Fui até o pátio do colégio as 15:00, exatamente como marcado. Shiori estava sentada no balanço com os três scripts na mão. O primeiro, lido pela Saki, pela professora e pela Eri; O segundo, lido pela Kana; E o terceiro, histericamente rejeitado pela Megumi.

–Então, -Ela começou a falar.- porque você se meteu nisso?

–Você... já percebeu que ninguem mais vai ler suas hitórias, certo? Já pode parar com a sua vingança!!

–Isso não é uma vingança.-ela sorriu.- Veja isso como um experiemento.

–Como assim.

–Pense que é apenas uma experiência para ver se palavras realmente podem matar pessoas. Eu quiz saber se das outras vezes haviam sido apenas coincidências.

–Oque? Você matou mais pessoas?

–Sim. A primeira vez que eu usei palavras para matar alguém foi há 8 meses atrás. A pessoa morta foi... -Ela engoliu a saliva antes de admitir.- meu irmão.

–Oque? Como você foi capaz de fazer isso?

–Aquele garoto só sabia me ofender... Além disso, não importava quantas notas perfeitas eu tivesse, meu pais só o elogiavam. Aquilo não era meu irmão. Eu tinha de eliminá-lo. Então, eu só tive de pensar na maneira perfeita. Uma maneira tão diferente, que ninguém suspeitaria de mim: Palavras.

–Como você...

–Eu aprendi a escrever palavras que comandam o corpo de quem as lê, mas quem as escreve é imune. Conseguí transformá-las em um texto que, a princípio, não parece nada além de uma história um tanto perturbadora, mas cada tipo de pessoa acaba tendo uma morte diferente.

–A professora...

–Exatamente. Eu percebi que meu irmão, uma criança, vomitou e ficou desitratado até morrer. Imagine a cena.- ela riu.

–Você é doente.

–Deixa eu terminar de te explicar, por favor. Saki, Eri e Kana, como adolescentes, sufocaram até a morte.- ela riu novamente.- E a professora e um dos jurados do concurso no ano passado...

–Perderam o Fôlego!

–Exato, os adultos começam com os mesmo sintomas que os adolecentes, mas acabam cometendo suicídio.

Eu comecei a chorar. Não podia amais aguentá-la falando sobre tantas mortes sem nem demonstrar um pouco de compaixão.

–Como você consegue?

–Oque?

–Falar dessas mortes sem nem...

–Bom, eu queria que meu irmão morresse. E, o jurado do concurso foi só mais um teste. Você sabe que as mortes desse ano foram acidentes. Não há nada que eu possa fazer.

–Oque?

–A professora, Saki, Eri e Kana foram todas intrometidas! Eu só queria que Megumi lesse o script.

–Ok...- Eu me acalmei e tentei converçar calmamemnte com ela.- Mesmo assim, você sabe que não tem mais como você matar a Megumi.

–Ela, com certeza, não vai mais ler nenhum dos meus scripts, mas vou te mostrar que posso matá-la.

–Se você fizer isso, eu digo á polícia!!

–Oque você vai dizer? Que eu usei palavras para matá-la? Ninguém vai acreditar em você. Além disso, eu vou morrer em alguns meses.-Ela se levantou do balanço.- Você pode ficar calminha.

–Oque?

–Eu tenho câncer, vou morrer em alguns meses.

Ela saiu andando e jogou os três roteiros no lixo.

–Depois que eu morrer, vou me tornar uma assombração. Tudo bem se eu te assombrar, certo?-ela riu.

–Como você pode dizer isso com tanta alegria?

–Não há nada que eu possa fazer, querida. É a vida! Ou melhor: é a morte.

–Você não pode matar mais ninguém eu não vou deixar!

–Você realmente não entende, né? Eu vou destruir todo mundo!

Não sei como, mas ela conseguiu energia suficiente pra sair saltitando depois de dizer isso.