Acordei debaixo de um lençol fino, meus olhos ardiam um pouco. Eu estava de regata e com a jaqueta de Seth.

Uma mulher que eu não conhecia estava do meu lado._ Oi! Que bom que acordou!_ disse ela.

_ Quem é você?

_ Sou enfermeira, trabalho no corpo de bombeiros. Você ficará boa, inalou pouca fumaça, por sorte. Quer que eu chame alguém?

A palavra fumaça despertou algumas lembranças em mim, mas a dor de cabeça estava me confundindo.

_ Quer que eu chame alguém?_ pergunou de novo.

_ Seth._ respondi simplesmente.

Ela saiu me deixando confusa, me levantei da cama jogando o lençol de lado. Estávamos de volta ao circo? Mas o que fazíamos ali? Andei até a prateleira, observando o trailer que era bem comum, mas não era o meu. Nas prateleiras tinha fotos... fotos de Johanes.

De repente tudo voltou a minha mente La Push, Seth, o incêndio forjado por Johanes, as palavras que ele disse. Na verdade nada havia sumido, eu que tentei esquecer.

Joguei o porta retrato na parede do trailer vendo o se espatifar com prazer. Fiz o mesmo com tudo que via pela frente, porta retrato, potes, folhas. Minha expressão devia estar totalmente transtornada. Seth entrou desesperado no trailer, me agarrando por trás, segurando meus pulsos, e sussurrando em meus ouvidos, palavras que eu não entendia de tanto que me remexia.

_ Calma, Aurya! Calma! Você está transtornada._ ele fez uma espécie de chave de pescoço frouxa, mas não me machucou, apenas me imobilizou.

Seth me puxou lentamente para o chão. Ainda me segurando, preocupadamente. Meus protestos foram se transformando em lamúrias baixas até se tronarem um choro parecido com um miado baixo.

_ Já passou, já passou!_ Seth sussurrava ao pé do meu ouvido. Seus lábios roçavam no meu pescoço, enquanto me balançava tentando me ninar.

_ Não! Nunca vai passar! Ele disse... ele disse... que minha mãe não morreu no meu parto._ falei com voz esganiçada._ Ela ficou doente depois... a culpa foi dele... a culpa dela ter morrido..._ eu mal conseguia formular uma frase.

_ Dela quem? Você não está falando coisa com coisa!

_ Minha mãe! Aquele desgraçado matou minha mãe!

_ Aurya, isso é muito sério... você não pode culpá-lo._ disse Seth me achando provavelmente uma louca.

_ Mas ele mesmo quem disse... Seth, o dinheiro era da minha mãe... ela e ele... _ tomei fôlego e soltei de uma vez._ Ele é meu pai.

Seth ficou sem palavras.

_ Oh meu Deus! Aurya... Sinto muito, não devia ter te trazido para cá, mas era o único lugar com ar condicionado nessa jossa! Esquece isso só por hoje, ok? Minha Aurya.

Eu sorri, totalmente abobada._ Fala de novo.

_ Minha Aurya! Minha, minha, minha! Só minha!