Dentro de Mim escrita por Milady Sara


Capítulo 4
Os problemas não param


Notas iniciais do capítulo

Ontem fui ver Valente no cinema!!
Merida is perfect!!



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“Os shinigamis existem para matar pessoas e não para salvá-las.”

“Meu monstro interior nunca deve ser acordado. Faz muitos estragos no qual no final eu sou quem mais sai perdendo.”

Ravena POV

Eu estava em meu quarto meditando. Os outros tinham saído para pegar Dr. Luz que havia roubado um banco.

Meu surto de ontem me rendeu dois dias de folga que até o momento usei para meditar. Respirei fundo e voltei para o chão (estava flutuando). Eu precisava de ajuda. Fui até minha penteadeira e peguei meu espelho de mão.

O coloquei paralelo com meu rosto e senti aquela sensação de ser sugada por um redemoinho e em três segundos estava em uma rocha flutuante em um vácuo. Nevermore.

Para minha grande surpresa, todas as minhas emoções estavam lá, reunidas. Todas, menos é claro as duas que eu mantinha isolados para evitar maiores danos.

– Até que enfim! Pensamos que não vinha mais! - disse Rude rudemente (isso foi redundante).

– Sinto muito, mas alguém tem que cuidar da fonte de poder desconhecida. Por sinal, alguma de vocês sabe alguma coisa sobre ela? – minhas emoções balançaram a cabeça negativamente.

– Se você não sabe muito menos nós. – disse Tímida, baixinho. Suspiro e olho para o chão. Quando olho novamente para elas, estão do mesmo jeito que eu. Tem alguma coisa errada.

– O que? Aconteceu alguma coisa? – elas me olharam tristemente e eu compreendi. – Chegou aqui não foi?! Afetou vocês também. – não era uma pergunta. Elas em olharam desconfortáveis.

– Estamos mais fortes. – disse Conhecimento. Bufo e começo a massagear minhas têmporas olhando para o chão.

– Maravilha. A última coisa que eu preciso no momento é vocês mais fortes. – paro de massagear, quando um pensamento passa por minha cabeça. Olhei nervosa para Conhecimento. – Você não acha que... Aquelas duas...

Ela entendeu o que eu quis dizer.

– Provavelmente. – ela diz em resposta. – Mas, com as barreiras que você colocou, elas não podem fazer nada. – respirei aliviada.

– Mas, e agora? O que eu faço? – pergunto.

– O que você acha?! – disse Feliz.

– O que sempre fazemos quando surge esse tipo de dúvida. – completou Afeto.

– Procurar em um livro. – completou Preguiça.

Por que eu não pensei nisso antes? Sou a heroína mais CDF que existe.

– Bem... Melhor eu ir. Logo os outros voltam e eu tenho que arranjar uma desculpa para ir atrás desse livro. Se é que ele existe.

– Não vai contar para eles? – perguntou Tímida.

– Não. Já os envolvi demais nas outras vezes. Até logo.

– Boa sorte. – disse Valente.

Então voltei para meu quarto. Pude sentir que logo, os outros chegariam em casa. Tinha que checar se o tal livro que procurava realmente existia. E só existia um lugar na cidade que vendia livros assim. Com certeza lá poderiam me ajudar.

Desci as escadas. Fui pela escada que ia dar na cozinha. Iria encontrar com os outros mais cedo ou mais tarde. Assim Robin me viu assim que cheguei.

– Onde a senhorita pensa que vai? – disse ele se pondo na minha frente de braços cruzados e com a cara fechada.

– Se a senhorita aqui é obrigada a descansar, ela quer pelo menos algo novo para ler.

– Por que não pede para Estelar comprar para você?

– Porque ela não sabe negociar. Pagaria sessenta dólares em um livro de um sebo se deixassem. – disse simplesmente. Ele não tinha como contradizer isso. – E você não aguenta passar vinte minutos sem ela. – Robin revirou os olhos e disse:

– Que livro? – tenho um pai da minha idade. Essa é nova.

– Sabe aquele livro que Estelar me deu? Formaturas Infernais? Faz parte de uma coleção. E eu acho que sei onde achar os outros volumes. Além do mais, se vou descansar é melhor eu ler algo menos sério. - e alguns ainda dizem que minto mal.

– Hmmm... Esta anoitecendo.

– Acho que posso me cuidar papai. – pensei que ele fosse insistir, mas ele cedeu. Não o esperei mudar de ideia e logo saí da Torre.

Já eram quase seis horas quando cheguei ao sebo/ livraria do outro lado da cidade. Quando abri a porta ouvi aquele familiar som do sino tocando em cima da porta.

– Olá Geraldine. – digo cordialmente.

– Ravena! Há quanto tempo! – Geraldine é mãe de Herald. Ela era a antiga portadora da corneta, mas há oito anos passou o cargo para o filho. Tinha cabelos curtos brancos e algumas rugas no rosto. Ela era a única pela região especializada em livros mais... Incomuns. – O que vamos querer hoje?

– Bem, hoje eu queria algo mais específico.

– Continue. – tentei lhe explicar do melhor jeito que pude que estava procurando um livro que falasse sobre poderes fortes, imprevisíveis, suor estranho, perda de controle... Sem nunca é claro, citar meu nome. – Por que quer algo desse tipo? – ela indagou levantando a sobrancelha.

– Curiosidade. – digo dando de ombros. – Soube que aconteceu com uma bruxa por aí, e queria me informar. - Ela me olhou desconfiada.

– Espere um segundo. – e desapareceu pela porta atrás do balcão.

O sebo/ livraria era um lugar não muito grande, mas mesmo assim aconchegante. O papel de parede era azul com desenhos da natureza (animais, plantas, essas coisas). Todas as paredes tinham estantes apinhadas de livros. No canto direito havia uma lareira crepitante com duas poltronas vermelhas e em cima da lareira um quadro de natureza morta. O balcão tinha dois metros no máximo, com um armário de vidro cheio de amuletos. E no estoque, que ficava atrás do balcão, estavam os livros mais raros. Cada livro lá era único.

Ela voltou do estoque com um livro de tamanho razoável em mãos. Tinha capa de couro gasto, páginas um pouco amareladas e estava um pouco velho.

Ela o colocou no balcão na minha frente. Assoprei a capa para tirar a fina camada de poeira. Não havia título. Abri na primeira página e vi o nome do livro.

O Templo.

Segundo Geraldine, o livro falava de uma mulher que sofria com os problemas que descrevi e como era sua jornada em busca de uma solução. Detalhe, história real. A autora teria escrito durante sua experiência. Agradeci e paguei a ela.

– Cuidado. – ela disse antes de eu sair.

Agora eram seis e meia. Tinha que passar no shopping, que por sorte era perto dali, para comprar Beijos Infernais e garantir meu álibi.

No caminho de volta passei por um beco, onde ouvi um barulho e parei para ver o que era. Instinto de super-heroína. Lá do fundo do beco, tropeçando nas latas de lixo veio um rapaz de uns vinte anos, com a roupa amassada, barba mal feita, e visivelmente bêbado.

– Ora, ora, o que temos aqui? – diz ele chegando perto de mim. – Olá querida. – podia sentir seu bafo de vodka. Não respondo. – Vamos, você sabe falar não sabe? – ele diz chegando perto demais.

– Não me toque. – digo duramente me afastando. Começo a sentir aquela energia dentro de mim. Ainda pequena. Tento afastar o cara de mim com meus poderes, mas eles não funcionam.

– Qual é gostosa, não seja chata.

– Não me chame de gostosa. Não sou uma das suas biscates.

– Nunca disse que você era isso. Só quis dizer que você é uma mulher de muitos... Atributos. – a ultima palavra ele praticamente arrota no meu rosto. Amaldiçoado seja o dia em que eu coloquei esse outro broche na minha roupa. Ele tenta aproximar a mão de lugares... Indevidos, mas eu o repeli com um tapa. – Você é bravinha hein?

– Nem faz ideia. - Digo entredentes com aquele poder se acumulando em mim, com um sentimento de raiva. Raiva não, raiva não.

Então tudo aconteceu num piscar de olhos. Ele tentou me agarrar, com a mão direita lhe dei um soco no nariz e pude sentir a osso ser esmagado por meu punho. Depois com a mão esquerda, concentrada de poder destrutivo, o empurro e ele voa até a parede do beco, onde se abre uma cratera onde ele bateu, e permanece lá inconsciente.

Sangue escorre por seu braço e nariz. Então tenho um repentino pensamento. Aquele sangue, quente e viscoso, molhando meus lábios, descendo por minha garganta... Rosno ao imaginar a sensação.

Não!

Balanço a cabeça tentando afastar aqueles pensamentos de minha cabeça. Eu não sou assassina, não sou um monstro...

Dou uma última olhada no rapaz e saio correndo de lá.

Mutano POV

Estávamos na sala assistindo algum episódio de Sobrenatural. Razões:

1 - Eu adoro Sobrenatural

2 - Meu dia de escolher o DVD

3 - Aliviar o clima RobStar que estava no ar

Robin e Estelar estavam do meu lado direito, o que era o inferno, já que nem os irmãos Winchester distraíam aqueles dois.

– Eu te amo. - disse Estelar agarrada ao pescoço de Robin.

– Muito muito? - perguntou Robin.

– MUUUITO MUUUUITO MUUUUITOOO! - argh! Cadê o meteoro gigante quando se precisa dele?

– Ai minha diabetes! - digo fazendo uma careta.

– Qual é galera, é para o almoço continuar no meu estômago! - diz Ciborgue acariciando a barriga.

– Desde quando amigo Mutano sofre com a doença? - pergunta Estelar inocentemente. Robin ri.

– Ele quer dizer que somos muito melosos. - ele diz afundando o rosto no pescoço dela. Depois vira a cara para mim. - Mas ele que conviva com isso. - a casa é minha também oras! - Não é minha linda? - e volta a enfiar sua língua na garganta dela.

Sério, vou vomitar um unicórnio. Volta pro episódio e esquece esses dois cara.


Dean: Nunca mais faça isso de novo.

Sam: Fazer o quê?

Dean: Desaparecer desse jeito.

Sam: Você estava preocupado comigo!

Dean: Só estou dizendo, que se você desaparecer assim novamente eu não vou procura-lo.

Sam: Claro que você vai.

Dean: Não vou não.

Então a porta se abre e uma Ravena arfante e apressada entra.

– Vá ver como ela está. - Robin desgruda seus lábios dos de Estelar para falar rápido comigo e volta para sua "tarefa" anterior. Qualquer coisa para ficar longe de você chefe.

Pulo o sofá e vou para a cozinha onde Rae coloca chá em uma xícara. Quando ela vai beber, percebo que suas mãos tremiam.

– Rae... - ela dá um pulo quando percebe que estou ao seu lado. - Tá tudo bem com você?

– Sim. Está tudo bem. - ela bebe o chá com a xícara tremendo.

– Tem certeza? - ela não havia me convencido. Primeiro, porque Ravena mente muito mal. E segundo, porque eu podia ver que ela não estava bem. O que era estranho já que ela era muito difícil de se ler. Sempre mostrava reações pequenas, mas agora, eu podia ver que ela estava muito assustada.

Ela então pegou os livros que tinha deixado na bancada e começou a andar apressadamente, mas eu a agarrei pelo pulso e a fiz se virar para mim.

– Está tudo bem mesmo? - pergunto sério. Ela me lançou um olhar... Sei lá... Triste, e assentiu.

– Tudo ok. Só preciso descansar. - ela se livra da minha mão e sai da sala.

Continuei a olhar intrigado a porta por onde ela passou. Tudo ok nada.


Kathleen: (sobre o Sam) O seu primo tem problema com bebida?

Dean: Duas cervejas e ele já está cantando no karaokê.


– Anda verdinho! Não vou aturar esses dois só nem a pau! - gritou Ciborgue.

– Tô indo. - dou uma última olhada na porta e volto para o sofá.

– Como ela está? - pergunta Robin agora abraçado com Estelar. Sério, como eles respiram estando tão grudados? Dou de ombros.

– Bem. Trouxe dois livros. - e me volto para a TV. Se Ravena tinha um problema e não queria nos contar, eu é que eu não ia desrespeita-la. Me concentrei no Dean e na policial Kathleen que convenhamos, era até bonitinha.


Kathleen: E acabaram de me responder. Diz aqui que seu distintivo foi roubado. E há uma foto sua.

(mostra a ele a foto de um cara grande e negro)

Dean: Eu perdi peso e tenho aquela doença na pele do Michael Jackson...


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Notas finais do capítulo

Esqueci de colocar antes - http://limey404.deviantart.com/gallery/#/d4sbax8 - novo visu da Ravena e do Mutano!!
De novo um arigatou pro João por me ajudar com a narração do Mutano!!
Geraldine foi fruto de uma epifania de última hora XP.