Em Perigo escrita por bianoronha


Capítulo 6
Capítulo 6 - Salvador


Notas iniciais do capítulo

Gente, pensem num capítulo desgastante para escrever, misericórdia viu!
Espero que vocês gostem, e NÃO esqueçam de ler as notas finais.



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As árvores voavam por mim, meu corpo inteiro protestava e o frio me atingia a cada passo, mal conseguia ver o que estava em minha frente.


O dia fora inacreditavelmente cansativo e desgastante, Emmet me dera quatro tipos de remédios diferentes, mas a mistura parecia ter piorado ainda mais meu estado. Me sentia lenta e exausta. Os passos não acompanhavam os comandos do cérebro. Sabia que logo seria pega, mas ao menos tentaria correr, precisava tentar.


As árvores passavam por mim tão lentamente, entendi que algo realmente estava errado. O dia intenso e cansativo piorou ainda mais minha indisposição. Lentamente as enormes árvores foram se transformando apenas em borrões e meus pés pareceram ficar ainda mais lentos. Tremores surgiram e meu corpo logo foi ao chão.


Lampejos rápidos voaram por minha mente, lembranças de quando era criança, meu pai sorrindo para mim, meu aniversário de quinze anos, a porta da faculdade, o dia da formatura, o enorme castelo e finalmente o rosto penoso de Jasper contorcido ao me ver pela primeira vez no Cartel.


Preto, azul, vermelho e por último o preto, várias cores rodavam por minha mente e só pensava em descobri onde estava. Não lembro por quanto tempo fiquei apagada, mas assim que fiquei consciente senti o chão se movendo, mas o estranho era que eu não movia os meus pés, será que eu estava em algum tipo de sonho?


Movi meus dedos levemente, sentido uma textura rígida. Braços fortes me carregavam. Realmente, estava em um sonho. A realidade era a floresta, o treinamento, não um homem musculoso me carregando. Mantive meus olhos fechados por mais alguns segundos.


Finalmente lembrei do teste e se havia dormido no meio da floresta provavelmente estava perdendo tempo e poderia até mesmo ser desclassificada.Toquei por uma última vez o braço musculoso que parecia tão real, como que me despedindo. Era hora de encarar a realidade.


Abri os olhos com a visão desembaçando aos poucos, o impressionante era que o chão continuava se movendo, e os braços ainda me carregavam firmemente.


Focalizei no rosto do homem que me carregava e após vários segundos finalmente constatei quem era o sujeito. O susto me atingiu em cheio. Impulsos surgiram em reação, tentei a todo custo me debater ou descer dos braços firmes do Cullen, mas as tentativas não passavam de um leve movimento, seus braços ainda continuavam com firmeza ao redor de mim.


"Me solta" Planejei que minha voz saísse firme, mas acabou sendo somente um sussurro, realmente estava cansada e apesar da ideia de ser carregada trouxesse alívio físico por não exigir esforço de meu corpo lamentavelmente cansado, não poderia deixar que me levasse de volta para o castelo. Meu orgulho não me permitia ser desclassificada justamente pelas mãos do Cullen.


"Pare de se mexer" Era incrível como ainda sussurrando, sua voz soava autoritária. "Estamos quase chegando"


Meus olhos arregalaram ao me imaginar chegando na frente de todos, carregada pelo maldito Cullen mostrando o quanto era vulnerável.


"Onde?" Minha voz soou um pouco mais firme.


"Vamos para uma cabana que fica um pouco mais a frente" Percebeu uma leve surpresa passando por meu rosto ao saber que não voltaríamos para o castelo. "Você está com muita febre e estávamos muito longe do castelo quando te encontrei" Disse como querendo se explicar. "Seu febre precisa baixar para voltarmos"


Seus passos eram rápidos, mas não corriam. Pela primeira vez desde quando chegara no cartel olhei para o rosto do Cullen, avaliando. A expressão impassível ainda estava lá, porém, existia algo de diferente, algo que não soube decifrar. Meu cérebro em parceria com meu corpo cansado, não conseguia acompanhar os eventos. O Cullen estava realmente me ajudando?


Notei que seus olhos azuis faziam uma boa combinação com as sobrancelhas grossas, a barba estava mal feita, dando-lhe um ar de seriedade, e as madeixas voavam um pouco bagunçadas pelo vento forte que soprava, mas ainda assim estavam em ordem. Precisava admitir: Edward Cullen era um homem bonito.


"Perdeu alguma coisa?" Incomodou-se.


Neguei com a cabeça e desviei o olhar para as árvores.


Meu corpo estava relaxado e apenas fiquei em silêncio enquanto caminhávamos


Meus pensamentos ainda estavam confusos e as árvores ainda passavam rapidamente por nós, até que finalmente o Cullen parou.


"É aqui" Me colocou no chão e esperou que eu ficasse de pé, para logo em seguida me firmar no chão, andando a passos largos para o meio das árvores.


Demorei um pouco para recuperar o equilíbrio e parei na entrada da cabana ainda cambaleando, um pouco tonta. O que será que o Cullen tinha ido fazer no meio daquela floresta, naquele escuro todo?


Um leve temor passou pelo meu corpo ao pensar que talvez pudesse ter me deixado sozinha naquele breu, não que tivesse medo do escuro, mas a floresta era mesmo assustadora e o pensamento de estar sozinha era apavorante. Ouvi alguns galhos estalando e logo meu medo passou a ser pavor e um breve gemido saiu de minha boca sem permissão.


"Sou eu" A voz grossa soou e apesar de ser a voz de meu inimigo, me tranquilizou.


A única luz que iluminava a noite escura era da enorme lua cheia acima de nós, o resto era pura escuridão. Eu tremia de frio e meus dentes chegavam a bater um no outro. A febre aumentava mais a cada momento.


O Cullen trazia várias toras de madeiras sob os braços e logo as colocou no chão, acendendo uma pequena fogueira com um isqueiro. Será que ele já tinha sido escoteiro ou algo parecido?


Novamente as coisas pareceram girar e senti meus pés amolecerem, fazendo com que meu corpo caísse no chão, sentada, com a vista escurecida por alguns segundos. Porém, rápido como foi, ela logo voltou e apesar de tonta, consegui me levantar. O Cullen me olhou de rabo-de-olho e agradeci a escuridão por não deixá-lo ver nitidamente minha queda.


"Não achei que fosse possível você ficar mais lenta do que já é" Ele não falou com um tom arrogante ou com sua costumeira prepotência, não vi sua expressão, mas ele parecia tranquilo pela primeira vez desde quando entrei no cartel. Parecia que estava tentando puxar assunto, quebrar o clima ruim.


Apenas revirei os olhos e me encostei na porta, vendo a fogueira se formar rapidamente. As chamas consumiam a madeira aos poucos, e passei a observar a floresta, que apesar de causar um pouco de receio, parecia tranquila, como se naquele momento nenhum mal pudesse se esconder ali, como se ela guardasse apenas coisas boas.


Foi quando, de repente, assisti um senhor saindo do meio da floresta, com um enorme sorriso. Eu não corri, não fiquei com medo, nem gritei, eu sabia exatamente que sorriso era aquele, sabia exatamente quem era aquele homem. Um sorriso se formou em meu rosto, sabia que era impossível ele estar ali, mas não pensei, apenas sorri para o homem que eu tanto amava.


"Pai?" Caminhava em minha direção tranquilamente. "Pai, não acredito que você está aqui" A emoção já me alcançava, quando senti meu corpo ser sacudido de um lado para o outro.


"Swan, acorda" A imagem do meu pai aos poucos sumia, sendo substituída pelo rosto do Cullen. "Você está delirando"


"Pai" Gritei para que não fosse embora, mas era tarde demais, sua imagem já havia sumido. Demorei vários segundos ainda olhando para o local de onde ele havia surgido.


"Sua febre aumentou" O Cullen finalmente se pronunciou com o rosto a centímetros de mim e continuava calada tentando associar o que tinha acontecido.


O rosto do Cullen estava a centímetros do meu e ele parecia esperar que eu falasse algo, mas nada saia de minha boca. A decepção era nítida em meu rosto ao perceber que a imagem de meu pai não era real, minha mente me pregara uma bela peça fazendo com que eu o imaginasse.


Segurou firme em meu braço e me fez levantar, andando para a parte lateral da casa, me arrastando consigo. Deixou meu corpo encostado na parede da casa e foi em direção a algo que logo identifiquei ser um chuveiro.


"Vem" Apontou para o chuveiro.


"Está brincando?" Perguntei e manteve sua expressão séria. "Está muito frio" Falei ainda no modo automático e logo uma rajada de vento nos cortou, fazendo com um tremor nos abordasse. A hipótese de tomar banho naquele frio e na frente do Cullen era completamente patética, mas ele continuava me olhando firme.


"Você está delirando de febre, só assim ela vai diminuir, entra logo nessa água" Cruzei os braço estressada, mas ainda lenta e tonta.


"E desde quando você se importa com minha febre?" O mafioso provavelmente queria me congelada, isso sim.


"Porra, porque você tem que ser tão teimosa?" Irritou-se e caminhou firmemente até mim, me surpreendendo ao me pegar em seus braços novamente.

Esperneie, de cabeça para baixo, tentando socar sua costa, o que não surtiu nenhum efeito no Cullen-pedra.


Me colocou de pé novamente, me empurrando para baixo do chuveiro. A água extremamente gelada me atingiu, fazendo com que eu soltasse um grito e o maldito Cullen observava a cena, parecendo se divertir, apenas molhando seus braços, a dor era física, sentia cada pedaço de mim tremer. Em um momento de distração dele, consegui me desvencilhar de seus braços e tentei voltar para a cabana.


Mas logo os seus braços estavam novamente ao meu redor, puxando-me para baixo da água fria mais uma vez, porém, os segurei fazendo com que ele também se molhasse. Uma leve supresa passou por seu rosto, devido a água gelada, mas logo se recompôs, voltando a sua expressão arrogante. Não pareceu se importar por estar se molhando.


Os olhos azuis intensos estavam fixos nos meus fazendo com que eu ficasse um pouco desconfortável com a proximidade. Nenhum de nós falou nada, apenas nos encarávamos. A água fria e a proximidade do Cullen fazia com que me arrepiasse constantemente. Percebi o quanto era estranho estar ali, debaixo de um chuveiro, com o Cullen. Exatamente qual seria o motivo de estar me ajudando?


Seus olhos desviaram dos meus olhos, passando para meus lábios, concentrado. Seus braços inflexíveis pareceram relaxar, fazendo com chegasse um pouco mais perto. A proximidade era tanta que seus nariz encostou-se no meu. O desconforto não estava mais presente em mim, e meus olhos agora observavam os lábios convidativos do Cullen.


Quando nossas bocas estavam quase se encostando, um choque passou por meu corpo ao perceber o que estava prestes a fazer. Eu não podia beijar Edward Cullen!


Empurrei o corpo do Cullen, afastando e ele logo saiu do chuveiro.


"Acho que já estou bem" Disse, desligando o chuveiro e ele apenas deu de ombros, virando-se de costa para mim, voltando para a cabana.


Fiquei parada por alguns segundos, ainda de baixo do chuveiro, que agora estava desligado, tentando encontrar alguma explicação lógica para isso, mas ela simplesmente não vinha.


A água me acordou, a adrenalina agora passava como fogo por minhas veias, caminhei a passos largos para a cabana e encontrei o Cullen do lado de fora, colocando mais algumas toras de madeira na fogueira. Convenci a mim mesma que aquilo não tinha sido absolutamente nada e resolvi agir normalmente.


Passei direto por ele, entrando na cabana, pingando. Pela primeira vez observei o interior escuro da bizarra cabana, teias de aranha por todo lado, um colchão velho jogado no chão e um pequeno armário era tudo o que tinha no local.


Abri o armário que possuía duas toalhas e alguns lençóis, perguntando a mim mesmo para o que servia aquela cabana.


Olhei para fora através da pequena janela e o Cullen ainda arrumava a fogueira, agachado, de costas para mim. Encostei a porta e me livrei das pesadas roupas molhadas ficando apenas com as roupas íntimas. Enxuguei rapidamente, agradecendo aos céus pela escuridão que tomava o local. Enrolei meu corpo na toalha e após colocar um lençol na cama, deitei e me cobri com o outro.


Meus dentes batiam de frio e tentava entender como o Cullen suportava ficar lá fora, com todo aquele vento congelante estando ainda com as roupas molhadas.


Descansei por vários minutos e o silêncio era absoluto o que me fazia questionar se o Cullen ainda estaria lá fora ou se havia voltado para o castelo, pergunta que logo foi respondida.


Entrou na cabana e lançou um olhar para mim, avaliando se estava dormindo, devido a escuridão não percebeu que meus olhos semicerrados o observavam. Abriu a porta do armário, que rangeu levemente e passou a enxugar os cabelos que ainda pingavam com uma das toalhas.


Tirou os sapatos e senti meu rosto esquentar ao perceber que começou a se despir, fazendo com que seus músculos e seu abdômen definido ficassem visíveis. Para a minha sorte, não tirou nenhuma outra peça de roupa além da blusa. O raio de luz proveniente da lua, entrava pela pequena janela e iluminava exatamente o corpo do maldito Cullen, fazendo com que fosse a única coisa plenamente visível naquele cômodo que agora parecia ainda mais apertado que o normal.


Desviei o olhar ainda constrangida. Não que estivesse observando de propósito ou algo parecido, era uma homem bonito ali na minha frente, não importava se era o maldito Cullen, ainda era bonito de ver. Porém, ao lembrar do jeito arrogante e pretensioso, não havia corpo ou músculo que o fizesse ficar agradável. Por dentro era apenas o maldito Cullen. Um enorme desperdício, por falar nisso.


Meu coração quase parou quando percebi que se voltou para mim, chegando um pouco mais perto, se mostrando intrigado. Seu olhar estava tão concentrado em meu rosto que por uma fração de segundos tive certeza de que tinha percebido minha farsa. Permaneci imóvel.


O medo logo se foi quando percebi que virou-se e voltou para o lado de fora da cabana, talvez estivesse apenas me avaliando ou procurando algum modo de me matar sem que eu notasse. Porém, o que ainda me intrigava era o motivo de estar fazendo tudo aquilo, de estar me ajudando. Não era possível que fizesse somente para me ver bem de saúde, todos nós estávamos plenamente cientes de que o Cullen não ligava a mínima para o que estava ao seu redor, a ideia de vê-lo me ajudar por pura preocupação era no mínimo cômica. Mas, então, o que fazia com que me ajudasse? Seria possível algum tipo de bondade no mafioso?


Vários minutos se passaram e a dúvida ainda latejava em minha mente. Levantei silenciosamente, vestindo minhas roupas que ainda estavam úmidas, procurando ver o que o Cullen fazia do lado de fora. A fogueira ainda queimava, o céu continuava em plena escuridão e o corpo do Cullen estava sentado no chão, encostado na parede da cabana, ele tinha uma perna esticada e outra dobrada. Seus olhos estavam fechados e o rosto inclinado para o céu. Continuei em silêncio para que não me percebesse, seu revólver estava em sua mão e me surpreendi por ainda parecer perigoso, mesmo dormindo.


Cheguei um pouco mais perto observando novamente o seu rosto, assim, com os olhos fechados, parecia simplesmente uma pessoa normal. Apesar de parecer perigoso, observando ali, tão despreocupado, embora emanando toda aquela autoridade, não imaginaria que era um dos traficantes mais perigosos do país.


Cheguei mais perto novamente tentando observá-lo melhor, quando, em uma fração de segundos, ele abriu os olhos e sem eu perceber já estava no chão, com o corpo dele por cima do meu. Prendeu meus braços impedindo que me movesse.


"O que você estava fazendo?" Perguntou olhando firmemente em meus olhos, com o rosto a centímetros do meu e naquele momento me fiz exatamente a mesma pergunta: o que eu estava fazendo?


"Eu... Acho..." Gaguejei um pouco nervosa. "Achei que tivesse um bicho em você" O meu desejo era dar um chute em mim mesma por arranjar uma desculpa tão ridícula.


"Nunca se aproxime repentinamente de um traficante armado" Seus hálito batia em meu rosto e ele falava sério. "Ou pode acabar morta" Disse e logo se levantou, me libertando. "Vamos voltar, pegue suas coisas"


Foi em direção à cabana vestindo suas roupas, enquanto eu apenas pegava a mochila que havia trazido. Olhei no relógio e notei que eram quatro e meia da manhã, em breve o Sol apareceria e provavelmente todos já deviam ter chegado no cartel. Estranhei o fato de ninguém ter passado por nós.


O Cullen passou por mim sem dizer absolutamente nada, coloquei a mochila nos ombros e o segui. O solo da floresta era escorregadio e cheio de subidas e decidas, o que me fazia andar mais lentamente, ao contrário do Cullen que parecia disputar uma maratona com sua habilidade e rapidez. Revirei os olhos. O cara era bom em tudo?


"Pode andar mais rápido?" Virou-se com deboche. "Quero chegar ainda esse mês no Cartel"


Revirei os olhos e acelerei o passo, deixando-o para trás, mas logo me alcançou novamente fazendo que andássemos lado a lado. O silêncio reinava na floresta e tudo o que ouvíamos eram os grilos e o som de alguns animais. Porém, mesmo com o silêncio da floresta, dentro de mim, meus pensamentos não paravam, eu precisava perguntar.


"Porque está me ajudando?" Perguntei e ele permaneceu andando. Passou tanto tempo calado que pensei que me ignoraria.


"Não estou te ajudando" Deu de ombros. "Se deixasse você morrer, não teria graça, você ainda tem muita coisa para sofrer nesse Cartel" Sua voz estava arrogante como sempre, mas não me convenceu, não era por isso que ele estava ali. O Cullen com certeza me odiava, mas estava me ajudando por algum motivo e poderia até não ser hoje, mas descobriria o porquê.


O silêncio voltou absoluto, apenas nossos passos eram ouvidos e o Sol surgia tímido no horizonte. Ainda estava um pouco tonta, mas minha febre já tinha passado, fazendo com que me sentisse um pouco melhor.


Estava andado, quando tropecei, indo ao chão. Praguejei com raiva, pensando que aquele dia era um recorde com tantas quedas.


Olhei para o chão e percebi que não havia tropeçado em uma pedra e sim em um embrulho. Estranhei, abrindo o plástico que o envolvia, sorrindo ao constatar o pó branco que estava lá dentro.


"Encontrei" Gritei sorrindo para o Cullen que estava alguns metros a minha frente, virou-se entediado. "Consegui achar um dos carregamentos"


Revirou os olhos e continuou andando, comigo em seu encalço. Tinha me distraído tanto aquela noite que havia esquecido até o objetivo de estar na floresta, apesar de chegar com o Cullen e provavelmente ser desclassificada, poderia mostrar o pacote, talvez aliviassem um pouco.


Logo vimos a ponta do castelo que ainda estava distante. O Sol agora brilhava forte no céu e o frio, tão forte na noite anterior, agora era somente uma leve brisa fria. Continuamos andando e o rosto de Emmet logo nos encontrou vindo em nossa direção.


"Mestre" Fez uma pequena reverência. "Está tudo bem?" Step vinha logo atrás dele. "Todos chegaram, estávamos preocupados, pensamos que poderia ter acontecido alguma coisa"


"Tudo bem, Emmet" A voz arrogante continuava a mesma. "Desde quando preciso de cuidados?"


"Eu disse que você jamais precisaria da ajuda dele, mestre" Step fez a reverência tentando puxar o saco do Cullen.


"Bella, você está molhada?" Emmet perguntou e logo meu rosto estava quente por lembrar do que havia ocorrido na cabana. O Cullen olhou para mim zombeteiro, esperando por uma explicação.


"Um pequeno acidente" Dei de ombros.


"Bem, acho que você foi desclassificada" Step falou dando um risinho. "Afinal, o Cullen encontrou você, terá que fazer o treinamento novamente"


Eu já esperava por isso, mas a idéia de entrar naquela floresta novamente me deixou ainda mais cansada, ia explicar para ele o que acontecera, quando a voz do Cullen me interrompeu.


"Bardini encontrou o carregamento antes deu conseguir encontrá-la" Apontou para as minhas mãos que carregavam o pacote. "Ela passou no treinamento" Disse firme lançando um último olhar para mim e ninguém teve coragem de contestá-lo, afinal, as palavras do mafioso eram lei por ali.


Virou-se para o castelo e passou a andar em direção a entrada.


Emmet continuava falando, mas a voz dele não chegou aos meus ouvidos. Meus olhos ainda permaneciam fixos nos passos do Cullen que voltava ao castelo, quando virou-se e me lançou um último olhar, foi rápido, pois logo voltou-se para o castelo. Existia algo em seus olhos que me intrigou.


"Isabella, você está me ouvido?" Emmet estalava o dedo na frente do meu rosto.


"Claro que estou, Emmet" Revirei os olhos, voltando minha atenção para ele.


"Você tem que descansar, ouviu?" Foi me empurrando em direção aos dormitórios. "Está proibida de sair do quarto hoje" Agradeci aos céus pela ordem de Emmet, pois precisava urgentemente de boas horas de sono.


Entrei em meu quarto e vi que Jenny não estava, provavelmente já estaria no café da manhã. Tomei um rápido banho, e logo deitei em minha cama, que devido ao meu cansaço, parecia ainda mais macia.


As lembranças da noite anterior ainda me intrigavam, o Cullen era completamente incompreensível e suas atitudes incoerentes. Talvez ele tivesse dupla personalidade ou algo parecido. Soltei uma risada dos meus pensamentos, talvez a louca fosse eu afinal.


Meus olhos se fecharam e finalmente meu corpo relaxou.





*





Os dias voavam rapidamente, já estava no cartel há mais de um mês e aos poucos me acostumava com a rotina cansativa. Sentia saudade de casa as vezes, das horas que ficava fazendo absolutamente nada, o que não era possível no cartel, já que tínhamos sempre treinamentos. Nenhum dos iniciantes haviam participado das grandes transações de drogas, apenas missões pequenas eram dadas, já que éramos apenas principiantes. Os bailes de sexta-feira continuavam e Jenny me obrigava a ir em todos, afirmando que precisávamos de diversão, mas nada me trazia muito interesse.


O Cullen não tinha ido mais em nenhum baile e após a noite na floresta havia encontrado poucas vezes e nas poucas vezes que o vi continuava com a mesma postura rígida e arrogante. O tempo que passamos na floresta ainda me intrigava, mas há alguns dias não víamos nem a sombra dele, Jenny afirmava que estava viajado devido a um grande carregamento de drogas que precisava ser entregue na Bolívia, mas não tinha certeza se era mesmo verdade.


Emmet aos poucos se tornava um grande amigo para mim, Jasper estava sempre muito ocupado e com grandes atividades para fazer, fazendo com que passasse maior parte do meu tempo ao lado de Emmet. Com o tempo já conhecia praticamente todo o castelo, apesar de me perder algumas vezes, mas meu lugar preferido era o enorme jardim que ficava na frente da ala norte do castelo, jardim que descobrir ser cuidado por Cida, que tornou-se uma ótima companhia para minhas tardes. Com o contato diário me ensinou várias curiosidades sobre as plantas e como cuidar delas.


Elizabeth e Gabriel estavam sempre por perto de Cida, o que fazia com que também convivesse com os dois. Lizzie era sempre muito falante e hostil, sempre dando ordens e falando alto, mas Cida afirmava que isso era apenas reflexo da difícil criação da garota, que no fundo tinha um bom coração, o que realmente não me convencia. Gabriel era um garoto lindo, mas apesar de já estar com seis anos de idade não falava uma palavra sequer. Uma psicóloga do cartel o consultava toda semana, desde os três anos, mas não conseguia diagnosticar porque o garoto não falava, chegou até a dizer que talvez fosse mudo, porém, Cida afirmava de pé junto que não era, dizia que o garoto apenas era tímido demais.


Aos poucos criava intimidade com o garoto, era até relaxante poder brincar com ele todas as tardes e apesar do falatório sempre chato de Lizzie, também gostava de sua companhia, talvez pelo fato de poder conviver com duas criaturas que ainda não haviam sido contaminadas com maldade do Cartel, era como se Cida e as duas crianças fossem a parte intacta dali, o que me deixava feliz por vê-los.


Todos os dias acordava mais cedo que Jenny e treinava a pontaria em bonecos, quando Jasper não podia, Emmet me ajudava e quando nenhum dos dois tinham tempo, terminava treinando sozinha. Meus tiros melhoraram consideravelmente, não errava mais o boneco, mas também não conseguia acertar o alvo quando o boneco estava longe demais, ou seja, ainda precisaria treinar bastante para entrar em uma missão de verdade, se não, acabaria morrendo em um tiroteio.


Era sexta-feira novamente e após vários treinamentos durante a parte da manhã, recebemos a tarde livre para descansarmos. Tínhamos descoberto na noite anterior que todos os iniciantes receberiam uma moto, assim como os antigos do cartel. Emmet se disponibilizou para me ensinar a dirigir, já que nunca sequer havia subido em uma.


Emm explicou que minha moto era uma Yamaha, com bastante potência, mas não muito veloz comparada com outros tipos da mesma marca, o que seria bom para mim já que ainda estava aprendendo. Avaliei a moto que possuía um tom de vinho com alguns detalhes pretos, me agradando, Emmet tinha um ótimo gosto para motos. Era bem feminina, mas não chegava a ser brega, o que a fazia ser perfeita para mim.


Subi na moto e Emmet foi mostrando onde deveria apertar com os pés e como guiá-la. Tentei algumas vezes, mas a moto não saia do lugar, até que aos poucos fui me soltando, fazendo com que a moto andasse. Após várias quedas, alguns machucados e muito estresse, decidimos por continuar as aulas depois.


Voltamos para o castelo, mais especificamente ao jardim, Mabelle convocou todos os iniciantes para fazer um comunicado.


Depois de entrar no local, vi, depois de vários dias, o rosto do Cullen. Imponente e arrogante como costumava ser, com ar superior e passos largos. Constrangida ao lembrar da noite na cabana, não tínhamos tido nenhum contato desde o fatídico dia, mas me parecia a mesma pedra de gelo de sempre. Uma pedra de gelo que ficava muito bem em sua jaqueta de couro, devo confessar.


"Silêncio" A voz dele soou autoritária e não foi preciso muito mais que um minuto para que o silêncio imperasse no enorme jardim. "Vim comunicar que segunda-feira estaremos fazendo uma viagem, todos devem deixar suas bagagens prontas para não ter atrasos, sairemos às cinco horas da manhã, em ponto, quem se atrasar será deixado para trás"


"Para onde vamos?" Um dos curiosos perguntou.


"Para onde eu quiser, Malcon" Revirou os olhos e voltou a passos largos para o castelo. O Cullen certamente não estava em um dia bom, aliás, eu duvidava existissem dias bons naquela vida.


"Esse Cullen é um filho da puta" O garoto disse revoltado e lembrei que ele era o mesmo garoto que parecia irritado no refeitório a semanas atrás. "Não aguentaria um minuto de porrada comigo" Palavras que certamente não deveriam ter saído de sua boca, não com Mabelle por perto.


"Porque você não liga para a sua mamãe e reclama?" Mabelle encarou o garoto irritada. "Mauricinho não se cria aqui dentro, acho bom você segurar a sua língua"


O garoto não respondeu, mas claramente não estava satisfeito e saiu rapidamente em direção aos dormitórios, com o rosto emburrado. Mais um insatisfeito com o cartel que não pode fazer absolutamente nada para modificar algo. Essa era nossa vida agora. 


"Vamos para um lugar incrível" Emmet disse se aproximando de mim, com Jenny em seu encalço. "Fica no interior de Londres, em Cotswolds"


Já tinha ouvido muito sobre Cotswolds, que segundo diziam, era um lugar encantador. Jenny estava saltitando de empolgada, afirmando que nunca havia saído de Londres e que esse era um de seus sonhos. Sorri vendo sua felicidade, era até bom tem uma energia tão positiva como a dela por perto. 


Todos os iniciantes voltaram ao dormitório e uma dor de cabeça chata latejava em mim, fazendo com que eu quisesse descansar. Os dias intensos me causavam uma constante exaustão crônica.


Jenny continuou falando sobre a viajem enquanto ia ao banheiro e logo deitei em minha cama buscando descansar.


"O que você pensa que está fazendo?" Jenny virou-se para mim com as mãos na cintura. "Tem baile daqui a pouco, vá se arrumar" Deu três tapinhas em meu braço e eu fiz uma careta.


"Estou com dor de cabeça Jen, sério, não vou para o baile hoje" Arregalou os olhos fingindo profunda irritação e passou a me bater com a toalha.


"Deixa de ser velha, vamos, por favor" Juntou as mãos implorando e eu neguei firmemente. Depois de muita insistência ela percebeu que não iria conseguir me convencer e entrou no banheiro para se arrumar.


Ajudei a escolher o vestido e a maquiá-la, talvez pelo fato de ser um pouco mais nova que eu, Jenny se empolgava muito facilmente.  Para ela tudo tinha um certo toque de diversão e eu admirava sua capacidade de sempre ver o lado bom das coisas. Sempre estar animada com tudo era uma qualidade que a juventude nos trazia com intensidade, mas que durava pouco demais para ser verdade. 


Logo Emmet estava em nossa porta e lá se foram alguns (vários) minutos de tentativa para me convencer de ir ao baile, mas a vontade de ficar no quarto era muito maior e ele percebeu isso com uma careta, quando Jenny o puxou para fora.


O quarto ficou vazio e uma leve brisa soprava fazendo com que o ambiente ficasse bem agradável. O silêncio era encantador e aproveitei para fechar os olhos por alguns minutos, degustando o silêncio absoluto.


Quando os abri novamente, encarei o relógio e já havia passado duas horas, eu havia cochilado sem nem perceber. Senti como se minhas forças estivessem renovadas somente por ter dormido aquele curto período de tempo. Pensei no que o Cullen estaria fazendo, será que havia ido ao baile?


Ainda era difícil para mim entender o comportamento que tivemos na noite do treinamento. Evitava a todo custo pensar naquele dia por sua obscuridade, por estar fora de meu controle e por não conseguir decifrar a conduta do mafioso. Entretanto, ao ver o maldito pela manhã as dúvidas voltaram como uma avalanche. O que o mafioso ganharia me ajudando? Em quais planos ele estava pensando ao se candidatar como meu auxiliador? Porque assumiria esse papel?


Balancei a cabeça espantando os estúpidos pensamentos, eu não tinha tempo para me preocupar com besteiras. Nada que envolvesse o Cullen deveria me interessar.


Levantei decidida a procurar algo para me distrair. O castelo possuía uma enorme biblioteca que eu ainda não tivera a oportunidade de conhecer. Lembrei que Emmet explicou sua localização na ala norte e sai do meu quarto no objetivo de encontrá-la.


No castelo inteiro o silêncio reinava absoluto, todos estavam no baile, o que fazia com que aquele lugar que estava sempre tão cheio e barulhento, ficasse simplesmente tranquilo. Parecia até mesmo um local seguro de se viver, olhando todas aquelas paredes e muros, mas eu sabia exatamente o quão perigoso era estar ali.


O silêncio não podia me enganar, aquele castelo sempre seria frio, nunca teria o calor de um lar não importava quantas pessoas fossem para dentro dali, tudo aquilo era puro gelo, assim como o Cullen. Tudo naquele lugar era frio e sem expressão, não tinha vida.


Andei bastante até chegar na ala norte. Não lembrava ao certo em qual andar ficava a biblioteca, então fui subindo sem rumo por algumas escadarias, até encontrar uma enorme porta de madeira que me chamou atenção.


Sabia que aquela porta não era da biblioteca, porque Emmet havia me dito que era o único local que não possuía porta de vidro no castelo. Mas aquela enorme e bem talhada porta de madeira a minha frente era simplesmente encantadora e chamativa. Possuía o desenho de uma águia que segurava uma presa em suas patas, sufocando-a. O entalhe era perfeito e a porta estava entreaberta, fazendo com que minha curiosidade aumentasse ainda mais.


Entrei e a surpresa aumentou ainda mais: o local era um enorme quarto com uma gigantesca cama que possuía lençóis alvos como a neve. Acima da cama havia o mesmo desenho talhado da porta e cintilava no teto com vivacidade. Poltronas confortáveis e uma mesa cheia de papéis e mapas era o tudo que havia no lugar. Apesar de ser grande e impecavelmente limpo, o quarto era bem impessoal, como se ninguém realmente dormisse ali, como se fosse apenas um quarto de hóspedes.


Virei-me para a porta novamente, quem quer que dormisse naquele quarto, com certeza não gostaria que uma estranha ficasse vasculhando, porém, o barulho de vozes chamaram minha atenção e notei que havia uma passagem no quarto, como se fosse uma enorme sacada sendo inviável verificar quem estava lá ou mesmo a composição do segundo ambiente.


Fui em direção à sacada bem devagar, para não ser ouvida. O volume das vozes ia aumentado conforme eu chegava mais perto, quando entrei lentamente.


Neste momento o susto me alcançou com a cena que vi.


Encostado na borda da sacada, estava o Cullen, ainda com as roupas que eu tinha visto de tarde. Um homem, com um pouco mais de sua altura, estava de costas para mim e apontava uma arma para a cabeça do Cullen, que estava de frente para ele.


Eu fiquei simplesmente em choque. O Cullen ainda não havia me notado no ambiente, porque o enorme homem me escondia, mas consegui ver exatamente o seu rosto que permanecia impassível. No canto direito de sua boca havia um pequeno machucado de onde escorria algumas gotas de sangue, mostrando que havia ocorrido uma briga entre os dois.


"Você não sabe o quanto esperei por esse dia, apesar de não conhecê-lo pessoalmente, já ouvi muito sobre você" O homem se moveu um pouco para o lado. "O que foi suficiente para que eu o odiasse"


"Quem mandou você?" O Cullen continuava impassível e apesar de estar sério, aparentava tranquilidade, como se tudo estivesse sob controle.


"Pablo" Disse e um sorriso zombador surgiu no rosto do Cullen. "Você acha que roubaria todas as nossas cargas e ficaria intacto?" O cara soltou uma risada. "Sou o melhor homem do nosso Cartel e sinto informar, mas nunca fracassei em uma missão"


O homem continuou se gabando e andou mais um pouco para o lado, fazendo com o olhar do Cullen cruzasse com o meu.


Os olhos dele se arregalaram um pouco de surpresa e o sorriso zombador logo murchou de seu rosto. Retornou o olhar rapidamente para frente, evitando que o homem em sua frente percebesse minha presença. Notei que o corpo do Cullen ficou tenso e um nervosismo passou a tomar conta de seu corpo.

"Espero que você esteja pronto para morrer" O homem sorriu sem pressa. "Porque estou totalmente preparado para matar o melhor traficante do país e ficar com toda a glória por isso"


"Acho que você deve ir embora" Lançou um rápido olhar para mim. "Isso não vai acabar bem, ainda dá tempo de correr, você precisa sair daqui"


Apesar de olhar para o enorme homem, percebi que direcionava as palavras para mim e sabia que era realmente verdade, se aquele homem me visse ali, eu também morreria, mas simplesmente não conseguia mover os meus pés que estavam fincados no chão. Meu corpo estava completamente enrijecido e uma tremedeira tomou conta de minhas mãos. Estava muito nervosa, mas como deixaria alguém exposto assim, sabendo que estava em perigo? Eu neguei com a cabeça mostrando a ele que não sairia.


"É claro que isso não vai acabar bem, para você, claro" O homem soltou uma gargalhada estrondosa fazendo com que um arrepio percorresse meu corpo.


"Vá embora, agora" O Cullen falou firmemente, com a testa fincada, era óbvio que ele estava com raiva, mas naquele momento não iria obedecê-lo, naquele momento ele não me daria ordens.


Lancei um olhar para a mesa que estava dentro do quarto e encontrei o revólver do Cullen por cima de uns papéis. Sai lentamente da sacada rogando aos céus para que não fosse vista e rapidamente peguei a arma notando que  estava destravada, o que evitaria que o cara percebesse o barulho. Olhei para a sacada, através do vidro e notei que o homem ainda estava de costas para mim facilitando a minha entrada no local.


Ao me ver novamente, e agora armada, vi uma gota de suor escorrer pelo rosto do Cullen, a surpresa estava em seu rosto, provavelmente imaginava que eu havia ido embora.


"Solte essa arma" Ele ainda olhava para o homem. "Você não sabe fazer isso, vamos acabar todos mortos, solte essa arma, por favor"


Confesso que fiquei surpresa ao perceber o desespero do Cullen, se a situação não fosse tão crítica, talvez fosse engraçado vê-lo naquele estado. Neguei com a cabeça e mirei a arma no homem a minha frente.


"Ah, eu sei fazer sim e muito bem" O cara sorria, pensando que o desespero do Cullen era por causa dele. "Já matei diversos idiotas como você"


Minhas mãos tremiam e sentia o suor escorrer por minha costa, não podia desistir agora, precisava mostrar ao Cullen que não era tão imprestável quanto afirmava e que podia sim ser uma pessoa perigosa. Porém, a verdade é que não sabia se era tudo isso, há alguns meses estava na faculdade, jurando lealdade às leis e ao meu país e agora estava ali, de frente para o homem mais perigoso do país e prestes a atirar em alguém que nem conhecia para defendê-lo.



Eu simplesmente não podia fazer aquilo, aquele homem devia ter família, filhos, não podia matá-lo assim. Baixei minhas mãos e consequentemente a arma. O rosto do Cullen pareceu relaxar e apontou discretamente para a porta, mostrando que deveria sair do local.


"Diga suas últimas palavra, Cullen" A voz do homem surgiu risonha e a raiva simplesmente me atingiu, não sabia ao certo porque, mas a ideia de ver um homem qualquer, matando o maior líder de Cartéis do mundo, com uma simples arma me pareceu inconcebível.


Se alguém iria matar Edward Cullen, esse alguém seria eu.


O Cullen não respondeu absolutamente nada e após alguns segundos de silêncio, o homem reergueu sua arma, se preparado para tirar a vida do meu inimigo.


O tiro ecoou no local e o corpo logo veio ao chão.


Antes do homem atirar, apertei o gatilho fazendo com que o tiro fosse certeiro em sua cabeça.


Um mar de sangue invadia a enorme sacada, quase tocando meus pés, olhei para o Cullen que me encarava de volta espantado.



Havia sangue por toda parte.


Sangue de um homem morto.


Sangue do homem que eu havia matado.


Eu era uma assassina.


Uma forte vertigem me alcançou, o peso da constatação fazendo com que tudo ficasse escuro e a última coisa que ouvi foi o barulho do meu próprio corpo batendo no chão.

 

 


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Notas finais do capítulo

Uhuu, vamos para os recados.
gente, não esqueçam de SEGUIR O TWITTER @EMPERIGO, vocês estão intimadas!
Muito obrigada pelos lindos comentários, vocês são demais, e CONTINUEM DANDO A OPINIÃO NOS COMENTÁRIOS, é extremamente necessário.
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Essa foi minha semana de tpm, então acho que isso afetou o capítulo, sei lá hahahaha mas enfim, a gente continua conversando lá no twitter, Beijos!
Bia.