Naquela noite, algumas horas após meu encontro com Shiori, alguém me ligou. A princípio, não reconheci quem era, só podia ouvir suspiros, mas...

-Você.... -Era a voz da Megumi.- me mandou... alguma... mensagem?

-Não...

-AAAAH!

-Megumi! Oque foi?

-Foi ela!!

Então, com um curto suspiro, Megumi desligou. "Droga!", pensei, "Agora ela ultrapassou todos os limites possíveis!"

No outro dia, fui à escola o mais cedo possível. Quando entrei na sala, Shiori já estava lá.

-Você usou o meu nome pra mandar mensagens pra Megumi!?

-Ainda bem que ela confia em você. Ela leu. E pode demorar, mas ela,com certeza vai morrer.

-Uma maldição em uma mensagem de texto?

-Sim. -Ela falava comigo enquanto escrevia mais uma mensagem no celular.- Essa garota, de agora em diante, vai perder o ritmo da respiração. Inspirar, expirar, inspirar, expirar... Isso vai ficar cada vez mais difícil de ser feito até parar por completo. 

-Você realmente viciou nisso, certo?

-Como assim?

Antes que eu pudesse explicar, vindo de algum lugar não identificado, saiu Megumi com um estilete e o enfiou nas costas de Shiori que, com o impacto e sua saúde ruim, caiu da carteira.

Não sei como descrever oque houve depois, exatamente. Acho que eu simlesmente caí e fiquei em choque. Mas me lembro de ouvir a Megumi, depois de enfiar o estilete nas costas de Shiori, dizer:

-Você viu? Eu não morri! Ela não conseguiu me matar! Você acha que eu vou morrer? Ela vai me matar de qualquer jeito, não vai?

Então, Megumi se matou.

E eu? Eu fiquei lá, sem me mover. Tentando controlar a minha respiração. Expirar, inspirar, expirar, inspirar. Duas garotas haviam acabado de sangrar e morrer bem na minha frente, oque eu deveria ter feito?

Depois disso, a cordenadora da escola disse aos meus pais pra eu ficar um tempo sem estudar por causa do trauma. Os pais da Shiori mostraram seus sorrisos no funeral dela, provavelmente ficaram tão aliviados quanto eu. A mãe da Megumi ficou depressiva e se isolou em casa. 

Tudo pareceu ficar mais leve depois da morte de Shiori.