Premonição: Encurralados escrita por PeehWill


Capítulo 6
Capítulo 05: Inconectável


Notas iniciais do capítulo

Mais um nome ruim de capítulo. Tá, não sou bom com nomenclatura, mas tive uma boa intenção em não deixar de fora que o título tem muito a ver sobre a lista da morte, aproveitem!



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30 de junho de 2011

Chase acordou angustiado. Teve vários pesadelos durante a noite, já que dormiu pensando nas palavras de Katie sobre os desastres e seus sobreviventes mortos de modos bizarros. Ele não queria mais pensar nisso, mas era tudo o que vinha em sua cabeça naquele momento.

Ergueu-se da cama com disposição e foi até o banheiro, lavando o rosto e pensando no sangue de dois dias atrás. O dia em que soube da morte de Briana. Desceu para tomar café e como de praxe, sua mãe não estava em casa. Então, resolveu ir até o computador para dar mais uma pesquisada, quem sabe pudesse descobrir algo mais sobre aquele papo de "todos que sobreviveram ao desastre morreram".

Chegou no quarto e ligou a máquina. Esperou aparecer a área de trabalho e foi até a internet, digitando na barra de pesquisa: PREMONIÇÕES DE ACIDENTES. Depois de ouvir as três histórias diferentes sobre o colapso da ponte, onde o tio de Katie havia sobrevivido e morrido posteriormente; sobre a explosão do Voo 180 e sobre o engavetamento de carros na Rota 23, ele queria saber mais a respeito. Queria ir a fundo no porquê de tudo aquilo estar ocorrendo? Se existiam mais casos como aqueles.

Ele poderia interligar todos, e se houvesse um padrão, precisaria descobrí-lo. Colocou o café ao lado da tela do computador, estava muito quente para permanecer em suas mãos. Várias páginas apareceram, mas somente na terceira ele encontrou o que procurava. O site em que foi parar tinha a seguinte notícia:

"Amigas morrem carbonizadas em câmaras de bronzeamento artificial, após sobreviverem ao acidente na montanha-russa de um parque de diversões em McKinley, Pensilvânia."

Caraca! Então quer dizer que é verdade? Não. Não pode ser! Preciso achar mais desses, só assim confirmo a teoria de Katie. – Ele continuou procurando.

Chase conseguiu achar mais notícias:

"Jovem tem parte da cabeça arrancada por ventoinha de motor em DriveThru, na cidade de McKinley."

"Acidente envolvendo carros de corrida no autródomo McKinley mata a várias pessoas que assistiam à competição."

"Sobrevivente do acidente no autódromo tem partes de seu corpo sulgados por drenagem de piscina."

"Homem morre em chamas, após ser arrastado por vários metros pelo guincho do próprio veículo."

Chase não acreditava nas notícias que via em vários sites sobre premonições. Todas aquelas pessoas, tanto a do acidente na montanha-russa, como no autódromo estavam mortas. Porém, como aquilo acontecia? Tinha de ter uma explicação cabível para tudo aquilo acontecer com as vítimas dos desastres. Mas ele sentia que não havia acabado a procura insistente, e um trecho no final de um dos sites o fez congelar.

"...E tudo isso, porque eles simplesmente enganaram a morte e mudaram o curso do destino. Se morreriam de qualquer jeito, por que evitar isso? A morte só quis pegar o que era dela por direito. E eles só morreram porque era isso que iria acontecer se tivessem ficado e participado dos acidentes. A morte odeia que estraguem seus planos e não há escapatória..."

Chase deixou uma lágrima brotar em seus olhos e um vento soprou em seu quarto. Mais uma vez, a persiana estava fechada. Naquele instante, Chase sabia que ele e seus amigos, sobreviventes do desastre na caverna, estavam sendo perseguidos por algo. Seria a própria morte?

— Briana foi a primeira... Mas como saber quem é o próximo ou a próxima? — Externou seu pensamento.

O jovem não sabia a quem recorrer, só sabia que não tinha como descobrir a próxima pessoa que teria a vida extinguida. Então, resolveu reunir todos e contar a eles o que ele havia descoberto. Então, rapidamente, percebeu o tempo carregar suas nuvens e nublar. Provavelmente uma chuva torrencial estava prestes a cair. Ligou para Allison e Oliver, pedindo que eles tentassem contato com os demais: Katie, Preston, Jayden e Shane. Todos precisavam saber o perigo que corriam.

x-x-x

— Não posso, estou ocupado. – Preston disse, enquanto subia as escadas que davam acesso ao telhado de sua casa.

— Por que não? Chase descobriu algo importante e precisa falar para todos.— Allison argumentou, não satisfeita com a resposta de Preston.

O nerd suspirou pesadamente, farto daquele assunto. Aborrecido, retrucou:

— Ele tem outra explicação para o que aconteceu com Briana? Ele pelo menos sabe o que aconteceu com ela?

— Esse é o motivo da reunião, acredito que o Chase tem muita coisa pra explicar e precisamos ouvi-lo.

— É uma pena que ele esteja tentando achar lógica dentro de algo tão simples, como uma fatalidade. Isso se chama culpa de sobrevivente. — Preston rebateu, sem a mínima vontade de continuar aquela ligação. Ele não tinha mais nada a falar com Allison.

— Então tá, faça o que quiser. Eu aviso se tiver novidades, até mais.— Ela desligou, revirando os olhos.

Preston guardou o celular no bolso de maneira desajeitada, se equilibrando. No momento, endireitava sua câmera em um tripé, em cima do telhado de sua casa.

Do outro lado da rua, avistou os vizinhos de frente saírem da garagem com o carro. Aparentemente fariam uma viagem, sem que ninguém da vizinhança soubesse ao certo o motivo. Eles olharam desconfiados para o jovem curioso, enquanto Preston acenou, endireitando seus óculos de armação azul. Ele usava uma bermuda creme repleta de bolsos e uma blusa xadrez de botões. Seu cabelo castanho estava bagunçado e o sol tocando seu aparelho refletia no retrovisor do veículo.

x-x-x

Enquanto Preston entranhamente encaixava a câmera no tripé, sobre o telhado de sua casa, Chase dava uma última olhada no site que visitara recentemente. Depois, tomou um banho rápido e decidiu dar uma última olhada na aba que deixou aberta por alguns instantes. Estava prestes a sair do quarto, quando um detalhe chamou sua atenção.

Em um quadro vermelho, em letras negras, o dono do site advertia:

"...E se você está passando pelos mesmos problemas, é melhor encontrar logo os sinais. Procure um padrão para as mortes, ou do contrário, será tarde demais!"

Quem diabos é esse cara? Como ele sabe tanto sobre esse lance de premonições e de esquema da morte? Como sabe tanto? – Chase murmurou, enquanto pegava seu celular e guardava no bolso.

Deveria encontrar-se com os amigos e os demais sobreviventes na "DieT", a lanchonete preferida dos adolescentes do bairro, principalmente pelos encontros de alunos após as aulas. E apesar do nome propositalmente irônico, era muito conhecida pelo sabor e qualidade dos lanches oferecidos.

Chase saiu porta afora em direção à lanchonete. Seus amigos, a esta altura, já haviam chegado, enquanto ele estava próximo da rua da casa de Preston. Na sua mente, partes do texto martelavan: "procure os sinais, procure um padrão, antes que seja tarde!" Mas... Que sinais? Quais padrões? Quando o dono do site se referiu ao padrão, deveria estar falando da ordem em que as mortes acontecem... Mas como descobrir isso? Tem que ter um jeito!

Chegou à rua onde os Gifford moravam e avistou o jovem de longe, em cima do telhado da própria residência.

— Você não vai? – Chase gritou, parado na frente da casa.

— Não estou afim! Além disso, tenho mais coisas pra fazer, não está vendo? – Preston tentou achar a melhor posição para o cabo plugado em sua câmera. – Não me importo com você, nem com sua mediunidade. Tente um programa de TV!

Preston teve de esticar o cabo até uma extensão, que dava na tomada dos fundos da casa. O fio rastejava pela parede, até passar pelo telhado e por fim, chegar no dipositivo conectado à câmera, agora ligada.

— O que pretende fazer com isso? – Chase encarou-o, apontado para a aparelhagem tecnológica. Por um minuto, pensou que o telhado era alto demais e aquela ideia parecia ser igualmente arriscada, independente do motivo que o levara até ali.

— Estive espionando meus vizinhos e agora que eles vão viajar, tenho mais chances de descobrir o que eles escondem no sótão. – Ele respondeu com um tom de voz comemorativo.

— Mas o que... Como assim, Preston? Como vai conseguir ver? – Chase indagou descrente.

— Está vendo aquela janela ali? – Preston apontou para uma enorme vidraça localizada próxima ao telhado da casa frontal.

O garoto na calçada moveu o olhar até a janela do outro lado da rua, que deveria dar para o sótão dos vizinhos. Quem esconderia um segredo no sótão com uma janela tão grande como aquela?

— Preston, desce daí, cara! É uma ideia idiota.

— Há algumas semanas, eles vêm enchendo o sótão com várias caixas e coisas pesadas dentro de sacos plásticos pretos. Com essa câmera SupraZoom novinha, vou poder o mais próximo possível do que guardam lá. Eu sei que eles estão cometendo algum crime e vou descobrir do que se trata! Assim, posso contar para a polícia e ganhar uma boa recompensa para um mini-game novo. – Ele sussurrou de maneira destemida.

Chase nunca tinha visto Preston tão confiante. Talvez, ele tivesse mesmo mudado. Não significava, que para melhor.

— Ok, faça o que achar que deve fazer. – Chase virou-se, para continuar seu caminho. Não perderia mais tempo tentando convencer o colega a não ser imprudente. – Então, depois eu te conto o que conversamos na reunião. Pode continuar com sua investigação maluca.

Chase pôs a mão no bolso e marchou para fora da propriedade em silêncio.

x-x-x

No meio da caminhada, antes de dobrar a esquina, um barulho assustou Chase. A porta da garagem dos vizinhos de Preston abriu sem precedentes. Porém, se Preston estava de olho na casa, os proprietários não deveriam estar lá.

— Que estranho... – Chase balançou a cabeça negativamente e seguiu caminho, afinal, Preston sabia no que estava se metendo ao espioná-los.

Chase estava a um quarteirão de distância da DieT, mas longe o suficiente da casa de Preston.

O nerd ainda não havia conseguido o ângulo perfeito, então pegou o tripé e deu um giro naquela parte do telhado, procurando o melhor ângulo para filmar o sótão dos vizinhos.

O sol brilhava acima dele e fazia a lente da câmera, lançar um feixe de luz, que atravessava a rua, atingindo o portão da garagem que havia fechado estranhamente. O céu não estava mais nublado, as nuvens haviam sumido, dando lugar à abóbada celeste azul.

Preston cessou, pôs o tripé ali mesmo, a câmera estava posicionada no lugar certo, o ângulo estava perfeito, mas, ao dar vários giros em torno do local, não percebeu que havia acabado de enrolar o fio da câmera, em um flamingo que estava bem próximo à ele, sua mãe havia comprado aquele flamingo à algumas semanas, desde então ele sempre quis arrancar aquele flamingo de suas vistas, mas, nunca teve oportunidade.

Ele colocou o olho na lente da câmera, fixando-o na janela do sótão, deu o zoom, o bastante para poder avistar os sacos pretos abertos, mas, a caixas ainda estavam vedadas o que estava difícil. Repentinamente, um vulto passa na lente da câmera, o assustando, ele cai para trás batento sua cabeça na base do flamingo, desprendendo um pouco sua base do telhado.

Seus olhos abrem novamente, ele está com um baita de um galo na cabeça. Uma rajada de vento forte faz o tripé balançar e o mesmo gira várias vezes, pendendo no telhado, enrolando seus fios no pescoço do jovem nerd, que começa a ficar sufocado e agoniado.

— Dro-ga! – Deu para se ouvir isso, enquanto ele tentava se desprender dos fios da câmera de grande porte.

O flamingo desprende um dos suportes do telhado, empurrando Preston para frente, fazendo escorregar pelo telhado, indo em direção ao chão. Ele tenta se segurar, mas, os fios ainda estão apertando seu pescoço e sem poder respirar, suas forças vão-se indo aos poucos, eles escorrega mais uma vez, ele passa do telhado e se vê em uma queda livre.

Ele sente seu pescoço ser comprimido mais e mais, desta vez, a câmera e o tripe haviam rolado, impedindo que o jovem caísse. Ele estava pendendo, balançando para lá e para cá, estava pendendo pelo epscoço enrolado pelos fios da câmera. Várias vezes tentou puxar os fios do pescoço, mas, seu rosto estava começando a ficar roxo e seus olhos irritados, sua gargante e seu pescoço se comprimiam, fazendo ficar sem oxigênio.

Ele olha para cima e vê somente a câmera chacolhar. A câmera impede que o flamingo caia, mas, não é isso que a morte quer. Então o fio se desconecta da tomada e se solta, fazendo a câmera se desprender e abrir espaço para o flamingo.

Preston cai de costas no chão, o baque faz com que ele tossa muito e ao olhar para cima, rapidamente, ele grita, a câmera cai ao seu lado, ele se sente aliviado, mas, o flamingo vem em seguida, caindo de pé. O barulho da carne do jovem sendo rasgada é ouvido, alguns ossos também quebraram, uma das patas de ferro do flamingo, penetrou o olho do nerd, que neste momento não para de jorrar sangue, como um irrigador, a outra pata de ferro penetrou sua garganta, rasganto a pele de seu pescoço ferozmente, a poça de sangue logo se forma ali e ao escutar o barulho, sua mãe abre a porta e se depara com o filho, seu grito é ensurdecedor.

Foi escutado à quilômetros, inclusive por Chase que já se aproximava do Die Savoring, ele olhou pela última vez para as expressões de Allison, parada fora do estabelecimento, deu meia volta e correu, descendo a rua novamente.

Allison pediu que os outros a seguissem e foi isso que eles fizeram, correram atrás dela.

Chegando em frente à casa de Preston, Chase fica horrorizado com a cena, seu amigo está quase irreconhecível, seu rosto ainda permanece arroxeado, enquanto um de seus olhos irritado é vizível, o outro é completamente desfigurado, com o ferro penetrado no mesmo, com aquela pasta rubra lavand seu rosto completamente, que xiringa pelaúltima vez sangue da abertura causada pela pata do flamingo.

— Meu Deus! – Katie leva a mão à boca.

Allison vira seu rosto, Chase, Shane e Jayden ficam boqueabertos com o corpo do colega de classe nerd, Preston.

— Está acontecendo! – Chase murmurou, ainda em choque.


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