Memórias de Marionete: Potencial

 Dois meses depois

 - Você precisa completar esse Jutsu logo Deidara, nós ainda temos que ir atrás do Shichibi (sete caudas), você sabe que eu odeio deixar as pessoas esperando - o ventríloquo resmungava ao companheiro.

- Tudo bem Sasori no Danna – Deidara respondeu a ele.

 Sasori observava Deidara que permanecia em um pássaro no céu. O ventríloquo não poderia desobedecer às ordens extremas de Pein. Como o próprio Sasori havia dito, os poderes de Deidara ainda eram muito limitados, e ele ainda era apenas um garoto que até então, estava despreparado para enfrentar o poder de um Bijuu. Eles tinham exatamente um mês para se prepararem e pelo visto as coisas andavam um pouco estressantes mas que estava valendo bons resultados.

 - Você ficou mais habilidoso Deidara – Sasori resmungou a ele.

 - Obrigado Sasori no Danna mas, ainda não completei esse Jutsu e...

 Do céu, Deidara fitava a grande marionete, com muitas dúvidas em sua mente.

 - Mestre Sasori, você tem certeza que esse Jutsu não pode te ferir? – ele perguntou ao mesmo.

 - Deidara, já disse que ficarei bem, agora faça esse maldito Jutsu logo antes que eu perca minha paciência e acabe te matando – o ventríloquo exclamou.

 - Certo, certo, não precisa se estressar, eu farei o Jutsu – Deidara exclamou a ele indignado com a falta de paciência do parceiro.

 Deidara pegou um pouco da argila que tinha em sua bolsa e a engoliu por inteiro fazendo um selo de terra com as mãos em seguida, depois de alguns segundos, o mesmo contorceu o corpo e cuspiu uma quantidade absurda de argila. O ventríloquo observa e estudava cada movimento. Porém, ele se surpreendeu ao ver a forma que a argila tomou, a forma de um Deidara gigante.

 - Veja Sasori no Danna! Minha obra prima! – Deidara riu satisfeito consigo mesmo – Com isso, Itachi cairá aos meus pés!

 “Esse moleque nunca aprende” Sasori resmungou consigo mesmo.

 - É impossível escapar do poder de destruição de meu C4 Karura – Deidara ergueu os braços em cima do pássaro no céu – espero que isso não o afete mestre Sasori, não quero que você morra aqui desse jeito...

 - Detone isso logo Deidara – Sasori exclamou novamente.

 Deidara riu novamente mantendo sua feição satisfeita.

 - KATSU! – ele gritou.

 O Deidara gigante explodiu, uma explosão um tanto silenciosa, porém mortal, próximo a eles, haviam vários animais, como num piscar de olhos, os mesmos foram se desfazendo, todos os seres vivos ali foram se desintegrando em pequenas partículas. O ventríloquo se mantinha intacto, apenas observava o estrago a sua volta e voltando a olhar para Deidara no céu.

 Deidara manteve-se de olhos fechados e com um sorriso no rosto, ele parecia sentir aquilo, como se aquilo fizesse parte dele, como se ele precisasse daquilo mais do que tudo, sentir sua arte viva! O mesmo voltou a abrir seus olhos e os dirigiu a marionete de Hiruko intacta, e num movimento com o enorme pássaro se dirigiu ao ventríloquo na terra. O mesmo pousou o pássaro e pulou para fora dele, o pássaro de argila sumiu em uma cortina de fumaça. Deidara andou em direção do ventríloquo e o fitou.

 - Mestre Sasori você esta morto? – ele exclamou.

 O silêncio tomou conta do lugar por breves segundos, Deidara fitava a marionete indiferente pensando que havia acabado de matar seu parceiro e como ele iria levar um breve sermão de Pein, isso se fosse só um sermão.

 - Mestre...

 - Você precisa apenas concentrar melhor o poder destrutivo do Jutsu, para assim você conseguir atingir uma distância ainda maior – Sasori exclamou a ele.

 - Ah?! Sasori no Danna, eu pensei que estivesse morto – ele disse incrédulo – mas...como você pode sobreviver a isso?                                                                

 A parte de cima de Hiruko abriu no mesmo momento, e um jovem de cabelos avermelhados saiu de dentro da marionete. O mesmo fitou Deidara que permanecia confuso com a situação. O ventríloquo começou a desabotoar a capa negra que o cobria, quando Deidara o fitou melhor, sua feição ficou incrédula ao ver a imagem do corpo do ventríloquo. Porém o garoto se recuperou e sorriu para o ventríloquo.

 - Então é por isso... – Deidara resmungou – você se transformou em uma marionete, é por isso que esse ataque não fez efeito algum.

 - Nessa forma, nenhum tipo de ataque pode me atingir...quando estou nessa forma eu sou “imortal”.

 - É por isso que eu o admiro como um artista Sasori no Danna, grandes artistas pensam além de qualquer coisa...

 - Você tem razão – Sasori exclamou voltando a entrar dentro de Hiruko e fechando o compartimento de cima da marionete - porém, temos muito a fazer e agora que você aperfeiçoou suas habilidades, acho que nós estamos preparados para ir a procura do Jinchuuriki do Shichibi...

 - Jinchuuriki do Shichibi? – Deidara perguntou.

 - Sim, um dos nove Bijuus. Na verdade esse era o Jinchuuriki de Orochimaru mas, o idiota fez o favor de abandonar a organização. Agora cabe a nós capturarmos o Bijuu e além de tudo cabe a mim matar aquele maldito do Orochimaru...

 - M-Mas, Mestre Sasori, esse Orochimaru não é um dos três lendários? – Deidara resmungou.

 - Sim, e daí? – Sasori disse ríspido.

 - Bem, eu não sei o que aconteceu entre vocês enquanto vocês ainda eram uma dupla na organização, mas ele deve ser alguém poderoso e deve possuir grandes habilidades e sendo assim...como você irá matá-lo? – o garoto perguntou.

 - Eu tenho algumas fontes seguras... – Sasori respondeu.

 - Entendo – Deidara resmungou consigo mesmo.

 - Lembre-se, nós precisamos capturar o Jinchuuriki vivo, então, você não poderá usar esse Jutsu, esse Jutsu você só usará em casos extremos, nunca contra um Jinchuuriki. Quando você esta lidando com um Bijuu você deve pensar em hipóteses, apenas atacá-lo propositalmente não adiantara em nada, você precisa avaliar a situação primeiro e somente assim você irá vencer...

 - Isso parece ser divertido, minha arte suprema esta preparada para isso – Deidara exclamou orgulhoso de si.

 - BAKA! – o ventríloquo resmungou novamente – jamais subestime o poder de um Jinchuuriki por mais incapaz que ele seja, Jinchuurikis são pessoas que conviveram com o ódio e a solidão, isso faz com que as pessoas se revoltem...Não é da natureza de um Jinchuuriki perdoar, por isso você deve estar devidamente preparado.

 - Claro, então acho melhor irmos Sasori no Danna, senão iremos nos atrasar – Deidara disse irônico.

 - Baka! – o ventríloquo resmungou.

 Os dois começaram a andar em direção a alguma vila próxima em busca de informações sobre o tal Jinchuuriki do Shichibi. Como o Jinchuuriki estava designado a Orochimaru, todas as informações estavam come ele, e o mesmo não havia comentado com ninguém sobre elas. Agora cabia aos dois Akatsukis conseguirem as informações por si mesmos. Depois de andarem por algum tempo eles haviam chegado a um pequeno vilarejo que se encontrava perto da vila da cachoeira.

 O vilarejo era pequeno e não muito movimentado, viviam apenas alguns habitantes locais e comerciantes. Os dois Nukenins andavam desapercebidos das pessoas, apenas resmungavam coisas sobre como aquele vilarejo era medíocre e desprezível. Enquanto andavam pelas ruas empoeiradas, ambos avistaram um homem mediano conversando com dois guardas, ele falava indignado sobre algum assunto. Porém, ambos pararam de conversar quando avistaram os dois homens estranhos usando capas negras com nuvens vermelhas desenhadas nelas, e ainda por cima uma espécie de chapéu que cobria seus rostos.

 - Q-Quem são vocês? – o homem indignado até então exclamou.

 - Acho que esse é o chefe da cidade Sasori no Danna – Deidara exclamou ao parceiro ao fitar o crachá na roupa do homem com uma inscrição nele.

 - Provavelmente – Sasori exclamou.

 - O que vocês querem? – o homem exclamou – Digam!

 - Esse cara esta me dando nos nervos, os modos dele são piores que os seus Deidara –Sasori resmungou ao parceiro.

 Deidara apenas estampou um sorriso no rosto.

 - Nós procuramos informações sobre o Jinchuuriki do Shichibi – Deidara exclamou a eles.

 O homem pareceu que iria cair para trás ao ouvir as palavras de Deidara. Os dois guardas também se manterão com suas feições surpresas e indiferentes voltando seus olhares do homem que provavelmente era seu chefe, para os dois homens estranhos a sua frente. O homem abaixou a cabeça e a levantou rapidamente, sua feição agora era de raiva.

 - Mate-os! – o homem exclamou aos guardas.

 Rapidamente os guardas sacaram suas katanas e partiram para cima dos dois Akatsukis. A cauda de Hiruko apareceu rapidamente barrando o ataque dos guardas e em outro movimento a cauda acertou-os ferindo os mesmos, fazendo com que eles caíssem no chão, derrotados. Os dois Akatsukis voltaram seus olhares para o homem que permanecia trêmulo a sua frente.     

 - Fale-nos sobre o Jinchuuriki do Shichibi – Deidara exclamou novamente, um tom um pouco mais ameaçador.

 - E-Eu...não posso... – o homem falava trêmulo.

 - Se você não falar, eu explodirei todas as casas desse vilarejo, uma a uma – Deidara falava agora humorado.

 - Oh, meu Deus! Não faça isso...por favor! Nós estamos proibidos de falar sobre... – o homem resmungava.

 - Um! – Deidara exclamou.

 - E-Eu...

 - Dois!

 - Por favor...não posso falar...

 Sasori resmungou algo inaudível.

 - Que pena... – Deidara exclamou – KATSU!

  Uma das casas não muito próximas a eles explodiu após Deidara gritar. O homem mantinha sua feição trêmula e agora de mais puro medo ao ver a cena. As pessoas em volta corriam curiosas para ver o que havia acontecido.

 - Se você não falar...eu explodirei mais coisas! – Deidara exclamou a ele novamente ameaçador.

 - Não, por favor! Eu falo, afinal, eu não tenho mais nada a ver com as pessoas da vila da cachoeira...

 - Vila da Cachoeira? – Sasori resmungou.

 - Sim, o Jinchuuriki do Shichibi se encontra na Vila da cachoeira, ela se chama Fuu, é uma garota de cabelos esverdeados, ela vive em uma área meio que isolada da vila, devido que alguns habitantes não há aceitem por ela ser bem...por ela ter um monstro dentro de si.

 - Uma Jinchuuriki mulher? – Deidara indagou.

 - Sim! – o homem disse – isso é tudo o que eu sei...

 - Claro! Já que você nos ajudou eu não destruirei as casas desse vilarejo... – Deidara exclamou a ele.

 - Oh...mas, por que...porque vocês querem saber disso? – o homem indagou mais uma vez.   

 - Isso não lhe interessa! – Sasori era quem resmungou agora – Deidara vamos nos apressar.

 - Claro, Sasori no Danna – Deidara disse.

 Os dois se viraram em direção à saída da vila, o homem apenas os fitava ainda perplexos enquanto os via desaparecer. Após terem saído do pequeno vilarejo, ambos se mantinham indiferentes, Deidara manteve um meio sorriso no rosto.

 - Bem...eu prometi que não iria destruir as casas e não a cidade inteira – Deidara exclamou.

 Sasori olhava intrigado para ele, ambos continuavam andando. Foi quando Deidara fez um selo com a mão.

 - KATSU! – ele gritou.

 Uma grande explosão ecoou pelo lugar atrás deles, o vilarejo agora não existia mais. Sasori voltou a olhar para frente.

 - Você tem potencial Deidara – Sasori exclamou a ele.

 Deidara riu indiferente com o elogio vindo do ventríloquo. Ambos continuaram a andar em direção a vila, que não ficava longe dali, na verdade era bem próxima ao local onde eles estavam. Ambos entraram discretamente na vila a procura de mais informações sobre a exata localização do Jinchuuriki. Porém, não demorou muito ao eles seguirem um grupo de jovens, onde os mesmos estavam atormentando uma garota de cabelos verdes que parecia furiosa com aquilo.    

 - Acho que a encontramos, Sasori no Danna – Deidara exclamou a ele.

 - Provavelmente – Sasori respondeu a ele – vamos acabar com isso logo.