique, mas em poucos minutos muitas coisas ocorreram para que eu me focasse em uma só coisa.

Não foi difícil encontrar Hugo, ele estava no canto mais afastado do Salão Comunal, sentado abraçando os joelhos, com uma carranca na face, os olhos semicerrados, fitando um grupo de meninas que estavam próximas a mim.

– Hey – cumprimentei sentando ao seu lado.

– Hey – respondeu ele secamente.

Olhei na direção que Hugo olhava, e percebi que ele não só fitava o grupo de meninas, como se focava principalmente em Lily Potter.

– Ela vai perceber – comentei.

Hugo piscou algumas vezes como se saísse de um torpor e olhou para mim.

– Ah, oi, você está aí – falou ele – Mamãe te procurou hoje.

– Lucy contou, ela falou por quê?

– Não, mas ela não parecia nadica de nada feliz – confessou Hugo – Aprontou alguma coisa?

– Aí Merlin... – murmurei. Tudo bem que mamãe havia tecnicamente me proibido de ver Scorpius, e eu apenas conseguia pensar nisso para fazer com que ela ficasse brava comigo, mas não havia como ela saber que eu fui vê-lo, não poderia ser isso – Não faço ideia do que posso ter feito.

– É melhor você falar com ela logo – aconselhou Hugo.

– Ou eu posso me esquecer de falar com ela – sugeri.

– E receber um berrador no café-da-manhã? Boa sorte.

Hugo voltou a fitar Lily, e no momento soube que não haveria como conversar com ele novamente, mas ele tinha razão. Eu teria de enfrentar mamãe.

Tomei um longo banho no banheiro dos monitores e comi como se não houvesse o amanhã durante a janta, e então voltei para o Salão Comunal, esperando que ele esvaziasse para que eu pudesse enfrentar mamãe.

Eu havia sentado próximo a lareira com o dever de Runas Antigas no colo, adiantando-o para matar o tempo enquanto esperava, e mal notei que o Salão Comunal havia se tornado deserto nesse meio tempo.

– Rose, é você que está aí? – me sobressaltei no lugar, olhando freneticamente para os lados – Aqui na lareira.

Aquela definitivamente não era a voz de mamãe.

Engatinhei até a lareira, um tanto receosa, mas logo relaxei ao perceber quem era.

– Hey, como conseguiu uma lareira? – perguntei.

– Ainda estou no Largo grimmauld – explicou Scorpius – Você está bem?

– Claro – respondi – O que foi?

­- Nada... Não posso matar a saudades de minha namorada? – perguntou Scorpius.

– Dois meses nos comunicando por carta e de repente conversamos duas vezes em um dia? Sério?

­ Scorpius soltou uma risada rouca e tossiu.

– Você tem razão.

– O que foi então? – perguntei.

– Não posso voltar para Durmstrang – confessou ele.

– Por que não?

– A escola é escondida, você só a encontra com autorização do reitor, e eu sem autorização não tenho como voltar... Bom, na verdade tem, se eu falar com meu pai que a essa hora já deve estar ciente do meu desaparecimento, daí eles me autorizam a voltar.

­- E porque não me contou isso antes? Que não podia sair?

– Porque eu queria te ver, não queria estragar o clima.

– Quais as chances de seu pai te encontrar?

– Não sei, mas não me importo com isso, o meu medo é que ele saiba que fugi para ver você e dê um jeito de nos afastar mais ainda.

– Acho que ele sabe – murmurei me aproximando da lareira.

– Como?

– Minha mãe me procurou na escola hoje, meia nervosa, ele deve ter falado com ela ou o sexto sentido de mãe dela a alertou, não sei, mas acho que os dois sabem porque desaparecemos.

– Estamos meio encrencados – falou ele, e em minha cabeça imaginei Scorpius dando de ombros ao falar isso – se estivéssemos lado a lado.

– Não podem nos separar mais do que já separaram, não sem um bom motivo – falei.

– Você os enfrentaria? – perguntou Scorpius.

­- Claro! – respondi – Na verdade faria isso agora... Por que não fazemos isso agora?

– Por que ainda estou escondido – falou ele rindo – Bom, acho que vou falar pro meu pai onde estou para que ele avise o reitor de Durmstrang já que vamos enfrentá-los mesmo.

– E se ainda assim não aceitarem que fiquemos juntos? – perguntei.

­- Jogamos na cara deles o diário e fugimos.

– Scorpius Genius Malfoy – brinquei.

– Não Rose, estou falando sério.

– Sei que está, eu também estou.

– Fugiria mesmo comigo?

– Sem pensar duas vezes.


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Notas finais do capítulo

Quem mais fugiria com o Scor? (eu *o*) O de sempre pessoal: não deixem de comentar e me digam o que acham e o que esperam que vai acontecer. O próximo já está bem adiantado, por isso não demoro com ele, se vocês comentarem muito eu já posto ele no fds *o* beijinhos.


Eu fugiria, ponto final. Capítulo betado e me desculpem caso tenha deixado algo passar, é o cansaço e me recuso a sair do PC sem betar todos os capítulos postados!! obrigada pelos comentários e Feliz Natal a quem estiver lendo ^^