Dentro de Mim escrita por Milady Sara


Capítulo 15
Chuva


Notas iniciais do capítulo

Feliz dia das crianças!!
Awe )o) um dia que eu posto e não é de madrugada!
Bem, esse cap não foi tão grande mas coisas ocorrem nele! ;D E eu pensei nesse indo pro colégio, num dia de chuva, e na rádio tocou It Will Rain e depois Set Fire To The Rain então vcs já sabem, é dramático!
Megustem o cap :*.



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“Às vezes é preciso se aventurar fora do seu mundo para se encontrar.”

“Se você for me deixar, querida

Deixe alguma morfina na minha porta

Porque vai ser preciso muita medicação

Pra perceber que o que nós tínhamos

Nós não temos mais

Não há religião que possa me salvar

Não importa quanto tempo meus joelhos estejam no chão

Então mantenha na mente todos os sacrifícios que estou fazendo

Pra te manter ao meu lado

E evitar que você saia pela porta

Porque não haverá luz do sol

Se eu te perder, querida

Não haverá céu claro

Se eu te perder, querida

Assim como as nuvens

Meus olhos farão o mesmo

Se você se afastar, todos os dias irá chover

Chover, chover...”

“Eu deixei cair, meu coração,

E quando caiu, você se levantou para reivindicá-lo,

Estava escuro e eu estava acabada,

Até que você beijou meus lábios e me salvou,

Minhas mãos eram fortes, mas meus joelhos eram muito fracos,

Para estar em seus braços sem cair aos seus pés,

Mas há um lado de você que eu nunca conheci, nunca conheci,

Tudo o que você diria, nunca seria verdade, nunca é verdade,

E os jogos que você joga, você sempre ganha, sempre ganha,

Mas eu ateei fogo à chuva,

Vi a chuva cair enquanto eu tocava seu rosto,

Bem, o fogo queimava enquanto eu chorava,

Porque eu ouvi gritar seu nome, seu nome.”

“Amor é fogo que arde sem se ver;

É ferida que dói e não se sente;

É um contentamento descontente;

É dor que desatina sem doer.”

“Eu tentei fugir de mim

Me convenço de que eu cresci, mas eu não posso

Ela é tão artificial, demônios me seguem

Eu desisto de fugir de mim

Convencido de que cresci, mas descobri

Todas as minhas razões por obscenidade, tudo uma parte de mim”

“Se ele te ama e você acredita

Mexa seus joelhos

Se ele te ama quando você não tinha ido

Beije um beijo, um bom garoto joga junto

Mas cresceu dentro de sua alma ferida

Ele nunca mais vai deixar você ir.”

“Desde que eu te conheci, os dias são mais claros

Os fardos irregulares da vida são mais leves

Quando eu ouço você sussurrar as palavras que eu anseio ouvir, querida

Agora eu olho nos seus olhos

Estou perdido em saber que você é tudo que eu quero

Minha necessidade por você está crescendo

Talvez eu... posso estar me apaixonando por você

Pense em se apaixonar por mim também.”


Mutano POV

Quer uma dica pra vida? Nunca, mas nunca mesmo, peça informações para bichos! É sério! Rodamos por aquela floresta a noite toda! E como sempre, nada da Ravena.

– Nunca mais ouço vocês... – digo praticamente arrastando os pés enquanto ando.

– Ah, não foi tão ruim. – disse Robin.

– Pra quem? Eu fui ameaçado por uma raposa, perseguido por um lobo e atacado por um urso! Fora que eu não dormi, e estou com fome!

– Você é muito dramático. – dei língua para ele. Andamos mais um pouco até que saímos em uma clareira.

E lá, adivinha, os hippies do demo. Parecia uma espécie de enfermaria improvisada, aqueles quadrigêmeos estavam sendo enfaixados e medicados.

– Ah... Vocês. – disse Yeva enfaixando Gabe.

– É, nós. – Robin disse e assobiou. – Vocês levaram uma surra hein?

– Isso foi obra da sua amiguinha. – disse ela com um olhar de fúria. Ficamos em choque. Espera, Ravena fez aquilo? Impossível! Ela nunca conseguiria machucar alguém assim!

– Não pode ser. – disse Estelar.

– Ah pode sim. – disse Bran saindo sabe-se lá de onde. – Ela parecia possuída. Quase os matou. – ainda não conseguíamos acreditar. Se a situação tinha chegado a esse ponto, precisávamos encontrar Ravena o quanto antes.

Sem dizer mais nada, fomos embora dali. Andamos um pouco até acharmos uma trilha. Era um pouco parecido com uma estrada de terra, largo o suficiente para um carro passar. Tinha um pequeno filete de gosma preta ali, como um pequeno e fino rio.

Nos entreolhamos. Tínhamos que acha-la, mas... Sinceramente... Eu já começava a perder as esperanças.

Ravena POV

Andava devagar pela pequena estrada de terra. A cada passo a substância escorria mais por mim. Estava de cabeça baixa, sem acreditar ainda no que tinha feito, no que tinha acontecido. Acho que no fim ela estava certa, não poderia vencê-la mesmo se quisesse.

Ouvi um trovão. Logo ia chover. Continuei andando. Acho que no fim, não só ela com Kid também estava certo. Foi tudo em vão. Eu ia acabar morrendo de qualquer jeito, que seja então tentando resistir a esse monstro que vive em mim.

A chuva começou a cair, e eu parei de andar, só olhando para meus pés.

Mutano POV

Agora estava chovendo, andávamos desanimadamente e exaustos. De repente, Estelar caiu de joelhos no chão, Robin se abaixou e abraçou ela. Olhei para o chão, que era lama pura agora, e devagar cai, até também estar de joelhos.

Suspirei. Por que nada na vida pode ser fácil? Especialmente pra mim! Primeiro meus pais morrem, sou praticamente expulso do Esquadrão e justo quando tudo parecia ótimo, isso acontecia.

Olhei para cima, sentindo a chuva cair em meu rosto. Graças a chuva não havia mais nem sinal do cheiro de Ravena. Os outros podiam não me dizer mas eu sabia, todos estavam inclinados a ir embora e... bem, abandonar Rae. Mas eu nunca seria capaz disso. Acho que faz parte de mim, afinal você nunca ouviu falar de um animal abandonando um companheiro.

Olhei para frente. Eu vou te achar e te levar de volta pra casa sua gótica louca! Nem que seja a última coisa que eu faça!

Ravena POV

Agora mais do que nunca, parecia que as memórias que eu tinha de Jump City eram de muitos anos atrás.

Estelar tentando cozinhar alguma coisa, Robin tentando convencê-la da melhor maneira possível, Ciborgue gritando com o videogame enquanto jogava, Mutano me contando aquelas piadas incrivelmente sem graça dele e eu tentando ignorá-lo lendo.

E agora estávamos aqui, eu seguindo uma provável falsa cura para um problema, e eles atrás de mim . Levantei a cabeça para sentir as gotas d’água escorrerem por mim. Pensando bem, isso já tinha acontecido muitas vezes. Eu tentava fugir, ou resolver algo sozinha, e eles tentando me ajudar enquanto em relutava com isso.

Abri os olhos e estendi os braços, para limpar toda aquela gosma de mim. Sim, isso tinha acontecido muitas vezes, e nós sempre conseguimos. Melhor, eles nunca desistiram de mim. Só então percebi o quão idiota estava sendo. Se depois de tanto tempo e coisas pelas quais passamos, meus amigos nunca desistiram de mim. Então por que eu desistiria?

Voltei a andar, dessa vez, mais rápido. Podia ser verdade ou não, mas eu vou achar esse templo, nem que seja a última coisa que eu faça.

Depois de a chuva ter passado, e eu ter andado bastante, vi no canto da estrada, uma grande pedra, encostada em uma árvore. Era um lugar perfeito para meditar. Não me sentia bem para isso antes mas, depois de chorar e do banho de chuva, me sentia mais leve. Mesmo porque, precisava falar com minhas emoções.

Sentei na pedra, inclinei a cabeça e encostei no tronco da árvore. Tinha que ir para minha mente do modo manual já que não tinha mais o espelho. Respirei fundo e esvaziei a cabeça, até conseguir.

Abri os olhos e estava de pé, na frente de um carvalho, este tinha poucas folhas. Era geralmente ali, que eu conversava com minhas emoções. E elas estavam todas lá, sentadas na base da árvore. Me juntei a elas.

– Como se sente? – me perguntou Tímida.

– Sinto que os monges de Azarath me matariam por estar assim com minhas emoções. – respondo.

– Que se dane o que os velhos pensam! – declarou Valente.

– Mas você não veio aqui para falar disso. – disse Conhecimento.

– Não... – digo.

– Para que então? – perguntou Rude.

– Já entendi uma parte do que acontece nesse lugar. Tenho que aceitar minhas emoções, ou seja, vocês.

– Mas nós estamos todas bem! – disse Feliz.

– Sei disso. É porque já sou acostumada com vocês. Mas... Tenho duas com quem ainda não me acertei. E preciso resolver isso.

– Vai falar com elas então? – perguntou Afeto.

– Sim.

– Iremos todas com você. – disse Preguiça.

– Obrigada.

Todas nos levantamos, e andamos pelas pedras flutuantes. Até que chegamos a uma área realmente sólida, uma colina. Passamos por ela, e do outro lado, uma grande depressão. Fomos até lá.

Chegando a depressão, pude ver direito as duas gaiolas de ouro, postas lado a lado, cada uma com uma emoção minha dentro. A primeira gaiola, onde havia uma cópia minha com uma capa cor de magenta, estava intacta, perfeita. Afinal, ela nunca tentara fugir. A segunda, onde havia uma emoção minha com capa vermelho sangue, estava quase destruída. Havia sido mordia, lixada, e tentaram fazê-la derreter.

– Olha só quem veio nos ver. – disse a de vermelho se apoiando nas barras.

– Já já, eu falo com você. – digo e passo por ela, indo para minha emoção de capa magenta. – Oi.

– Olá. – ela diz com um sorriso simpático do centro da gaiola. Sempre que a vejo me pergunto se sou mesmo tão bonita como ela. – Veio falar conosco? Isso é um grande progresso sabia?

– É.

– Por que?

– Bem... Pra mim, isso está sendo como uma jornada de auto aceitação. E isso inclui me entender com você... – a olhei profundamente. – Amor. – ela sorriu quando eu disse seu nome. – Você parece melhor que da última vez.

– Temos vários motivos para isso. – ela sorriu. – Seu amor próprio, que por sinal demorou a aparecer, seus amigos e... Mutano. – ela riu.

– Ele não estaria incluído no “amigos”? – digo com um pouco de desgosto.

– Claro que está! Mas, você começou a sentir algo mais forte por ele, não negue!

– Não me faça desistir de soltar você.

– Então vai mesmo me soltar? – ela se aproxima das barras. Ando até a fechadura da gaiola, onde havia um grande cadeado. Uma chave apareceu em minha mão, e a usei para destrancar o cadeado, abri a porta da gaiola. Devagar, ela saiu de lá e respirou fundo. – Obrigada! - e se juntou as outras emoções.

Desviei os olhos de Amor, e olhei para minha emoção de capa vermelha, que tinha o capuz cobrindo sua cabeça, só mostrando seus quatro olhos vermelhos.

– Ravena. – ela diz com um sorriso maldoso.

– Raiva. – digo secamente e olho para a gaiola dela. – Você conseguiu fazer um belo estrago.

– A gente faz o que pode. Mas você e esse poder ajudaram bastante.

– Pena que eu já aprendi a lidar com ele perfeitamente. – digo levemente.

– Está mentindo. – ela franziu o cenho para mim.

– Estou? – digo com um pequeno sorriso.

– Agora a pouco você perdeu o controle! Como pode?!

– Podendo. Agora vamos lidar com você. – ela sorri de um jeito maldoso de novo.

– Vai me soltar?

– Só nos seus sonhos. – toco levemente as barras, e o ouro volta a ficar novo. E a gaiola deixa de ter porta e cadeado, somente barras. Em seguida, uma fina camada de um líquido preto começa a escorrer pelas barras, como um verniz. – Disse que estou numa jornada de auto aceitação, não uma jornada suicida. – ela rosna para mim, furiosa.

– Você me paga. – ela se encosta nas barras. Aproximo meu rosto devagar.

– Põe na conta. – começo a fazer o caminho de volta para a árvore, seguida de Conhecimento, Rude, Valente, Preguiça, Afeto, Feliz e a recentemente libertada, Amor. Esta, quando chegamos no topo da colina, acenou para Raiva como se fossem velhas e queridas amigas.

– VOCÊ ME PAGA RAVENA! VOCÊ ME PAGA! EU AINDA VOU SAIR DAQUI E VOCÊ NÃO VAI CONSEGUIR ME IMPEDIR! ESPERE E VERÁ! – conforme fui me afastando, os gritos dela foram se perdendo.



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Notas finais do capítulo

Quantos sacaram quais eram as duas emoções escondidas da Rae?
Bem, povo, final de semana que vem eu vou viajar, então talvez eu não poste o cap. Assim, volta aquele esquema, eu posto dois caps na semana seguinte blz?
Então, aqui está a minha fic nova, que lembrando, não vai interferir nessa de modo algum! - http://fanfiction.com.br/historia/276896/Kanawanu_Koi/
Aaaaaaaaaand, a fic que eu virei co-autora e ajudei a fazer o último cap postado :3 - http://fanfiction.com.br/historia/222321/Shinigami_War/
Mandem reviews!! Hj elas serão minha sobremesa pq já estou jantando u-u.