“Só tem um jeito de sair do inferno, você tem que matar o Diabo.”

“"Fiquei sem meus peões, meu cavalo, minha torre, meu bispo... E até a rainha... Mas ainda é muito cedo para um xeque-mate."”

“Nossa maior fraqueza está em desistir. O caminho mais certo de vencer é tentar mais uma vez.”

“Enquanto uns tomaram seus caminhos separados

Ainda há alguns que se apegam ao passado em vez disso

Mas se mexa, você está perdendo muito da sua vida

Eles dizem que é difícil permanecer o mesmo

Quando alguns fracassam, enquanto outros homens parecem vencer, meu amigo

Estarei com você aqui até o fim.”

“Acorde aqueles e levante-se hoje a noite

Almas caídas nós reluzimos tão brilhantes

Levante-se hoje e para sempre

Memórias perdidas

Ninguém pode nos tocar.”

Ravena POV

 Abri devagar os olhos. Tinha dormido bem depois da minha “conversa” com minhas emoções. Me estiquei espantando o sono. Achei que tinha blefado com Raiva, mas eu estava mesmo controlando aquela energia. Não prendendo, mas controlando.

 Enquanto colocava o saco de dormir na mochila ouvi uma conversa que fez eu me esconder atrás da árvore onde tinha meditado.

 - Tem certeza disso? – perguntou See-More.

 - Claro! – disse Jinx.

 - Não tem ninguém aqui! – disse Chip.

 - Eu senti uma energia poderosa! – insistiu Jinx.

 - Você está ficando doida. – disse Billy.

 - Ei! – ela parou de andar, fazendo os outros pararem também, bem na frente da pedra onde meditei. – Se eu disse que ela está aqui, é porque ela está aqui!

 - Mas não está. – disse Chip.

 - Ela deve ter andado! Anda vamos! – e continuaram a caminhar com Jinx enfurecida.

 Era hora de andar. Atravessei a estrada de terra e caminhei pela floresta, até que senti uma picada no pescoço. Achei que fosse um mosquito, mas era algo de vidro. Puxei do pescoço. Era como um dardo, um pequeno recipiente de vidro, com uma agulha na ponta.

 - Droga. – digo e caio no chão. De trás de uma árvore sai Richard.

 - Ravena, bom dia! – ele fala sorridente. – Não acredito que você caiu nesse truque... Mas enfim, acho que tenho que agradecer aquela garota. Ela conhece bastante você e seus amigos.

 - Jinx? – digo em um arquejo quando sinto que vou desmaiar.

 - Sim. Ela sabe das coisas. Agora, - ele se vira e de trás dele, surgem alguns “hippies” trazendo consigo um grande tudo de acrílico. Grande o suficiente para caber uma pessoa. Cortesia daquele laboratório.  – Vamos pegar seus amigos também.

 - Não... Toque... Neles... – digo sentindo as pálpebras pesarem.

 - Sinto muito, mas foi um trato.

 Depois disso desmaiei por completo.

Mutano POV

 Continuamos caminhando por aquela estrada de terra porque... Bem... Era a única coisa que podíamos fazer agora.

 Até que vimos sentado em uma pedra grande no canto da estrada, Bran. Paramos de andar na hora.

 - Vocês demoraram hein? – ele disse.

 - Estava nos esperando? – disse Robin com cuidado. – Por quê?

 - Porque... – ele levantou da pedra e ficou de frente para nós a alguns metros de distância. – Temos algo que vocês querem. – do nada, de dentro da floresta, surgiram Yeva, Richard e outros. Trazendo, uma espécie de cilindro gigante de cientista maluco, com Ravena sentada lá dentro, de cabeça baixa desacordada.

 - Ravena! – Estelar gritou.

 - O que fizeram com ela? - digo entredentes.

 - Nada de mais. – disse Bran se aproximando do cilindro. – Mas eu posso pensar em alguma coisa...

 - Não toque nela. – sinto meus punhos tremerem.

 - E o que você pode fazer pra me impedir?

 - Posso pensar em alguma coisa. – rosno.

 - Não dá bola pra ele Mutano. – disso Ciborgue. Fácil pra ele falar.

 - Isso mesmo, se esconde na asa do amigo. – disse Bran arrogante. – Dipsy. – foi à gota d’agua. Me transformei em lobo e corri para ele. – Gabe. –ele disse e Gabe apareceu na minha frente, como se aquele idiota fosse me impedir. Pulei em cima dele, mas uma corrente elétrica muito forte passou pelo meu corpo e cai.

 Senti aquela corrente elétrica mais duas vezes e voltei à forma humana, quando olhei pra cima, Gabe tinha um bastão que era uma arma de choque em mãos. Ele riu, maldito.

 - Mutano! – Estelar tinha os olhos brilhando como se pudesse explodir aqueles caras.

 - Titãs! – gritou Robin e eles avançaram, mas não foi muito bom.

 - Meg, Sibby, Adam... Vão. – disse Bran simplesmente.

 Estelar voou na frente, mas Meg atirou nela aquele mecanismo que são como cordas com bolas de ferro (N/A: não sei descrever, mas vocês entenderam né?) que se enrolaram e prenderam Star. Ciborgue transformou os braços em canhões, mas Sibby jogou um pequeno disco de metal que se prendeu nele, em seguida Lata Velha caiu no chão, pifado. Robin correu com seus nuchakus, mas Adam jogou uma rede em cima dele, que se prendeu ao chão com pinos de ferro.

 - Olha, - disse Bran. – Eu realmente não levava fé que aqueles seis estivessem certos e essas coisas funcionassem, mas, não que era verdade!

 - Seis...? – gemi. – A Hive ajudou você? – Gabe me deu outro choque.

 - É. – continuou Bran. – Foi um ótimo acordo. Nos ajudávamos, e nós ficávamos com Ravena e eles com vocês.

 - Cretinos! – disse Robin.

 Tentei morder a perna de Gabe, mas ele me deu um choque bem maior que me deixou com o corpo duro e me deu um chute. Olhei para o cilindro onde Rae estava, tive a impressão de vê-la se mover.

 - Ravena! – grito.

Ravena POV

 - Ravena! – escutei uma voz me chamar.

 Abri devagar os olhos, minha vista estava embaçada e tudo parecia confuso. Só então percebo que estou dentro daquele cilindro que eu tinha visto. Olho para frente e vejo alguns vultos, mas logo vejo que são meus amigos, caídos e rendidos.

 Me encosto no vidro, apreensiva, sem conseguir chegar até eles.

 - Ora, olha quem acordou. – olho para o lado e vejo Bran, com um sorriso presunçoso. – Acho que já que a espectadora acordou, vamos começar.

 Não gostei nada da cara dele. Só então percebi que os caras que estavam perto de meus amigos, tinham não mãos bastões elétricos. Não... Eles não fariam isso. Mas fizeram.

 Começaram a dar choques em meus amigos, fazendo-os se contorcerem e gemer. Me senti uma inútil ali, sem fazer nada. Logo, comecei a suar gosma compulsivamente, enchendo o cilindro até meus pés.

 Tinha conseguido controlar a energia, mas não sabia se conseguiria usa-la. Mas não aguentaria vê-los daquele jeito por minha causa, tinha que tentar.

 Fechei os olhos e tentei me conectar a minhas emoções, precisaria delas. Respirei fundo enquanto a gosma subia até quase meus joelhos. Senti aquele poder me invadir, dessa vez a meu favor e sob meu controle. Me senti poderosa como nunca. Era hora desses “hippies” aprenderem a lição.