Mal fechei os olhos, e senti o carro entrando na garagem dos Fosters. Estava com sono demais para mexer qualquer músculo do meu corpo, então continuei parada. Senti o carro sendo desligado e o silêncio se instalou. Ouvi o suspiro longo e cansado de Harry, e em seguida a porta do seu lado sendo aberta.

Alguns segundos depois a porta do carona foi aberta, e Harry se inclinou sobre mim. Continuei sem me mexer, devido ao cansaço. Acho que era o efeito dos remédios que me deram no hospital...

Harry soltou meu sinto e me puxou para o seu colo, fechando o carro. Eu detestava ser carregada no colo. Dessa vez eu tive que falar alguma coisa.

– Eu posso andar, sabia? - minha voz saiu grossa e arrastada. Totalmente dopada pelos remédios.

– É, eu estou vendo isso. - ele riu pelo nariz.

– Eu estou falando sério Harry. - eu fazia um esforço enorme para que as palavras saíssem. E que pelo menos saíssem de forma inteligível. - Me coloca no chão.

– Não. Você mal pode falar, quanto mais andar!

– Se você não me colocar no chão, eu vou gritar. - ameacei.

Harry parou de andar e bufou.

– Como você é teimosa! - bufou novamente e me colocou no chão. É óbvio que eu cambaleei e quase cai.

Ele passou a mão pela minha cintura e me prendeu firmemente à lateral do seu corpo. Sem dizer mais nada, voltou a andar. Parecia estar meio irritado, mas eu não conseguia saber ao certo.

Meu cérebro não trabalhava com a rapidez que eu queria, e minhas pálpebras pareciam pesar dez quilos. Minha mente parecia implorar para que eu fechasse meus olhos, então, em um momento de loucura eu pensei: "por que não?", e foi o que eu fiz. Fechei meus olhos e me entreguei novamente à inconsciência.

Abri meus olhos me arrependendo logo em seguida. O filho da puta que me deixou aqui esqueceu de fazer o favor de fechar as cortinas, e agora meus olhos estavam virando omeletes.

Ouvi três batidas apressadas na porta, e antes que eu pudesse responder um doce e gentil "vai embora", o ser entrou como um furacão pelo meu quarto.

– Vamos, vamos querida! Hora de fazer nossas malas e irmos.

– Ah... o que? - Ok, meu cérebro nunca foi um dos mais rápidos... somando isso ao fato de eu ter tomado um boa noite Cinderela na noite passada, e ter acabado de acordar, era um milagre que eu conseguisse dizer alguma frase coerente.

– Eu acabei de receber uma ligação, e hoje à noite teremos convidados para o jantar no nosso apartamento. E eu ainda não organizei nada! Oh meu Deus! Tenho que ligar para a Lily e falar sobre o buffet...

– Ah... o que? - repeti minha frase super inteligente. Eu parecia um papagaio que só aprendeu uma frase.

Dora percebeu que não iria conseguir evoluir muito com a nossa conversa, já que eu estava agindo como uma primitiva, então ela resolveu me tratar como uma.

– Taylor, se arrume. Nós vamos embora. - depois disso, ela me deu um beijinho na testa e saiu apressada do meu quarto com o telefone nas mãos.

Gemi alto e esfreguei meus olhos. Fui me arrastando até o banheiro e tomei um banho que milagrosamente espantou uma parte do meu sono. Uma parte. Me enrolei na toalha xingando o gesso idiota no meu braço, e fui para o quarto.

Abri o zíper da minha pequena mala com minhas roupas novas, e tirei de lá um short jeans meio rasgado, uma blusa qualquer, e minhas roupas íntimas. Coloquei a calcinha com alguma dificuldade. Ótimo. Olhei para o sutiã de renda azul claro na minha frente.

Mas que bela merda! O que eu ia fazer agora? Bufei e me joguei na cama ainda enrolada com a toalha. Fiquei encarando o teto super interessante até ter alguma ideia de como vestir as peças de roupa.

– Taylor, a minha mãe vai te esfaquear se você não estiver pro... - Harry parou na porta quando viu o que eu estava (ou melhor, o que eu não estava) vestindo. - Eu posso saber por que você está jogada na cama e de toalha? Sabia que o Matt mora ali no fim do corredor? - ele disse coçando a nuca claramente nervoso.

– A culpa não é minha! - disse me levantando e amarrando a toalha mais firme ao meu corpo. - Eu não consigo vestir essas roupas com o meu braço assim!

– Por que você não pediu ajuda então?

– Ah, e pra quem você quer que eu peça? Pro Matt? - disse revirando os olhos. Ele ficou em silêncio por alguns minutos e eu me sentei na cama. Era extremamente desconfortável ficar só de toalha na frente dele.

– Eu faço. - ele deu de ombros. Ok, agora eu tive que rir.

– Desculpa, o que você disse?

– É, eu faço isso. Eu já coloquei um vestido em você. Não pode ser pior que isso. - Deixei uma risada nervosa escapar pelos meus lábios quando percebi que ele não estava brincando.

– Você bateu a cabeça na parede antes de vir falar comigo? Eu nunca, NUNCA vou deixar você me ver completamente nua. - ele deu de ombros.

– Ok, então. - abriu a porta do meu quarto e deu um passo para fora. - Vou falar pra minha mãe ir pegar a faca de carne.

– Argh! Harry, espera. - mas que merda eu estava pensando em fazer? - Ok, você pode me ajudar. Mas, uma mão boba e você perde o seu braço. - eu disse fuzilando-o com os olhos.

– Ok, mãe. - ele disse se aproximando. Pegou meu sutiã de renda e o analisou. - Hm, deixa eu adivinhar, foi o Matt quem comprou esse sutiã pra você, certo?

– Como você sabe? - corei. Ele só revirou os olhos resmungando algo como "aquele babaca me paga". Ignorei o comentário e continuei. - Eu posso colocar o sutiã sozinha. Só preciso que você o prenda. - ele assentiu - vire de contas por favor.

Harry bufou, mas virou de costas como eu pedi. Coloquei o sutiã e praguejei.

– O que foi? - ele perguntou.

– O fecho é na frente.

– Ah, que ótimo. - ele se virou e ficou de frente pra mim. - Suba na cama, Taylor.

– O que? - revirou os olhos.

– Suba na cama, assim fica mais fácil eu fechar o sutiã.

– Ah, tudo bem... - subi na cama e fiquei de frente para Harry, que agora estava alguns centímetros mais baixo que eu.

Harry pegou as pontas que unem o meu sutiã com as pontas dos dedos, o que fez com que eu corasse automaticamente.

– HARRY, MAS QUE MERDA VOCÊ ESTÁ FAZENDO? VOCÊ ESTÁ DANDO UM NÓ NO SUTIÃ! ISSO NÃO É A COMBINAÇÃO DE UM COFRE! - A anta que finge ter um cérebro estava tentando abotoar a merda do sutiã há mais de quinze minutos.

– NÃO ME CULPE! Eu estou acostumado a TIRAR o sutiã das garotas, e não colocá-los. - Revirei os olhos para o comentário totalmente desnecessário.

– É simples! É só você passar um lado do feixe por dentro do outro, e depois virar, pra que o feixe fique preso! Até um idiota como você deveria conseguir! - Meus peitos já estavam doendo, de tanto que ele apertava para fechar o sutiã.

– Consegui. CONSEGUI! Eu não acredito! Eu mereço um prêmio por isso!

– Oh meu Deus! Ele conseguiu fechar o sutiã de uma garota sem que ela perdesse os peitos! - comecei a aplaudir.

– Crianças! Vocês tem três minutos para estarem com as malas na entrada da casa. Caso contrário, podem me dizer o modelo de caixão que vocês preferem.

– Sua mãe é um doce. - ironizei.

– Vamos logo acabar com isso. - ele pegou o meu short e me entregou. Passei as pernas por ele, mas não conseguia levantá-lo. Harry pegou as laterais e puxou para cima. Depois colocou suas mãos ao redor do meu quadril. Olhei para ele rapidamente e vi que suas pupilas estavam dilatadas e ele parecia estar prendendo o maxilar.

– Acho que tem alguém querendo perder os braços... - tentei aliviar o clima extremamente tenso que estava ali.

Harry riu e aproximou nossos rostos. Nossas respirações começaram a se misturar e eu pude sentir seu hálito inebriante.

– O que voc...

– Você disse sem mãos bobas. - ele disse com a voz extremamente rouca. Eu já comentei que a voz rouca dele é extremamente sexy? - Não estou usando minhas mãos. - sorriu maroto. Ok, o meu auto controle já não era dos melhores, com esse garoto me provocando então...

Suguei seus lábios de forma feroz. Isso o fez estremecer e apertar meus quadris com mais força. O beijo não era nem um pouco calmo ou delicado. Era extremamente sensual e quente. Com mordidas, chupões e cheio de mãos bobas.

Quando o ar se fez necessário, Harry não parou de me beijar. Apenas desceu para o meu pescoço. Deixando ali várias mordidas e chupões que com certeza me trariam hematomas mais tarde. Uma das minhas mãos estava em seu cabelo, puxando seus fios de forma que devia estar doendo. Mas se estava, Harry não demonstrou.

Ele desceu mais com a sua boca, passando para o meu ombro e logo em seguida para os meus seios. Empurrei Harry com toda a minha força, fazendo com que ele caísse na cama. Ele sorriu pra mim de forma marota, e me puxou para cima dele. Mordi seu lábio inferior com um pouco de força demais, isso fez com que seus olhos saíssem de órbita e um gemido baixo escapasse dos seus lábios. Eu estava por cima dele, então conseguia sentir um certo volume em sua calça. Mordi seu lóbulo e sussurrei em seu ouvido:

– Você teve trabalho demais pra colocar meu sutiã, para tirá-lo agora. - eu ri da sua careta ao ouvir o que eu disse, e sai de cima dele.

– Eu não acredito que você me deixa assim, e depois sai rindo numa boa.

– Vamos logo, antes que a sua adorável mãe nos esfaqueie.