Um mês havia se passado desde o retorno de Jade. Brigas entre a ruiva e Perrie tornaram-se comuns, mas o que todos se perguntavam era o motivo. Ninguém entendia nenhuma conversa ou discussão entre as duas.

O “namoro” de Annabella e Harry ainda não havia terminado, eles pareciam ser o casal mais invejado da escola, e também o mais admirado. Era como se todos quisessem ter um namoro como o deles.

Louis e Eleanor estavam mais firmes que nunca, como se uma camada de felicidade os rodeasse. Infelizmente não se podia dizer o mesmo de Danielle e Liam, a morena sumia repentinamente pelo menos três dias de cada semana sem nem ao menos dizer onde está, e Eleanor a acompanhava quando não estava em seu curso de modelo. Pois é, ela entrou há algumas semanas.

Zayn? Bem, dele ninguém sabe. De uns dias pra cá ele sumiu e não deu satisfações a ninguém. Ninguém mesmo, nem sua família sabia de seu paradeiro.

Já Jéssica ainda insistia em perturbar o casal mais admirado da escola. A loira ainda achava que teria chances com o garoto. Ah se ela soubesse de toda a verdade...

Point Of View: Annabella Stewart

Mais um dia estressante de escola se passou, tendo que aturar as aulas do professor careca e barrigudo, as maluquices do professor de teatro – que inventou de fazermos uma peça escrita por nós mesmos, e um detalhe: teria que ser um musical em que nós mesmos escrevemos as músicas –, fingindo gostar de Harry... Bem, eu gosto. Mas é como um amigo. O amigo que Zayn não foi quando eu o contei sobre a verdade sobre eu e Styles.

– Bella? – alguém começou a estalar os dedos em frente a meus olhos.

– Hãm... Oi Els. – ri de minha distração.

– Quer ir comigo no curso?

Assenti levemente enquanto observava mais uma briga entre Jade e a ornitorrinca.

– Isso é muito estranho. – Eleanor comentou enquanto olhava pro mesmo ponto que eu.

– Não podemos fazer nada. – dei de ombros e começamos a caminhar em direção ao portão.

[...]

Acompanhei Els até sua casa e depois fui pra minha, mergulhada em pensamentos só descobri que cheguei quando bati de cara na porta. Então galera, que tal se eu prestasse mais atenção pra onde to indo? Impossível? Ah ok.

Subi as escadas assim que cumprimentei vovó – Patty tinha ido visitar uma prima em Denver – e fui pro banheiro tomar um banho rápido. Peguei uma roupa e arrumei meu cabelo em um coque solto. Passei pouca maquiagem, hoje meu rosto estava até que apresentável.

– Oi vó. – me joguei em seu colo, no sofá – Faz tempo que não almoçamos juntas, né? – perguntei sugestivamente, fazendo-a me encarar com um olhar acusador.

– Olha a neta que fui arrumar... – pude a ouvir murmurar – Vem. – minha vovó me ama tanto que me joga no chão pra levantar.

[...]

– Ixso tá mutcho goxtosu. – tentei falar ao dar a última garfada no macarrão.

– Percebi... – então Dona Carmen me olhava assustada. Como se ela não soubesse que eu gosto um pouquinho de comida...

Terminei de beber meu suco de laranja e fui ao banheiro escovar os dentes novamente. Quando desci Eleanor já me esperava sentada no sofá conversando com minha vovó linda.

– Ela você não joga do sofá, né?! – resmunguei enquanto pegava as chaves em cima da mesinha de centro.

Vovó apenas riu.

– Vão com Deus. – e deu um beijinho na nossa bochecha.

[...]

Fiquei passeando pela agência enquanto Els estava tirando fotos pra alguma revista de moda.

Esse lugar aqui é incrível. Adoro vir com ela pra cá.

Andei mais um pouco e depois sentei em um banquinho qualquer lá. Faz tempo que não entro no twitter, acho que vou ver como é que tá tudo por lá. Peguei meu celular e entrei.

Me assustei um pouco ao ver meu número de seguidores. Havia aumentado consideravelmente e eu não entrava ali há alguns meses.

Decidi fuxicar um pouco e descobrir o motivo de tanta gente me seguindo. Apertei em um dos links.

WILLIAM PIRANHO, FILHO DE UMA PUTA, VADIO, VAGABUNDO, PROSTITUTO, VIADO... – imaginem que eu o xinguei de tudo quanto é coisa, pois eu xinguei.

Aquele filho da mãe postou a porcaria dos meus covers no youtube. Não pensei duas vezes e tweetei:

Não sei por que, mas acho que vou cometer um homicídio. O que acha disso @WillCollins?

Não deu um minuto e várias mentions chegaram. A maioria sobre o motivo do meu último tweet. Já outras eram de pessoas perguntando como eu estava – se referiam à recente morte de meus pais, meus olhos marejaram enquanto eu lia tweets de apoio – e também tinham algumas perguntando quando eu postaria um novo vídeo.

Uma nova DM de... Will Collins.

Por que mudou seu número? Manda o novo, vamos conversar :)

E ainda tem a cara de pau de colocar uma carinha feliz? Argh! Respondi a DM mandando meu novo número.

Logo meu celular começou a tocar. Atendi já o xingando, tive que parar assim que um moço que estava por perto me repreendeu.

– Também senti saudades, Anna.

– Na boa, Jamie, se eu pudesse te arrebentava. – confessei revirando os olhos.

– Ahhhh, Anna. Eu sei que você gostou. Um talento desses não pode ser desperdiçado. Aliás, eu já tenho a autorização pra assinar um novo contrato. É só eu comprar sua passagem e você volta pra cá num instante, começaremos as gravações no dia... – foi aí que eu tirei o celular do ouvido e o deixei terminar de falar. Aproveitei o tempo e comprei um Nestea na máquina do corredor. Terminei de beber e coloquei o celular de volta no ouvido. – ...que aí vai dar tempo pra tirar as fotos e no dia seguinte você vai pra sessão de autógrafos e os outros detalhes do cd nós organizamos quando você chegar. Topa? – conhecendo esse doido como conheço eu já até posso imaginar como ele está: sentado na cadeira do escritório, com um copo de uísque na mesa enquanto anota o itinerário do dia seguinte numa de suas agendas e mordendo o lábio inferior tão forte que eu podia jurar que sangrava.

– Jamie, em primeiro lugar: não me chame de Anna. – fui interrompida por ele dizendo que também não queria que o chamasse de Jamie, dei de ombros e voltei a falar – Então Jamie, não me chame de Anna. Não vou voltar pra NY. Não tente me convencer de novo. E muito menos vou gravar novos vídeos ou gravar um CD. – dei ênfase na última parte, fazendo com que Eleanor – que acabara de sair da sala em que tirava as fotos – me olhasse extremamente confusa.

Fiz um gesto como se dissesse que explicaria depois e escutei o que ele teria a dizer.

– Mas eu preciso de um novo talento. – choramingou – Por favor, Ann – pigarreei – Bella.

– Pois procure em outro lugar. Eu não quero sair de Londres, por mais que eu sinta saudades daí, de você e daquelas outras pessoas que prefiro não citar, eu não quero sair daqui. – eu estou determinada. Não vou ceder.

– Então, você quer seu assento na janela ou corredor? – suspirei fundo, sabendo que aquilo iria demorar.

[...]

Finalmente consegui desligar o celular, Benjamin não parava de falar. Pois é, o nome dele é esse mesmo. O tão famoso empresário e compositor Will Collins, na verdade se chamava Benjamin. Bem, esse é só seu primeiro nome, mas eu o chamo assim porque ele odeia.

– Então...? – Eleanor me encorajou a falar.

– Um velho amigo. – qual é?! Eu não menti. Temos quase a mesma idade e eu o conheço e somos amigos há um bom tempo.

– Oh.

– Como foi a sessão de fotos? – perguntei empolgada.

– Ótima! Se eles gostarem de mim eu assino um contrato! Tem ideia do que isso significa? – ela respondeu no mesmo entusiasmo que eu. Talvez um pouco mais empolgada.

– Não... – estendi a pronúncia.

– Que eu serei profissional! Uma modelo profissional! Ai, esse é o meu sonho desde... Sei lá desde quando! – não me conti e a abracei. Isso é perfeito!

– Parabééééns! – disse assim que partimos o abraço.

– Obrigada! – respondeu sorrindo – O que vamos fazer agora?

Pensei por um instante.

– Compras?